http://tracking2012.vendeeglobe.org/en/
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Vela
Largada num Cenário Perfeito em Cascais
Fotografia: Ricardo Pinto / www.rspinto.com
Panerai Transat Classic 2012
A frota da Panerai Transat Classique 2012, largou no passado dia 2 de dezembro, ao meio-dia, de Cascais rumo a Barbados. O cenário foi perfeito, com os 13 clássicos enquadrados por uma numerosa frota local num fantástico dia de sol na baía cascalense. A prova tem organização do Clube Naval de Cascais e o apoio do Atlantic Yacht Club, da Câmara Municipal de Cascais e da Marina de Cascais.
A
terceira etapa da Panerai Transat Classique 2012, que liga Cascais a Barbados, teve início ao meiodia com vento fraco a soprar
de Sul. Enquadrados por uma numerosa frota local, os barcos participantes começaram a sua travessia do Atlântico. São treze barcos, de 11 arquitectos diferentes, que vão
enfrentar o oceano e tentar o triunfo em Barbados. Nas etapas de ligação a Cascais, o Persephone sagrou-se vencedor na etapa que largou de Douarnenez e o White Dolphin
White Dolphin foi o primeiro na etapa de Saint Tropez a Cascais 2
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foi o primeiro na que teve início em Saint-Tropez. Entre os favoritos, encontram-se os vencedores das etapas de ligação, o Persephone, que triunfou entre Douarnenez e Cascais e o White Dolphin que foi primeiro entre SaintTropez e águas cascalenses. Mas a qualidade das tripulações é inquestionável. No total, a frota vai percorrer 3.300 milhas numa prova que pode ser considerada uma aventura em clássicos. Dos velejadores mais sonantes presentes, destaque para Pierre Follenfant, no Corto, Lambert Yves, no Persephone e Jacques Caraës, no Red Hackle, que contam, entre si, com um número impressionante de travessias do Atlântico. A bordo do Blue Peter, liderado por Mathew Barker, está uma tripulação muito experiente e habituada às regatas de clássicos no Mediterrâneo. Sobre a Panerai Transat Classique Treze clássicos estão inscri-
Vela
Veleiros em Regata Fotografia: Ricardo Pinto / www.rspinto.com
Corto Gwen Even Cipango White Dolphin Croix des Gardes Marie des Isles Artaius Persephone The Blue Peter Valteam Saint Christopher Red Hackle Largada em Cascais da Panerai Transat Classique
Troféu São Martinho 2012
Persephone Vence Cascais Classic Race
O
Persephone, de Loic Blanken, foi o vencedor da Cascais Classic Race, que se disputou em águas cascalenses. No Troféu São Martinho, triunfo foi do Bigamist, de Pedro Mendonça, em Handicap CNC e do Cristina A, de Francisco Pinto e Abreu, em ANC.
tos na Panerai Transat Classique 2012. O vencedor da Panerai TransatClassique vai receber uma edição especial de um relógio da coleção da Officine Panerai com o logótipo da regata gravado no fundo da caixa. Pela primeira vez, a presti-
giada Officine Panerai, marca italiana de alta relojoaria, que ao longo dos anos tem promovido a vela clássica com o apoio ao Panerai Classic Yachts Challenge, associa-se aos clubes organizadores para apoiar a Panerai Transat Classique2012.
Persephone venceu a etspa Douarmenez a Cascais e o Torneio de S.Martinho A prova teve a organização do Clube Naval de Cascais e o apoio do Atlantic Yacht Club, da Câmara Municipal de Cascais, da Marina de Cascais e Lindley Marinas e Sinalização. Depois de um dia sem regatas devido à falta de vento, as frotas da Cascais Classic Race, Troféu São Martinho 2012, puderam hoje realizar uma regata com o vento a soprar de Noroeste, com 10 nós de intensidade. Com um percurso que passou pela Guia, Guincho e final na Baía de Cascais, o Persephone, de Loic Blanken, superiorizou-se aos adversários na Cascais Classic Race. O Tal-A-Roz, de Henrique Vasconcelos Dias foi segundo e o Sea Lion, de Manuel Champalimaud, terminou na terceira posição. No Troféu São Martinho 2012, em Handicap CNC, vitória do Bigamist, de Pedro Mendonça. O Lais de Guia, de José Sasseti da Mota e o Gamin IV, de Ramiro Costa, foram 2º e 3º, respectivamente. O Cristina A, de Francisco Pinto e Abreu alcançou o triunfo em ANC, seguido do Lais de Guia, de José Sasseti da Mota e do Step In/Roff, de Gonçalo Horta. Recorde-se que a Cascais Classic Race serviu igualmente para que as tripulações participantes na Panerai Transat Classique 2012, fizessem as últimas afinações antes da largada da 3ª etapa que liga Cascais a Barbados,
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Vela
Circuito Mundial de Kitesurf Wave
Inês Correia Vice-Campeã do Mundo Inês Correia, do Clube de Vela do Barreiro, sagrou-se Vice-Campeã do Mundo, depois de disputada a quarta e última etapa do circuito mundial de Kitesurf Wave que decorreu na praia de Ho’okipa em Maui.
A
pós vários dias de espera pelas melhores condições, a competição teve início e Inês partiu para a última etapa com um único objectivo, vencer. Para tal, esteve desde o início do mês no Hawaii a treinar diariamente na ilha
de Maui. Com um formato diferente do habitual devido aos longos dias de espera, a Inês conseguiu passar aos quartos-de-final da prova, onde viria a perder para a Jalou Langeree. Com este resultado a Jalou conquistou o título de campeã mundial. Nas palavras da Inês: “Este ano sou Vice-Campeã Mundial, claro que desde o início e como sempre o meu objectivo era o primeiro lugar, não consegui mas a luta continua e no próximo ano cá estarei ainda mais forte. Agora resta-me ficar contente com este bom resultado e focar-me no que realmente é importante que é a minha evolução!” Com este resultado, Inês confirma o seu nome pelo segundo ano consecutivo na elite do kitesurf feminino mundial e cimenta ainda mais os objectivos a longo prazo que traçou logo no início desta época. Segue-se um período de repouso junto dos amigos e família para recarregar baterias e em janeiro começa um novo ciclo, logo com uma viagem de dois meses rumo à Africa do Sul para treino, teste de materiais e produção de imagens com a RRD (Roberto Ricci Designs), marca de Kites da Inês.
Falecimento de Miguel Costa
É
com pesar, que informamos o falecimento de Miguel Costa, velejador que esteve nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, na classe Star com Diogo Cayolla. À família enlutada o Notícias do Mar expressa as mais sentidas condolências.
Diogo Cayolla e Miguel Costa nos Olímpicos de 1996
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Notícias do Mar
O Final da pesca em Portugal
1985, o Princípio do Fim
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Notícias do Mar foi o primeiro jornal, na edição nº1, a denunciar o mal que os Acordos de Pesca iriam fazer a Portugal, dando início ao aniquilamento da nossa frota de pesca. Os pescadores portugueses deixaram de pescar e por causa disso, passámos a importar o peixe que precisávam o s
para comer. Para recordar o princípio do fim das pescas, apresentamos neste nº 312, de Dezembro, as páginas com o artigo que publicámos, no nosso Número Histórico, em 21 de Junho de 1985. Foi a partir desta data, para cumprirmos os acordos
que os Governos de Portugal estabeleceram com a Espanha e a CEE, que passámos a abater milhares de embarcações de pesca, foram-nos impostas quotas de pescado e obrigados a ver as nossas águas inva-
didas pelos arrastões até se acabarem os stocks por falta de fiscalização. Por fim, ver os espanhóis comprarem as empresas de pesca nacionais, para continuarem a pescar nas nossas água e descarregarem o peixe nas lotas espanholas. E agora, o que dizemos aos Governantes que nos levaram a isto?
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NotĂcias do Mar
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NotĂcias do Mar
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Vela
Memorial Augusto Guimarâes
Fotografia: Nuno Machado
Open Master de Snipe
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Clube de Vela Atlântico organizou o Memorial Augusto Guimarães – Open Master de Snipe que contou com a participação de uma frota de 21 barcos. As condições meteorológicas não foram as melhores, o que condicionou o desenrolar das regatas. No primeiro dia, a ondulação, após a passagem de um temporal, não permitiu a saída para o mar mas uma autorização especial do Porto de Leixões permitiu a realização de divertidas e emocionantes regatas dentro da bacia. No segundo dia o vento fraco apenas permitiu a realização de uma regata. A dupla da casa Tonas Pires de Lima/Joaquim Moreira venceu a geral, com Tiago Roquette/Rui Castilho em segundo lugar e Gonçalo Guerra/Tiago Guerra na última pódio do pódio reeditando grandes disputas desta geração de grandes velejadores. Miguel Pessanha/ Tiago Talone e Pedro Pires de Lima/Luís Maia, ambos do Clube de Vela Atlântico, foram os pretendentes que discutiram os primeiros lugares até ao final ficando no quarto e quinto posto, respectivamente.
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Notícias do Mar
Boot Düsseldorf 2013 - 19 a 27 de Janeiro 2013
Portos de Recreio e Turismo Náutico de Portugal Apostam na boot 2013
Vista aérea A boot Düsseldorf, a maior feira do mundo para iates e desportos náuticos, que se realiza de 19 a 27 de Janeiro, mesmo em tempos difíceis, confirma-se como porto seguro, disposta em 17 pavilhões, com 1.650 expositores, oriundos de mais de 50 países e uma participação portuguesa do turismo náutico, marinas e mergulho.
O
mercado central da Europa é a primeira escolha para o sector, maior concentração da economia dos iates e do desporto náutico nas actividades de feira viradas para o mercado internacional, apresentar-se-ão com as suas estreias de barcos e de produtos náuticos inovadores. Assim, a boot 2013 deverá continuar o sucesso das edições anteriores, por-
que o mercado alemão do desporto náutico continua estável. Esperam-se 250.000 visitantes que terão a oportunidade de admirarem 1.550 embracações. Procurar meios para participar na Economia do Mar, foi o que fizeram duas dezenas de ermpresas portuguêsas, e empresários nacionais que vão ser expositores e marcar a presença de Portugal e apresentar a oferta portuguêsa.
Também os nossos Portos de Recreio unidos numa Associação vão pela segunda vez consecutiva a promoção internacional das marinas em Portugal. De realçar, mais uma vez, a forte presença da Associação Regional do Turismo do Açores. Muitos há que gostariam de estar na Boot, mas a falta de apoios instituicionais, não lhes permite a participação.
Esperam-se 250.000 visitantes 10
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No bom curso “Estamos no rumo certo. Tendo em vista a situação tensa nos mercados internacionais, a boot colocase no centro das atenções do ramo, observa Goetz-Ulf Jungmichel, Director da boot Düsseldorf. “Muitos expositores querem alargar as suas áreas de exposição. Contamos com uma boa ocupação dos 17 pavilhões da boot, com muitas novidades e estreias de barcos e, até, com alguns expositores do sector internacional de iates que irão participar pela primeira vez.” De acordo com as indicações da Associação Federal da Economia do Desporto Náutico – BVWW – Colónia, o mercado alemão de barcos e de desporto náutico, actualmente constitui uma rocha firme ou seja, apresenta-se nitidamente mais forte do que o dos seus vizinhos europeus. Esse facto diz respeito, no essencial, ao espaço mediterrânico sob efeito da crise do Euro e das dívidas. Assim, este cenário contribui para o desenvolvimento positivo da boot Düsseldorf e torna-a na primeira escolha do sector. Os expositores apostam na contínua disposição de compra dos alemães e em cerca de 50.000 visitantes estrangeiros com poder de compra que, todos os anos, e deslocam a Düsseldorf de todas as partes do mundo, para se informarem sobre as novidades em barcos
Notícias do Mar
Expositores Portugueses na boot 2013 Açordiving Anfibius Centro de Mergulho APPR - Associação Portuguesa dos Portos de Recreio ARTA - Associação Regional do Turismo dos Açores (pavilhão mergulho e pavilhão sailing charters) Atalaia Diving Center c/o Hotel Royal Orchid Azores Sub Dive Center Brizaçores Cetacean Watching Cowfish Dive Center Dive Azores Espirito Azul Dive Center FEELDouro Nerus Diving Center c/o Hotel Marina Atlântico Paralelo 37 Patagonia Ocean Charter Pico Sport Rulis - Silent Wind Generator Sailazores Yacht Charter Yachtaçor e em iates. Variedade internacional de marcas Cerca de 40% das participações na boot 2013 provêem do estrangeiro. São 650 expositores de 50 países que garantem um leque de oferta de topo internacional nos pavilhões. Os maiores expositores internacionais são os Países Baixos com 140 expositores (estaleiros, fornecedores de equipamento e de prestadores de serviços), seguidos pela França e pela Itália com 50 expositores cada, pela Grã-Bretanha com 30 e pela Áustria com 26. Óptimo surtido no tema vela De acordo com o BVWW, os clientes actualmente preferem iates a motor e à vela com valor estável de elevada classe. Todavia, são também procurados pequenos barcos a motor rebocáveis. Naboot 2013 o comprador tem à escolha. 440 expositores que apresentam, em 17 pavilhões de feira, cerca de 1’700 barcos e iates de todos os tamanhos, desde a canoa até ao luxuoso mega-iate . Muito bem fornecida é como se oferece a mostra de barcos à vela, na boot 2013. Mais de 150 expositores internacionais apresentam, nos pavilhões 16 e 17, as suas estreias e os seus modelos aperfeiçoados. Os amigos de barcos à vela multicasco deveriam visitar o pavilhão vizinho, o número 15, local onde também 15 expositores apresentam catamarans e trimarãs de todos os tamanhos. O pequeno mais fino segmento especial do multicasco tem-se desenvolvido com grande sucesso e, por ocasião da boot 2013, possui a sua própria área gastronómica, que também oferece espaço para conversas com os clientes e para troca de in-
Estarão expostas 1.550 embarcações
formações. No fórum multicasco a Associação de Velejadores de barcos multicasco, a Multihull Deutschland e.V., apresenta, em palco, informações sobre o tema “Velejar com catamarãs e trimarãs”. Mercado mundial do desporto náutico motorizado No que diz respeito a barcos e iates a motor, Düsseldorf oferece quase tudo o que existe no mercado, desde o barco pneumático com motor fora de bordo, passando por barcos desportivos abertos, daycruiser, barcos com camarote até aos mega-iates. Mais de 250 estaleiros, comerciantes e importadores garantem, em seis pavilhões de feira, um panorama representativo do desporto em barcos motorizados. No pavilhão 4, é tomada em conta a tendência para motores ecológicos. Numa área de 500 metros quadrados são apresentados barcos com accionamento eléctrico ou híbrido. A construção de iates em aço, uma especialidade holandesa, apresenta-se colectivamente no pavilhão 15, com um total de 20 expositores.
Os grandes iates são expostos nos pavilões lhante entrada em cena dos grandes e luxuosos iates. Sejam Ferretti, San Lorenzo, Princess ou Riva: para os grandes nomes no mundo dos iates de luxo, o caminho, também em tempos difíceis, tem que passar por Düsseldorf. Com cerca de 40 mega-iates, barcos e navios tênder do sector high-end, bem como algumas novas participações e presenças retomadas, o nível da oferta no pavilhão 6 dos mega-iates estabilizou, nitidamente. Novas ou renovadas, as participações de
estaleiros como a Montefino e a Marquis Yachts and Prestige. Nos iates muito grandes os Sunseeker, Princess e Ferretti apresentam uma grande paleta de modelos e novidades. O maior iate da boot 2013 atinge quase 30 metros de cumprimento e provem do estaleiro britânico, Princess. Para enriquecer a variedade de marcas, a boot proporciona aos seus clientes a possibilidade de se apresentar em stands de imagem mais económicos. Estaleiros líderes, como a Aci-
O “refit” em alta O que se necessita para o barco e no barco é apresentado nos pavilhões 11 a 12: electrónica náutica, motores, acessórios, vestuário funcional e equipamento para marinas. O mercado de equipamento desenvolve-se da melhor maneira. Refit é o tópico. A manutenção do valor dos barcos existentes está na moda. 350 expositores internacionais proporcionam tudo o que é necessário e possível para renovar barcos ou para os tornar mais confortáveis. A encenação dos grandes iates O pavilhão 6 é o palco para a bri-
A área das actividades suibaquáticas tem uma forte presença de público 2012 Dezembro 312
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Notícias do Mar
poderem fazer um passeio de caiaque nesse pavilhão. A acção foi benéfica. O sector aparece reforçado na feira. 16 expositores irão informar os visitantes, na boot 2013, sobre o desporto com canoas, caiaques e companhia.
Os principais estaleiros estarão presentes co dos Países Baixos, bem como a Mangusta e o Dominator de Itália, tiram proveito desta oferta. Aplicações apoiadas no computador, tais como a Augmented Reality, com a ajuda das quais se torna possível adicionar animação virtual, através de câmaras smartphone ou webcams, aos objectos de exposição, tais como modelos ou imagens de iates. Esta forma de apresentação “sem iate” pode ser utilizada para o alargamento da oferta de informação. Para o business e as compras, estes importantes clientes do sector dispõem no pavilhão 6 do blue motion lounge que proporciona excelente gastronomia, áreas confortáveis para reuniões e transacções com os clientes e convida ao shopping em boutiques exclusivas. Continua muito bem ocupado o Superyacht Show de Düsseldorf, no pavilhão 7. 100 expositores apresentam as suas capacidades na realização de projectos exclusivos de construção de iates, demonstram nos stands informativos as plantas actuais e respectivos modelos e
Para os mais jóvens há um espaço para a iniciação 12
informam sobre os serviços prestados em relação ao sector, entre eles participações colectivas como a Deutsche Yachten, a Superyacht France e o Holland Yachting Group. Excelente ocupação do sector do mergulho com a participação dos Açores Assinala-se um intenso interesse pela maior feira de mergulho debaixo do tecto da boot, no pavilhão 3. Um total de cerca de 350 expositores apresentar-se-ão, mundialmente, com equipamento para o mergulho e com destinos para o realizar. Expositores de renome do sector de equipamento, tais como a Aqua Lung, expandem as suas apresentações. A Mares aparece, em Düsseldorf, com um Centro Internacional de Mergulho. Os visitantes podem contar com um grande número de destinos para mergulho. As Filipinas, as Maldívas, a Indonésia, a Itália e a Turquia, e, numa dimensão menor, os Açores, marcam presença como destinos para o mergulho. Algumas pequenas bases egípcias para o mergulho apresentam-se sob a égide da taucher.net. O “Watersports photo and video center” complementa a fotografia subaquática Um muito bom desenvolvimento é registado pelo tema fotografia subaquática e ao ar livre, no pavilhão 4. A Underwater Pixel World tornarse-á, na boot 2013, em Water Pixel World. O ponto de encontro bem estabelecido para a fotografia subaquática será acrescido pelo “Watersports photo and vídeo center” com recentíssimas câmaras para action e outdoor, tornando-se assim em ponto de encontro para a globa-
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lidade da fotografia subaquática, de lazer e de desporto náutico. O Trendsport continua de vento em popa O mercado dos desportos surf e dos trendsports, nos pavilhões 1 e 2, tira proveito da possibilidade de experimentar, no mundo da aventura “Beach World” as suas variadas propostas de trendsports como o wakeboarding, stand-up-paddling e skimboarding numa grande piscina interior e em outras áreas de acção. O conceito não só entusiasma os visitantes, mas também a indústria e o comércio. Entretanto, quase todos os produtores de renome do surf e do wakeboard, entre outros a Mistral, a Ronix e a O’Brian, estão presentes com as suas novidades. Cerca de 80 expositores vindos da indústria e do comércio marcam presença no mundo do trendsport nos pavilhões 1 e 2. O mundo do turismo marítimo: Paraísos para férias, a nível mundial Quem procurar destinos de férias vai ser atraído pelo mercado turístico marítimo da boot 2013, nos pavilhões 13 e 14. Seja na Turquia, na Croácia, na Itália, nas Baleares, nas águas interiores de Leste da Alemanha ou em Portugal, dos Açores até ao Douro. Quem procure um destino adequado para o próximo verão, quiser fazer charter dum barco ou iniciar uma formação, encontra, com certeza, a proposta certa, entre as 300 entidades de charter, organizadores de viagens e agências de viagens. Um pleno êxito, na boot 2012, foi o World of Paddling¸a maior exposição de caiaques e canadianos, no pavilhão 13, com o seu percurso de teste para canoas. Os visitantes ficaram muitas horas em fila para
360º de desporto náutico: 16 mundos de aventura e temáticos Sob o lema “Viver 360º de desporto náutico ”, também em 2013, 16 mundos de aventura e temáticos esperam os visitantes da boot. Sejam eles praticantes de pesca desportiva, de surf, de kiting, de mergulho, de vela, de canoagem ou de charter: quem praticar desporto náutico ou quem quiser conhecer uma certa modalidade de desporto náutico, encontrará na boot Düsseldorf o seu “mundo” particular. O conceito é um êxito. As numerosas possibilidades de praticar desportos náuticos dentro dos pavilhões, atraíram, nos últimos três anos, mais jovens e mais famílias para a boot. É isso que o desporto náutico precisa, e é por isso, que se continua trabalhar com diligência em mais programas de informação e de acção. Novo arranque para o centro da Pesca Desportiva Após o Beach World com as suas propostas em redor dos tipos de trendsports, o Centro do Mergulho Desportivo com o tanque de mergulho para ensaios, e o World of Paddling com o percurso teste de canoagem, também o Centro da Pesca Desportiva vai tornar-se mais atraente. O conteúdo do programa vai dirigir-se mais aos iniciantes. Visualmente vai ser trazida para este mundo, através de pontões, margens verdes e duas superfícies de água, “mais natureza”, para demonstrações e para ensaios com canas de pesca e iscos. É isso e ainda mais que a boot 2013 proporciona aos seus visitantes internacionais entre o dia 19 e o dia 27 de Janeiro de 2013, entre as 10 e as 18 horas. Quem comprar os seus cartões de ingresso-boot online, poupa tempo e dinheiro. O cartão diário e Ticket para adultos custa 14 Euros, quatro Euros menos do que na bilheteira. O cartão de ingresso para dois dias pode ser adquirido ao preço de Euro 23. Estudantes e formandos pagam 10 Euros online. O cartão para uma visita curta – segunda a sexta-feira, a partir das 15 horas custa 9 Euros online. Os cartões podem ser impressos imediatamente após a sua compra e servem de bilhete para a viagem à feira nos meios de transporte colectivos da rede de trânsito Rhein –Ruhr (VRR) na “tarifa D, Region Süd”. Os cartões podem ser adquiridos através da www.boot.de.
Notícias do Mar
Notícias do porto de Sines
Mais 46 Novos Operadores Portuários para Sines Enquanto que em outros portos a expansão não é possível e existem montanhas de problemas para os fazer crescer, no porto de Sines a boa gestão não o faz parar e antes pelo contrário, vão sendo criados mais postos de trabalho. o empenho e o esforço desenvolvidos por todos os colaboradores no desempenho das suas funções, bem como na criação de condições de estabilidade laboral, indispensáveis para que os clientes do terminal continuassem a preferir o Terminal XXI para a movimentação
O
Terminal de Contentores de Sines – Terminal XXI, que este ano irá bater mais um record de movimentação de carga, vai admitir 46 novos trabalhadores para reforçar a sua área operacional. Com estas novas
das suas cargas. Com estas admissões, a PSA continua a apostar no caminho do crescimento sustentado e da estabilidade, criando novos postos de trabalho e novas oportunidades de desenvolvimento para todos os seus colaboradores.
Descarga de conterntores no Porto de Sines admissões, a PSA Sines criou no corrente ano mais de 100 novos postos de trabalho, em contraciclo com a conjuntura económica, contribuindo para o progresso da região e do País. Como condição essencial para este crescimento, muito contribuiu
No Porto de Sines espaço para expandir não lhe falta
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Náutica
Teste Sirius 560 Cabin com Yamaha F70
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Um Familiar Muito Polivalente e Pescador
O Sirius 560 Cabin que testámos na Ria de Aveiro equipado com o Yamaha F70, mostrou-nos como o estaleiro Obe desenvolveu um projecto abrangente, para ir ao encontro do interesse do maior número de clientes, com uma embarcação muito polivalente tanto para os passeios familiares como para os pescadores.
A
Obe&Carmen é uma empresa com mais de 30 anos de experiência na construção de embarcações em fibra, tanto destinadas ao recreio como para a pesca profissional. A imagem da marca tem-se implantando como de embarcações construídas por processos rigorosos, com robustez e qualidade.
Com o Yamaha F70 o Sirius 560 Cabin atingiu boas velocidades 14
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Sirius 560 Cabin O Sirius 560 Cabin é uma embarcação do tipo familiar, com um design moderno, onde sobressai o posto de pilotagem com um pára-brisas em vidro
Náutica
O posto de comando os pescadores tenham mais espaço desimpedido, ficando ainda espaço para duas pessoas se sentarem. Ao centro deste banco existe um compartimento com tampa para arrumar palamenta. O piloto dispõe de um banco individual, regulável e giratório, e tem ainda um apoio de pés em aço inox que permite uma posição adequada e confortável para conduzir sentado. O pára-brisas é alto e protege bem o piloto da deslocação do ar em andamento. Para os pescadores, existe na parede a bombordo do posto de pilotagem um compartimento com porta estanque e no interior tem gavetas para guardar
amostras linhas e anzóis. Para arrumo de equipamentos, existe na parede do poço uma prateleira de cada lado e outra ainda junto ao posto de pilotagem. O Sirius 560 Cabin dispõe também à popa de dois porta canas. Dispondo de uma altura interior da borda com 65 cm, os pescadores movimentam-se com bastante segurança junto à borda. Para os pescadores guardarem o peixe, o barco tem um largo porão a meio do poço, onde cabe um açafate. Motor Yamaha F70 O Yamaha F70 é um motor que foi desenvolvido com uma po-
Sirius 560 Cabin
acrílico esverdiado e arredondado, que amplia a elegância do barco. É um barco largo e robusto para uma lotação de seis pessoas. São vários os pontos polivalentes neste barco, como a cabina que tem um banco em U no interior, dispõe de 1,30 m de pé direito junto à entrada e permite duas pessoas acomodarem-se à-vontade dentro e dormirem. A cabina tem um albóio no tecto para arejamento e entrada de luz e à entrada tem uma porta em vidro acrílico. Outro elemento versátil, é o banco corrido de quatro lugares na popa, que tem as extremidades amovíveis para permitir que
O Sirius 560 Cabin equipado com o Yamaha F70 2012 Dezembro 312
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Náutica
O casco é em V evolutivo e tem planos de estabilidade laterais muito salientes tência e um tipo de características, para permitir muito bem a motorização de uma grande variedade e tipo de embarcações. Trata-se de um motor compacto, de 4 cilindros em linha, com 996 cm3 de cilindrada, o qual, com apenas 120 Kg, é o
mais leve 70 HP do mercado, mesmo comparando com motores a 2 tempos. Os engenheiros da Yamaha desenharam para o F70 uma configuração de 4 válvulas por cilindro, na qual as válvulas actuam por um simples veio
de árvore de cames à cabeça (SOHC), em vez do clássico duplo veio de árvore de cames. Este desenho, altamente invulgar, não só permite introduzir maiores válvulas de admissão e escape, como contribui para uma maior eficiência volumé-
A curvar o Sirius 560 Cabin mantem-se direito 16
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trica, porque assim também se reduz o peso e as perdas por atrito, ocasionadas pelo duplo veio de cames que não se incorpora, obtendo por isso elevadas performances. O motor incorpora o sistema de injecção electrónica de combustível que aumenta ainda mais a eficácia do motor. O F70 dispõe de um microcomputador que controla a eficiência da injecção, o desempenho do motor, limitador de rotação excessiva, aviso de sobreaquecimento e aviso de baixa pressão de oleo. Para a pesca ao corrico e velocidades baixas o motor tem controlo e variação de rpm ao ralenti. Importante também é a compatibilidade com os novos Manómetros do Sistema Digital em Rede Yamaha Igulmente dispõe de protecção contra, de motor engrenado e ainda sistema segurança contra falhas, YDIS: Sistema de Diagnóstico Yamaha e sistema de requeima de gases. Para proteção do motor tem um sistema de lavagem com água doce. Tem também o sistema YCOP, o sistema Yamaha de proteção anti-roubo, com um imobilizador por controlo remoto. O Teste O casco do Sirius 560 Cabin segue as características de outros modelos Obe, com um V evolutivo até quase 2/3 do casco, forma uma pequena quilha e termina quase direito na
Náutica
O banco à popa tem um compartimento ao meio popa, formando no último terço um casco semi-planante. Em virtude destas características, no arranque, o barco planou em apenas 1,51 segundos e no teste de aceleração até às 5.000 rpm fez em 10,37 segundos 22,7 nós. Em velocidade máxima atingimos os 27 nós às 5.500 rpm.
O Sirius 560 Cabin é um barco robusto Como o barco tem os planos de estabilidade laterais bastante salientes até à popa, o Sirius 560 Cabin a curvar mantém-se
direito, apoiando-se bem na água e mostrando grande estabilidade. Devido a esta característica, o barco balança pou-
co lateralmente, permitindo a movimentação dos pescadores junto à borda com segurança. De referir que o barco res-
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Náutica
O Sirius 560 é um barco elegante com design moderno pondeu muito bem às manobras e em curvas apertadas na-
vegou sempre a planar e sem o motor cavitar.
Graças ao tipo de casco, o barco a navegar contra a ligeira mareta que havia, cortava bem a água e proporcionou um desempenho confortável. De realçar que o piloto vai numa boa posição de condução, tanto sentado como em pé, com boa visibilidade para
a frente e para os lados e está bem protegiodo pelo alto párabrisas Finalmente, quando terminámos o teste, o barco estava completamente seco e quem ia sentado atrás nunca foi salpicado, graças à excelente deflecção do casco.
Características Técnicas Comprimento
5,50 m
Boca
2,20 m
Pontal
1,06 m
Lotação
6
Potência máxima
100 HP
Motor
Yamaha F70
Preço barco/motor c/IVA
25.430 e
Interior da Cabina
Performances
Prateleira lateral 18
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Tempo de planar
1,51 segundos
Aceleração 5.000 rpm
22,7 nós 10,37 segundos
Velocidade máxima
27 nós 5.500 rpm
Mínimo a planar
9,2 nós 3.500 rpm
4.000 rpm
16 nós
4.500 rpm
19,5 nós
5.000 rpm
24,5 nós
5.500 rpm
27 nós
Estaleiro: Obe & Carmen, SA - Entre Caminhos- Raso Alagôa 3750-301 Águeda Tel.: 234 646 888 obe@obecraft.com www.obecraft.com Importador/Distribuidor: Yamaha Motor Portugal Rua Alfredo da Silva, nº 10 2610-016 Alfragide Tel.: 2147 22 100 Fax: 21 47 22 199 www.yamaha-motor.pt
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Ciências do Mar
As Esponjas Poderão Ser os Animais com Maior Longevidade Esponjas são organismos dominantes em muitos habitats marinhos bentônicos. A maioria dos litorais rochosos abrigam um grande número de espécies.
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ouco se sabe sobre suas taxas de crescimento, mas os dados disponíveis sugerem uma grande variação entre as espécies. Por exemplo, a esponja Terpios sp. das Filipinas cresce até 2.3 cm por mês sobre corais, hidrocorais, moluscos e algas, matando-os através da liberação de uma toxina e por sufocamento. De modo geral as esponjas parecem ser animais bastante estáveis e de vida longa. Embora algumas espécies tenham um ciclo de vida anual. Estimativas baseadas em taxas de crescimento conferem idades acima de 1500 anos a indivíduos de algumas espécies Se confirmadas estas estimativas as esponjas seriam os animais com tempo de vida mais longa do planeta.
Vários animais se alimentam de esponjas, embora o dano causado por estes predadores seja geralmente pequeno. Alguns moluscos, ouriços e estrelas-do-mar, além de peixes tropicais (donzelas, peixesborboleta) e tartarugas, comem esponjas. Muitas espécies são totalmente expostas aos predadores, e na impossibilidade de bater em retirada apresentam mecanismos alternativos de defesa contra a predação excessiva. O mecanismo primário de defesa das esponjas é de natureza química. As esponjas produzem uma ampla gama de compostos tóxicos, alguns bastante potentes. Espécies de alguns gêneros como Tedania e Neofibularia, podem mesmo causar dermatites dolorosas em seres humanos.
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Pesca Desportiva
Pesca Embarcada
Pesca Seletiva Escolha os Melhores Exemplares
Deve-se optar por montagens com dois estralhos ou apenas com um
Muitos se queixam porque querem um peixe maior. No entanto há que procurar a sorte para tentar um exemplar digno da nossa geleira... É sobre isso mesmo que Paulo Patacão nos irá falar neste artigo, o qual é um apelo à paciência do pescador e há sua capacidade em ver os colegas encherem uma geleira de diversos enquanto se espera por “aquele” peixe!
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er seletivo pode ser extremamente compensatório e é quando pomos em pratica este tipo de pesca
que podemos apanhar os melhores exemplares. Bicas, pargos e parguetes, saimas, sargos e umas boas douradas, ou seja, peixes de
O prémio de esperar por aquele peixe 22
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qualidade superior são a compensação nesta prática. Mas há que salientar que nem tudo são alegrias ou vitórias pois é aqui que também temos as maiores derrotas; mas com paciência e persistência conseguimos aquele dia que tanto esperamos ou aquele exemplar. Neste tipo de prática é muito importante ter em conta o tipo de montagens a utilizar, os iscos mais adequados, o modo de iscar e essencialmente a ca-
pacidade de resistir à tentação de voltar ao “pica-pica” e encher uma geleira de peixe mais miúdo, ao invés de levar menos exemplares mas de qualidade bastante superior. A postura Esta é a parte mais difícil, saber esperar, ser paciente e persistente, aguentar o tempo suficiente até sentirmos o tal toque, enquanto os nossos colegas estão a apanhar diversos de seguida. Quem já não esteve,
Para pescar exemplares destes no Inverno é mais perto de terra
Pesca Desportiva
Texto: Paulo Patacão / Fotografia: Autor e Arquivo Colabora: Luís Ceia
Uma iscada e um anzól grandes, para os peixes sectivos todo o dia, numa embarcação a pescar aos diversos e eis que surge um bom exemplar e todos os outros peixes até ai pescados ficam esquecidos e a conversa, na embarcação, passa a girar em torno desse peixe. É então que nos apercebemos que toda a paciência, espera e persistência é recompensada. As montagens As montagens são uma peça
fundamental neste tipo de pesca. Para podermos apanhar um peixe digno de fotografia temos de fazer diferente dos nossos colegas de embarcação de forma a podermos chamar a atenção destes peixes. Neste caso os estralhos deveram ser de comprimento superior ao normal para que a isca se mostre ao peixe de uma forma o mais natural possível, então há que esquecer a tradicional pesca com três estralhos
É necessário estar com atenção aos pequenos toques, por vezes são grandes peixes
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Pesca Desportiva
Os filetes de sardinha devem ser grandes e utilizar pescas com apenas dois estralhos entre os 50 e 80 cm de comprimento ou por vezes até utilizar um só único estralho ainda maior. Os anzóis a utilizar devem ser entre o nº1 e o 3/0 do tipo chinu com um bom bico para facilitar a ferragem. Os fios devem ser de fluorocarbono de boa qualidade e aqui podemos ter espessuras mais elevadas entre o 0,30 e 0,40 milímetros, podendo por vezes engrossarse um pouco mais. O recurso à chumbadinha é uma solução caso a água esteja a correr, pois é uma boa forma de levar a isca ao encontro do exemplar pretendido. É um pouco como pescar à rola, desta feita com o barco fundeado.
A chumbadinha, bem iscada, deve-se usar com a água a correr 24
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Os iscos A escolha dos iscos é muito importante, aqui a variedade vai marcar a diferença para conseguirmos o nosso objetivo. O recurso a iscos que normalmente não utilizamos, como o caranguejo rijo, o caranguejo mole ou de dois cascos, lulas preferencialmente as pequenas -, raios de polvo, sardinha e a sempre útil cavala que pescamos na hora e utilizamos para fazer de isco, são opções a ter em conta, usando obviamente boas carnadas e um anzol a condizer. Se o anzol continuar a ser pequeno vai ser prejudicial; primeiro porque não se consegue fazer uma iscada grande que se aguente bem e segundo porque o peixe pequeno vai “ratar” tanto que se acaba por ferrar. Com um anzol maior isso não acontecerá tão frequentemente. O toque A atenção deve ser redobrada. Saber distinguir os toques é fundamental, pois só assim conseguimos ferrar o peixe pretendido. Basta ter presente os toques das douradas grandes, tão impercetíveis e discretos que nem damos por eles na maior parte das vezes. Como será normal vamos estar a sentir os peixes mais pequenos a comer a nossa iscada de tamanho considerável, os toques vão ser sucessivos e a isca vai acabar por desaparecer completamente, até que acabará por surgir aquele toque mais forte ou mais matreiro que nós faz levantar a cana e ferrar o tão desejado peixe. Regra geral, e em dias de muito peixe
O caranguejo é um excelente isco
Pesca Desportiva
miúdo, quando um peixe grande entra à nossa isca faz com que os toques de peixe pequeno não se sintam. Outono/Inverno Está a chegar a época ideal para a procura dos melhores exemplares. É nesta altura do ano que podemos pescar mais junto da costa e apanhar algumas espécies mais costeiras, os peixes ficam mais vorazes e começam a sair das suas tocas para se alimentarem. Tudo isto provocado pelos mares mais revoltos e por conseguinte a movimentação dos fundos levanta bastante alimento. É no inverno que conseguimos capturar um belo sargo legítimo ou umas boas choupas, pois é a altura em que estes comem como nunca, o mesmo se aplica às douradas. No entanto há outras espécies que começam a ser mais escassas, tais como as bicas.
O resultado duma pescaria selectiva aos sargos
O relato Numa das minhas diversas saídas a bordo da minha embarcação posso salientar um dia que me ficou na memória. Lá para meados de novembro, época em que já se pensa em douradas, lá fui com o meu habitual companheiro de pesca para mais uma jornada e a bordo vários iscos, como bomboca, lingueirão, lulas e caranguejo. Chegados ao local, sonda a funcionar, fundo na ordem dos 90 metros e eis que marcava uns peixes: ferro ao fundo, pescas para a água e os primeiros peixes começaram a sair; uns besugos de bom tamanho, umas sarguetas misturadas, e lá se foi passando dia. Passado algum tempo digo para o meu companheiro, “vou mudar de pesca para ver se apanho uns bons exemplares”, retiro a pesca tradicional e monto uma com dois anzóis, com estralhos maiores e anzóis de boa dimensão, isco com caranguejo e lula e lá fui tentar o meu feeling. Os toques foram surgindo e o isco foi desaparecendo, mais umas insistências, até que ferro uma choupa de bom tamanho, como já não via há algum tempo. Como estava a resultar fui 2012 Dezembro 312
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Pesca Desportiva
Doze douradas e um pargo de 3 Kg, foi um bom final
Um sargo veado é sempre um grande lutador
Opinião (mais que) Avalizada
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uís Ceia é um nome incontornável na pesca embarcada. A reputação deste algarvio foi ganha muito à custa de “perseguir” recordes, usando para o efeito linhas que a maior parte dos pescadores nunca ousariam utilizar, dada a fina espessura das mesmas. Ninguém mais do que este homem sabe o significado de ser seletivo e quisemos saber de sua justiça qual a sua forma de “escolher o peixe”. Luís Ceia – Quanto a estas coisas da seletividade convém dizer antes de mais que ninguém consegue ser seletivo em sítios onde não há peixe. É preciso saber
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continuando, o meu colega também aproveitou e fez as suas mudanças e lá foram entrando bons exemplares, sargos de bom tamanho, alguns parguetes até que surge a primeira dourada com mais de 2kg, o dia estava animado. Outras douradas foram entrando no barco, surgiu um pargo com mais de 3kg e no final do dia contabilizámos 12 douradas e um bom pargo, tudo de
bom tamanho. Afinal a espera e a persistência sempre podem ser compensatórios. À homem! A melhor maneira de atrair um bom exemplar é utilizar iscadas maiores, ou umas boas “chuchas” como gostamos de chamar; caranguejos inteiros com a casca ligeiramente esborrachada, lulas inteiras, bons beliscos de sardinha e cavala, sardinha
onde moram, onde é que os há. Partindo do princípio que estamos num bom pesqueiro, existem duas “armas” que temos ao nosso dispor para enganar os maiores exemplares e, portanto, sermos seletivos: falo do anzol e da isca. Se quisermos capturar peixes como as corvinas, os pargos ou os robalos, nada melhor do que usar isca viva, tal como a cavala, o carapau, lula ou choco, tudo com anzóis a condizer, isto é, grandes. No entanto, e para os que não são adeptos desta técnica, e preferem a convencional pesca com isca dita “morta”, as soluções continuam a ser as mesmas: anzol e isca é que vão fazer a diferença. O pescador deve ser suficientemente inteligente para perceber que só usando anzóis maiores e iscadas condizentes é que evita o peixe miúdo e sem medida, pois não têm boca para isso…só gula. Se é unânime que os anzóis devem ser maiores para comportar a iscada, já não se poderá dizer que hajam iscos milagrosos. O que se deve sim, é apostar em iscos mais duros ou com casca e/ou em iscadas maiores. Passo a enumerar alguns dos que mais se usam e como podem ser usados para escolher o peixe. O choco é sempre um isco bom devido à sua consistência, o peixe mais pequeno anda lá de volta mas não estraga a iscada. A sardinha é um bom isco para tudo embora também atraia tudo! Isso pode ser bom e mau ao mesmo tempo. O que há a fazer é usar filetes grandes ou cortada aos pedaços, com espinha e tudo, mas isso não invalida que o peixe miúdo invista, chegando ao ponto de comerem a carne e deixarem a espinha apenas (o que se chama “comer de faca e garfo”). Mas nestas coisas também é bom que haja peixe pequeno pois como diz o ditado “peixe chama peixe” e por vezes atrás andam sempre uns grandes. Outro isco universal nas lides da pesca embarcada é o camarão. O princípio é o mesmo que sigo e que é iscar em função de um anzol maior e portanto os beliscos passam a ser bem maiores, chegando a pontos onde deixo inclusivamente a casca para aguentarem um pouco mais e não ficar com o anzol limpo. É um isco sui generis e podemos até iscá-lo inteiro e com cabeça; o detalhe é que o anzol tem de vir até um pouco antes da barriga; não precisa de ser uma cavilha enorme. Por fim dou o exemplo de Quarteira, local onde existem umas choupas monstruosas mas onde também abunda muito peixe abaixo da medida. O que fazer? Se disse usar um anzol maior está certíssimo e posso dizer que nem é preciso que a iscada seja necessariamente maior. Nisto de apanhar peixe maior é só usar a cabeça e ser paciente.
Pesca Desportiva
ou cavala escalada com um bom anzol cozido dentro. Tudo isto é uma boa maneira de atrair as douradas no caso dos caranguejos e os pargos no restante. Os toques Quando vamos tentar uns exemplares de qualidade temos que estar sempre muito atentos aos “toques” que sentimos, posso aqui nomear dois tipos distintos: os francos e “brutos” e os “outros”… O que quero dizer com isto? Que os francos, na maioria das vezes não dão hipóteses, comem tudo numa só investida seca e ficam ferrados, atenção que neste caso se não tivermos o drag do nosso carreto bem regulado podemos só sentir a 1ª investida e rebentam o nosso estralho, tal é a gula com que entram na nossa iscada; os “outros” são aqueles que nós temos que redobrar a nossa atenção e tentar distingui-los entre um peixe de bom tamanho e os “indesejáveis”, estes toques muitas vezes podem ser muito subtis e facilmen-
A espera e persistência podem ser compeensatórias te passam por peixes pequenos, muitas vezes os exemplares de bom tamanho “provam” primeiro a isca, engolem, saboreiam e
voltam a cuspir a iscada, outras vezes no meio dos toques de peixe miúdo surgem de vez em quando toques que são ligeira-
mente diferentes, nesta situação temos que redobrar a atenção e tentar ferrar o nosso exemplar nesta alternância de toques.
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Náutica
Notícias Yamaha
Lançamento do Novo e Leve Fora de Borda Yamaha F200 A Yamaha Motor anuncia o lançamento de um membro completamente novo no seu aclamado leque de motores fora de borda. Um leve F200 que incorpora muitas das novas e inovadoras características na sua classe.
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omo parte da sua missão contínua em satisfazer as exigências dos seus clientes e continuar a promover a felicidade da arte da navegação através da inovação e tecnologia, a Yamaha criou o novo motor fora de borda F200 que oferece a potência de 200 cavalos, mas num pacote muito próximo ao F150A em termos
de tamanho e peso, permitindo um excepcional rácio de potência/peso. O motor de 200 HP mais leve da sua classe Pesando 227Kg, aproximadamente 50Kg mais leve do que o precedente F200, a última encarnação é 18% mais leve, enquanto mantém potência semelhante e fiabilidade. Empregando uma configuração de 4 cilindros em linha, com a Árvore
de Cames Variável (VTC) e tecnologia de economia de peso no seu todo, o novo motor produz 200 cavalos e ao mesmo tempo é o motor mais leve da sua classe. O peso mais leve permite ser adequado a uma maior variedade de barcos, e ajuda também a melhorar a eficiência de combustível, tal como a performance. As características de um topo de gama Estarão disponíveis 2 versões
Especificações Técnicas Motor Tipo de motor
4 Tempos
Cilindrada
2.785 cm3
N.º de cilindros / configuração
4 em linha, 16-válvulas, DOHC
Diâmetro x curso
96.0 x 96.2 mm
Potência no veio do hélice (kW/RPM)
147.1 kW / 5,500 rpm
Regime de Rotação (RPM)
5,000 ~ 6,000 rpm
Sistema de lubrificação
Cárter húmido
Carburadores
-
Injecção Electrónica de Combustível
EFI
Sistema de ignição
TCI/Micro-Computador
Sistema de arranque
Eléctrico com Prime Start™
Relação de caixa
1.86 (26/14)
Dimensões Altura recomendada do painel de popa
L: 516mm, X: 643mm
Peso com hélice
L: 226kg, X: 227kg
Capacidade do depósito de óleo
4.5L / 4.3L * com / sem mudança do filtro de óleo
Características Adicionais
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Direcção
Controlo remoto
Tipo de acelerador e comando
Controlo remoto
Sistema Trim & Tilt (ângulo do trim)
Power Trim & Tilt
Bobine de iluminação/Saída do Alternador
12V - 50A
Sistema de Protecção Anti-Roubo (YCOP)
Opcional
Limitador do Tilt (apenas para controlo remoto)
Aplicável
Hélice
Opcional. Recomenda-se que seja hélice com Sistema de Amortecimento na Engrenagem (SDS)
Notas
Os dados em kW acima mencionados são baseados nos padrões da norma ICOMIA 28, medidos no veio do hélice
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Náutica
maha V6 (4.2L) e V8. O motor ideal para qualquer tipo de barco O F200F/G está destinado primeiramente aos Clientes que desejam a potência dos 200cavalos, mas as dimensões compactas e leves do F150A ou até do 200cavalos a 2 Tempos. De facto, este
motor é ideal para remotorizar um 200cavalos a 2 Tempos por um motor a 4 Tempos mais limpo e amigo do ambiente. Com ambas as versões – mecânica ou controlo electrónico – a Yamaha oferece aos seus Clientes a possibilidade de ajustar este novo motor fora de borda a uma enorme variedade de barcos.
Especificações do Yamaha F200F/G • Pesa apenas 227kg! - 50kg (-18%) mais leve do que o existente F200C • Eficiência no consume de combustível • Sistema de Protecção Anti-Roubo (YCOP) • F200F com engrenagem e acelerador mecânicos; F200G com engrenagem e acelerador electrónicos • Ignição por botão Start/Stop e ecrãn LCD a cores (opcional para o F200G) • Ajuste variável das RPM • Sistema de Amortecimento na Engrenagem (SDS) na hélice • Design de última geração com novo e elegante capot. A nova versão mecânica F200F estará disponível nos Concessionários Autorizados Yamaha Marine na Primavera de 2013, enquanto o F200G estará disponível no Verão. Para informações comerciais, queira, por favor, contactar um Concessionário Autorizado Yamaha Marine.
do novo F200 – o F200F, com engrenagem e acelerador mecânicos regulares e o F200G, com engrenagem e acelerador controlados electronicamente através de drive-by-wire. O F200F/G beneficia também dos mais recentes avanços tecnológicos feitos pela Yamaha, tal como o Sistema de Protecção Anti-Roubo Yamaha (Sistema YCOP – Yamaha Customer Outboard Protection), um
novo e redesenhado Sistema de Amortecimento na Engrenagem (Sistema SDS - Shift Dampener System) na hélice, um limitador do tilt e um ecrãn LCD a cores (opcional apenas no F200G), ignição por botão start/stop (opcional apenas no F200G) e a capacidade de ajuste variável das RPM. Estas características colocam firmemente o F200F/G na classe dos topos de gama dos motores fora de borda Ya2012 Dezembro 312
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Notícias do Mar
Conhecer e viajar pelo Tejo
Texto Carlos Salgado
Os Desportos Náuticos Estão em Decadência em Portugal O meu entrevistado é o Antero Santos, uma figura incontornável dos desportos náuticos, aos quais dedicou a sua vida e o seu jornal Notícias do Mar, e sabe bem do que fala.
Antero dos Santos e Carlos Salgado com o nº 1 do Notícias do Mar
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conversa decorreu por vezes num tom muito vivo porque o Antero, apaixonado pelo mar, sofre demais com o que aconteceu à Náutica de Recreio em Portugal. C.S.- Caro Antero, quer queiram quer não reconhecer, os desportos náuticos em Portugal estão em decadência, nomeadamente a Vela. Gostava de saber a tua opinião, do porquê e como a situação pode ser invertida? A.S.- Já toda a gente sabe que há bastantes anos os desportos náuticos estão em declinio. Tanto a náutica de recreio, como a vela, as actividades subaquáticas, os desportos aquáticos e outros que se processam no mar como a pesca desportiva. E quando digo já toda a gente sabe, é porque sabe o actual Presidente da República, sabem os membros deste Governo e igualmente de todos os anteriores Governos, sabe a instituição com maior responsabilidade pela situação, o IPTM, que será em breve qualquer outra coisa, sabem todos os dirigentes das Federações e Clubes Náuticos e, finalmente, sabem milhares de pretendentes à prática 30
de desportos náuticos que acabaram por desistir ou abraçaram outra modalidade ligada ao mar como o Surf. A vela sofreu também pelas mesmas razões dos restantes desportos náuticos e por nos últimos 16 anos ter deixado de pugnar pelos interesses dos clubes, ter iniciado um processo de banca-rota, com buracos financeiros e processos a correr na judiciária. Gastou-se dinheiro à toa com organizações de campeonatos internacionais, apenas para “penacho” viagens, jantares e estadias de dirigentes. Até havia Cartóes de Crédito, sabe-se para que tipo de despesas. Há quatro anos atrás, quando a atual Direção da Federação de Vela foi eleita, tinha como razão forte do seu programa, uma auditoria às contas, porque havia um buraco financeiro de 800.000 €. E a grande maioria dos clubes queria saber porquê. Por isso foi eleita com 70% dos votos. Porém, a anterior Direção não queria perder o controlo da situação financeira da Federação, nem o que poderia sair daí. Aconteceu que o Secretário de
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Estado do Desporto, Laurentino Dias com aquela história de novos estatutos para todas as Federações, deu a possibilidade aos que tinham perdido nas eleições, bloquearem a aprovação dos Estatutos, pois para que isso fosse possível, era necessário uma maioria de 75% dos votos para aprová-los. Assim, pressionaram o Secretáriode Estado para retirar a Utilidade Pública à Federação. E conseguiram. Durante quase dois anos a Federação não teve a possibilidade de funcionar como queria e avançar com os projetos que tinha quando se propôs e foi eleita. Para baralharem mais a situação chegaram a constituir outra Federação de Vela. Praticamente, os quatro anos da Direção, passaram-se durante um ano e meio a tentar aprovar os estatudos, um ano sem Utilidade Pública e um ano a refazer-se, depois de aquirida novamente a Utilidade Pública, mesmo assim, sobre a qual ainda existe uma providência cautelar. Até se irem embora à quatro anos atrás nada fizeram pelos clubes, ignoro qual o projeto deles e não sei o que queriam agora voltar
a fazer. Uma coisa eu garanto, fizeram muito mal à vela. C.S.- Em relação à auditoria, qual foi o resultado? A.S.- Foi feita uma auditoria aos últmos quatro anos da anterior Direção, cuja conclusão foi enviada para os clubes. Encontrou-se uma conta caucionada em dívida de 90.000 €, despesas com deslocações e estadias sem documentos, pagamentos em duplicado, elevados pagamentos a empresas de serviços sem justificação e 70.000 € de dívidas às Finanças. Disto resultou, da parte da Direção actual, uma participação criminal ao Procurador da República. Neste momento, esta Direção vai começar de novo e finalmente vai aplicar os projetos que tinha para os clubes, a vela para os mais jovens e também um novo programa olímpico. Agora temos que esperar para ver. C.S.- Disseste que o IPTM é o maior responsável pela decadência dos Desportos Náuticos, porquê? A.S.- Porque fêz aprovar em 1999, com o Decreto-Lei nº 567/99 e mais tarde com o Decreto-Lei nº
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124/04, legislação que alterou o Regulamento da Náutica de Recreio existente. Até esse ano a Náutica de Recreio estava em crescimento, os clubes náuticos tinham bastante actividade, sobretudo nas escolas de vela, havia regatas com muitos veleiros e havia grande procura das lanchas a motor, para os passeios familiares nos rios, albufeiras e no litoral para a pesca desportiva e submarina. E todas essas lanchas davam também para o esqui aquático. Tudo isto acontecia, porque a Carta de Marinheiro, com a qual toda a gente se iniciava, permitia comandar veleiros até 12,40 metros de comprimento e embarcações com motor até à potência de 240 HP e também com o mesmo comprimento. Apareceu então no IPTM gente mais interessada no negócio das Escolas de Formação Náutica. E fez-se aprovar um novo Regulamento que reduziu as habilitaçõpes da Carta de Marinheiro para menos de metade, só podendo comandar embarcações até os 7,00 metros de comprimento e com a potência de 60 HP. Com isto, todos os velejadores para entrarem em regatas devidamente habilitados tinham que tirar mais um curso, o de Patrão Local. E com os barcos a motor aconteceu pior, porque o tipo de embarcação com a qual a maioria se iniciava era a lancha familiar com motor interior, de 20 a 22 pés de comprimento, alcatifada e com solário. O mínimo de potência dos motores iinteriores é de 135 HP. Estas lanchas deixaram-se de vender e quase desapareceram, porque ninguém quer tirar o Curso de Patão Local para navegar nos rios e nas albufeiras. Porque, para se ter as mesmas habilitações, passou a ser obrigatório tirar dois cursos. E ao negócio das Escolas de Formação Náutica juntou-se também o negócio dos Exames. E no IPTM, a defesa dos interesses destes senhores passou a ser maior que o interesse pelo desenvolvimento da Náutica de Recreio. O IPTM é altamente culpado por esta situação, porque deixou que se instalasse um lobby no Instituto que nunca permitiu que se alterasse o que quer que fosse. Foram enviadas cartas, houve reuniões com vários Presidentes e até feitos abaixos assinados a reclamar e solicitar a alteração desta legislação, mas até hoje o Regulamento ficou inalterado, mesmo tendo já fechado dezenas de escolas de formação náutica e já não haver alunos para os cursos de Marinheiro. O curso de Marinheiro acabou. C.S.- Agora o que deve ser feito, para reanimar os Desportos Náuticos? A.S.- Em primeiro lugar,
A Federação vai apoar os Optimist e as Escolas de Vela dos Clubes aprovar um novo Regulamento da Náutica de Recreio que incentive a iniciação, harmonize as Cartas de Navegador de Recreio com as àreas de navegação e os tipos de embarcação que existem, e que habilite os navegadores de recreio, de um modo mais prático, a interessarem-se pela navegação. Sobretudo que não seja um impedimento para a prática da Náutica de Recreio e dos Desportos Aquáticos, como é hoje, e esteja em consonância com a legislação praticada nos restantes países europeus. Para desenvolver os Desportos Náuticos é fundamental implementar os Clubes Náuticos como polos dinamizadores da Náutica de Recreio, criando-lhes um projeto de desenvolvimento, com aumento de prestação de serviços e a criação de postos de trabalho. Deve-se facilitar o acesso à água das embarcações, construindo rampas públicas de acesso à água, tanto no mar como nas águas interiores. Quer sejam as autarquias a construir-las ou os Clubes, as Administrações dos Portos não devem impedir que se construam estas importantes infra-estruturas Outra das medidas, é criar meios para os Clubes parquearem em seco as embarcações dos sócios e onde guardar as canoas, caiaques e pranchas, cedendo-lhes a concessão de utilizarem mais área envolvente ou perto das suas instalações, pois quase todos os Clubes Náuticos estão em instalações precárias e sob a administração dos Portos. Deve-se aproximar as Escolas Básicas e Secundárias dos Clubes Náuticos e desenvolver o Desporto Escolar Náutico, nas modalidades de Vela, Remo e Canoagem, com competições locais, regionais e nacionais. É fundamental que se fomente o associativismo e o desenvolvimento de uma cultura náutica nos Clubes, de modo a orientar, aconselhar
e disciplinar os seus associados no cumprimento das regras de segurança em navegação. É importante desenvolver uma Escola Náutica, dentro de cada clube, onde cabe a formação náutica, o espírito de interajuda e a aceitação de um código de exigências quanto aos equipamentos indispensáveis a ter a bordo. Como já aconteceu no passado, estimular a auto construção nos
Clubes Náuticos, eventualmente até em parcerias com as Universidades. Finalmente, deve-se Incentivar as pessoas que pretendam praticar uma atividade náutica ou desporto aquático, adquirir um barco de vela, de pesca lúdica, mergulho, pesca submarina ou apenas para passeio, faça-se sócio de um clube náutico onde se formará, será orientado e guardará a sua embarcação.
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Texto, Fotos de arquivo e ilustrações Carlos Salgado
Conhecer e Viajar pelo Tejo
O Cruzeiro do Tejo Vai Voltar O objectivo original do Cruzeiro do Tejo, que teve a primeira realização no ano da 1966, foi fundamentalmente o de dar a conhecer o Tejo interior aos desportistas náuticos do nosso país e proporcionar-lhes a fruição e a vivência de toda a sua valiosa paisagem natural e também os locais e a gentes por onde passava, num ambiente desportivo de são convívio e franca camaradagem.
O
s primeiros cruzeiros foram até a Azambuja, nos anos sessenta, sendo realizados no mês de Setembro, mas como os dias eram mais curtos a noite caía cedo o tempo refrescava, ficava-se sem luz e quanto à comida, como se costuma dizer “quem vai para o mar avia-se em terra”, mas com uma fogueira e o calor humano à volta dela, havia festa da rija. Muita gente ainda tem saudades daqueles cruzeiros e brada: aquilo é que era um cruzeiro a valer! Na sequência dos primeiros, muitos cruzeiros do Tejo foram realizados a partir daí, com destino a outras paragens, até à XXXIX edição. O meu amigo Gilberto Domingos, co-fundador dos Amigos do Tejo disse um dia sobre o Cruzeiro do Tejo: Oh Carlos, todos os anos ele se vai repetindo, desportivamente, numa homenagem ao Tejo e suas gentes e à ju-
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ventude de todas as idades que desfralda as velas ao vento e se vai redimindo dos males da nossa época. Há qualquer coisa de místico na beleza deste quadro de velas brancas e multicolores, beijando a poalha líquida, ao largarem como aves migrantes em busca de outros lugares. Ou será lembrança de velhas gravuras a fazerem-nos reviver outros tempos? Daqui de Alhandra a Salvaterra singra-se uma paisagem amena e deleitosa onde tudo está numa harmonia suavíssima que nos dá paz, saúde e sossego do espírito. Mas subitamente, abre-se na margem uma rua entre salgueiros: o grito campesino, o odor a gado, os bordos da água entre verdes margens, um abraço líquido que se estende acolhedor e nos envolve renascido, palpitante. Depois, oh gente ribatejana! Lá está quem nos veste de alegria, garba rudeza a pedir meças de honrada altivez, gente simples a desnudar lápide aos homens do mar. Graças ao facto deste gran-
Notícias do Mar
de festival náutico ter atingido, progressivamente, uma projecção nacional e internacional, foi beneficiando dos mais variados apoios e patrocínios, tendo atingido no seu apogeu a participação de quatrocentas embarcações concorrentes, um cacilheiro e alguns barcos tradicionais do Tejo das câmaras municipais ribeirinhas com acompanhantes e convidados a bordo, e movimentou um milhar de pessoas, o que passou a exigir uma organização cada vez mais complexa e pesada. Mas os tempos mudaram e devido, inevitavelmente, à crise que se foi instalando os apoios e os patrocínios deixaram, praticamente, de se poder contar com eles e portanto a organização do Cruzeiro foi suspensa para ser repensado, temporariamente. Mas como o Tejo continua vivo e a ser um rio de emoções e afectos que o tornam um grande atractivo e por se ter afirmado como um marco histórico do Tejo interior e da Náutica do A.S.C. bem assim como do Concelho de Vila Franca de Xira, da própria vila de Alhandra e da região ribatejana, ele deixou memórias e saudades e por isso ele tem que voltar a ser realizado já em 2013. Com uma estrutura organizativa adaptada à situação actual, mas não menos interessante, a Náutica do A.S.C. quer revitalizar o Cruzeiro do Tejo, dentro do conceito original e pretende, deste modo, dar um impulso à náutica de recreio e constituir um forte incentivo e motivação para a prática da Vela ligeira e dos cruzeiros e de outras modalidades aquáticas. Este novo Cruzeiro vai ser Aventura, Descoberta, Desporto, Turismo e Convívio com a Natureza e com as gentes ribeirinhas, uma marca forte do Tejo como potencial produto náutico-turístico. Será composto por uma subida do rio a partir de Alhandra no sábado 22 de Junho até a um lanço de Salvaterra-Valada, com regresso no dia seguinte. Logo após terem cruzado a linha de chegada os barcos continuam a navegar em caravana e a desfrutar a paisagem até a um local a montante onde se concentram os navegantes e ali montam o acampamento e é servido um jantar regional seguido de um arraial ribatejano e convívio com festa rija, sendo indispensável que as embarcações concorrentes estejam
à hora marcada no local da largada no Domingo, culminando o Cruzeiro com a tradicional “ Caldeirada “ em Alhandra. Já registámos os comentários de individualidades idóneas, sobre o regresso do Cruzeiro, que passamos a citar: “A Secção Náutica do Alhandra Sporting Club, ao tomar consciência de que o seu tradicional Cruzeiro do Tejo estava a ficar banalizado e a perder a eficiência e o prestígio do passado, julgou preferível suspender a sua realização, temporariamente, para ser repensado. Como a SNASC nunca abandonou a ideia de relançá-lo, foi procurando encontrar soluções para que ele se voltasse a realizar em condições de qualidade e prestígio adaptadas à realidade do país de hoje. Portanto o CRUZEIRO DO TEJO vai voltar em 2013! ” João Pinto Pessoa, presidente da Náutica do Alhandra S.C. “O Cruzeiro do Tejo foi durante anos um acontecimento no qual era imperioso participar, sobretudo pela riqueza do convívio que proporcionava. Fazia parte do calendário de velejadores e de outros acompanhantes que não queriam dexar de viver um fim-de-semana usufruindo das belezas do Tejo nem perder as festas ribatejanas quie o Passeio oferece. Reeditá-lo com o mesmo espírito é fundamental, para voltar a ser um evento em que muitos dos amantes do Tejo e desportistas náuticos vão querer estar na largada”. Antero Santos, do Notícias do Mar “O regresso do Cruzeiro do Tejo é da maior importância, pois é uma das ações que permite a dinamização do tecido económico local, dando a conhecer a quem nos visita as muitas potencialidades existentes e, simultaneamente, sensibilizar a população em geral para as atividades náuticas e para o usufruto do Rio Tejo. É também uma iniciativa que ganhou o seu espaço ao longo dos anos, razão pela qual todos ficaremos contentes com o seu regresso.” Maria da Luz Rosinha, presidente do município de Vila Franca de Xira VIVA O CRUZEIRO VIVÓ TEJO!
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Náutica
Notícias Touron
A Mercury Anuncia a Incorporação de Nova gama de Motores com Certificação SOLAS/MED A Brunswick Marine e EMEA anuncia a incorporação duma nova gama de motores fora de borda de 2 e 4 Tempos com a certificação SOLAS. A gama é composta de 5 bases de motores, nos 4 Tempos com os modelos 15/20 CV de 2 cilindros, 25/30 CV de 3 cilindros e 40/50/60 CV de 4 cilindros, e nos 2 Tempos com 40/50 CV de 3 cilindros.
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s motores de 2 Tempos de 40/50 CV de 3 cilindros, equipados com sistema de arranque pós-imersão, estão também certificados para embarcações de salvamento e de resgate rápido. “Os nossos clientes governamentais, comerciais e militares solicitaram mais motores com certificação SOLAS/ MED na nossa gama”, comentou John Lasschuit, Director de produto fora de borda. “A gama de 2 Tempos com certificação MED, compreendida entre
o 25 e o 90 CV, é a mais procurada para as embarcações que necessitam certificação SOLAS/MED. Como resultado duma crescente procura de motores fora de borda para embarcações militares e governamentais, sobretudo motores com baixas emissões, resolvemos certificar também os nossos motores de 4 Tempos entre os 15 e os 60 CV. Todos estes motores passaram os mais rigorosos testes SOLAS, incluindo os motores com unidade inferior standard, os modelos Bigfoot e as versões Jet”.
A Mercury Marine Apresenta o Sistema Anti-Roubo para Motores Fora de Borda a 4 Tempos de 40, 50, 60 e 150 HP
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Brunswick Marine in EMEA apresenta o Sistema de Dissuasão Anti-roubo (Theft Deterrent System - TDS) para os seus motores fora de borda Mariner e Mercury. Inspirado nos sistemas de segurança do sector automóvel, o TDS confere maior tranquilidade aos proprietários de embarcações. O Sistema de Dissuasão Anti-roubo compõese duma estação de acoplamento e de chaves codificadas electronicamente. Quando uma das duas chaves é usada, o motor, ou motores, da embarcação funcionam normalmente. Pelo contrário, sem a chave electrónica correcta, o motor, ou motores, funcionam a uma velocidade de segurança muito restrita. Não ficam totalmente imobilizados, permitindo que a embarcação se possa deslocar numa situação de emergência. Cada chave electrónica tem um transmissor que comunica com a estação de acoplamento, transmitindo sinais electrónicos que são enviados ao sistema informático do motor através do sistema SmartCraft de controlo dos motores. O estado do sistema pode ser claramente visualizado: Luz Vermelha – informa que a chave electrónica correcta está em falta e que o motor está limitado às RPM pré-definidas; Luz Verde – a chave electrónica está na estação de acoplamento e o sistema está desactivado, permitindo o normal funcionamento dos motores; O novo Sistema de Dissuasão Anti-Roubo inclui, também, uma luz intermitente vermelha – similar à de muitos automóveis – que indica que o sistema anti-roubo se encontra instalado. Este novo sistema de segurança encontra-se disponível para os motores fora de borda de 4 Tempos compatíveis com SmartCraft de 40, 50, 60 e 150 CV EFI.
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Notícias do Mar
Arquelogia Subaquática
Achado Arqueológico ao Largo de Leixões No passado dia 21 de Setembro, foi apanhada uma âncora muito antiga pelas redes de um arrastão não identificado, da praça de Leixões, que inicialmente se supôs, pela natural ausência de avaliação científica, poder pertencer a uma nau ou galeão do século XVI ou XVII.
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achado foi participado à Autoridade Marítima – Capitania do Porto de Leixões, que a mantém sob a sua guarda, em local não divulgado. Pela importância arqueológica que se julga merecer, foi participado oficialmente o achado ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico - Igespar. Por força do interesse que a âncora aparenta ter e pelo cuidado com que foi tratada, visto ser a que se encontra melhor preservada, quando comparada com as duas outras âncoras encontradas este ano, uma na baía de Cascais e outra no Algarve, é previsível que um membro do Instituto se desloque a Leixões, para uma prévia análise da peça agora encontrada. As notícias de navios afundados na idade média no norte do país são escassas, muito embora haja referências ao naufrágio da nau Damão, da carreira da Índia, em 1733, e uma outra de uma caravela espanhola, naufragada em 1550, devidamente notificada pelo capitão do navio
Alonso Andrés, conforme participação que se encontra no Arquivo de Protocolos, em Sevilha. Ambos os navios naufragaram por motivo de mau tempo, na área designada por “Mar da Póvoa de Varzim”
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Electrónica
Notícias Garmin
Garmin Recebe Importante Prémio Inovação atribuído pelo The Economist Group
Os dois cofundadores da empresa multinacional Dr. Gary Burrell e o Dr. Min Kao receberam em mãos o prestigiado prémio The Economist Group 2012 Innovation Award atribuído na categoria de Consumer Products
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Dr. Gary Burrell e Dr. Min Kao
Garmin, líder mundial em soluções de navegação por satélite*, tem o orgulho de anunciar que os seus cofundadores, Dr. Gary Burrell e o Dr. Min Kao, foram selecionados para receber o The Economist Group 2012 Innovation Award (Prémio de Inovação 2012) atribuído na categoria de Consumer Products (Produtos de Consumo) pelos dispositivos portáteis de navegação da Garmin. Os Innovation Awards sublinham as significativas contribuições prestadas em oito áreas distintas, que vão desde as telecomunicações ao altruísmo social. Para a cerimónia 36
de entrega, o The Economist reuniu um público composto por 200 convidados, onde se fizerem representar personalidades dos mundos académico, dos negócios, da ciência, da Investigação e Desenvolvimento e do Governo. A apresentação decorreu na British Academy of Film and Television Arts Theatre, em Londres, no passado dia 15 de novembro. “É com enorme honra e humildade que recebemos este prestigiado prémio que coloca a Garmin entre alguns dos maiores pensadores e das melhores marcas do Mundo”, disse o Dr. Min Kao, que aceitou o prémio em nome da Garmin. “Os Innovation Awards atri-
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buídos pelo The Economist reconhecem quem está na base do sonho e da realização das inovações, que é quem no fundo transforma o mundo em que vivemos através da sua visão e criatividade”, explicou Tom Standage, Digital Editor do The Economist e presidente do painel composto por 29 juízes, justificando a decisão de atribuição dos prémios. Ainda de acordo com este responsável, “os vencedores deste ano criaram importantes produtos e serviços e, estejam eles em áreas visíveis
ou nos bastidores dos avanços, as suas contribuições inovadoras tornaram-se parte da vida quotidiana de milhões de pessoas”. A cerimónia de entrega de prémios representou o culminar do programa de longa duração do The Economist para a envolvência em torno da inovação e foi transmitida ao vivo para todo o mundo através da Internet. “Este prémio atribuído à Garmin pela sua Inovação que vem desenvolvendo desde 1989 reflete o enorme peso que recai sobre a empresa social, sendo considerada como uma empresa referência não só em termos comerciais mas também em matéria de responsabilidade social”, refere Mariana Dias, Marcoms Manager da Garmin Portugal. A responsável realça ainda a importância do reconhecimento do mercado e dos seus utilizadores: “Ainda recentemente, a Garmin foi galardoada em Portugal pelos leitores da revista PCGuia como o melhor GPS e pela revista Gadget com o prémio de melhor gadget automóvel pelo nüvi 3590LMT. Somos reconhecidos pela qualidade, fiabilidade e confiança proporcionadas pelos nossos produtos GPS”.
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Pesca Desportiva
Pesca Mundial de Clubes
Equipas Portuguesas com Boa Participação Os Clubes “ Grupo Desportivo Os Amarelos “ e “ Clube Naval de Olhão” participaram de 24 Novembro a 01 de Dezembro no Campeonato do Mundo de Clubes, prova de se realizou em Espanha na cidade de Torrevieja.
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Grupo Desportivo os Amarelos 40
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epois de uma longa viagem, ambas as equipas foram muito bem acolhidas pela organização da prova, facto que aliás foi constatado por ambas as equipas com o decorrer dos dias e que no fim consideraram de excelente organização. Quer os dias de treino, quer os dias de prova foram pautadas por condições de tempo muito adversas, que obrigaram os atletas a um esforço adicional e uma maior aplicação dos seus conhecimentos. O vento acabou por ser o grande adversário, obrigando os atletas a pescarem em zonas de defeso com profundidades abaixo dos 10 metros, facto que dificultou muito a boas performances e também o facto de haver muito pouco peixe. Perante estes factos, as
Pesca Desportiva
equipas portuguesas tentaram se adaptar às condições descritas, alterando diariamente as suas pescas, na procura de melhores resultados. A entrega dos nossos atletas ficou bem patente nas classificações diárias, onde registaram alguns primeiros e segundos lugares nas embarcações, mas que dadas as circunstancias e também o facto de não estarem muito habituados ao tipo de pesca que se exigia, apresentarem um desempenho que se enaltece. Ficou mais uma vez provado que a preparação para provas, cujos mares são diferentes daqueles em que pescamos, se afigura de extrema importância e por isso de reflectir em termos futuros da necessidade de planear treinos mais de acordo com as características dos mares que venham a encontrar. Tratou-se pois de uma participação que honrou as cores nacionais e que dignificaram a modalidade desportiva da Pesca Embarcada.
Clube Naval de Olhão
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Pesca Desportiva
Final do Campeonato Nacional de Clubes 2012
CPND Albufeira Campeão Nacional
João Pardal, Célio Alves, José Luís Costa, Alexandre Dionísio e Nuno Sousa Chegamos ao fim de mais uma época do Campeonato Nacional de Clubes, no passado dia 2 de Dezembro, em Setúbal, com grande empenho, dedicação e competitividade, mas sempre em clima de grande desportivismo.
N
esta competição, e de acordo com o regulamento, as equipas são constituídas por 5 atletas, mas só contam para a pontuação da equipa as 4 melhores classificações.
O CPND Albufeira sagrou-se Campeão do Campeonato Nacional de Clubes 2012, e representará Portugal no 6º Campeonato do Mundo de Clubes para a época de 2013 que se realizará em MONTENEGRO de 5 a 12 de Outubro de 2013.
Classificação Final Clube
Equipa
Pontos
1º
CPND Albufeira
CPND Albufeira
26
2º
Companhia Mares
B
30
3º
CN Ericeira
CN Ericeira
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4º
CN Sesimbra
A
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Final do Campeonato Nacional da 3ª Divisão de Pesca em Barco Ancorado - 2012
Ricardo Sousa Sagrou-se Campeão C
om 1130 Pontos, venceu o Campeonato Nacional da 3ªDivisão o atleta Ricardo Sousa, do Botafogo FC. AFinal do Campeonato Nacional da 3ª Divisão do Campeonato Nacional de Pesca em Barco Ancorado, realizada no dia 2 de Dezembro nos mares de Setúbal foi disputada entre os Campeões Regionais da 3ª Divisão, de modo a apurar o Campeão Nacional da 3ª Divisão da época 2012.
Classificação Final
Ricardo Sousa do Botafogo FC, Campeâo Nacional da 3ª Divisão
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Clube
Pontos
1º
Ricardo Sousa
Botafogo FC
1.130
2º
Eduardo Guela
Grupo Naval de Olhão
1.100
3º
Fernando Pedro
Pampilhosa
4º
Miguel Lopes
Clube Naval Ericeira
720 Faltou
Pesca
Acidente na central Nuclear de Fukushima
Atum com Radioatividade Capturado na Califórnia Alguns meses após o acidente com a central nuclear de Fukushima, no Japão, foram capturados na Califórnia alguns exemplares contaminados de Thunnus orientalis, a versão do Pacífico do atumrabilho do Atlântico, mas sem perigo para a saúde.
E
studos efetuados com estes exemplares e com outros capturados posteriormente, deram origem a um trabalho efectuado por uma equipa chefiada por Daniel Madigan, da Universidade de Stanford que foi publicado na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences. O resultado desse estudo confirmou que a concentração dos elementos radioactivos encontrada nos atuns, é muito abaixo de outros elementos radioactivos naturais e não apresenta perigo para a saúde. A equipa que analisou os peixes encontrou 4 becqueréis por quilograma do isótopo radioactivo césio134 e 6,3 becqueréis por quilograma de césio-137. O limite máximo de segurança definido pelas autoridades japonesas é de 100 becqueréis por quilograma de alimento. Em análises anteriores feitas a peixes naquela região, nunca foi encontrado césio-134, que só é produzido por reactores nucleares e encontra-se em armamento. O césio-137 já está presente no oceano devido às poeiras radioactivas dos testes nucleares das décadas passadas. Este isótopo tem um tempo de semivida muito lento, em comparação com o césio-134, cujo tempo de semivida é de dois anos. Por isso, a única explicação plausível para a presença de césio-134 nestes peixes é a radiação vinda do derrame da central japonesa. Os resultados “são inequívocos, a fonte é Fukushima”, disse Ken Buesseler, da Instituição Oceanográfica Woods Hole, no Massachusetts, Estados Unidos, ao jornal britânico The Guardian. Segundo o jornal, o reactor nuclear derramou para o oceano Pacífico 18.000 terabecqueréis de radioactividade. “Nunca diria a ninguém o que é seguro comer e o que não é. Tem vindo a ser claro que, para algumas pessoas, uma quantidade mínima de radioactividade é má e deve ser evitada. Mas comparado com o que existe na natureza e para os limites de segurança que foram estabelecidos, estas quantidades não são nada grandes”, disse Daniel Madigan à Reuters. Esta espécie tem níveis baixos do isótopo radioactivo potássio40, que ocorre naturalmente na
natureza. Segundo Madigan, a radiação de Fukushima foi responsável por um aumento de 3% da radiação total nestas espécies. Os atuns que são capturados vão continuar a ser analisados para ver se continuam a revelar radiação.
Uma das lotas de atum em Tóquio
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Motonáutica
UIM F1H2O World Championship
Texto e Fotografia Gustavo Bahia
Alex Carella é Bi-Campeão Mundial com a Vitória em Abu Dhabi Carella Venceu o seu segundo campeonato mundial
O piloto italiano Alex Carella do Qatar Team venceu o seu segundo Campeonato Mundial de F1H2O, após vencer de ponta a ponta a penúltima etapa realizada em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
Emirado Árabes Unidos tem o melhor da Motonáutica Quando a F1H2O chegou aos Emirados Árabes Unidos não existiam nenhuma das infra-estruturas que agora encontramos. O Abu Dhabi International Marine Sports Club (ADMISC) fisicamente não existia. Hoje Abu Dhabi é muito mais do que a capital dos Emirados, fruto de uma política de desenvolvimen-
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to bem melhor planeada do que a famosa Dubai é uma cidade bonita, agradável e muito bem organizada. Tudo mudou nos últimos 28 dos 41 anos comemorativos da união dos sete emirados, foco da visão de um ícone para sempre lembrado por todos Sheihk Zayed. Sua foto ainda permanece na lembrança das gerações que se seguem e nos outdoors, caros e todos os pontos comerciais sejam pequenos ou grandes.
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Erguida sobre uma mina de ouro negro (petróleo), Abu Dhabi é muito mais do que a capital, é o Emirado mais rico do que todos os outros seis juntos, garantindo uma enorme estabilidade a todo país. Nova área para as equipas Esse ano o ADMISC recebeu as equipas em uma nova área especialmente construída com to-
das as facilidades necessárias ao bom funcionamento. Em função dessa alteração o circuito náutico da prova foi também alterado, facultando uma melhor operação náutica e mais visibilidade para o público. Os dias nublados não ajudaram muito, mas tudo aconteceu sem problemas. O jantar de gala foi interrompido pela chuva, estragando a festa que foi organizada ao ar livre.
Motonáutica
Philippe Chiappe conseguiu o segundo lugar com dois pontos de vantagem Uma vitória sem sal Difícil comentar o bi-campeonato vencido por Alex Carella, não que lhe falte competência ou qualidade da equipa, mas são dois anos onde vence os campeonatos completamente sem aquele sabor de
vitória pela velocidade. Ano passado venceu depois de um acidente com seu companheiro de equipa Jay Price, esse ano venceu sob bandeira amarela com apenas 32 das 38 voltas que deveriam ter sido corridas. A prova foi finalizada por
tempo regulamentar de 45 minutos, deixando um gosto amargo na boca de quem ainda pensava numa reacção do piloto do Abu Dhabi Team, Thani Al Qamzi. As regras que fazem com que se estrague o show estão no regulamento, mas a forma como são aplicadas fica de responsabilidade da Direcção da Prova. A bandeira amarela é para ser aplica-
Sami Selio perdeu a hipotese do Vice-Campeonato
da na Motonáutica no máximo por 2 voltas, mas cada uma das 3 interrupções levaram uma eternidade para que os participantes recebessem a bandeira verde. Outro factor que ficou sempre no ar, foi a falta do piloto Ahmed Al Hameli, que teve de abandonar o campeonato quando liderava a tabela com alguma folga por motivos da descoberta
Símbolo comemorativo de 41 anos da União
Largada da etapa de Abu Dhabi que Vencida por Carella 2012 Dezembro 312
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Motonáutica
de um tumor maligno no cérebro. O piloto de Abu Dhabi foi operado nos Estados Unidos, onde ficou por 2 meses, tendo retornado a Abu Dhabi onde vem se submetendo ao tratamento de quimioterapia. Al Hameli com apenas 32 anos tinha verdadeiramente todas as possibilidades de vencer esse campeonato, mas a saúde lhe roubou essa oportunidade.
Thani Al Qamzi venceu com estilo em Sharjah
Abu Dhabi com título em aberto A luta pelo título 2012 chegou a Abu Dhabi tendo 3 pilotos com chances matemáticas para obter sucesso: Alex Carella, Philippe Chiappe e Sami Selio. Carella esteve sempre em melhor posição, conquistou a Polé Position com 0:46.59. Philippe Chiappe foi terceiro com 0:47.03 e Sami Selio o sexto com 0:47.44. Mesmo com essa diferença ainda restavam esperanças ao piloto francês e ao finlandês Selio, um excampeão com muita experiência. Entretanto, a performance durante a prova deixou Sami Selio em terceiro e Philippe Chiappe em quarto. Alex Carella venceu de ponta a ponta. Team Abu Dhabi com 3 barcos em casa Apenas para a etapa de casa o Team Abu Dhabi participou com 3 barcos, o numero 5 de Thani Al Qamzi, o número 27 para Scott Gillman e o número 6 para Majed Al Mansoori. Scott Gillman fez o primeiro dia de treino com o novo motor de 4 tempos fora de bordo desenvolvido pela parceria Hartley Enterprises e Baba Racing mostrou que tem potencial, mas ainda precisando de desenvolvimento. Gillman revelou a NM que o Team Abu Dhabi pretende encomendar um barco BABA sob medida para esse motor para a temporada 2013.
Scott Gillman participou das duas etapas nos Emirados
O barco Sul Africano ainda não esta a altura da concorrência 46
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Os 2 tempos vão parar? Em Abu Dhabi 23 barcos estiveram
O Motor 4T Caudwell projetado na Afica do Sul
Motonáutica
O voo do piloto Chinês
O piloto Americano obteve boas prestações participando e a proporção entre motores 2 tempos e 4 tempos é de 21 (2T) para 2 (4T). Se considerarmos a participação nos testes de Scott Gillman com o Hartley/Baba os 4T somam 3 unidades. A Equipa Caudwell sulafricana participou desse campeonato com os motores “onboard” Caudwell e um barco totalmente projectado e construído para receber o motor V8. Tudo ainda carece de muito trabalho e desenvolvimento, para chegar ao nível de competitividade dos Mercury EFI que domina a categoria. O sinal dos novos tempos é uma realidade, mas muita água ainda vai passar até que possamos ver uma vitória de um 4 tempos ou um grid de largada com números inversos ao da actual realidade. Os 2 tempos são mais leves e muito mais rápidos, com todos os barcos já bem afinados. Benavente com novo barco O piloto português Duarte Benavente trocou o seu barco por um novo Baba e os resultados perecem começar a ser positivos. Único piloto português na F1H2O, Benavente insistia em competir com o barco Dragon (Ex-Burgess) que não oferecia condições técnicas em igualdade com os modernos DAC e BABA. Foram muitos anos e grandes decepções para o piloto de Azeitão, até que decidiu mudar para o BABA. De imediato já pulou para o grupo dos 10 mais rápidos e torcemos para que em 2013 possa ter uma participação que faça justiça as suas capacidades.
Scott com o terceiro barco da equipa
Cantando fez boas apresentações nos Emirados
Marit Stromoy ficou em 7º e 8º nos Emirados 2012 Dezembro 312
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Motonáutica
O Novo Paddock em Abu Dhabi Thani vence em Sharjah Thani Al Qamzi venceu com garra a última etapa do campeonato mundial 2012 realizada em Sharjah,
também nos Emirados Árabes Unidos. O piloto natural de Abu Dhabi e primeiro piloto do Team Abu Dhabi, já tinha tido um brilhante participação na etapa de casa, onde obteve
o segundo lugar. A prova teve menos 6 voltas por conta das bandeiras amarelas, mas Thani, tal como Carella em Abu Dhabi, nunca deu chance aos demais competidores, mesmo tendo largado na quarta posição. Com esses dois resultados Thani conseguiu recuperar bem na tabela do mundial 2012, terminando em 3º lugar com 60 pontos. Luta pelo 2ºlugar em Sharjah O campeonato chegou a Sharjah com o Campeão definido por antecipação, mas a luta pelo segundo lugar estava aberta para Philippe Chiappe, Sami Selio e Thani Al Qamzi, todos com chances pendentes dos seus resultados. O piloto francês, líder da equipa da China, conseguiu prevalecer merecidamente, mesmo não tendo uma performance como se poderia esperar. O terceiro lugar na prova de Abu Dhabi e um modesto sexto lugar em Sharjah, garantiram a pequena diferença diferença de 2 pontos sobre Thani Al Qamzi. Jay Price decepcionou O ex-Campeão Mundial Jay Price participou das duas etapas dos
Boa divulgação da prova pelas vias de acesso 48
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Homenagem ao piloto Ahmed Al Hameli Emirados pela Equipa Skydive Dubai, mas o que melhor conseguiu foi se classificar em terceiro na etapa de Sharjah. O piloto americano não concluiu nenhuma das provas, muito aquém das expectativas. Price competiu com um BABA/Mercury EFI. Campeonato 2013 sem calendário Mesmo depois de um ano com apenas 6 etapas, o Mundial de F1H2O ainda não tem calendário definido para 2013. Segundo o Promotor da categoria, existe ainda esperança de uma etapa de abertura no Brasil ou no Egito em Abril 2013. Fora isso, aparentemente tudo deve ficar no mesmo, com o campeonato mais uma vez sem nenhuma etapa na Europa. Para o Brasil achamos pouco provável, para o Egito uma enorme utopia, quando país está à beira de uma guerra civil. A realidade sobre falta de provas nos principais campeoantos da UIM, que comentamos na edição anterior, é muito triste para a Motonáutica.
Price voltou mas não obteve resultados
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Náutica Texto e Fotografia Raimundo Covas e Moura Teles
Associação Portuguesa de Motocruzeiros
Navegações nos Rios e no Mar em 2012
É sempre extraordinário passar pelo Espichel
A Associação Portuguesa de Motocruzeiros cumpriu mais uma vez o seu programa anual, proposto pela Direcção e aprovado para o ano de 2012. Com total sucesso, segundo opinião manifestada pelos participantes nas diferentes actividades e eventos.
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ando início aos eventos, em Maio, algumas embarcações dos nossos associados rumaram até ao Seixal, agora já com
um cais de atracação satisfatório. Foi a forma de testar a manutenção dos cascos e dos motores, que o inverno tinha permitido, começando a preparar
mais horas de navegação. Ainda em Maio, continuando na mesma margem do rio, rumámos até Alcochete, onde nos esperava uma Caldeirada previamente encomendada ao
Partida de Lisboa para Valada 50
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nosso Amigo Gaivita, do “Restaurante Marítimo”. Para quem não está habituado a esta área do rio, foi aproveitada a experiência dos “Patrões” mais calejados, que a navegação é um pouco confusa e complicada, por falta de sinalização adequada. Falta mais cais para atracar, mas com alguma perícia e engenharia de amarrações, conseguimos satisfazer o prazer de ir a Alcochete! Outra oportunidade surgiu e navegámos novamente até ao Seixal, com um belo dia de sol e boa maré. Com o desaparecimento da ilha do Bugio não temos muito por onde escolher! Ai! “Ilha Do Bugio” onde tão bons pic-niks proporcionaram deleitosos convívios; era o coração dos navegantes de Lisboa e das áreas ribeirinhas. Foi-se... Entre 31 de Maio e 10 de Junho, tivemos em Lisboa a visita dos veleiros da “Volvo Ocean Race”. Os nossos Associados aproveitaram para navegar e mais de perto apreciar aquelas
Náutica
“grandes máquinas voadoras”. O mesmo aconteceu na semana de 16 a 22 de Julho, a semana dos “Tall Ships”. Foram de facto duas grandes jornadas náuticas que também nos fizeram recordar os nossos antigos navegadores - “grandes naves para grandes oceanos”. A Subida Anual até Valada Com o dia 10 de Junho ocupado com a “Volvo Ocean Race”, a subida anual até Valada, sempre nessa data, teve de ser adiada e reformulada. Reformulada, porque o “Clube Naval de Alhandra” e a “Confraria do Tejo” nos pediram ajuda para que com a nossa experiência lhes mostrássemos a melhor navegação até Valada, por forma que pudessem organizar um “nautic paper”. Assim, a 16 de Junho, AM, largámos de Lisboa, parando em Alhandra para serem integradas algumas
Às vezes não é fácil encontrar espaço para atracar
Antero dos Santos e Jorge Moura Teles numa subida até Valada
Um almoço no Restaurante Ponto Final
embarcações do “Clube Naval de Alhandra” e, em conjunto, lá retomámos a rota de Valada. Devidamente programada estava à nossa espera um condigno repasto de “Enguias Fritas” e “Joelho de Porco”, que só no restaurante do nosso Amigo Neves, se podem saborear! Deixou-se “acalmar” a degustação sentados na esplanada vizinha do Tejo, do nosso Amigo Porfírio, que no seu bar tem expostas as crestas evocativas das nossas idas a Valada. Controlada a digestão com umas “águas das pedras”, iniciámos o regresso a Alhandra e a Lisboa, deixando que os nossos acompanhantes pudessem
confirmar a rota da subida. Nas Águas Quentes de Tróia e Frias do Algarve Bom e agora começa o Verão, propriamente dito. Terminada a semana dos “Tall Ships”, dia 23 de Julho saímos de Lisboa com destino à Marina de Troia onde mais uma vez tivemos bom acolhimento, diria mesmo, preferencial. Permanecemos nestas paragens até ao final do mês. Por lá fizemos algumas pescarias e reconhecimentos de sítios paradisíacos, sempre com bom mar e com a temperatura da água bem acima dos 20º no rio, que nos proporcio-
Uma reuniâo de 6ª feira para decidir o próximo programa 2012 Dezembro 312
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Náutica
Um gostoso piquenique a bordo
O Jantar do Perú
Os cruzeiros até Sesimbra e Seúbal oferecem a beleza da Costa Azul
Este ano as águas do Algarve estavam muito frias 52
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nou uns banhos com muito entusiasmo e prolongados. Como foi bom “abicar” naquelas areias da margem esquerda do estuário do Sado... No dia 1 de Agosto zarpámos para Sines onde se pernoitou depois de abastecer os depósitos de combustível e se jantar belo peixinho grelhado no “Restaurante Beicinho”. Cedo, no dia seguinte rumou-se a Portimão. A “Armada APM” foi recebida frente à Ria do Alvor por uma embarcação nossa, já instalada previamente naquelas paragens, o que proporcionou um momento de confraternização com um “Gim Técnico” e o primeiro banho de mar Algarvio. Mas..., desilusão total, a água estava “gelada” comparativamente à de Troia!! Permanecemos até 13 de Agosto na Marina de Portimão, com o habitual acolhimento de muita cordialidade. Foi tomada a opção de deixar ao critério dos ocupantes das embarcações aproveitarem a estadia como bem programassem, aproveitando a estadia como entendessem. E assim, pelos relatos havidos à noite, desfrutando uma bebida no “Avlis” ou no “Recife IV”, soube-se dos bons passeios que aconteceram. Foi uma estadia agradável para um fim de férias de 2012. Como o que é bom acaba de pressa, o fim do mês chegou rápido e lá tivemos de regressar a Lisboa. No dia 15 de Setembro tivemos que anular uma pescaria
Náutica
prevista devido ao mau tempo. O Magusto, um Cruzeiro e o Jantar do Perú Em Novembro, fizemos o nosso já tradicional magusto, que como sempre foi mais um encontro de navegadores. Famílias e Amigos confraternizaram com muito boa disposição e saborearam uma bela grelhada, muito mista e castanhas, tudo bem regado com excelente água-pé. De 7 a 16 de Novembro, um sócio da APM proporcionou a inclusão num Cruzeiro pelo Mediterrâneo de alguns Motocruzeiros e suas famílias. Foi mais uma jornada excelente para os que puderam aproveitar. No dia 8 de Dezembro, efectuou-se o tradicional “Jantar do Peru”, assim festejando o “Natal da APM”, com troca de lembranças, recordando aqueles que por motivos particulares não puderam estar presentes e desejando a todos uma Feliz Quadra Natalícia e um BOM ANO.
Ao largo do Portinho da Arrábida Para o ano de 2013 projectos já há, assim se possam, concretizar com a crise a espreitar... Fazer as habituais navegações até à outra margem,
será o mínimo; que o evento principal está já a ser esquematizado - a subida do Douro em Junho. Em Julho / Agosto vamos até à Marina de Troia,
desfrutar o Sado, Setúbal e o Portinho da Arrábida, onde este ano desfrutámos de água mais quente que no Algarve e a pesca sempre nos alicia!
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Surf
Circuito Europeu de Longboard (ETL) - Estoril Surf Festival
Ruben Silva Campeão Nacional de Longboard na Coroação Europeia de Ben Skinner Ruben Silva tornou-se o primeiro campeão nacional de longboard do Porto, depois de alcançar os quartos-de-final da prova do Circuito Europeu de Longboard (ETL) que terminou em 9 de dezembro, integrado no Estoril Surf Festival, uma etapa ganha pelo inglês Ben Skinner que, depois de alcançar as meias-finais, se sagrou campeão do Circuito Europeu de Longboard 2012.
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Ben Skinner, campeâo europeu
uben Silva viu o seu concorrente directo ao título, João Veríssimo, ser eliminado na mesma fase pelo inglês
Adam Griffiths. Em mais um dia de belas ondas na praia do Guincho com cerca de metro, Ruben Silva perdeu nos quartos-de-final com o
Ruben Silva festeja 54
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francês Edouard Delpero, 5º do ranking mundial da modalidade com um score de 9 contra 13,1 do gaulês. Mas viu João Veríssimo ser afastado na mesma fase (6,9 contra 13,75) por Griffiths, candidato ao título europeu e finalista vencido desta etapa, o que lhe garantiu o triunfo no Nacional por escassos 30 pontos, o que diz bem da competitividade da prova. Com esta vitória, Ruben tornou-se o primeiro campeão nacional de Longboard oriundo do Porto, uma curiosidade que serve para colocar a proverbial cereja num fim-de-semana de sonho para este surfista que apenas há dois anos começou a dedicar-se seriamente a esta variante: “Faço surf há mais de 20 anos e fazia Longboard ocasionalmente, sobretudo nos dias em que, depois de fazer um triatlo, que também pratico, estava
demasiado cansado para surfar em prancha pequena. Depois, entrava em algumas provas e o Lufi (ndr: Luís Bento, shaper e competidor do Nacional de Longboard) incentivou-me a continuar e agora aqui estou, campeão nacional!” Acerca da prova, inserida numa etapa do Circuito Europeu de Longboard, Ruben só tem elogios: “É excelente estarmos a competir com alguns dos melhores da Europa e do Mundo. Ajuda-nos a suplantarmo-nos e a evoluir. Depois, tivemos muita sorte com as ondas. Sou do Porto e não costumo surfar muito no Guincho, mas sei que costuma ser muito ventoso pelo que fomos felizes com as condições.” Uma última palavra para o estado da modalidade em Portugal: “Estes campeonatos são mui-
Surf
to importantes, também porque dão oportunidades de divulgação à modalidade. O longboard em Portugal tem sido pouco valorizado e estas provas ajudam a inverter essa tendência. Agora, como costumo dizer aos meus patrocinadores, apenas prometo trabalho para continuar nesta senda de sucesso. Este foi, aliás, um ano de sonho, com a vitória na Taça de Portugal e agora no Nacional.” Mas o rei da festa, hoje, foi mesmo inglês. Ben Skinner de seu nome, conquistou o quarto título do Circuito Europeu de Longboard, mas se se levar em consideração títulos do Eurosurf e da ASP, “Skin Dog” leva qualquer coisa como 10 troféus que o consagram como o capeoníssimo da modalidade no Velho Continente. “Sim, foi o meu quarto título do ETL e é um circuito que aprecio muito pelo seu papel no desenvolvimento do longboard a nível europeu. É por isso que me honra muito conquistar mais este troféu, ainda pr cima no Estoril. Foi aqui que me sagrei campeão Europeu pela primeira vez e é muito bom poder celebrar aqui novamente”, confessou Bem Skinner. O inglês das Channel Islands encontrou no Guincho “condições de sonho”: “Fomos abençoados com boas ondas. Sempre 3 a 4 pés (ndr: cerca de metro) com vento fraco, hoje um pouco mais pequeno mas mais perfeito, com sol, em Dezembro?! Na minha terra não temos este clima...” Convidado a apreciar o nível dos longboarders nacionais, Ben Skinner não poupou elogios ao novo campeão nacional, Ruben Silva: “Todos os anos que aqui venho vejo o nível dos longboarders nacionais evoluir e sei que hoje se decidiu aqui também o campeão nacional. Vi-o surfar durante todo o campeonato e ele ‘ripou’ em todos os heats. Tem um surf fantástico, com curvas muito poderosas. De resto, fui muito bem tratado aqui em Portugal e só tenho coisas boas dizer desta terra. O Estoril é como uma segunda casa para mim.” A festa terminou com a entrega de prémios em S. pedro do Estoril, encerrando assim, mais uma bela temporada de longboard português e Europeu. Até para o ano!
Edouard Delpero O Estoril Surf Festival é organizado pelo Surfing Clube Portugal e conta com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, da Federação Portuguesa de Surf, da Federação Europeia de Surf, do Desporto Escolar, Junta de Freguesia do Estoril, Junta de Freguesia de Carnaxide, Fundação o Século, Deeply, Guincho Surf Shop, do Restaurante/Bar Enseada, Pizzaria/Bar Praia de S. Pedro, Restaurante/Bar Casa da Praia, Pizzaria Gordos, Boteco da Linha, Folha Skimboards, Sagres, Print to File e Culto da Imagem.
Ben Skinner recebe o prémio
Remy Arauzo 2012 Dezembro 312
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Bodyboard
Circuito Bodyboard Pro Tour
Manuel Centeno
Centeno Vence em S. Miguel e Acende Luta pelo Título a Quatro Manuel Centeno e Marta Fernandes sairam vencedores da terceira etapa do Bodyboard Pro Tour, num dia de boas ondas de metro e meio a dois nos areais de Santa Bárbara, em S. Miguel, Açores.
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anuel Centeno teve dois testes difíceis na meia-final com o líder do campeonato Hugo Pinheiro e, na final, com o talentoso bodyboarders local, Pedro Correia, saindo vencedor de ambos os embates e relançando-se na corrida pelo título nacional que, agora, tem quatro candidatos em igualdade de circunstâncias. Assim, além do atleta portuense, também Hugo Pinheiro, o nazareno António Cardoso e o penichense Daniel Fonseca podem, em caso de vitória na derradeira etapa (Carcavelos, 20, 21 e 22 de Dezembro)
sagrar-se campeão nacional. Contas que o próprio Manuel Centeno, atipicamente, nem tinha feito, assumindo alguma surpresa na hora da vitória: “É muito bom saber que posso revalidar o título, mas tenho de dizer que, neste momento, por tudo o que fez este ano, pela regularidade, pelo empenho e, sobretudo, pela humildade, o Hugo Pinheiro merece ser campeão no final do ano.” Uma afirmação que Centeno suporta com um recado: “Digo isto do Hugo Pinheiro, repito, pela humildade. Algo que devia constituir um exemplo para todos os jovens
Pedro Correia 56
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competidores...” Entretanto, Pedro Correia, ainda embrulhado numa bandeira dos Açores, não escondia o orgulho pela primeira final nacional de um atleta do arquipélago: “Não teria atingido este patamar sem o apoio de todos os açorianos que aqui estiveram na praia a apoiar-me. Agora vou para Carcavelos, para a última etapa do Nacional, com o objectivo de conseguir atingir outra final!” Entretanto, na competição feminina, a carcavelense Marta Fernandes esteve verdadeiramente imparável, derrotando de forma es-
magadora a campeã nacional Rita Pires na meia-final e superando Catarina Sousa na final. Uma exibição que abre boas perspectivas para um ataque à liderança de Catarina Sousa, em Carcavelos. “Fiquei muito moralizada com a minha vitória sobre a Rita Pires na meia-final e levei esse sentimento para a final. O mar, hoje, estava como eu gosto e senti-me em casa. Agora vou muito entusiasmada para Carcavelos e tentar o meu melhor.” Os dados estão então lançados para Carcavelos para uma final de temporada emocionante.
Manuel Centeno e Marta Fernandes, os vencedores
Surf
Notícias da Associação Nacional de Surfistas
Paulo Martins Vence Prémio“MOCHE Surfista do Mês” de Novembro A Associação Nacional de Surfistas e a MOCHE decidiram atribuir o prémio “MOCHE Surfista do Mês” de Novembro a Paulo Martins, Director Geral da Despomar, pelo 25º Aniversário da empresa que serve os surfistas portugueses há um quarto de século.
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aulo Martins, actual Director Geral da empresa, é uma das peças fundamentais para o sucesso de umas das maiores empresas ligadas ao surf do país e que procura diariamente servir com grande qualidade, todos os surfistas de norte a sul de Portugal. Sobre a sua distinção do prémio “MOCHE Surfista do Mês”, Paulo Martins referiu que “foram 25 anos a viver de e para o surf, orgulhamo-nos da nossa estratégia e do crescimento sustentado da nossa empresa. O nosso objetivo é continuar a trabalhar o surf como pilar de todas as nossas estratégias. Ficamos felizes pelo reconhecimento da ANS e pelo prémio Moche Surfista do Mês.” O prémio “MOCHE Surfista do Mês” visa distinguir o(a) surfista Português(a) e/ou personalidades que trabalham em prol do Surf com influência e contribuição positiva no desenvolvimento da modalidade a nível nacional e internacional, incluindo os domínios desportivos, ambientais ou sociais, e projectos industriais ou associativos directa e exclusivamente ligados ao Surf, atribuindo um Blackberry Curve 8520 ao premiado. Chegando assim à última distinção de 2012 do MOCHE Surfista do Mês, a ANS congratula e agradece a todos os que foram premiados:este ano: Junho – Jorge Barroso, Presidente da Câmara Municipal da Nazaré; Julho – João Valente, Director da SURFPortugal; Agosto – Hugo Maia, Surfista Adaptado; Setembro – João Vidal, o Campeão Nacional mais novo de sempre; Outubro – José António Rodrigues, Comandante do Bombeiros Voluntários de Peniche; Novembro – Paulo Martins, Director Geral da Despomar, empresa que representa a Billabong Portugal. O ano de 2013 está aí à porta, esperandose assim novas distinções para quem contribui para que o surf português continue a crescer!
Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana. Administração, Redação: Tel: 21 446 28 99 Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com
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Notícias do Mar
Últimas Semana Olìmpica Canária de Vela
Rui Silveira no Pódio
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ui Silveira, velejador do Clube Naval da Horta, classificou-se em 2º lugar na Classe Laser Standard, na Semana Olímpica Canária de Vela, prova organizada, entre 6 e 9 de Dezembro, pelo Real Club Náutico de Gran Canaria, Espanha. Nos 4 dias de prova realizaram-se 9 regatas com ventos fracos e médios entre os 5 e os 11 nós. Joaquim Blanco, atual campeão de Espanha foi o vencedor e o terceiro lugar do pódio foi ocupado pelo lituano Karolis Janulionis.
Surf
Açores Escolhidos para Receber o Eurosurf 2013
EUROSAF Youth Sailing Championship 2013- Tavira
Talentos Europeu em Portugal
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Anúncio de Regata do EUROSAF Youth Sailing Championship 2013 – Tavira, Portugal, já está publicado. A prova, decorre entre 3 e 9 de Agosto, e tem organização da EUROSAF, da Federação Portuguesa de Vela e do Clube Náutico de Tavira. Depois do sucesso da primeira edição, disputada o ano passado em Aarhus, na Dinamarca, os jovens velejadores do continente europeu voltam a competir num evento de alto nível.
O
comité executivo da Federação Europeia de Surf (ESF) escolheu os Açores como palco do Eurosurf 2013, o campeonato da Europa de selecções, seleccionando a candidatura insular, nomeadamente, São Miguel, em pretérito de Viana do Castelo e Marrocos. O anúncio surge cerca de uma semana depois de do comité executivo da ESF ter estado reunido com o presidente da Federação Portuguesa de Surf e o presidente da autarquia de Peniche no recém-inaugurado Centro de Alto Rendimento de Surf localizado precisamente na localidade que recebe a etapa portuguesa do Mundial de Surf da ASP. O presidente da ESF, Xavier Delannes justificou a escolha dos Açores com a excelência das suas ondas mas também com a reconhecida capacidade organizativa dos portugueses: “Foi uma escolha difícil, pois todas as três candidaturas tinham bons argumentos, mas optámos pelos Açores pelas boas condições e pela facilidade que nos oferece em termos de logística, pois é um destino acessível a todas as Selecções da Europa e que tem uma variedade de spots de grande qualidade.” A vitória da candidatura açoriana agradou ao presidente da Federação Portuguesa de Surf, Guilherme Bastos: “É uma honra, antes de mais, poder contar com duas candidaturas portuguesas a esta prestigiada
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Seleção Nacional, Campeã na Irlanda em 2011 competição. Infelizmente, não podiam ganhar as duas, mas é uma decisão que confirma os créditos que Portugal detém junto dos seus congéneres europeus. Não só somos reconhecidos por ter excelentes atletas, mas também pelas nossas qualidades enquanto organizadores.” Uma decisão que apresenta outra responsabilidade aos portugueses, além da desportiva, enquanto campeões europeus em título, recorda Guilherme Bastos: “Desportivamente, temos também a agradável responsabilidade de defender o título que conquistámos 3 vezes em quatro edições (ndr: 2005, Portugal; 2007 França; 2011 Irlanda), e penso que, em ambos os planos, dignificaremos o nosso país.”
Ao centro o Presidente da FPS, Guilherme Bastos e o Presidente da CM de Peniche, António José Correia com o Comité Executivo da ESF
Em águas tavirenses, estarão até duzentos atletas sub-19, de mais de 20 países da Europa, que competem em oito disciplinas: Laser Radial, 420, 29er, Sirena SL16 e RS:X. Cada nação pode inscrever duas tripulações/velejadores por classe. O Europeu da Juventude da EUROSAF 2013, tem algumas novidades em relação à edição transacta. Será realizado um maior número de regatas diariamente com RS:X, 29er e SL16 a terem quatro programadas diariamente e três para as restantes classes. Outra diferença de Aarhus será a da disputa de uma regata final, para os velejadores que não se apurem para a Medal Race, pontuável para a Nations Cup, Team Trophy. Itália é a actual detentora do troféu colectivo.