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Vela
4ÂŞ Dragon Winter Series
Fotografia: Nico Martinez
Cascais, Capital da Classe DragĂŁo
Sophie III 2
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Vela
Lady Tati de Patrick Monteiro de Barros e o Whisper de Mario Quina
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frota de dragão realizou a 4th Cascais Dragon Winter Series, que decorreu na baía de Cascais e contou com a participação de barcos de Portugal, Suécia, Alemanha e Inglaterra. Com um fim-de-semana difícil, em termos de condições meteorológicas, foram realizadas 5 das 7 regatas programadas. No primeiro dia, o vento fraco impediu a disputa de quaisquer regatas. Já no sábado, a frota teve de esperar algum tempo em terra para que o vento se estabelecesse, mas logo pelas 12:00 a CR mandou a frota para o mar para a realização de duas re-
gatas muito disputadas, realizadas com ventos muito fracos, e que viu o o Sophie III, de Pedro Andrade, Jorge Ferlov e Bernardo Freitas a liderar a competição ao final do dia, tendo conquistado um primeiro e um terceiro lugares. No derradeiro dia, o Sophie III voltou a vencer mais duas regatas, enquanto a última da prova foi ganha pelo Hombre de Martin Payne. Na classificação geral a vitória foi para o Sophie III de Pedro Andrade, Jorge Ferlov e Bernardo Freitas, seguido do Alemão Pow-Wow de Michael Zankel, Stefan Waak e Phillip Moses, e dos luso-britânicos do Hombre com Martin Payne, Vicente Pinheiro de Melo e António Santos Matos. Na divisão Corinthian, destinada a tripulações exclusivamente amadoras, a vitória foi para a tripulação do Peggy de Miguel Magalhães, Pedro Costa Alemão e José Magalhães. Na classificação geral das Winter Series, o Lady Taty de Patrick Monteiro de Barros segue na liderança, seguido do Whisper de Mário Quina e do Still Crazy de Stefan Winberg. 2014 Janeiro 325
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Vela
Internacional Gran Canaria Trophy 2014
Vitória Espanhola
Fotografia: Nico Martinez
O espanhol Ivan Pastor, actual líder do Ranking Mundial da ISAF em RS:X, venceu o International Gran Canaria Trophy 2014, primeira prova do ano disputada em Las Palmas, nas ilhas Canárias.
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astor superou Ho Tsun Leung, de Hong Kong, e o português João Rodrigues, numa competição que contou com a participação de 20 velejadores, entre os quais o britânico Nick Dempsey, medalhado olímpico em Atenas
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e Londres e a espanhola Marina Alabau, campeã olímpica em Londres 2012. Para Ivan Pastor, foi um bom campeonato: “As condições foram complicadas, com pouco vento. Tudo se tornou mais físico mas é bom começar o ano a ganhar.” João Rodrigues faz um re-
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sumo do Gran Canaria Trophy: “O primeiro dia do evento brindou-nos com boas condições de vento, oscilando entre os 8 e os 12 nós, mas os dois seguintes pautaram-se por vento fraco, rondando os seis nós. Não tive o melhor dos começos, pois uma avaria no equipamento fez-me perder a regata inaugural. Mas a partir daí, foram mais seis regatas muito disputadas, com constantes
trocas de posições e onde a luta pelo segundo e terceiro lugar esteve em aberto até à derradeira regata, já que o Ivan impôs-se desde início. Nick, Ho e eu disputámos acerrimamente essas posições, tendo o velejador de Hong Kong levado a melhor quando o vento baixou de intensidade, prova de que os velejadores asiáticos são especialistas nestas condições.”
Vela
Cape 2 Rio
Fotografia: Trevor Wilkins
Maserati Pulveriza Recorde
O
Maserati, do italiano Giovanni Soldini estabeleceu um novo recorde na Cape2Rio, a regata mais longa entre dois continentes no Hemisfério Sul. O barco transalpino percorreu as 3.300 milhas náuticas entre a Cidade do Cabo, na África do Sul e o Rio de Janeiro, em 10 dias, 11 horas, 29 minutos e 57 segundos, retirando mais de dois dias à anterior marca pertença do norte-americano Zephyrus IV (12 dias, 16 horas, 49 minutos). O Maserati cortou a linha na noite de 14 Janeiro, triunfando em tempo real e corrigido. A Cape2Rio fica ensombrada pela morte de António Bartolomeu. O velejador angolano seguia a bordo do Bille, um dos barcos da frota que sofreu severos estragos depois de ser apanhado numa tempestade. O mastro partiuse a cerca de 100 milhas da costa sul-africana e a tripulação teve de ser recolhida pelo SAS Islandwana, da armada da África do Sul.
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Electrónica
Novidades Nautel
Novas Séries ION e ONIX da Humminbird
A Humminbird, a única entre as suas mais diretas rivais que tem distribuição puramente nacional, tendo entre muitas outras vantagens, melhor nível de apoio e maior proximidade ao consumidor, não só cresceu na gama de produtos como introduziu inúmeras novidades.
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hegam duas novas séries mais destinadas à gama alta, embarcações maiores ou profissionais: ION e ONIX. Ambas combinam o comando duplicado por ecrã tátil e pelo teclado, em todas as funções.
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No comando tátil existem funções de zoom e outras em que se usam dois dedos, para o uso ser mais intuitivo e em linha com a maneira como o consumidor usa outros equipamentos pessoais, como os “Tablets”. A série ION é modular, ou seja parte de um ecrã de 10
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ou 12” que funciona basicamente como um GPS/Chartplotter, ao qual se vão adicionando os elementos que se pretenda para compor o Mul-
tifunções total desejado : módulo externo de sonda, sonda CHIRP, sonar (lateral, vertical e 360º), radar com Mini-ARPA e sobreposição com a carta e de 2 a 10Kw de potência, 4 cameras IP, AIS, mais monitores externos do tipo da informática etc. A série ONIX parte de ecrãs de 8 e 10”, que já têm sonda básica 2D incorporada. Podem interligar-se, a antena de radar , AIS, a módulo externo para sonda CHIRP. Existe versão especial para permitir o uso de sonar de varrimento lateral (SIDE IMAGING), vertical (DOWN IMAGING) e sonar 360º. Ambos podem usar tanto a cartografia C-MAP (4D), como a da Navionics, e têm modo de cálculo automático de rota de garantida segurança e de menos tempo de viagem. Nos equipamentos mais compactos surge a série 600. Funciona com substituta das anteriores 500 e 700 que tinham muito em comum. Tem modelos para todos os tipos
Electrónica
Ver mais em www.nautel.pt Nautel-Sistemas Eletrónicos Lda Tel.: 213 007 030 Geral@nautel.pt
de utilização. A tecnologia SIDE IMAGING chega à série 300, tornando cada vez mais acessível os benefícios deste sonar de varrimento lateral. As séries de multifunções de sucesso, 800, 900, 1100, continuam, mas agora com um painel frontal mais estilizado. Nos ultimos 10 anos a Humminbird tem-se destacado pela introdução de funcionalidades revolucionárias como o SIDE IMAGING. Este ano não foge à regra. Chega mais um produto único e acessível: AUTOCHART Trata-se de Software e SD Card especiais com o qual cada um pode fazer o seu próprio mapa de fundos duma zona preferida. O cartão é primeiro usado num equipamento HUMMINBIRD (não dá com mais nenhuma marca), coleta dados sempre que o equipamento está ligado. Quando se quiser, passa-se o SD Card para o PC onde está instalado o Autochart que converterá os dados em mapa de fundo. Depois, o cartão volta ao equipamento onde mostra o mapa. Quantos mais dados se coletarem, melhor o mapa. Sistema é pois autónomo e só controlado pelo utilizador, permitindo que este tenha os seus próprios segredos. Finalmente, e porque também conta como novidade importante e boa notícia pra 2014, a HUMMINBIRD decidiu baixar generalizadamente os preços, nalguns casos, significativamente!
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Náutica
Novidades Jeanneau
Novo Cap Camarat 5.5 CC
Jeanneau Cap Camarat 5.5CC
A Jeanneau é um estaleiro que todos os anos apresenta um número considerável de novas embarcações muito especialmente na popular gama Cap Camarat, uma das linhas de maior prestígio da marca, da qual este ano lançou os modelos 5.5 CC e 4.7 CC.
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m Portugal, o importador do estaleiro Jeanneau de embarações a motor é a Nautiser-Centro Náutico. A gama Cap Camarat é uma linha histórica, que foi desenvolvida com uma filosofia de modo
a conceber e construir um tipo prático, robusto e marinheiro de embarcações de recreio, muito ao gosto do consumidor francês. Há décadas que a Jeanneau constrói barcos Cap Camarat, porque satisfaz agora bem todo o mercado europeu e foram
criados para oferecerem o máximo de utilidade. A Jeanneau procura, através da inovação, o design e utilizando as mais modernas tecnologias de PRFV com os melhores materiais, uma produção de qualidade onde cada barco traz bem patente os bons acaba-
Arco com realce para a polivalência 8
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mentos na fibra. Cap Camarat 5.5 CC, com realce para a polivalência Neste modelo, a preocupação do estaleiro foi facilitar uma
Náutica
verte-se num amplo solário , ou coloca-se uma mesa ao meio e dá para os piqueniques. Na proa encontra-se um apoio para o ferro e dois cunhos de amarração. O poço tem na popa um banco com dois lugares a meio., mas pode ser aumentado com um assento de cada lado. Esta versatilidade do banco da popa interessa para dar mais espa-
ço aos pescadores. Para estes existe também junto ao posto de comando um porta canas de cada lado. A consola de condução tem um pára-brisas largo e alto em vidro acrílico fumado protegido por um corrimão em aço inox. Na popa a escada de banho fica a bombordo, junto à passagem que dá entrada pela popa para o poço.
A motorização pode ser de 100 HP a 120 HP utilização diversificada para os desportos aquáticos, como a pesca, o esqui, ou o mergulho O novo Cap Camarat 5.5 CC apresenta linhas modernas e dinâmicas. Tem o excelente casco em V desenvolvido pela Jeanneau na gama Cap Camarat para oferecer um comportamento no mar com segurança e comodidade para a família e deslizar rápido quando é preciso no esqui aquático. O Cap Camarat CC privilegia três espaços para uso, o posto
de comando, uma zona à frente e o poço atrás. No barco domina o posto de comando com dois bancos individuais e giratórios e a consola de condução ergonómica e arredondada com um banco à frente e colocada de modo a permitir fácil deslocação do poço para a proa. A zona à frente da consola de condução tem um banco estofado em V até à proa. Este espaço está protegido por um varandim em aço inox e con-
Características Técnicas
Á frente pode levar uma mesa de piquenique
Comprimento total
5,48 m
Comprimento do casco
5,21 m
Boca
2,36 m
Peso sem motor
780 Kg
Calado
0,45 m
Capacidade combustível
100 L
Potência do motor
100 HP / 120 HP
Categoria CE
C6
Preço barco/motor Yamaha F100 c/IVA
32.500e
Importador Nautiser/Centro Náutico, S.A. Estrada Nacional 252 – 2950-402 Palmela tel.: 21 23 36 820 Fax: 21 23 33 031 Email:geral@nautiser.com www.nautisercentronautico
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Náutica
Desenvolver a náutica de Recreio
Texto Antero dos Santos
Os Clubes Náuticos como Pólos Dinamizadores da Náutica de Recreio
Com a Náutica de Recreio há 14 anos em decadência, devido à errada e desmotivante Legislação que lhe foi imposta, é urgente uma nova orientação política que altere a Lei e consagre os Clubes Náuticos como pólos dinamizadores da Náutica de Recreio, em virtude de se querer desenvolver a Estratégia Nacional para o Mar 2013/2020.
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Em Viana do Castelo realizou-se o Nacional de Match Racing 10
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porquê os Clubes Náuticos? porque são entidades que já têm infraestruturas de base, muitos são considerados de utilidade pública, são dirigidos por pessoas que se interessam pelo desenvolvimento das actividades náuticas e podem ser impulsionadores da criação de postos de trabalho. O problema dos Clubes Náuticos é que ainda não há um plano nacional de desenvolvimento da orla costeira, nem das águas interiores e são constantemente marginalizados dos planos de desenvolvimento autárquico, tanto litoral como ribeirinho e nas albufeiras. Como há zonas onde é o poder central que decide e autoriza qualquer projecto que se
Náutica
Centro de Remo de Viana do Castelo ria receitas e angariaria a entrada de associados. Devido a esta situação, em Portugal ninguém se faz sócio de um Clube Náutico para depois lá guardar o seu barco. Em Portugal, quem quer ter um barco, à vela ou a motor, tem que pensar em primeiro lugar onde e como guardar o barco. Não encontrando solução, desiste rapidamente de ser desportista náutico Como exemplo do que dizemos, veja-se como está instalada a náutica de recreio em Lisboa.
Num pavilhão com 74 anos que restou da Exposição do Mundo Português de 1940 e volta não volta está a cair, encontra-se a Associação Naval de Lisboa, um clube com mais de 150 anos, o Clube Naval de Lisboa, o Sport Algés e Dafundo, o Clube Desportivo Pedrouços e ainda a Federação Portuguesa de Vela. Todos têm embarcações próprias e não recebem mais sócios para lhes guardar as embarcações. Para serviço destes clubes, existe apenas uma perigosa e reduzida rampa. O resto do
terreno que os envolve é explorado pela APL, no seu negócio com as actividades económicas do sector. A Importância dos Clubes Náuticos Sabemos que o futuro de Portugal está dependente do Mar, de como souber tirar benefício das riquezas que ele tem e necessita conseguir a extensão da plataforma continental. Agora, cada vez mais, o Mar deve ser um desígnio Nacional e tudo o que lhe diz respeito deve ser considerado da maior impor-
Clube Náutico de Viana do Castelo queira fazer, então aí nada se faz. Noutros casos, foram feitos melhoramentos ribeirinhos por autarquias que, esquecendo o interesse dos Clubes Náuticos, fizeram muralhas no sítio ideal onde se podiam fazer rampas públicas de acesso água. Isto acontece porque os Clubes Náuticos não têm sido considerados importantes e é ainda um favor que as Administrações dos Portos lhes fazem, ao permitirem a sua existência em terrenos que são de sua jurisdição e consideram um empecilho para os negócios do seu património. A grande maioria dos clubes está em instalações precárias e usufruem de reduzidos espaços para armazenar as suas embarcações e guardar os barcos dos sócios, um serviço que lhe tra-
Em Ponte de Lima, instalações do Clube Náutico 2014 Janeiro 325
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Náutica
Canoagem em Ponte de Lima tância. Assim sendo, a náutica de recreio não pode continuar a ser a mais irrelevante da Europa e é imprescindível que rapidamente se desenvolva. Para se atingirem esses objectivos, os Clubes Náuticos vão ser fundamentais. A Marinha Portuguesa já considera os Clubes Náuticos
importantes e nesse sentido foi assinado um Protocolo de Cooperação entre a Autoridade Marítima Nacional e as Federações Náuticas Desportivas. Este protocolo visa promover a divulgação urgente dos avisos e editais das Capitanias junto das Federações Náuticas e dos clubes nelas filiados, de modo a
Escola de vela do Clube Naval de Peniche 12
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criar um sistema de ligação permanente entre as autoridades marítimas e os clubes náuticos. Pretende-se que os sócios passem a informar-se Junto dos Clubes, dos editais e avisos da Autoridade Marítima com interesse para as suas actividades,
em vez de se deslocarem às Capitanias. Como não têm condições para se desenvolverem, nem para prestarem serviços a quem quer que seja, os Clubes Náuticos não angariam associados, vão perdendo os que têm e es-
Clube Naval de Cascais
Náutica
tão igualmente a definhar. Para os Clubes Náuticos crescerem, terem condições para prestar serviços e obterem mais receitas, é preciso que tenham funções mais diversificadas, para além de apenas a prática de algumas modalidades náuticas. Quanto maior for o número de serviços que prestar mais associados angaria e satisfaz. Registar as embarcações nos Clubes Náuticos Uma das funções que os Clubes Náuticos podiam desempenhar, melhor do que ninguém, é a tarefa burocrática necessária para o Registo das embarcações, tanto à vela como a motor, que tem sido desempenhada pelas Capitanias e pelo IPTM. Simplificando e normalizando os processos de Registo, as embarcações não levariam semanas ou meses para serem registadas e os custos dos registos actuais passariam a ser muito menores.
A Baía de Cascais tem um dos melhores campos de regata do mundo Este simples serviço, pelo facto de passar a ser desempenhado pelos clubes, tinha a grande vantagem de finalmente
levar pessoas às suas instalações, as quais poderiam ser melhor informadas em relação às embarcações, ficarem mais
interessadas pelas coisas do Mar e quererem iniciar-se em qualquer actividade náutica, ou utilizar qualquer outro serviço
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Náutica
Nas velhas instalações de Belém estão quatro clubes náuticos que o clube tenha para oferecer. Para os Clubes Náuticos serem necessários e cumprirem a sua missão social, deve-se implementar uma nova política, na qual a Legislação defina que são as Federações Náuticas as entidades orientadoras da Náutica de Recreio, ficando com a tarefa da organização
das modalidades, bem como da classificação da categoria das embarcações, definição dos equipamentos de segurança e elaboração dos regulamentos e regras para uma boa prática náutica. Desde a Directiva Comunitária 94/25/CE que está tudo regulamentado ao pormenor o que respeita à Náutica de Re-
Em Belém, esta pequena rampa é a única em Lisboa 14
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Marina em Alhandra do centro náutico do Sporting Clube de Alhandra
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creio. Nessa Directiva é exigido uniformidade europeia quanto às áreas de navegação, categoria das embarcações, equipamentos de segurança e acreditação dos estaleiros. Porém, a Legislação que o IPTM fez aprovar a seguir à Directiva Comunitária 94/25/CE não foi feita em conformidade e tem que ser revogada. Ainda hoje se mantém na mesma, sendo a causa principal da decadência da náutica de recreio. A nossa Legislação tem que respeitar escrupulosamente o que está determinado pela Comunidade Europeia e as Federações Náuticas serão as principais interessadas em manter o que foi aprovado e promover e incentivar a prática das modalidades náuticas. As Federações Náuticas têm conhecimentos e competência suficiente para fazer o trabalho de Classificar e Registar todas as embarcações de recreio, quer sejam à vela ou a motor, que já trazem a Classificação CE e fornecer os Registos para o RETECER (Registo Central de Embarcações) e para as Capitanias do respectivo Porto de Registo.
Ibérico de Vaurien disputado em Alhandra Alhandra - Centro Náutico do Sporting Clube de Alhandra
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Náutica
Troféu de Laser no Algarve Para isto funcionar assim, a existência dos Clubes Náuticos é fundamental, bem como a colaboração destes com as Federações, as quais, como entidades de utilidade pública,
têm meios para fazer o controlo dessa nova actividade dos clubes. Desta forma, libertar-se-iam as Capitanias do trabalho burocrático, ficando com a importan-
te tarefa de fiscalizar. Uma nova fonte de receita poderá assim chegar aos Clubes Náuticos, com este novo serviço a prestar aos praticantes, sócios ou não.
Esta actividade administrativa dentro dos clubes, vai fomentar também a criação de novos postos de trabalho. Libertar
Clube Naval de Portimão tem uma ampla rampa 16
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Náutica
Marina Yacht Clube de Albufeira os Clubes Náuticos do Sufoco É preciso rapidamente que seja aprovada Legislação que liberte os Clubes Náuticos do sufoco em que se encontram e são ecfetivamente impedidos de crescerem. Devem ser-lhes concedidas maiores áreas de terreno à volta das suas instalações e ganharem mais dimensão. Deste modo poderão ser desenvolvidos um maior número de desportos aquáticos e náuticos. Torna-se assim mais fácil incentivar as pessoas que pretendam praticar uma actividade náutica ou desporto aquático, comprar uma mota de água, adquirir um barco de vela, de pesca lúdica, mergulho, pesca submarina ou apenas para passeio, fazer-se sócio de um clube náutico, onde se formará, será orientado e onde poderá guardar a sua embarcação. O praticante acaba de vez com o problema de ter que levar o barco para casa ou para qualquer outo lado, de cada vez que o utiliza. Ali no clube já pode lavar o barco e o motor,
desaparelhar o barco à vela e guardar tudo num cacifo. Também é muito importante o serviço de preparar as embarcações dos sócios para
serem utilizadas e depois à chegada lavá-las, fazer a sua manutenção e guardá-las. Se for feito por empregados dos próprios clubes, são diversos
os postos de trabalho que se criam. Desenvolver uma Escola Náutica em cada Clube
Troféu de Optimist no Algarve 2014 Janeiro 325
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Náutica
Clube Náutico de Tavira Em Portugal não foi fomentada uma cultura virada para o Mar. Devido a isso, o associativismo náutico só existe onde for oferecido alguma vantagem para o sócio.
Como os Clubes Náuticos não têm condições, são poucos os praticantes que se fazem associados. Se forem melhoradas as condições de existência dos Clu-
bea Náuticos, estes passarão a atrair novos sócios, jovens, iniciados e praticantes que por força das circunstâncias não tinham onde guardar o barco. As Federações Náuticas
Euro Sailing em Tavira 18
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podem ter um papel muito relevante para se desenvolver uma cultura náutica dentro de cada clube. Depois de estar Integrado num clube o praticante tem mais possibilidades de ouvir os mais experientes e seguir os seus conselhos. Dentro de um Clube, o praticante depois de conhecer os Avisos das Capitanias, a meteorologia e ouvir a voz dos mais conhecedores, poderá tomar a melhor decisão se deve ou não sair para o mar. Assim, é fundamental que exista uma Escola Náutica dentro de cada Clube, onde cabe a formação e se desenvolva o espírito de entreajuda e a aceitação de um código de exigências quanto aos equipamentos indispensáveis que cada sócio deve ter no barco. Ao fomentar-se o associativismo, torna-se mais fácil implementar uma cultura náutica onde o Clube pode melhor orientar e aconselhar os seus associados, no cumprimento das regras de segurança em navegação.
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Náutica Texto Antero dos Santos
Clubes Náuticos com Tarefas do Registro das Embarcações de Recreio A Agência Independente do Desporto e do Mar, tem estado a promover reuniões com as Federações Náuticas e a Marinha com o objectivo de elaborar um novo Regulamento da Náutica de Recreio.
Swan 60, veleiro com classificação CE A, navegação oceânica
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m virtude desta intenção, a Federação Portuguesa de Vela apresentou uma proposta de um novo Regulamento no qual se contempla a necessidade de valorizar os Clubes Náuticos como impulsionadores do desenvolvimento da náutica de recreio.
Nesse sentido, propõe-se que sejam os clubes, sob controlo das Federações Náuticas, a desempenhar a tarefa administrativa de Registar as embarcações de recreio que actualmente é feita pelo IPTM e pelas Capitanias e depois enviar os processos para os Portos de Registo e o RETECER Registo Central
Bertram 54, barco para a pesca com classificação CE B, navegação ao largo 20
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de Embarcações de Recreio). Os problemas que os Registos e Vistorias dão em Portugal, têm sido um entrave ao desenvolvimento da náutica de recreio. A Directiva Comunitária 94/25/ CE é bastante clara quanto à aceitação, para efeitos de Registo, de uma embarcação de recreio nova. O processo imposto pela CE, que é seguido igualmente pelos estaleiros nacionais, é o seguinte: O estaleiro quando desenvolve um novo barco tem que contratar uma Sociedade Classificadora certificada pela CE que lhe aprova os planos, os cálculos, o protótipo, a categoria do desenho quanto à área de navegação, a potência máxima, a carga máxima e a lotação. O estaleiro é obrigado a reunir um conjunto de informação técnica sobre o modelo, constituindo um Dossier Técnico que é da sua propriedade e pode pôr ao dispor das autoridades para verificação. A partir daqui o estaleiro pode construir o número de barcos que entender daquele modelo. Para cada embarcação o estaleiro tem que fornecer: Declaração Escrita de Conformi-
dade onde constarão as principais características da embarcação. Manual do Proprietário, onde consta informação sobre a embarcação e o seu equipamento, modo de manuseamento, manutenção e segurança. Placa CE, fixada no interior da popa, com o nome do construtor, categoria do desenho, carga máxima e lotação. A Declaração Escrita de Conformidade e a Marcação com a Placa CE, são a prova da satisfação das condições de segurança na construção da embarcação. Devido a isso, em todos os países da Europa as embarcações novas são registadas prontamente, sem qualquer vistoria prévia, excepto em Portugal. Depois de um estaleiro ter determinado que uma embarcação tem categoria para navegação oceânica ou para navegação costeira e diz qual a sua lotação máxima, tudo certificado por uma Sociedade Classificadora, não tem que haver nenhuma vistoria ao barco, para determinar se a declaração do estaleiro é verdadeira. No Artigo 4.º da Directiva Comu-
Náutica
Guy Marine Antioche 550, com classificação CE C, para a navegação costeira nitária sobre a Livre Circulação dos Produtos está bem expresso: “Os Estados-membros não podem proibir, restringir ou dificultar a comercialização ou entrada em serviço nos seus territórios de embarcações de recreio que ostentem a marcação “CE” referida no anexo IV, que indica a sua conformidade com todas as disposições da presente directiva, incluindo os procedimentos de conformidade referidos no capítulo II” O capítulo II define os procedimentos dos estaleiros para a avaliação de conformidade quanto à categoria do desenho, que determina as áreas de navegação da embarcação. Fica tudo à responsabilidade de cada estaleiro. A Placa CE e a Declaração Escrita de Conformidade têm que ser aceites sem restrições. Em Portugal, depois de ter saído a Directiva Comunitária 94/25/CE, o IPTM fez aprovar o Decreto-Lei nº 567/99 e mais tarde o Decreto-Lei nº 124/2004, nos quais não cumpre a Directiva quanto à Classificação da categoria dos barcos e consagra a Vistoria para efeitos de Registo de embarcações novas. E o que diz o Regulamento da Náutica de Recreio sobre esta matéria? Artigo 20.º Regras a aplicar ao processo de registo das embarcações de recreio 8 - a) Uma inspecção a seco ao casco, à estrutura, ao veio, à manga, ao leme e à hélice, dispensável para as ER construídas há menos de cinco anos, com limitação no prazo para a primeira vistoria de manutenção; b) Uma inspecção, a flutuar, aos equipamentos a que se refere o nº. 1 do artigo 18.º No Artigo 18.º refere-se as Normas sobre segurança e certificação de equipamentos das embarcações de recreio. Sendo equipamentos novos e
com certificação CE, igualmente não têm que ser inspeccionados, nem em seco nem na água. Quem escreveu o articulado do Artigo 20.º do Regulamento da Náutica de Recreio, pouco sabe de embarcações de recreio. Diz o Artigo 20.º que tem que se fazer uma inspecção a seco à estrutura, ao veio, à manga, ao leme e à hélice Uma embarcação de recreio não tem veio nem manga. Têm motores fora de borda ou motores interiores ZDrive com colunas. Nos pequenos motores de linha de veio dos veleiros, o veio também não se vê. Quanto à estrutura, apenas nas pequenas lanchas se podem ver as cavernas. Os barcos em fibra têm os reforços estruturais estratificados ao casco e a coberta é depois colada ao casco, não deixando qualquer estrutura à vista.
Ockebo, barco com classificação CE D, águas abrigadas As embarcações de recreio terminam nos 24 metros de comprimentos, não são navios. Apenas estes têm veio e manga e também a estrutura é visível. Num barco de recreio apenas se pode ver o casco, o leme e o hélice. É ridículo querer-se fazer uma vistoria a estes elementos numa embarcação que é nova. Porém, o mais grave desta questão das Vistorias que se fazem em Portugal a todas as embarcações de recreio novas, é que o Artigo 20º. 8 – a) diz: dispensável para as ER construídas há menos de cinco anos A própria Lei diz que é dispensável a vistoria. Então porque se faz? As embarcações são vendidas com os equipamentos de segurança e a palamenta, e têm no mínimo dois anos de garantia. É sempre da responsabilidade
do proprietário do barco ou de quem o comanda sair para o mar com a embarcação devidamente equipada. Quanto muito, poderia fazer uma Declaração de Responsabilidade da palamenta e equipamento de segurança que tem a bordo. Isto bastaria para ser dispensável uma vistoria ao equipamento antes da embarcação ser registada. O que se paga ao IPTM e às Capitanias para registar uma embarcação, sem contar com as despesas de colocar e tirar o barco da água, são sempre largas centenas de euros que se pagam. Por causa da burocracia do Registo, das elevadas despesas que obriga e do tempo que demora um barco para ser inspeccionado, são cada vez mais os barcos que são registados em outros países europeus, perdendo-se essas receitas para Portugal.
Joker Coaster 515, tem classificação CE C, navegação costeira 2014 Janeiro 325
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Náutica
Teste Sirius 535 Cabin com Yamaha F70
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Cabinado Familiar Para Atrair o Feminino
O Sirius 535 Cabin que testámos em Aveiro é uma embarcação reformulada, com algumas inovações e com uma decoração interior muito agradável, alegre e de bom gosto, sem dúvida criada para atrair o elemento feminino na decisão de compra.
C
onstruído no estaleiro nacional Obe, que nos convidou para o teste, o Sirius 535 Cabin, tal como todos os outros modelos Sirius é uma embarcação exclusivamente motorizada pela Yamaha. Para o teste, este barco estava equipado com o motor Yamaha F70.
O casco é em V evolutivo e semi-planante 22
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O Sirius 535 Cabin tem um visual atraente, é funcional e tem excelentes acabamentos. O Sirius 535 tem um pontal alto e o interior da cabina oferece bom espaço. Pela mesma razão, neste modelo, o estaleiro conseguiu inserir uma coberta um pouco mais elevada e assim o barco ganhar um bom porão onde fica o depósito de 50 litros para o combustível e ainda tem espaço para guardar palamen-
Náutica
Bancos do piloto e copiloto e entrada para a cabina inverso. Devido à cabina ter sido construída incorporando um contramolde, mostra um excelente acabamento por dentro. A acomodação na cabina é boa, com um banco em U que se converte numa cama de casal. Também, em virtude da altura interior da cabina junto á porta ter 1,30 metros, permite estarem sentadas comodamente à-vontade duas pes-
soas. Uma janela circular à frente deixa boa entrada de luz. Devemos salientar que todos os estofos, tanto na cabina como os dos bancos e assentos no poço, são em azul debruados com fita e aplicações multicolores, iguais às almofadas da cabina, uma decoração muito feminina, de bom gosto e com belo efeito estético. No que respeita à arrumação,
este barco tem grande capacidade. Para além dos compartimentos sob os bancos da cabina, existe ainda espaço para arrumar palamenta sob os bancos da popa, onde estão a bateria e a bomba de esgoto. Notámos ainda a boa posição do corrimão em aço inox que dá apoio a quem vai sentado nos bancos atrás. Também salientamos a facilidade de acesso à proa com o
Sirius 535 Cabin
ta. O Sirius 535 Cabin oferece uma altura interior no poço até à borda de 65 cm, mais que o suficiente para permitir a movimentação junto à borda de pescadores com toda a segurança. O poço é bastante amplo, com dois bancos individuais reguláveis e giratórios para o piloto e o co-piloto e um banco estofado de cada lado à popa. Uma interessante inovação, que salientamos, é a porta da cabina e o sistema encontrado para a abrir e fechar de modo a ocupar menos espaço. Assim, a porta em acrílico azul é em duas metades, com dobradiças ao meio e um sistema para abrir para dentro. Como existe um batente em acrílico em baixo, por um processo simples, levantase a porta para a encaixar no batente e ela fica fechada e bem fixa. Em seguida fecha-se a tampa em fibra. Para a abrir, a manobra é ao
A cabina tem uma porta inovadora 2014 Janeiro 325
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Náutica
O sirius 535 Cabin tem um amplo espaço no poço e uma cabina confortável apoio e segurança de um varandim em aço inox. O barco termina na proa com um pequeno púlpito com roldana, junto do qual está o porão para o ferro, dois passa cabos e um cunho de
amarração. Motor Yamaha F70 Este motor Yamaha tem características que servem para equipar uma grande variedade e tipo de embar-
cações. Trata-se de um motor compacto de 4 cilindros em linha, com 996 cm3 de cilindrada e pesa apenas 120 Kg, tratando-se do mais leve 70 HP do mercado, mesmo comparan-
O Yamaha F70 equipava o Sirius 535 Cabin 24
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do com os motores a 2 tempos. O motor tem apenas árvore de cames simples á cabeça (SOHC) e maiores válvulas de admissão e escape, é uma vantagem, pois adquire maior eficiência volumétrica e consegue obter elevadas performances. Como o F70 incorpora o sistema de injecção electrónica de combustível, o motor aumenta ainda mais a eficácia nos vários patamares de aceleração. Todas as funções do motor são controladas por um microcomputador, que tem por missão também obter a mais elevada eficiência da injecção para economizar o máximo do combustível. Para impedir os roubos o F70 incorpora igualmente o novo sistema de protecção anti-roubo, com um imobilizador por controlo remoto. O Sirius 535 Cabin mostrou muita estabilidade e rapidez a descolar da água. No dia do teste na Ria de Aveiro a água estava calma, mas soprava vento de Norte que provocava uma pequena mareta. O teste e as medições foram feitas com três pessoas a bordo. Graças ao tipo de casco, característica comum nos Sirius, com
Nรกutica
Com o Yamaha F70 o Sirius 535 Cabin conseguiu arranques rรกpidos
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Náutica
um V evolutivo até cerca de dois terços do casco, incorporando uma pequena quilha e depois semi-planante até à popa, o barco descola bem da água e oferece grande estabilidade. Foi isto que vimos no arranque,
com o barco a planar em apenas 1,79 segundos e no mínimo de velocidade a planar aguentou-se apenas com 10,5 nós. No teste de aceleração, devido ao regime de rotação do F70 ser de 5.300 – 6.300 rpm, medimos a aceleração
Compartimento com porta estanque à popa 26
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às 5.500 rpm, em vez das habituais 5.000 rpm, e o barco em 6,40 segundos chegou aos 22,5 nós. Quanto à velocidade máxima, acelerando até às 6.300 rpm, atingimos os 27,7 nós. Consideramos estas performances muito boas tendo em
conta o tipo de embarcação e o seu peso e achamos que o Yamaha F70 forma um bom conjunto com o Sírius 535 Cabin. Devido ao barco apoiar-se bem na água lateralmente, quando está parado sofre pouco com os balan-
Os bancos da popa têm compartimentos para arrumação
Náutica
Uma simples inovação para abrir e fechar a porta
Características Técnicas
O Sirius 535 Cabin atingiu boas perfomances ços laterais, mostra grande estabilidade e é seguro com os ocupantes junto à borda. Pela mesma razão, quando o Sirius curva mantém-se quase direito e não adorna. A posição do piloto é confortável, está sentado num cómodo banco e
tem um apoio de pés que o facilita também nas manobras. Com o Sirius 535 Cabin a navegar contra o vento e a mareta e mesmo com o vento de través, poucos salpicos entraram para trás, mostrando também que é um barco seco.
Posto de comando
Comprimento
5,20 m
Boca
2,05 m
Peso
540 Kg
Depósito combustível
50 L
Lotação
5
Potência máxima
80 HP
Motor
Yamaha F70
Preço barco/motor
19.137,59 e +IVA
Performances Tempo para planar
1,79 seg.
Aceleração até às 5.500 rpm
22,5 nós 6,40 seg.
Velocidade máxima
27,7 nós 6.300 rpm
Mínimo a planar
10.5 nós 3.500 rpm
4.000 rpm
15 nós
4.500 rpm
17,6 nós
5.000 rpm
21,2 nós
5.500 rpm
23,5 nós
6.000 rpm
25,9 nós
6.300 rpm
27,7 nós
Fabricante / Distrubuidor: Obe & Carmen, S.A. - Entre Caminhos – Raso Alagôa 3750-301 Águeda Tel.: 234 646 888 email: obe@obecraft.com www.obecraft.com Yamaha Motor Portugal – Rua Alfredo da Silva nº 10 – 2610-016 Alfragide Tel.: 21 47 22 100 www.yamaha-motor.pt
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Pesca Desportiva
Pesca Embarcada
Foi Formado o Jigging Clube de Portugal
No centro Miguel Moreira, o vencedor, da equipa Red Snapper, à esquerda Paulo Correia da mesma equipa e à direita Jorge Sousa Depois de ter organizado o 1.º Concurso de Jigging Lisboa, um grupo de pescadores decidiu formar o Jigging Clube de Portugal que é o primeiro clube de jigging constituído em Portugal.
F
oi graças ao excelente trabalho que foi realizado na divulgação e criação do 1.º Concurso de Jigging Lisboa, no qual todos os participantes ficaram extraordinariamente surpreendidos com a boa organização, que foi logo alvo das mais elevadas congratulações, que surgiu a ideia da formação do Jigging Clube de Portugal. Para a hístória vai ficar a classificação do 1º Concurso de Jigging de Lisboa: 1º - Red Snapper, Miguel Moreira e Paulo Correia Devido a esta magnifica per28
formance, e por haver através da rede social Facebbok uma enorme adesão e curiosidade em relação à modalidade do Jigging ou zagaia, técnica de pesca por muitos pescadores desportivos ainda desconhecida, os organizadores do evento decidiram avançar para a ideia de se criar um Clube de Pesca ao Jigging. Neste sentido e depois de serem ouvidas várias opiniões, decidiram avançar para a criação de um Clube, tendo para o efeito solicitado através dos membros do Grupo do Facebook, “Jigging Lisboa”, a designação para um nome do
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clube a ser criado, tendo por votação quase unânime ficado designado o nome de JIGGING CLUBE PORTUGAL. Foram então dados passos no sentido se criarem os órgãos sociais, tendo sido para o efeito convidadas as pessoas e os membros que mais se envolveram nesta aventura de brincadeira através da rede social Facebook. Foi decidido organizar um jantar, realizado no dia 8 de Novembro, no Restaurante BISK 8, para que se começasse a desenvolver as ideias do clube e a definir projectos de futuro.
Neste jantar compareceram cerca de 12 pessoas, tendo Jorge Sousa e Pedro Ribeiro, apresentado as ideias bases, bem como um esboço dos Órgãos Sociais e a apresentação de Estatutos. Todos os presentes neste jantar, alem de se mostrarem bastante radiantes com a ideia e uma enorme disponibilidade de cooperação, decidiram por maioria que as ideias e projecto tinham pernas para andar. Neste contexto criou-se a Direcção, a Assembleia Geral e o Conselho Fiscal do Clube, tendo sido aprovados por una-
Pesca Desportiva
verificar a disponibilidade para acolher no seu seio um clube como o nosso. Desta primeira abordagem, de salientar a total abertura e disponibilidade da Federação e do seu Presidente, Carlos Vinagre, para o desenvolvimento desta técnica de pesca de alto Mar, ficando a promessa de num futuro próximo se realizar um Campeonato Nacional de Pesca ao Jigging, alem de outras actividades junto de clubes locais e regionais englobando continente e ilhas. Sendo assim, neste contexto, a Direcção do jovem clube, Jigging Clube de Portugal tudo fará para a criação, cada vez mais, de uma pesca responsável de preservação e respeito pelo seu meio ambiente, em que irá desenvolver a sua actividade recreativa e desportiva, tendo por objectivo primordial, ensinar os mais novos a respeitar o mar e os seus habitantes, assim como a desenvolver junto de todos os praticantes e amantes da pesca em geral, para os problemas com a degradação ambiental, da nossa maior riqueza natural que é o mar.
nimidade os Estatutos apresentados. De referir que também foram discutidos e aprovados os valor da quotização a pagar por cada sócio, tendo ficado definido o valor de 1€ por mês, perfazendo um total anual de 12€. Depois desta primeira fase, e de tudo estar organizado, avançamos para a realização e efectivação dos registos do Clube junto das Entidades competentes, como sejam os Registo Notariais , criação do emblema do clube, incentivar adesão de novos associados. Já tendo sido previamente efectuados contactos, com a Federação de Portuguesa de Pesca Desportiva de Alto Mar, (FPPDAM), afim de junto desta
Maior exemplar capturado por Alexandre Amorim
Miguel Moreira com o primeiro exemplar capturado 2014 Janeiro 325
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Electrónica
Notícias Nautiradar
Lifedge Apresenta Nova Capa para IPad 2/3/4 Há 18 meses atrás a Scanstrut inovou com a criação de uma capa protetora, á prova de água com certificação IP67, e com esta capa foi criado todo um conceito a que se designou de Lifedge. Esta capa á prova de água e á prova de choque permitia levar o seu iPad 1 para bordo sem receio.
LifeEdge na vela
C Capa protetora, á prova de água
hegou o momento deste fabricante atualizar e melhorar o conceito e o resultado não podia ser melhor, graças em grande parte ao contributo dos seus utilizadores apresentamos a nova capa para ipad 2, 3 e 4. Esta nova capa para iPad está perfeitamente adaptada para fazer uma vida no mar, pode visualizar o chartplotter, pode ler e-books, pode estar na praia ou passear numa montanha que o seu iPad vai estar sempre protegido e capaz de desempenhar todas as funciona-
Completamente protegido 30
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lidades. A título de curiosidade a equipa de natação inglesa utiliza o iPad com esta capa nos treinos em piscina. Nesta nova capa temos acesso para o carregador, o sistema
de encaixe melhorado, os mesmos standards quanto á prova de água, todas as funcionalidades do iPad podem ser usadas mantendo a sensibilidade ideal do “touch screen”num revestimento antiabrasivo e que permite excelente visibilidade. Nesta atualização e como equipamento standard temos um apoio de mãos livres que pode ser colocado permitindo uma leitura tanto na vertical como na horizontal. Estão disponíveis novas cores e novo acessório opcional, uma fita de flutuação. Formada por duas peças semirrígidas tem um design que previne a entrada da água e da humidade, é muito resistente ao impacto e por isso mesmo o seu iPad pode ser utilizado no exterior e em qualquer condição. Foram efetuados testes de choque em que lançado de 1 m de altura para o cimento o seu equipamento dentro desta capa não sofre qualquer dano. Uma série de acessórios estão disponíveis para colocação do iPad no painel de instrumentos, varandins, etc. A capa tem apenas 22mm de espessura. Cores: Cinzento Escuro; Cinzento Claro e Azul aqua. Com 2 anos de garantia a partir da data de compra. PRVP €136,00
Acessório de apoio
Electrónica
Para mais informações contacte o importador Nautiradar www.nautiradar.pt Acessórios Correia de flutuação: €50,00 Kit montagem em superficie AMBracket-01: €22,00 Kit montagem Rokk ajustável para superfície: €94,00
Kit montagem suporte ajustável Rokk em tubo: €113,00 Kit de montagem Rokk em tubo: €47,00 Cabo adaptador p/auscultadores: €15,00
Lente da câmera
Pega
Correia de flutuação
Dometic Apresenta Gerador BLUTEC 40D
G
erador extremamente potente, de corrente contínua de 3,5kW. Pode prover sem dificuldade à alimentação de equipamentos de ar condicionado compactos, como por exemplo com 15 000 BTU/h. A tecnologia de precisão de quartzo permite uma tensão sinusoidal pura ideal para alimentar os aparelhos elétricos mais sensíveis. Tem disponível uma saída adicional de 12 volts para carregar baterias. Este é um dos geradores diesel mais compactos no mercado e pode ser instalado a bordo do seu barco sem dificuldade. O seu peso é baixo e a superfície de apoio para instalação reduzida. Robusto com carcaça em aço inoxidável e o painel de controlo digital muito fácil e usar. Características técnicas: Potência constante 3500 W Potência máxima 4000 W Combustível Diesel Consumo máximo 1,3l/h Nível acústico 54 dBA Dimensões 570 x 528 x 406 mm Peso 85 kg PRVP (valores com Iva) Gerador 7643,00 € Kit de instalação 608,00 €
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Náutica
Associação Portuguesa de Motocruzeiros- APM
Navegações em 2013
Texto e Fotografia Raimundo Covas e Moura Teles
Deixamos aqui um conselho, não deixem de subir o Douro e de preferência da Régua para cima, é do mais bonito que Portugal tem!
A Associação Portuguesa de Motocruzeiros – APM voltou a dar cumprimento ao que se tinha proposto para 2013, quanto a navegações e a tudo o que lhe está associado.
E
do “associado” distinguimos como principais factores o convívio entre tripulações, sempre vibrante na hora do “gim técnico”, contacto com a natureza, com especial relevância ao navegar-se nos rios e, porque não dizê-lo, o gosto de confraternizar à mesa! E é tão relevante este aspecto que já houve quem propusesse – “mesacruzeiros” em vez de “motocruzeiros”...
Quanto a navegações fez-se rumo ao Seixal por duas vezes; cumpriu-se mais uma vez a tradicional subida do Tejo até Valada do Ribatejo; voltou-se ao Douro partindo da Afurada, chegando a Barca d’Alva; com mar calmo parte da armada APM largou para a Marina de Troia e, outra parte, instalou-se em Portimão. Para recordar as “navegações” e o “associado” reeditaram-se os convívios do “Magusto APM” e do “Jan-
Na Ilha dos Amores no rio Douro 32
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tar de Natal APM” e mantiveram-se os “Almoços APM à 6ª-feira”, onde tudo se prepara. Geralmente realizam-se na sede, mas aconteceram algumas derivações exploratórias de outros sabores! A subida até Valada, que tem a data de 10 de Junho como referência, este ano sendo uma segundafeira e com o feriado de Lisboa a 13 de Junho, quinta-feira, proporcionou uns dias de tranquila estadia em Valada à parte “reformada” da Armada APM! Cumpriu-se também o que já vem sendo habitual na subida – atracou-se na Marina de Alhandra, usufruindo da permissão sempre Amiga do Clube Náutico, para o já tradicional almoço no “Voltar ao Cais”, saboreando a cozinha dos nossos Amigos Dina e Marco. No dia 22 de Junho, na “Douro Marina” instalada na Afurada, foz do Rio Douro, foram postas a nado as embarcações APM que se iriam subir até Barca d’Alva. A “crise” que nos atormenta, não permitiu se encontrassem, como em idênticos eventos anteriores, com as embarcações de maior porte da Armada APM que, navegando de Lisboa, consomem para além do admissível no “aperto” a que estamos obrigados!
A estadia na “Douro Marina” foi superior a uma semana, pois quisemos apreciar embarcados as noites de S. João no Porto e na Afurada, antes de iniciarmos a subida do Douro. E valeu a pena, o fogo-deartifício lançado frente à Ribeira e da Ponte D. Luís, apreciado navegando, encantou todos que estavam embarcados. Houve Companheiros da APM que não podendo subir o Douro, rumaram à Afurada para usufruírem desse acontecimento. Como nota a registar: no dia seguinte almoçámos todos num restaurante da Afurada – pagaramse as sardinhas congeladas a dois Euros cada (!), mas... houve oportunidade de muitos se confrontarem com a liberdade linguística do Porto, “carago”! Mas fomos excelentemente tratados na “Douro Marina”, ficámos encantados com o profissionalismo, com a disponibilidade e gentileza dos “Marinheiros”, dos três elementos femininos da “Recepção” e da Direcção. Realce também para o seguinte: ao acordarmos encontrávamos sempre dois “moleques” para o nosso pequeno-almoço - tão simples e tão acolhedor! Quanto à subida e descida do Douro sempre encontramos muito
Náutica
de novo na paisagem, para além de voltarmos a recordar anteriores vistas. Como tal, voltámos a desfrutar Galafura e a subida do Rio Bestança. Neste acabou o posto aquícola, mas a sua água continua límpida e fria, mesmo assim proporcionando uma bela banhoca nas suas piscinas naturais que as pedras de granito formam. E na descida a paragem de dois dias na Ilha dos Amores, só para a Armada APM? Soberba! Serviu para retemperar forças, fazer umas sestas sobre uma manta improvisada aproveitando a sombra das árvores e, pôr à prova um grelhador a carvão sem fumo, “tratando” a posta mirandesa adquirida num talho de Alpendorada. Também numa madrugada calma voltou a fazer-se ouvir a já tradicional serenata com fado de Coimbra, com a as “goelas” do Joari III no máximo... Oh, Ilha dos Amores volta sempre! Para além do “arroz de berbigão” e da “comida leve” – grão com bacalhau com alho, feitos a bordo, confirmámos que o peixe frito na Foz do Sabor, a sopa de peixe na “Petiscaria Preguiça” e a posta na “Lareira” em Mogadouro, entre outros sabores, mantêm a mesma qualidade. E que qualidade! Fomos também mais uma vez visitar os nossos Amigos Família Abrantes da “Quinta da Daniel”, com o muito apreciado vinho “Valle do Nídeo”. Mais uma vez tivemos uma recepção a deixar-nos nova-
Mais complicado foi abastecer combustível... O IPTM tinha-nos facultado um folheto com locais preparados para tal - pura mentira mente encantados, não podendo deixar de enaltecer a nova sala de provas e agradecer as degustações proporcionadas. Que belas “pingas”! Estivemos no Douro três semanas, navegámos 430 Km, 232 Mn. As eclusagens foram perfeitas, os ancoradouros foram fáceis onde não houve Marinas. Mas neles... em alguns, já houve água e electricidade e, agora, está tudo vandalizado! Mas lá nos fomos “desenrascando”, às vezes com a ajuda do electricista da Câmara para a electicidade, obviamente! Aconteceu na Foz do Sabor, quanto lhe ficámos gratos... Mais complicado foi abastecer
A água límpida e fria, proporcionou uma bela banhoca nas suas piscinas naturais
combustível... O IPTM tinha-nos facultado um folheto com locais preparados para tal - pura mentira. Um exemplo foi a Ferradosa - está lá a bomba, mas já há muito tempo sem “gota”! Tivemos mais acima a disponibilidade do dono da “Pesticaria Preguiça” para, com a sua viatura, nos levar à bomba mais próxima – 25 Km. Expressamos aqui o nosso agradecimento e o elogio à sopa de peixe! Contudo, deixamos aqui um conselho: não deixem de subir o Douro e de preferência da Régua para cima, é do mais bonito que Portugal tem! Regressada a armada a Lisboa a 14 de Julho, a 20 do mesmo mês, juntando mais embarcações, rumou-se à Marina de Troia permanecendo por aquelas paragens até ao dia 15 de Agosto. É um local que merece a geral simpatia da APM, para além de ser bem recebida pela Gerência e que se agradece. Proporciona usufruir de boas praias dentro do Rio Sado, com a temperatura da água muito convidativa; boas pescarias que terminam em apuradas caldeiradas ou saboreando o peixinho fresco devidamente grelhado, tudo feito
a bordo por mão sábias e mesmo passeios pedestres, tendo um deles proporcionado visitar as “ruínas de Troia”. O “Magusto APM” teve lugar no dia 8 de Novembro. O Sport Clube de Pedrouços, através do seu Presidente, faculta o local para o evento e, com todos à volta da grelha, donde levam a “grelhada” para a mesa, vai-se convivendo, relatando e recordando as peripécias vividas nas navegações havidas. Tudo acompanhado por uns púcaros de água-pé, claro. Antes de esgotar a água-pé, o que nunca acontece! lá aparecem as castanhas “quentes e boas” - afinal foi por causa delas que o magusto aconteceu! O “Jantar de Natal APM”, também denominado “Jantar do Peru” aconteceu no dia 21 de Dezembro. O Delfim e seus Colaboradores, no restaurante do Pedrouços, proporcionaram aos Sócios da APM, seus Familiares, Amigos e Convidados a degustação do dito peru. Seguiu-se a troca de prendas e os desejos, por parte do Presidente da APM, a todos os presentes e ausentes de Boas Festas, com um Feliz Natal e um Bom Ano com Saúde e Boas Navegações (apesar da crise!).
Estivemos no Douro três semanas e navegámos 232 milhas náuticas 2014 Janeiro 325
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Pesca Desportiva
Pesca Embarcada
Competição
Materiais do Nosso Tempo
Apesar dos barcos a motor serem uma realidade, ainda existem muito que “andam à vela”, não querem velocidade a mais, sendo do género “leve leve”; Da mesma forma, na pesca desportiva há muitos pescadores que preferem não sentir a adrenalina da competição e deixam-se ficar por uma pesca mais calma, meramente recreativa, excelente para relaxar mas com pouco sal.
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Pesca Desportiva
Texto Mário Santos Fotografia: Autor e Redação/Mundo da Pesca
Todos os pescadores que evoluíram na competição sabem que na competição a velocidade evolutiva é tremenda
Chumbada azul pouco usual mas a mostrar que as regras são os peixes e as condições que as ditam.
T
odos os pescadores que evoluíram na competição sabem que já não há espaço para “andar à vela”, que na competição a velocidade
evolutiva é tremenda, que todos os anos surgem novos materiais que empurram o que pensávamos ser excelente apenas para bom, ou seja, a evolução é constante e não dá sinais de 2014 Janeiro 325
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Pesca Desportiva
Os comprimentos de cana hoje em dia superam bem à vontade a casa dos 3 metros abrandar. Existem também no nosso país algumas pessoas – poucas – que fazem um trabalho notável ao cativarem jovens pescadores para a competição e pelo caminho correto, mas tal e qual um pai a ensinar um filho, não chegar ensinar a caminhar, é imperativo deixá-lo correr; Assim, a ideia de escrever umas linhas em relação aos materiais
tem a intenção de encurtar um pouco a distância entre o “caminhar e o correr”, evitando assim custos desnecessários com material, provavelmente menos útil ou inadequado. Sendo que a competição visa essencialmente o maior número de capturas possíveis mantendo a medida da competição (regra geral é superior à
medida da lei), por esta razão interessa-nos utilizar um tipo de material o mais ligeiro possível mas suficientemente forte para nos permitir obter um bom nível de capturas ao longo do tempo da prova. As canas Este item tem gerado alguma controvérsia pelo que é neces-
Só têm hipóteses de ganhar aquele que se arrisca a perder, e apenas em competição devidamente organizada é que testamos realmente os nossos conhecimentos
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sário uma explicação prévia. É um facto que cada vez existe menos peixe e o pouco que há é mais pequeno, daí as canas tenderem a ser mais compridas e rígidas, com o objetivo de alargar mais o nosso espaço de ação e o mais rápido possível; Isto só é possível com canas mais compridas, com comprimentos superiores a 3,70m, sendo normal chegar aos 5m. Mas se o baixo estiver por baixo do barco e o pescador se adaptar bem a uma cana curta, porque não usá-la? O fundamental é que o material esteja bem adaptado ao pescador e às condições da pesca no
Pesca Desportiva
momento. Os importadores têm mostrado que estão abertos e têm oferecido ao mercado diversos tipos de canas que satisfazem na integra as exigências, com canas telescópicas de 5m, mas que se fixam 3 ou 4m, ou então canas de partes com kits de aumento capazes de fazerem na mesma cana vários tipos de comprimento, cabendo ao pescador escolher a que melhor se adapta ao seu tipo de pesca e não esquecendo a realidade a que estamos submetidos. Carretos Não podemos esquecer que
Destorcedor 2014 Janeiro 325
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Pesca Desportiva
A competição visa essencialmente o maior número de capturas possíveis 38
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Pesca Desportiva
numa competição é mais importante capturar muitos exemplares médios do que apenas alguns de maior dimensão, visto que os atuais modelos de classificação premeiam mais quem trabalha do que quem tem sorte. Como raramente as profundidades ultrapassam os 80m, tendo na maior parte dos locais profundidades entre os 40 e 60m, nós não temos necessidade de recorrer a “rebocadores”, e interessa principalmente que sejam carretos rápidos e fundamentalmente que tenham uma boa embalagem, porque regra geral temos que usar linhas e anzóis bastante finos. Na generalidade dos casos estes carretos são munidos de linha do tipo multifilamento com diâmetros desde 0,06 e 0,18mm (conforme as marcas) ao qual se adiciona um “airbag” com 0,28 e 0,35mm e que, conforme o comprimento da cana, varia de 8 a 15 m. Ainda que timidamente comecem a existir alguns pescadores a utilizar linhas de monofilamento em fluorocarbono no carreto, e que depois de algum treino, e não ultrapassando os 40 a 50m de profundidade têm muitas vantagens em relação aos multifilamentos.
Em competição interessa usar material o mais ligeiro possível mas suficientemente forte para nos permitir obter um bom nível de capturas ao longo do tempo da prova o peixe é pequeno ou a pesca é baseada em espécies menos nobres, mas que muitas vezes fazem a diferença no resultado final. Este tipo de anzol deve ser utilizado de forma muito rápida e sem dar hipótese ao peixe de virar a cabeça, requerendo al-
gum treino prévio, mas quando se adquire alguma técnica os resultados são excelentes. As cores das chumbadas Em relação às cores penso que está tudo por dizer já que, por
exemplo, a cor mais utilizada é o vermelho, mas esta é também a primeira cor a desaparecer, tornando-se cinzenta; o branco pode ser uma boa opção para “rapar” as espécies menos nobres; Há vários relatos de excelentes resultados com a cor
Anzóis Conforme a espécie que se pretendam capturar, temos de usar o anzol mais adequado, e que pode variar: - Haste curta, tipo chinu e forte, caso se pretenda essencialmente capturar sargos ou outros peixes com “boca dura”, ou também naqueles dias em que o peixe está mais desconfiado e se torne necessário tapar completamente o anzol; - Tipo maruseigo e bem fortes quando temos a sorte de encontrar um bom cardume de besugos ou sargos de bom tamanho, já que este tipo de anzol permite fazer iscadas maiores (haste mais comprida) e na generalidade das vezes ficam com a haste de fora da boca do peixe, facilitando a recolocação em ação de pesca; - Existe também uma nova geração de anzóis bastante finos, com um bico muito afiado e quase sem barbela, que é o dial para aqueles dias em que 2014 Janeiro 325
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Pesca Desportiva
A facilidade de encontrar bons carretos no mercado é hoje em dia muito grande. Aquilo com que os enchemos é que pode fazer a diferença.
A variedade de anzóis é enorme, mas a eficácia de cada um deles é maior em casos e condições muito particulares 40
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Pesca Desportiva
- Trabalharem bem para que as nossas montagens durem o mais tempo possível, e não se corra o risco de perder um exemplar devido ao tenso estar “torcido”. - Serem suficientemente fortes para não partirem. Em qualquer dos casos devem ser travados com micromissangas o mais duras possível para não criarem atrito no conjunto.
A grande verdade Existem ainda uma série de utensílios que compõem o nosso material para utilizar durante uma prova ou uma simples pescaria com os amigos, mas no essencial são estes que foram referidos que formam a base; os tipos de montagens serão alvos de abordagem num próximo número. Para finalizar apenas resta dizer que ninguém começa pelo
fim e que é necessário uma boa base para se chegar aos resultados dignos de competição. Não se esqueçam que só têm hipóteses de ganhar aquele que se arrisca a perder, e apenas em competição devidamente organizada é que testamos realmente os nossos conhecimentos, porque os nossos conhecimentos, porque se formos pescar sempre sozinhos, não há quem nos ganhe.
amarela e tradicionalmente o preto é dirigido para exemplares de maior dimensão. Pessoalmente, acho que a mistura de algumas combinações de cores dão bom resultado, mas aconselho que se vão preparando com estas várias tonalidades e na hora de pescar “perguntamos” ao peixe qual a cor que pretende. Acreditem que só temos de perguntar e depois saber “ler a resposta”. Destorcedores/ Cross beads Nesta área o mercado oferece-nos uma gama de tal maneira ampla que caso não se saiba realmente o que se quer ficamos confundidos. O importante é: - Serem o mais discreto possível 2014 Janeiro 325
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Pesca Desportiva
Só têm hipóteses de ganhar aquele que se arrisca a perder
Vantagens dos Multifilamentos - Não tem qualquer emenda ao longo da linha (não necessita de airbag) - Excelente sensibilidade (ausência de memória) - Permite “trabalhar” mais rápido o peixe, dado que a pouca elasticidade que tem absorve as investidas do peixe, podendo o pescador manter a
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velocidade de recuperação - Permite fazer lançamentos consideravelmente mais largos - Trabalha com mais segurança um exemplar de maior dimensão, ultrapassando estas profundidades torna-se necessário algum treino para manter estas características.
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Notícias do Mar
Conhecer e Viajar pelo Tejo
Texto Carlos Salgado
O Querer e a Identidade do Tejo Perdurará, Não Obstante! O meu entrevistado é o Professor Carlos A. Cupeto que, para além da sua carreira académica desempenhou um papel importante como Diretor na ARHTejo- Administração da Região Hidrográfica do Tejo. sua existência, assim o demonstra. O Tejo é um rio que viveu tudo o que há para viver e que na Lezíria espraia todo o seu saber. Talvez por isso, desde sempre, o Tejo atraiu pessoas que com ele partilharam vida e saberes. Assim foi e assim será. Assim é hoje, o Tejo alimenta a alma de quem o vive, nem que seja pela contemplação de um final de tarde. Quem tem o privilégio de puder viver o Tejo não pode virar as costas a esta dádiva. Mesmo que uma qualquer conjuntura de ignorantes (ir)responsáveis o esqueça e não o compreenda, o querer e a identidade o Tejo perdurará. Todas as terras têm um rio, o mais bonito de todos. Esta certeza popular diz tudo sobre a importância do rio. Muito mais do que o escoamento superficial da água, um
E pergunta:
Professor Carlos A. Cupeto
m virtude do seu vasto conhecimento sobre o Tejo era fundamental fazer-lhe a seguinte
CS- As potencialidades do Tejo como recurso natural, eixo identitário, património cultural, material e imaterial, e recurso económico, que futuro?
CC- Como qualquer grande rio, o potencial do Tejo é quase infinito. A sua história e relacionamento com as comunidades, que desde remotamente nele sustentaram a
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Notícias do Mar
rio é vida. Que o diga quem vive o Tejo, nem que seja só com os olhos, ao longe, de quando em vez. Muito para além das suas margens, o rio são as pessoas e as pessoas são o rio. Desde há milhares de anos que é assim no Tejo, o melhor e mais bonito rio do mundo, porque é o nosso rio, mas também porque tem tudo, tem vida e tem alma, que contagia a quem ele toca. Como todos os rios maturos, a diversidade torna-o ainda mais precioso. Uma bênção às terras que ele atravessa, desde a Beira, com uma beleza natural impar e estatuto de Parque Natural, até a um dos maiores estuários da Europa, em Lisboa. Um ponto singular a nível mundial em matéria de biodiversidade, designadamente no que respeita à avifauna. Mas o mais importante de tudo são as pessoas, as pessoas que vivem o rio, que sentem o rio. Depende de cada um de nós, saber respeitar e tirar o maior proveito económico, social e ambiental do Tejo, seja pela irrigação dos campos, seja pela navegabilidade, pela pesca, ou pela atividade turística e desportiva. Este é um lugar que tudo nos dá e quase nada nos pede. Depende apenas de nós fazermos do Tejo, a nossa terra, um lugar ótimo para viver. E nesta matéria, como quase sempre, ninguém pode ficar
O Cais e a ponte sobre o Tejo
(…) para que nunca mais, Tejo, os meus olhos possam voltar-se para outro lado quando tiverem diante de si a tua grandeza, Tejo, mais bela que qualquer sonho, porque é real, concreta, e única! («Ode ao Tejo e à memória de Álvaro de Campos», in Lisboa com Seus Poetas: Colectânea, org. de Adosinda Providência Torgal e Clotilde Correia Botelho, Lisboa, Dom Quixote, 2000, pp. 71 e 73)
Castelo de Almourol
de fora e demitir-se, na confortável posição do “eles” ou “não tenho nada a ver com isto”. A forte identidade cultural do Tejo é, desde logo, uma mais-valia que muitos outros não têm, assente numa base social e económica muito ligada ao rio que ao longo do seu curso molda a paisagem e que, através dos tempos, convidou o Homem a desenhar as suas atividades e usos do território em harmonia com as características biofísicas locais. Esta é a primeira e mais importante das condições para um território sustentável e com futuro. Uma realidade muito diferente do crescimento a qualquer preço que nos atiram para os olhos, a isto chama-se desenvolvimento inteligente, na sequência do qual se criam lugares seguros e felizes. É isto que queremos partilhar, ser felizes nesta terra que é de todos e a ninguém pertence a não ser
ao Tejo. Para que tal seja possível cada um apenas tem de fazer o que deve. Contrariamente ao que possa parecer, o Tejo, como todos os rios, não divide, antes une. Une Santarém a Almeirim/Alpiarça, Abrantes a Rossio ao Sul do Tejo, Rio de Moinhos a Tramagal, Vila Nova da Barquinha/Tancos a Arrepiado, etc. Também Lisboa tem que inverter o habitual paradigma da separação da margem sul pelo Tejo. É o contrário, as duas margens estão unidas pelo Tejo. Este pensamento, ao revés, muda tudo. Queremos fazer e sonhar; uma tribo que não sonha morre [provérbio africano]. Nestes tempos difíceis sonhemos com um Tejo vivo e vivido, um Tejo rico e sustentável e ele, esse grande rio, vai-nos certamente compensar.
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Notícias do Mar
Conhecer e Viajar pelo Tejo
Texto Carlos Salgado
O Tejo Merece Mais, dos Ditos Responsáveis
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As Portas de Ródão
e facto, o que o meu entrevistado diz, com grande realismo, reflecte bem uma visão do Tejo e do seu universo, de quem o viveu de perto e quer, como eu, que ele seja Vivo e Vivido. Identifico-me completamente com o que ele diz e como o diz. Confesso que é o que eu gostava de dizer, se tivesse a mesma eloquência. Portanto, só me resta aproveitar para recordar em poucas palavras, algo do que tenho vindo a dizer nesta
minha rubrica mensal: “O Tejo, rio de muitos donos, se não fosse tão forte já estaria morto; Sofreu maldades e encheu-se de probelemas; Comeram dele as indústrias poluentes, a agricultura intensiva, a construção civil, as hidroeléctricas, a pesca ilegal e ultimamente alguns parasitas. Contudo, o nosso grande rio ainda tem condições para renas-
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cer. O que é preciso é coragem, vontade política, honestidade, competência e cultura de empreendedorismo”. “Não Tejo, Não és tu que em mim te vês Sou eu Que em ti me vejo” – Tenho para mim que o nosso saudoso Alexandre O´Neil quis dizer neste poema que o homem, mesmo reconhecendo que depen-
de do Tejo, ainda não tomou consciência de que é ele próprio que contribui para a degradação do seu rio. “O homem não pode ignorar que todo o mal que fizer à floresta e aos campos é-lhe devolvido pela água dos rios. Tivemos recentemente uma prova disso quando as águas das recentes enxurradas vinham super carregadas das cinzas e de outros detritos que foram arrastados para os rios, devido aos fogos”.
Do Tejo para o mundo
Motonáutica
Campeonato da Europa de Endurance 2014
Portimão Passa a Europeu de Resistência Finalmente a corrida internacional de Portimão em Portugal se torna num Campeonato Europeu de resistência em 2014 como tinha sido anunciado este ano no VI Endurance Internacional.
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a verdade vai ser um campeonato composto por duas provas, uma em Portugal e outra em França. Organizadores portugueses (Promotora Livre) uniram-se com Thierry Scharff para desenvolver este campeonato que será intitulado de “European Championship UIM” após o ranking acumulado das duas provas. A parceria foi formalizada em Paris no
Salão Náutico - Boat Show no stand da JetPulsion entre os dois organizadores. A revista Francesa JetPulsion irá cobrir este campeonato. As datas já foram confirmadas, onde a primeira prova em Portugal está marcada para 10 de maio e 11 em Portimão, prova feita em mar, enquanto a prova em França está prevista para setembro, no Lago Pareloup em Aveyron. O formato é o mesmo para ambos as provas, ou seja, duas mangas de
três horas para as motas de água e uma hora e trinta para os jets, com um parque fechado entre as mangas. Espera-se que este campeonato vai atrair equipes oficiais, dado que os vencedores vão conquistar o título
de Campeão Europeu UIM. A prova Portuguesa conta com o apoio técnico e logístico por parte da Federação Portuguesa de Motonáutica, com a parceria do Município de Portimão, Clube Naval de Portimão e Marina de Portimão.
Thierry Scharff (França) e Freddy Jorge(Portugal) no stand da JetPulsion onde a parceria foi formalizada 2014 Janeiro 325
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Pesca Desportiva
EFSA Portugal
Eleitos os Novos Órgãos Sociais No dia 23 de Novembro de 2013, realizaram-se em Portimão duas Assembleias Gerais, uma delas para se efectuar a Eleição Intercalar dos Órgãos Sociais da EFSA Portugal para o biénio 2013 / 2015.
Os nomes (com as respectivas funções), são os seguintes, da esquerda para a direita: Josué Lima (Secretário da Direcção); Jacinto Afonso (Secretário Suplente da Assembleia Geral); Adérito Alves (Tesoureiro da Direcção); Luís Borges (Presidente da Direcção); Amadeu Lourenço (Vogal da Direcção); Rui Carreiró (Vogal do Conselho Fiscal); Carlos Oliveira (Vogal da Direcção); José Marques (Presidente da Mesa da Assembleia); Roldão Basto (Presidente do Conselho Fiscal).
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Programa da Lista referia, que se pretendia salvaguardar o Futuro da EFSA Portugal. Com o País em crise profunda, a EFSA Portugal acabou por ser gravemente afectada, causada não só pela inexistência de apoios a vários níveis, como também e sobretudo pela redução drástica de associados, o que tornou difícil a implementação de actividades de pesca desportiva. Por outro lado, a tragédia conhecida (o falecimento de Jorge Fernandes), que se pré-anunciava há bastante tempo, também desmotivou os seus dirigentes. Foi referido e apoiado, que agora conviria reagir positivamente a estas adversidades, ou seja, por um lado aceitar com naturalidade o passado, por outro não deixar de tomar medidas realistas. Com humildade e até algum sacrifício pessoal de muitos dos membros da lista que se apresentaram a sufrágio, o objectivo será manter viva e actuante a EFSA Portugal no País, bem como e também, obviamente, a nível europeu. Nestes termos, o Plano de Ac48
tividades, que foi aprovado para 2014, só poderia ter um perfil minimalista: - Realização de pelo menos dois torneios desportivos em 2014, um de costa e outro de barco; - Participação de Equipas Portuguesas em Torneios Europeus, dentre as diversas opções, que a
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EFSA apresenta; - Realização de actividades lúdicas de pesca, eventualmente propostas por Delegados ou Associados; - Dinamização da captação de ex-sócios, e novos, com medidas de ajustamento a estudar e a implementar;
- Outros eventos, que possam ser inseridos nos objectivos da EFSA Portugal. Quanto ao Orçamento da EFSA Portugal para o ano de 2014, referiu-se que a base financeira terá de ter como suporte principal o valor oriundo da quotização dos associados e apoios provindos de entidades diversas. A lista dos Órgãos Sociais foi aprovada por unanimidade, apresentando a seguinte constituição:
ASSEMBLEIA GERAL (MESA) José Marques (Presidente) Manuel Silveira (Secretário) Fernando Paiva (Vogal) Jacinto (Vogal) DIRECÇÃO Luís Borges (Chairman) Josué Lima (Secretário) Adérito Alves (Tesoureiro) Carlos Oliveira (Vogal) Amadeu Lourenço (vogal) CONSELHO FISCAL Roldão Basto (Presidente) Aníbal Silva (Secretário) José Manuel (Vogal) Rui Carreiró (Vogal)
Náutica
Notícias Touron
Nova Gama MotorGuide X15 de Pedal sem Fios A MotorGuide, marca com mais de 50 anos de experiência no desenvolvimento e produção motores eléctricos para pesca, acaba lançar, a nível mundial, a gama inovadora Xi5 sem fios e com direcção eléctrica.
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sta nova gama é fabricada com materiais resistentes e possui características únicas, tais como funcionamento silencioso, controlo de precisão e um sistema de acondicionamento e arrumação muito simples. “O Xi5 é o resultado do objectivo traçado, após escutar as suas sugestões, de entregar aos nossos clientes um produto direccionado às suas necessidades. Oferece potência silenciosa e muita confiança, permitindo ao pescador navegar de forma precisa, mantendo sempre a máxima concentração na pesca, sem preocupações com o controlo do seu motor”, afirmou John Lasschuit, Director de Produto da MotorGuide. O seu funcionamento sem fios não é uma opção, é uma característica do MotorGuide Xi5. Os modelos vêm, de série, com pedal sem fios, dispondo dum controlo intuitivo. O controlo está posicionado para proporcionar uma navegação fácil, permitindo ao pescador concentra-se no essencial, a pesca. Para todos aqueles que preferem diferentes formas de controlar o motor, há a opção de comando de punho sem fiod. O comando, com sistema de homem ao mar incluído, permite, de forma cómoda e simples, controlar o motor com toda a precisão. O Xi5 é fabricado com materiais resistentes e duráveis, com electrónica totalmente encapsu-
lada, ferragens em aço inoxidável e coluna construída com um composto praticamente indestrutível. O seu funcionamento silencioso é uma das características mais visíveis do Xi5. Com uma hélice Safari, com pás anti-algas, de rotação muito suave, com direcção ultra silenciosa e com amarrações sólidas, o Xi5 é um dos motores mais silenciosos jamais construídos dentro e fora de água. O Xi5 está disponível em modelos de 12, 24 e 36 Volts, com potências de 55 a 105 libras de impulso e com grande variedade de dimensões de colunas. Mais informação em: www.touron-nautica.com
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Surf
6ª Etapa do Circuito Nacional de Bodyboard Esperanças
Carcavelos Coroa Campeões do Bodyboard Esperanças A praia de Carcavelos vestiu as melhores roupas (ondas de metro e meio com boa formação e vento offshore) para sagrar os campeões nacionais de bodyboard esperanças, na 6ª etapa e Finalíssima do Circuito Nacional que decorreu no fimde-sermana de 14/15 de Dezembro na emblemática praia da Linha.
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David Vedor (CRC Quinta dos Lombos), respectivamente, a emoção estava toda concentrada na conquista dos campeonatos de sub-18 feminino, sub-16 e, especialmente, sub-18.
Em sub-18 feminino, Filipa Fernandes, do Surf Clube de Viana acabou por ratificar o bom desempenho ao longo da temporada e arrebatou a coroa, enquanto Guilherme Guerra su-
Fotografia: Diogo Soutelo
om os títulos de sub-14 e de sub12 já precocemente entregues a Pedro Machado, da Associação Onda do Norte (AON) e
Guilherme Guerra, campeão nacional sub 16
Os campeões Pedro Machado, Guilherme Guerra, Stephanos Kokorelis, David Vedor e Filipa Fernandes 54
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plantou um péssimo início de temporada e sagrou-se campeão sub-16. “Foi óptimo vencer!”, desabafou Filipa, que, aos 18 anos, termina a sua carreira no Circuito de Esperanças: “Era o meu grande objectivo da temporada e ganhar aqui hoje, com estas condições, muito difíceis, e com concorrência tão forte, foi fantástico.” Filipa Fernandes olha agora para o futuro: “Quero continuar a treinar e a evoluir para poder competir no Pro Tour feminino, onde o nível é muito elevado.” Já Guilherme Guerra, revelou um misto de alegria e até algum alívio: “Foi muito difícil conquistar este título. Já fui campeão de sub-12 e sub-14, mas este ano foi, claramente, o mais complicado. Comecei muito mal a época, a perder na primeira ronda da primeira etapa e tive de vir de baixo para cima, recuperando con-
Surf
Mauro Bandeiras
Guilherme Guerra, campeão de sub 16 fiança.” O atleta do CRC Quinta dos Lombos explica que só no final da temporada sentiu a “redenção” do mau arranque: “Quando venci na Figueira e, depois, fui segundo nos Supertubos. Aí senti que estava de volta e com boas hipóteses de ser campeão.” Mas a grande emoção do
dia foi, claramente, para a ultracompetitiva final de sub-18. Com Stephanos Kokorelis (CRCQL), Miguel Adão (Associação de Bodyboard da Foz do Mondego), Mauro Bandeiras (Aquacarca) e o “outsider” Guilherme Guerra, e as eliminações dos candidatos Bernardo Esparteiro (Aquacarca) e Simão Monteiro (CRCQL), tudo estava em
aberto: quem ganhasse a final era campeão, com excepção de Guilherme que, por ironia das contas, em caso de vitória, daria o triunfo a Simão Monteiro. O heat foi dominado por Mauro Bandeiras que, todavia, nos derradeiros minutos da bateria, se viu ultrapassado por Steph Kokorelis e o figueirense Miguel Adão, que acabaram com o sonho do título para a jovem vedeta da Aquacarca. No final, Steph Kokorelis, já reputado como um mais promissores talentos do bodyboard europeu e mundial, mostrou-se muito satisfeito pelo que é, afinal, aos 16 anos, o seu primeiro título nacional: “Foi uma final muito difícil. Estava um pouco nervoso e por isso passei a maior parte do heat desencontrado com as ondas. Felizmente, lá
apanhei uma direita que me permitiu fazer um bom ‘rollo’ e a partir daí fui construindo o meu score final. É verdade que já sonho com outros campeonatos e a uma escala maior que o Nacional Esperanças, mas vou continuar a competir neste circuito pois gosto muito e o nível é muito alto. Apenas talvez não seja é a minha prioridade…”
Classificações Sub-18 1º Stephanos Kokorelis (CRCQL) 2º Miguel Adão (ABFM) 3º Mauro Bandeiras (AQUA) 4º Guilherme Guerra (CRCQL) Sub-16 1º Afonso Alexandre (ABFM) 2º Guilherme Guerra(CRCQL) 3º Isaac Moreira (CNPOV) 4º João Veloso (AON) Sub-14 1º Pedro Machado (AON) 2º Miguel Ferreira (AQUA) 3º Gonçalo Sousa (AQUA) 4º Tomás Silva (ABFM) Sub-12 1º David Vedor (CRCQL) 2º António Ferreira (AQUA) 3º Rodrigo Lopes (AQUA) 4º Diogo Sousa (ABS) Sub-18 fem 1º Mafalda Peixoto (ABFM) 2º Carolina Esteves (ABFM) 3º Patrícia Raquel (CRCQL) 4º Diana Nunes (ABS) Campeões Circuito Nacional Bodyboard Esperanças 2013 SUB-18: Steph Kokorelos (CRCQL) SUB-18 fem: Filipa Fernandes (SCV) Sub-16: Guilherme Guerra (CRCQL) Sub-14: Pedro Machado (AON) Sub-12: David Vedor (CRCQL)
Condições épicas na praia de Carcavelos todo o fim-de-semana 2014 Janeiro 325
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Surf
Ondas Grandes em Peniche
Joana Andrade a Primeira Portuguesa nas Ondas Grandes
Joana Andrade candidata-se aos prémios Billabong XXL na categoria “Biggest Wave Ride”, com a maior onda surfada por uma mulher Portuguesa.
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Joana Andrade em foto de Vasco Lazaro 56
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Pai Natal chegou mais cedo e deixou algumas prendinhas de peso para os mais corajosos. Bem pode dizê-lo Joana Andrade, surfista de 33 anos, que surfou no dia 23 de Dezembro a maior onda surfada por uma portuguesa em Portugal, puxada por Ramon Laureano. A ex-surfista profissional, residente na Ericeira e que conta já com vários títulos a nível nacional e europeu, resolveu elevar a fasquia e aventurar-se nas ondas grandes em Peniche. A grande atitude e experiência de mar foram determinantes para que conseguisse descer uma onda poderosa e tubular, estimada entre 8 a 10 metros,
Fotografia: João Rosado
Surf
Joana Andrade e Ramon Laureano
que a coloca como candidata aos prémios Billabong XXL, na categoria “Biggest Wave Ride” feminino. Segundo António Silva, surfista de ondas grandes, a onda da Papoa “é a Mavericks portuguesa”, e tem um potencial enorme. Segundo a equipa da Jet Resgate Portugal, “a península de Peniche, quando favorecida pelas condições ideais, torna-se facilmente num dos melhores locais para a prática do surf em ondas grandes no nosso País”. Aliando o espírito de surf e as condições naturais da costa, a oferta de surf em Peniche revela-se cada vez mais abrangente e complementar, susten-
tando cada vez com mais ênfase o slogan “Peniche – Capital da Onda”. Na sessão de tow in surf estiveram presentes Ramon Laureano e António Silva, assim como alguns dos alunos do curso de tow in e resgate leccionado pela Jet Resgate Portugal. Há que salientar que a segurança é requisito obrigatório em qualquer modalidade extrema, e todos os membros envolvidos na sessão têm formação adequada para a prática da modalidade. A sessão foi registada por muitos fotógrafos, merecendo destaque a fotografia obtida por João Rosado, de Peniche que foi adoptada como a foto principal da candidatura.
Fotografia: João Rosado
Joana Andrade fotografada por João Rosado
Ramon Laureano na mota de água 2014 Janeiro 325
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Surf
SCV Mantém o Surf ao Mais Alto Nível
Filipa Fernandes é Estrela Nacional de Bodyboard Filipa Fernandes, atleta formada na Escola do Surf Clube de Viana, é a grande sensação do momento do bodyboard nacional ao ter-se sagrado no passado dia 15 de Dezembro Campeã Nacional de Bodyboard Esperanças.
Filipa Fernandes Campeã Nacional de Bodyboard Esperanças 2013
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Eric Rebiere, atleta do SCV, Campeão Europeu ESF 2013 58
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atleta ao posicionarse em quinto lugar na finalíssima deste Circuito, em Carcavelos, coroou assim, uma sucessão de grandes êxitos recentes. O SCV, tal como ao longo de toda a sua história, continua a desenvolver um trabalho de relevo em prol do surf, ao nível local, nacional e internacional. Filipa Fernandes, estudante na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, que havia sido a grande vencedora de três outras etapas do Circuito Nacional de Bodyboard Esperanças, a da Ericeira, a de Viana do Castelo e a de Peniche, em Carcavelos, arrecadou a consagração máxima desta competição. Do seu vasto e cimentado palmarés, destaque para os seus mais recentes títulos: Campeã Nacional de Bodyboard Esperanças 2013; Bicampeã, duas vezes medalha
Surf
de Ouro, nos XIX Jogos Náuticos Atlânticos, em Viana do Castelo; e Vice-Campeã da Taça de Portugal 2013, em Peniche. A Equipa de Bodyboard de Competição, apoiada pelo SCV, é composta por seis atletas “esperanças”. Participou, recentemente, em seis Etapas do Circuito Nacional, na Taça de Portugal e nos Jogos Náuticos Atlânticos. Entre os atletas do SCV, também têm estado em destaque Eric Ribiere, que se sagrou Campeão Europeu de Surf ao vencer a prova inaugural e a única doEuropean Tour of Surf, organizada pelo SCV no passado mês de agosto, na praia da Arda, em Afife, e João Guedes, membro da Seleção Nacional de Surf, 3.º classificado por Seleções - Eurosurf 2013, realizado em São Miguel, Açores. Surf é presença de êxito nos currículos vianenses O SCV continua a desenvolver um vasto leque de atividades de âmbito local. No passado dia 13 de dezembro terminou o primeiro período de surf enquanto atividade letiva curricular nas disciplinas de Educação Física, em Viana do Castelo, que se havia iniciado a 25 de setembro deste mesmo ano. No CAR SURF de Viana do Castelo, sobretudo formação teórica,
aulas de surf e bodyboard, recolhas de resíduos na praia do Cabedelo e eco-caminhadas constituíram o programa principal ministrado a alunos de cinco estabelecimentos de ensino da região: Escola Pedro Barbosa, Escola Frei Bartolomeu dos Mártires, Escola de Castelo do Neiva, Escola Carteado Mena e Escola Pintor José de Brito. Esta atividade, até agora, contabilizou 125 alunos, por semana, com formação em surf e bodyboard, 39 aulas e o envolvimento de cinco treinadores credenciados e de Professores de Educação Física. O SCV faz um balanço muito positivo deste novo projeto. “Cada vez mais, estão reunidas condições para a atividade náutica, e em particular o surf, marcar uma nova geração de “heróis do mar” em Viana do Castelo. Neste âmbito, felicito, sobretudo, a Câmara Municipal de Viana do Castelo, os agrupamentos escolares e os quatro clubes náuticos parceiros”, refere João Zamith, presidente do SCV. De entre as atividades mais recentes que se realizaram no CAR Surf de Viana do Castelo, destaque também para o Programa Especial de Natal, que aconteceu no dia 7 de dezembro. Composto por aulas de surf e bodyboard (iniciação e avançado), competição inter-alunos da escola do SCV, em formato Tag Team, piquenique de Natal e a montagem do pinheiro de Natal no CAR, este
Festa Natal SCV 2013
1ª Reuni¦o ENOS em Bruxelas programa de festa reuniu mais de cinquenta participantes, entre pais, alunos, atletas e amigos do SCV. SCV é membro fundador da European Network of Outdoor Sports A 1ª reunião do Comité Executivo da European Network of Outdoor Sports (ENOS) teve lugar no passado dia 28 novembro, na sede da ENOS, em Bruxelas. João Zamith participou nesta reunião em representação do SCV, membro fundador desta rede europeia, que defende que os despor-
tos outdoor contribuem para o bemestar físico e mental das pessoas e que a expansão destas atividades também assume um papel muito importante para o desenvolvimento sustentável dos territórios. Para além do Surf Clube de Viana, a ENOS conta com outros membros, como aMunich University, a Deutch Sport School Kholn, o Charles University Prague, oInstitut National d’E.F de Catalunya, a Fédération Française d’Equitation, o Conseil General du BasRhin, o Sport Northern Ireland e o Réseau National des Sports de Nature (França).
Surf Escolar em Viana do Castelo
Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tel: 21 445 28 99 Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com
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Notícias do Mar
Últimas
69ª Rolex Sydney Hobart
Wild Oats Vezes Sete
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icou claro desde muito cedo que a 69 ª Rolex Sydney Hobart seria uma das edições mais competitivas da história. Entre a impressionante frota de 94 barcos, destaque para cinco Maxis de cem pés, três Volvo Open 70 e sete vencedores de edições anteriores. O poderoso Wild Oats XI, de Robert Oatley, alcançou a sua sétima vitória em tempo real, enquanto o 50 pés Victoire, de Darryl Hodgkinson, triunfou em tempo corrigido. Desde 1945 que 26 de Dezembro é a data em que uma frota inicia a ligação entre a Austrália e a Tasmânia, num total de 682 milhas náuticas. A mítica Sydney Hobart concentra as atenções de milhões de amantes da vela e 2013 não foi excepção.
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Do exclusivo grupo de favoritos, realce para o Botin 80 Beau Geste (HKG), de Karl Kwok , o Carkeek 60 Ichi Ban (AUS), de Matt Allen, o Volvo 70 Giacomo (NZL), de Jim Delegat (vencedor Volvo Ocean Race 2011-12 como Groupama) e o Perpetual Loyal (AUS) de Anthony Bell (ex Speedboat Rambler 100). Apesar dos oponentes de peso, no final, o Wild Oats XI subiu o rio Derwent para cruzar a linha de chegada na primeira posição, em 2 dias, 6 horas, 7 minutos e 27 segundos, consumando a sua sétima vitória em tempo real e igualando o recorde do Morna, mais tarde rebaptizado Kurrewa IV, que durava há 50 anos. Dos 94 barcos que começaram a regata, 84 completaram o percurso.