Jornal COMUNIDADE EM FOCO

FAMA

COMUNIDADE EM FOCO Ano I - nº 01 Dezembro 2020

Entrevista com Vantuir Antônio Cândido - Presidente da Associação de Moradores da Vila Jaiara

ASSOCIAÇÃO DE MORADORES VIABILIZA APOIO SOCIAL A PESSOAS CARENTES DA VILA JAIARA

Presidente da entidade fala ao Comunidade em Foco que há 36 anos Associação busca solução de problemas e dar voz aos moradores

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Lago do Parque da Vila Jaiara

PARQUE AMBIENTAL DA VILA JAIARA ENFRENTA PROBLEMAS COM LIXO NO LAGO

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Fabiana da Costa (Confeiteira)

TRABALHADORES AUTÔNOMOS E SEUS DESAFIOS NA PANDEMIA

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O capitão de folia Eleci, ao lado da filha Beatriz

DA VILA DOS ARTESÃOS ÀS FOLIAS E VIOLEIROS

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Notinhas

Prorrogação do auxílio emergencial

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erá prorrogado, com valor de R$ 300 reais, no limite de quatro parcelas, pago somente após o recebimento das cinco parcelas de R$ 600 reais e vai só até o final de dezembro. Não há novas inscrições: só quem foi aprovado para as parcelas de R$ 600 poderá receber as de R$ 300.

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PIX (novidade)

PIX é um sistema de transferências de dinheiro e pagamentos instantâneos que permite transações 24 horas por dia, inclusive em fins de semana e feriados.

Criado pelo Banco Central, as pessoas e empresas poderão fazer essas transações em menos de 10 segundos, usando apenas aplicativos de celular, desde que cadastre uma chave no aplicativo do Banco, que pode ser CPF, e-mail, telefone ou aleatória.

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Expediente

Rede Estadual de Educação de Goiás inicia, no dia 16 de dezembro, o período de solicitação de matrículas para o ano letivo de 2021. Podem pleitear uma vaga alunos transferidos da rede municipal e privada ou de outros Estados. O pedido deve ser feito até 9 de janeiro de 2021.

Assim como nos anos anteriores, a solicitação de vagas será realizada no site da Matrícula Informatizada (www.matricula.go.gov.br). No formulário de cadastro, o interessado deverá inDiretora: Flávia Simonassi

Coordenadora do curso: Sandra Fátima Araújo Professor: Dirceu Pinheiro

Início das matrículas

dicar três opções de escola da rede estadual nas quais deseja estudar.

Caso não haja vaga em nenhuma das alternativas desejadas, a solicitação será transferida para uma quarta unidaEditores: Matheus Maropo, Marcelo Adorno, Yedda Siqueira

Repórteres: Orisvaldo Pires, Matheus da Luz, Tiago Santos, Dayane Viana, Everton Rodrigues,

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de, preferencialmente mais próxima da primeira opção de escola informada.

Na rede municipal de educação infantil I, II e III, será do dia 20/11/2020 à 04/12/2020, infantil IV, infantil V, será de 23/11/2020 à 23/12/2020 No SESI, a chamada para matrícula começa a partir do dia 30 de setembro e deve ser realizada presencialmente na unidade escolhida. Quem efetivar a inscrição até o dia 14 de novembro, consegue o benefício de 25% de desconto na primeira mensalidade sobre o valor de tabela. O desconto não é cumulativo.

Gabriela Lícia, Bruna Rosetti, Lucas Camacho, Matheus Maropo, Ivan Alcantara, Matheus Salles, Adrielle Souza, Thatyelle Bernades, Tamara Lopes Diagramação: Marlene Silver

Meio ambiente

PARQUE AMBIENTAL DA VILA JAIARA ENFRENTA PROBLEMAS COM LIXO NO LAGO

Apesar da sujeira no lago, o parque ainda atrai atenção para aqueles que buscam um dia descontraído ao ar livre

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Tiago Santos e Matheus da Luz

ponto turístico do bairro mais velho da cidade, a Vila Jaiara, é tido como incompleto. Isso porque, de acordo com algumas pessoas, deixa um pouco a desejar na questão da limpeza.

Na borda do lago há a presença de lixos e isso é prejudicial aos peixes. “Tem que melhorar a limpeza da represa. Chove e a enxurrada joga o lixo para dentro”, afirmou Vagner José, que passava pelo local.

Opinião compartilhada também por Adriano Santana, na questão de melhoria que, ainda sugeriu criar uma campanha social para a preservação do parque. “Um trabalho social da comunidade, aqui mesmo, seria bom. Só de não jogar o lixo já está ajudando. As pessoas não têm consciência”. Adriano ainda se dispôs a ser um dos voluntários nesta campanha. Afirmou que se surgir um trabalho social, está disposto a ajudar. A nossa equipe procurou a prefeitura, para saber como é feita a limpeza no parque, mas não tivemos retorno.

O aposentado Benedito Gonçalves da Costa, primeiro Presidente da Associação de Moradores da Vila Jaiara, diz que acompanhou as primeiras reivindicações para a construção do ponto turístico.

Ele lamenta que não ficou como as autoridades da época diziam. “No projeto, o parque atravessaria para o outro lado da Riboleira e chegaria próximo ao Bairro Ana Carolina. Mesmo assim vejo que foi uma conquista para os moradores”, ressalta.

Um lugar de descanso e diversão com a família. Assim é visto o Parque Ambiental Luiz Caiado de Godoy na Vila Jaiara. Inaugurado em 2018, possui uma área de 53 mil metros quadrados. O

local conta com pistas de caminhada, ciclismo, parque infantil, teatro de arena, lago e estacionamento. Todos os dias diversas pessoas passam para qualquer tipo de atividade. O espaço é um verdadeiro atrativo para os moradores da região.

A comerciante Rosemeire Santana de Almeida encontrou, no parque, o sustento para a sua família. Há três anos, ela possui um quiosque no local. “O parque é bem cuidado e quando acontece algum problema com brinquedos, a Prefeitura atende todas as demandas urgentemente”, comenta.

Lago do Parque da Vila Jaiara.

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Reporter Tiago Santos e o aposentado Benedito Gonçalves da Costa, primeiro Presidente da Associação de Moradores da Vila Jaiara

Entrevista com presidente da Associação de moradores, Vantuir Cândido

ASSOCIAÇÃO DE MORADORES VIABILIZA APOIO SOCIAL A PESSOAS CARENTES DA VILA JAIARA

Presidente da entidade fala ao Comunidade em Foco que há 36 anos associação busca solução de problemas e dar voz aos moradores

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Dayane Viana

Vila Jaiara é o maior bairro do município de Anápolis. É praticamente uma cidade dentro de outra. Abriga aproximadamente 100 mil pessoas ou quase um terço da população anapolina.

A Associação de Moradores da Vila Jaiara é a entidade que legitimamente representa os moradores dessa região. Além de organizar as ações em conjunto, é instrumento de cobrança e de fiscalização de benefícios entregues à população local.

O presidente da associação Vantuir Antônio Cândido revela que educação, saúde e lazer são as áreas em que os moradores mais cobram benefícios. Segundo ele a conclusão do Parque da Jaiara também é obra aguardada pela comunidade.

Vantuir Cândido, durante atividade de lazer em escola da Vila Jaiara

CF: A saúde pública atende bem à população local?

Vantuir: A associação ajuda as pessoas que não tem condição de pagar consulta particular, por meio da influência que a entidade tem junto aos proprietários das clínicas.

Comunidade em Foco (CF): Há quanto tempo a associação atua nesta região?

Vantuir Cândido: Nossa entidade comunitária é a mais antiga da cidade. Foi fundada em 1984, na Paroquia Nossa Senhora de Fátima.

CF: Qual é o projeto futuro para a comunidade?

Vantuir: Temos lutado por melhorias na área da Educação. A Faculdade FAMA colabora nisso como parceira, com doação de bolsas de estudo para iniciação no ensino superior. Um projeto futuro seria a conclusão do parque na Jaiara. Há uma rede de água fluvial extensa aqui na região, temos que ampliá-la. Isso dá mais segurança às pessoas que fazem caminhada, moradores ou não. Assim como de bairros próximos como o Jandaia, Dom Felipe, entre outros. Esse é o objetivo que temos almejado por meio da associação de moradores.

CF: Quais são as reclamações mais recorrentes dos moradores?

Vantuir: A Vila Jaiara precisa de área de lazer, essa é a principal reclamação. As crianças aqui precisam de mais ocupação. Os pais querem levar os filhos ao campo de futebol sem se preocupar, com a segurança de que voltarão bem para suas casas. Assim os pais podem trabalhar em paz.

VILA JAIARA É POLO EDUCACIONAL EM ANÁPOLIS

Matheus Sales

Escolas, colégios e faculdades. A Vila Jaiara é um polo educacional na cidade de Anápolis. No bairro existem duas escolas municipais (Comendador Miguel Pedreiro e Pedro Ludovico Teixeira), um colégio estadual (Gomes de Souza Ramos), um do Sistema S (Sesi) e outros da rede privada de ensino, como o Kumon e a Faculdade Metropolitana de Anápolis (FAMA).

Desde que iniciou suas atividades, há 10 anos, a Faculdade FAMA já colocou no mercado mais de 25 mil profissionais formados em vários cursos de graduação, como bacharelados, tecnólogos e licenciaturas. A Faculdade está situada na Avenida Fernando Costa, no prédio da antiga Vicunha.

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Denúncia

MORADORES DA JAIARA RECLAMAM DE ANIMAIS CRIADOS EM ÁREA URBANA

Segundo moradora, situação se tornou insustentável, pois acordam com moscas varejeiras em cima do corpo e precisam limpar a área todo tempo, por causa dos insetos

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Dayane Viana

oradores do Bairro Jaiara reclamam do vizinho que cria uma égua, um potrinho e doze galinhas, em um único lote no fundo de uma loja, na Avenida Fernando Costa. O Jornal Comunidade em Foco foi ao local para confirmar os fatos.

Em sigilo, por medo de retaliação, uma moradora deixou claro que essa não é uma rixa de vizinhos e tem mais de 20 anos que eles sofrem com isso.

Ela afirmou ainda, que a situação se tornou insustentável, pois acordam com moscas varejeiras em cima do corpo e precisam limpar a área todo tempo, por causa dos insetos.

A Vigilância Sanitária foi acionada e acompanhou a nossa equipe, mas não pôde entrar. O morador estava em uma

fazenda, mas em contato, através do telefone de um dos seus inquilinos, o fiscal da Vigilância Sanitária, Pedro Henrique Aires, conversou com o proprietário, que afirmou que cria uma égua, um potrinho e aproximadamente doze galinhas. “Essa quantidade de animais dentro da zona urbana em Anápolis não pode acontecer, apenas na zona rural do município”, advertiu Pedro.

A Vigilância Sanitária deixou um documento, chamado de Termo de Intimação, após passar as instruções pelo celular. Nesse documento o proprietário foi intimado a retirar os animais do local em até 45 dias e, caso não cumpra, pode vir a responder um processo administrativo, através de um auto de infração, sendo concedido o prazo de quinze dias para apresentar defesa junto à Vigilância Sanitária.

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VIGILANTE, UMA PROFISSÃO QUE TEM ESPAÇO NA JAIARA

Adrielle Souza Everton Rodrigues

“Cair de paraquedas” é a expressão usada pelo vigilante Edivaldo Lemes, que há 3 meses trabalha na Clínica Médica Previne, situada na Vila Jaiara, em Anápolis. Seu Edivaldo exerce a profissão há 8 anos. Ele contou para o Comunidade em Foco que caiu de paraquedas e se apaixonou pela área em que atua. Antes da pandemia do Covid-19, Lemes trabalhava como vigilante de uma farmácia, também na Jaiara.

Também vigilante, José Marinho, que atualmente trabalha no Jaiara Shopping, tinha o sonho de ser policial.

Sua experiência é longa, afinal há 14 anos trabalha nessa área. Marinho conta que todos os dias corre o risco de acontecer algo grave, mas até hoje nunca aconteceu. Marinho também aconselha a juventude que estude, forme, trabalhe e leve a sério a sua vocação.

A profissão pode oferecer vários riscos, a responsabilidade é grande e a rotina é bastante corrida. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no Brasil o salário médio para essa função varia de R$ 1.000 a R$ 2.000. Na Vila Jaiara existem muitas empresas e instituições que necessitam de seguranças em horário comercial ou 24 horas.

Economia e Trânsito

AVENIDA FERNANDO COSTA É O GRANDE CORREDOR ECONÔMICO DE ANÁPOLIS

Avenida Fernando Costa

Thatyelle Bernardes Tamara Lopes Gabriela Lícia Ivan Alcantara

A

avenida Fernando Costa se desponta na cidade como uma das principais avenidas comerciais de Anápolis. Localizada no coração da Vila Jaiara, ela tem o comércio como principal fonte de renda, onde milhares de pessoas que ali trabalham impulsionam o desenvolvimento da dita Grande Jaiara e, consequentemente, da cidade.

Há mais de 72 anos a avenida vem se destacando por ser um corredor econômico. Desde que o bairro foi criado, postos de gasolina, armazéns, selarias, atacadistas, oficinas, lojas de tecidos e outros estabelecimentos ganharam espaço. De lá para cá nunca parou de crescer e ser o principal acesso de via para vários bairros que cercam esta grande região da cidade de Anápolis. Com isso, a Avenida Fernando Costa é a veia econômica da região com dezenas de igrejas de diferentes credos, clubes de lazer, ginásios, campos de futebol, clínicas odontológicas e de outros serviços de saúde, assim como uma infinidade de outros serviços.

TRÂNSITO Com a pandemia causada pela Covid19, muitas medidas de distanciamento social foram implantadas, o que afetou diretamente no trânsito. Isso porque muitas pessoas começaram a trabalhar remotamente e instituições de ensino como pontos de entretenimento, barzinhos, shoppings entre outros, foram fechadas. Ruas estreitas e falhas, com buracos no asfalto, são as maiores rivais dos motoristas na luta para voltar a suas residências pela cidade.

Durante a pandemia, as pessoas que precisavam sair de casa optaram por usar seus próprios carros ou procuraram outros meios de transporte que evitasse aglomerações, como os motoristas de aplicativo. Apesar da mudança de comportamento, na Vila Jaiara não se vê muitas diferenças no trânsito em relação ao período anterior à pandemia. Cássia Sousa, de 24 anos, vendedora de uma loja de roupas localizada no bairro, conta que atualmente não se percebe uma queda na movimentação. “O trânsito é o mesmo.

Logo no inicio da pandemia poucos carros rodavam nas ruas e até os estacionamentos tinham menos carros, contudo, quando o comércio todo retornou fez com que o trânsito voltasse ao normal”, diz.

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ACESSIBILIDADE E SEGURANÇA Outra reclamação dos moradores da região é a criminalidade. Eles dizem que, apesar da presença do 28° Batalhão da Polícia Militar, bandidos continuam perambulando pelas ruas da Jaiara. “O policiamento da região ainda é falho e reduzido”, afirma Julian Ribeiro, advogado e morador do bairro há anos.

Segundo ele, políticas de segurança pública precisam ser implantadas com mais precisão. “As crianças não possuem passe livre para brincar nas ruas, ainda mais em tempos de pandemia, onde precisam de algo para se entreterem.

Isso precisa ser melhorado e com urgência”, finaliza Julian.

Quanto à questão de acessibilidade, os moradores dizem que a Avenida Fernando Costa, onde há a maior concentração de comércios e demais polos atrativos geradores de viagens, passou por uma melhora significativa. Foram implantados diversos elementos para garantir a melhor locomoção de portadores de deficiência física, como rampas de acesso, tratamento do pavimento da calçada e paradas avançadas. Mas, segundo moradores, o escoamento da água da chuva ainda é um problema.

Economia

TRABALHADORES AUTÔNOMOS ENFRENTAM DIFICULDADES PARA MANTER NEGÓCIO ABERTO

"A maior dificuldade é alcançar as pessoas e mostrar nossos produtos”, diz vendedor

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Lucas Camacho Matheus Maropo

nsegurança. Essa é a palavra que mais define os trabalhadores autônomos nesse momento. Fabiana da Costa, 47 anos, é uma confeiteira conhecida na Vila Jaiara, e realiza vendas em toda a região.

Há seis anos se mudou para a comunidade e se tornou referência na fabricação de bolos e doces. Fabiana sabe bem como é lidar com o cliente, afinal, há 27 anos trabalha por conta própria. Mas, apesar de toda essa experiência, diante deste cenário de pandemia precisou se adaptar para não perder a clientela. Ela conta que, com a crise causada pelo novo coronavírus, as vendas caíram muito e para não fechar o negócio foi preciso criar estratégias de vendas.

“Começamos a fazer propaganda pelo WhatsApp e Instagram e com isso conseguimos ter mais pedidos por dia, o que nos incentivou a criar cada vez mais receitas deliciosas”, disse.

Uma das consequências econômicas geradas pela pandemia da Covid-19 foi o aumento dos preços no mercado em geral.

A insegurança de chegar ao final do mês sem ter dinheiro toma conta de muita gente e para os autônomos que não possuem nenhum benefício trabalhista, a única forma de evitar os prejuízos é reajustar os valores nas vendas.

Apesar de estar tudo mais caro, Fabiana revela que pesquisa bastante em diferentes lojas, e tenta controlar os preços finais para os clientes. “A maior dificuldade tem sido os preços dos produtos que utilizamos, que apesar de estar tudo mais caro, tento não repassar isso para os nossos clientes, mantendo nossa qualidade e preço acessível a todos”, afirma.

Pelo fato de ter uma paixão na arte de confeitar, Fabiana viu a oportunidade de associar o útil ao agradável e complementar sua renda. Diante de todas as dificuldades enfrentadas nessa crise, Fabiana mantém

Salões de beleza se adaptam à nova rotina

Bruna Rosetti Sampaio

Fabiana da Costa (Confeiteira)

a esperança e o otimismo para fazer o negócio crescer. “Postamos nas redes sociais diariamente promoções, novidades e nossa produção”, enfatizou.

Assim como Fabiana, existem mais moradores na Vila Jaiara que também trabalham de forma autônoma. E com os problemas que a pandemia trouxe, cada vez mais as pessoas buscam por oportunidades de crescimento financeiro. Vitor Souza, um jovem de 20 anos, deixou seu emprego recentemente e enxergou em meio à crise uma oportunidade. Com pouco investimento, começou sua loja virtual de roupas femininas e masculinas. "Eu sempre quis ter o meu próprio negócio, mas não tinha muito tempo para colocar em prática os meus planos, até que saí do emprego e juntamente com um amigo começamos aos poucos", revela.

Vitor não esconde que sabe dos desafios de empreender e conta que viver apenas de suas vendas ainda não é uma realidade. “Ainda não é possível, já que as vendas nessa crise não são tão boas. Então, também estou fazendo alguns serviços de Marketing para algumas empresas pequenas", explica.

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Evitar aglomerações de pessoas, manter distância de pelo menos um metro, ficar em casa. Essas são as principais recomendações para a população durante a pandemia do novo coronavírus, além de lavar sempre as mãos e usar máscara. Para quem tem um salão de beleza, as recomendações não são tão fáceis e o Comunidade em Foco conversou com proprietárias de comércios no ramo da beleza, sobre as adaptações feitas para sobreviver ao isolamento social.

Ludmila Gouveia e Ane Caroline, filha de Ludmilla, são proprietárias de um estabelecimento na Avenida Fernando Costa, na Vila Jaiara. No salão, os clientes podem agendar um horário.

"Pedimos que cheguem apenas no horário de seu atendimento, pois nosso espaço para espera foi reduzido por conta da situação delicada em que estamos todos vivendo", dizem.

"Aumentamos o horário de atendimento com agendamentos a cada uma hora, assim não acumula um cliente atrás do outro", explica Ludmila. "O cliente higieniza as mãos e os braços assim que chega, e o profissional higieniza o material da bancada e cadeira na frente dele”, destaca.

Caroline afirmou que no salão só trabalha com agendamento, por conta do distanciamento social. “Trabalhamos também em domicílio, com todas as medidas protetivas, para que as nossas clientes não precisem sair de casa”, salienta.

CULTURA

DA VILA DOS ARTESÃOS ÀS FOLIAS E VIOLEIROS

Ao longo de 72 anos expressões culturais da Vila Jaiara são passadas das antigas para as novas gerações

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Orisvaldo Pires

viola é uma expressão cultural da Jaiara. A caminhoneira Jovelina da Silva Paula, 77, que ao lado do marido, Lázaro Sabino, falecido há 16 anos, transportou cimento para a construção da Serra dos Carajás, hoje é uma orgulhosa integrante da Orquestra de Violeiros de Anápolis. Nascida em Nerópolis e criada em Ceres, mora na Vila Jaiara há 46 anos.

Jovelina tem dois filhos, seis netos e seis bisnetos. Um dos bisnetos, Gabriel, 18, incentivado pela bisavó, também integra a orquestra. A violeira já sofreu dois acidentes automobilísticos graves, que não tiraram sua disposição, que dá inveja a muitas garotas jovens. Ao lado do bisneto tocou em barzinhos na Vila Jaiara e em outros bairros da cidade.

Se interessou pela música e a viola caipira numa roda de cantorias num posto de gasolina, próximo a Serra Pelada (PA). “Comecei a tocar, me apeguei e me emocionei. A viola fala com a gente. Fala coisa que não é verídica, mas sente emoção. Vira realidade. Sentia a viola encostada em mim. Parece que falava poesia comigo. Parece que eu cantava para ela e ela tocava para mim”, disse emocionada.

BIBLIOTECA No âmbito da cultura educacional a Vila Jaiara conta com dezenas de escolas municipais e estaduais, além de sediar a Faculdade Metropolitana de Anápolis (Fama). Há alguns anos foi criado um projeto que propõe descentralizar o conhecimento: a Biblioteca Pública da Vila Jaiara.

Um estudo realizado em 2016 pela acadêmica de Arquitetura e Urbanismo da UniEvangelica/Anápolis, Karol Gomes Ferreira Lemos, apresenta projeto arquitetônico e urbanístico para construção da bi-

O capitão de folia Eleci, ao lado da filha Beatriz.

FOLIA

Além da festa de Jovelina, “parece Nossa Senhora de Fáque a viola fala poesia para mim” tima, a Vila Jaiara é um celeiro de foliões.

A Folia do Divino Pai Eterno é referência por mais de 30 anos. Também há folias de Santa Luzia e de São Sebastião. O vigilante anapolino Eleci Carlos Ferreira do Prado, 45 anos, morador do setor Jandaia, é Capitão da Folia dos Santos Reis na Jaiara desde 1993.

Eleci conta que seus antecedentes eram todos foliões. O primo Benedito Lopes, 80; outro primo, Inácio, já falecido. O avô, Vicente Ferreira Zifirino, também falecido. Uma tradição que é passada geração a geração.

Tiago, 18, filho de Eleci, toca sanfona e viola. A filha Beatriz, 12, faz 3ª e 5ª vozes. As atividades, que sempre ocorrem em novembro, neste ano serão restritas, devido a pandemia da Covid-19.

blioteca. O espaço para a construção, sugerido no projeto de Karol, é uma área de 11 mil metros quadrados, com frente para a Rua Carlinhos José Ribeiro.

TRADIÇÕES A chamada Grande Jaiara, com seus mais de vinte bairros satélites, abriga mais de 100 mil habitantes. São famílias que, ao longo dos anos, perpetuam as tradições culturais da vila, sustentadas em expressões artísticas e de fé.

Segundo a Revista Econômica da

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Universidade Estadual de Goiás (UEG), publicada no primeiro semestre de 2011, a primeira atividade econômica de vulto na Vila Jaiara foi a comercialização de produtos artesanais. A Jaiara era conhecida como ‘bairro de artesãos’.

A comunicação também é uma expressão cultural presente nas raízes da Vila Jaiara. Por várias décadas o bairro sediou a segunda emissora de rádio de Goiás, a Rádio Carajá de Anápolis Ltda, fundada por João e Ermetti Simonetti, e Alfredo Rosa.