Saga Pedro Bandeira - Livro I - O Diabo Conselheiro

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- NEM que a Marta tussa, querida! E as duas saíram no tapa. O saquinho voou longe, e Pedro agarrou-o no ar. Jogou dentro do açude, e alguns meninos clientes de Pedro foram atrás. Ainda bem que ninguém havia notado sua presença ainda ali. Seria atacado à torto e à direito. O menino já estava começando a pensar que aquela briga terminaria em morte quando homens armados até as gengivas invadiram a roda. Um pano costurado nas costas de seus coletes esverdeados anunciava:

BRIGADA BRUXA Esquadrão de Operações Especiais

Eram da polícia! Tudo oque Pedro precisava naquele momento: polícia! Inferno! Pedro pensou que eles iriam separar a briga de forma civilizada, mas que nada: cada um deu um puxão violento nos braços das meninas. Um até derrubou uma delas. O menino já estava girando nos calcanhares para sair dali quando gritos vieram do outro lado do pátio. Um menino loirinho se debatia violentamente nos braços de dois policiais. Pedro reconheceu-o de imediato: seu primeiro cliente. Tentava a todo custo morder, arranhar ou chutar os policiais. Estava completamente insano, fora de si. Os brigadianos, delicadíssimos, jogaram a criança no chão e o algemaram. O menino soltou um gemido abafado. Provavelmente havia quebrado algum osso. E não tardou para mais e mais blocos de policiais chegarem, prendendo alunos e professores. Um menino do quarto ano havia sido empurrado na piscina tóxica que agora era o depósito de Alquimia, e estava com queimaduras da cabeça aos pés. Os policiais queriam leva-lo para perícia, mas Francesca quase saiu no soco com eles para os brigadianos libertarem o menino para que ela mesma cuidasse dele. Os homens ameaçaram prender a enfermeira se ela continuasse a elevar a voz com eles, e foi assim que Francesca foi presa por desacato à autoridade. Agora a escola nem enfermeira mais tinha. Que grande bosta. Até Júnior Mesquita havia saído da toca e discutia com um brigadiano, dizendo que estavam fazendo um verdadeiro abuso de autoridade naquela escola. - Ihhh, Marcelo, vai aceitar para um baitola desses?! – os outros brigadianos zombaram, e o tal Soldado Marcelo sentou a mão na cara de Júnior, quebrando os óculos do menino ao meio. Antares deu um passo à frente, pronto para ir atacar o soldado, mas Felix o segurou. Eles não gostavam do Júnior, mas aquilo era abuso de autoridade!

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