Revista encontros - ABUBNordeste. 5ªedição.Junho de 2018

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REVISTA

ABUB NORDESTE Junho 2018 N.5


Essa é uma revista experimental da coordenação de Literatura e Artes Regional da ABUB Nordeste. Sem direitos reservados, com contribuições entregues de forma deliberada pelos coordenadores locais, regionais, estudantes e profissionais. N. 5, Junho de 2018

Coordenadores locais de literatura, procure o seu: ABU João Pessoa Danielle Silva ABU Natal Matheus Guerra ABU Recife Poliana Dantas ABU Caruaru Nathalia Amorim ABU Aracaju Miriam

A ABU Editora é a editora da Aliança Bíblica Universitária do Brasil. Ela tem como propósito oferecer literatura cristã equilibrada e saudável aos estudantes, líderes cristãos e público em geral, abordando temas relevantes da atualidade sob o ponto de vista bíblico. A Palavra de Deus é imutável e contém princípios e revelações que, junto com a ciência, complementa a compreensão da realidade. Por esse motivo, os livros da ABU Editora procuram apresentar a visão cristã contextualizada sobre assuntos contemporâneos estimular a reflexão fornecendo respostas bíblicas para o mundo hoje.


EDITORIAL Apresento a nova edição da Revista Encontros. Nesta edição ela traz algumas novidades. As poesias que abraçam o corpo e o espírito, que falam de gente, do desabafo e da vida sofrida, da esperança que não se vê, mas que existe. A arte e a reflexão estão bem presentes. Como boa sugestão a leitura das impressões do livro Nem monge, nem executivo. Separe um tempo, respire fundo e aprecie com a mente e coração a leitura. A arte é uma dádiva do Senhor. O Deus que nos inspira e nos transforma de forma criativa e bela. Louvemos o seu nome, sempre. Parabéns pelo lindo trabalho dos estudantes da Aliança Bíblica Universitária do Nordeste que fazem desta revista um instrumento inspirador de graça e bondade de Deus, ajudando a pensar nossa humanidade e suas expressões diversas com uma mente que busca conhecer a Cristo. Felippe Schmitt - Obreiro Regional

expediente Capa "Astronauta" Fernanda Cavalcanti - ABU Natal Elaboração: Eva Sena Revisão: Marylin Bandim Edição de Arte e Diagramação: Marylin Bandim e Eva Sena Textos: Eva Caroline Sena - ABU João Pessoa Isabelle Queiroz - ABU Natal Ana Lourenço - ABU Recife/ABU Santos Lucas Barbosa - ABU Natal Maik Costa- ABU Maceió

Nesta Edição

03 - Resenha Livro: Nem monge, nem executivo 04 - Poesia Diálogo entre Corpo e Espírito 05 - Ilustração Brisa Kelly 06 - Poesia Naquela Praça eu Vejo 07 - Pintura Artesã 08 - Poesia Malencarnado 09 - Poesia Sou preto 10 - Poesia Salmo 121 11 - Informativo Curso de Férias 2018

Contatos Site: www.abub.org.br/regiao/nordeste Facebook: www.facebook.com/abunordeste


RESENHA DO LIVRO:

Nem monge, nem executivo

Paul Freston

Por Eva Caroline - ABU João Pessoa

O livro “Nem monge, nem executivo” nos apresenta uma forma menos formal de meditações, quase que como devocionais diárias, sendo que sem obrigações com datas. Em primeiro lugar, Paul Freston nos convida a encarar a leitura a partir do padrão dos evangelhos, que ele denomina “padrão da inversão”. Para ele, esta é a forma como Jesus inverte os padrões estabelecidos em sua época, a maneira como Cristo inverte os valores estabelecidos pela humanidade caída, e oferece uma nova opção, novos valores estabelecidos pelo Pai. Acredito que atualmente a Igreja precisa acordar para essa realidade, precisamos, como imitadores de Cristo, viver esse padrão de inversão, andando na contramão do mundo.

O autor discorre sobre a imagem de Deus. Esse talvez, tenha sido um dos capítulos que mais me impactaram, pelo fato de Freston apresentar a ideia de que o relacionamento que temos com nossos pais, refletem completamente na imagem que criamos de Deus, mesmo que inconscientemente. Muitas vezes isso é um perigo. Portanto, o autor nos orienta que, quanto mais nos aproximarmos de Jesus, poderemos ver Deus através dele e não da imagem que criamos de nossos relacionamentos humanos. No capítulo 30, com o título de “a troca”, o autor nos faz pensar a respeito das significâncias que a cruz traz a vida do Cristão como uma troca que Cristo se dispôs a fazer. A cruz é um sacrifício, uma quebra de paradigmas, um símbolo, uma atitude. A cruz não é apenas um fato histórico, mas uma ação que ecoa pela eternidade. É por meio dela que podemos perceber a grande troca. Pois nós a merecíamos, mas Jesus, trocou de lugar conosco, a fim de morrer pelos nossos pecados.

A leitura segue através de um levantamento histórico/social de Jesus que apresenta questões muitas vezes ignoradas, como a sua infância e os laços de parentesco e afetividade desenvolvidos durante seu crescimento. Me chama a atenção a linguagem direta de Freston ao apontar características do relacionamento entre Maria, José e Jesus. Muitas vezes, alguns livros questionam o hiato dos relatos bíblicos sobre a infância e adolescência de Jesus. Freston nos traz uma perspectiva curiosa e lógica, quando apresenta a maturidade psicológica que o homem Jesus pôde adquirir ao longo do seu crescimento e desenvolvimento enquanto garoto/jovem, até assumir o seu ministério. Quando Cristo assume a consciência de ser o Messias, sua relação com seus pais muda, não no sentido de perder o respeito, mas no que tange ao apego emocional.

Acredito que o diálogo sobre a morte é algo ainda muito evitado nas nossas igrejas, um tema tratado como tabu. Mas Freston traz uma linguagem direta e simples ao se referir a essa temática, pensando na morte como algo necessário para gerar vida. Entendendo que sem morte não há a possibilidade de uma vida na terra prometida. Creio que essa perspectiva deveria ser mais difundida e vivida em nossas igrejas, afinal a forma como encaramos a morte define a maneira como vivemos a vida. Para mim, enquanto não entendermos que a morte é necessária para que alcancemos a eternidade, não viveremos uma vida plena em Cristo Jesus.

Outro ponto interessante é o levantamento dos significados originais de algumas palavras, que de certa forma, acabam esclarecendo algumas questões.

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Diálogo entre Corpo e Espírito Por Isabelle Queiroz - ABU Natal

Eu sinto falta de casa Não que um teto me tenha sido negado Mas que muitos deles me foram dados E ali, que fui fazendo meu lar, onde me permitiam. Minha casa virou o afeto E os moradores dela são todos vocês Meus irmãos que me dão carinho de mãe, e proteção como pai Na sagrada união entre o corpo, eu achei meu lugar de permanência. Se fico ou se vou, minha casa está dentro de mim Sendo o espírito o anfitrião, e todos os que guardo na memória, meus eternos hóspedes Não me movo pela liberdade que tenho de dispor de mim, Mas por obediência ao dono da casa que sou. Saudade sempre me acompanha. Ela não faz morada, Só surge como lembrança de que meu ser necessita de outros. Se as lágrimas me querem dominar, O consolador me chama a olhar novamente Ao centro da razão do meu viver.

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"Lado a Lado" Por Brisa Kelly - ABU Mossorรณ

Diego Alonso - ABU Natal Janeiro de 2018 65


Naquela Praça eu Vejo Gente Por Ana Paula Lourenço - ABU Recife/Santos

Gente que pega detalhes no ar Gente que sente e não sabe expressar Gente que julga e não sabe abraçar Gente que fala e não sabe escutar Gente que pouco sabe rimar Gente distraída, gente acordada Gente que dorme no banco, na calçada Gente que passa todo dia ali Gente que mora, sem ter pra onde ir.

Gente que passa, gente que fica Gente se esbarra, gente esquisita Gente sorrindo, gente carente Gente chorando, gente contente Gente estressada, bem estressada Sem alegria na cara estampada Gente com medo, gente com dor Gente à procura de um novo amor Gente amando, gente fingindo O cão miando, o bichano latindo Gente confusa, assim como eu Gente que acha o que o outro perdeu Gente que anda com os amigos Genre sozinha, pensando na vida Gente que traz um sorriso nos lábios Gente que finge, disfarça os estragos

Gente diferente, mas também bem igual Gente à espera de um novo Natal Gente no morro subindo pra casa Gente no prédio, piscina ou sacada Gente que boceja, gente que nem dorme Gente que para, gente que corre Gente que me interessa, carrega brilho em si Não só com a boca, mas com olhos sorri

Gente com fone ouvindo música Gente com livro, "Platão ou Neruda?" Gente com terno, gravata e meias Gente com chinelo, bermuda de passeio Gente à trabalho, correndo com pressa Gente com pressa Mais gente com pressa Gente privada da vida por pressa

Olho pra cima e vejo a chuva Ora o sol, ora a nuvem A indecisão acomete o tempo Paro e sinto o valor do momento Vejo ainda pássaros voando Invejo um a um por toda a liberdade Que a gente da rua, da praça e calçada Nunca terá e já está conformada

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"Artesã" Por Larissa Ribeiro - ABU Salvador

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Malencarnado Por Lucas Barbosa - ABU Natal

É triste a partida Pois a carne que se parte Não fecha a ferida Fica um buraco cá, um bocado lá É triste a partida Não dá pra cantar, pra dançar Do mesmo jeito, não dá O corpo descompensa, desafina

Não tenho Sião por qual lamentar E vem meu captor, pedir “Uma das músicas de… Uma das danças da...” De que lugar?

Corpo desse barro-chão, falto de si nejo, enxerta choro, lamento sertamesmo Eu, filho dessa sina, Não sei o que é partir Partido nasci Vida sem vinda Que volta esperar?

Minha mão definhou Pois tão pronto vivo, esqueço Que chão me significa Em que entranhas desse Nordeste, desse mundo, Minha parte fica Completa outra vez a oração, Espírito, completa Porque um malencarnado nessas horas É capaz de aos cinco sentidos (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste, CentroOeste) Rogar muita maldição 8


Sou Preto Por Maik Costa - ABU Maceió

Sou preto de cor, alma e sentimento Sou vítima da dor da repressão e do lamento Sou preto e pra andar eu preciso estar vestido Como branco se veste pra passar desapercebido Sou preto e ao me virem na rua atravessam a calçada E se sou agredido dizem que estava no lugar e na hora errada

Sou preto e preciso lidar com esse discurso De que todo mundo teve a mesma chance e por isso o mundo é justa Sou preto e às vezes vou à igreja Mas tenho que cantar música pop pois é o que a maioria deseja E se eu ajo como preto posso ser excomungado Pois o preto da minha pele representa sempre o pecado

Sou preto e convivo com branco a vida inteira Pra mim não faz diferença a não ser que um deles perca a carteira

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Por falar tudo isso sou taxado de extremista Por alguém que nunca soube o que é ser preto na vida


Salmo 121 Por Jônatas Damaceno - ABU Aracaju

Elevo meus olhos para os montes e, desanuviado, pergunto: de onde será que vem meu socorro? Não ouço voz nem nada,só sei: ai, vem do Senhor que fez céus e terra! Elevo meus olhos para os montes e vejo uma mesa, como em uma ceia confortável para mim - para você também, vai... Não reajo, e nem sei se preciso, já que é espaço de não saber. É depósito, é relicário! Elevo meus pequenos olhos sorridentes para os montes e não vejo nada porque o sol não né deixa. Tento elevar meus pesados olhos de lágrimas para os montes, agora turvos e salgados. Não creio mais! Meus olhos são elevados para os montes como por insistência. Só avisto montanha, sol, lágrima e ceia. Alívio! A ceia ainda está lá...

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Informativo Vem aí o Curso de Férias 2018

Leituras Prévias Calouros (ABU e ABS) 1) Leitura e resenha de: “Crer é também pensar” – John Stott 2) Leitura e resenha de: “Cristo é o Senhor” – Dionisio Pape 3) Leitura e exercícios de: “O Estudo Bíblico Indutivo” – Antonia Leonora van der Meer

Estão abertas as incrições para o Curso de Férias 2018 da ABUB Nordeste! O estado da Paraíba sediará a edição deste ano que será realizada entre os dias 07 a 14 de julho no Acampamento Canaã, Conde - PB. O CF 2018 tem como tema: "Onde estão os justos?" A programação contará com exposições sobre o livro de Romanos, oficinas, estudos bíblicos e comunhão. As inscrições encerram-se na semana anterior ao início do evento (01/07) ou com preenchimento do número total de vagas. As inscrições podem ser realizadas no site da ABUB.

ERRATA

Veteranos (ABU e ABS) 1) Leitura e resenha de: “Cartas de um diabo ao seu aprendiz” – C.S. Lewis 2) Entregar um Estudo Bíblico Indutivo feito em Mateus 9:9-13 (se possível aplicar no grupo local) Observação: A leitura prévia do livro de Romanos na Bíblia, é recomendação obrigatória para todos os participantes do encontro.

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Na edição anterior da "Revista Encontros", houve um erro na grafia do nome de Poliana Dantas, da coordenadora de comunicação da ABU Recife, na página 01, bem como também, na indicação do grupo base de João Peixoto, que na realidade, faz parte da ABP Recife, na página 10.


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