Capacidades Estatais para o Desenvolvimento

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fortalecimento dessas capacidades, com consequente ampliação de autonomia dos governos. Claro que essa definição geral necessita de suporte empírico, pois se relaciona à análise institucional e à trajetória de configuração política e organizativa em cada governo municipal. Para Evans (1995), os aparatos estatais são locais potenciais para agência, pois estruturas mais robustas facilitam

Capacidades estatais como base da gestão governamental

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iniciativas dos atores políticos. Na mesma direção, segundo Skocpol (2002), o Estado pode ser visto como organização por meio da qual seus dirigentes perseguem metas, conforme disponibilidade de recursos em relação ao contexto social. Para esses autores, a construção de capacidades institucionais reforça a possibilidade de ação autônoma do Estado. Mas ampliar poder de agência requer qualificar aparato burocrático para formular e implantar objetivos políticos (EVANS & RUESHMEYER, 2002; SKOCPOL & FINNEGOLD 1982). Isso porque é definição de prioridades políticas (planejamento de governo) que determina o foco das capacidades estatais consideradas relevantes em um contexto histórico, social e econômico (WEIR & SKOCPOL, 2002). A existência de capacidade institucional, entendida como estruturas organizacionais e burocráticas, amplia a possibilidade de agência dos líderes políticos. Também enfatiza necessidade de a análise articular a ação dos atores políticos e estruturas organizacionais, política e gestão (MIGDAL, 1998), como veremos adiante na apresentação do modelo. Em linha com esse argumento, para Bowman & Kearney (1988), construir essas


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