Laboratório Farmacêutico da Marinha
Potencialidades e Desafios
C
riado no riado no início do século XX, o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM) tem por missão: produzir, comercializar e desenvolver medicamentos e outros produtos da indústria farmacêutica, visando atender aos Programas de Saúde da Marinha do Brasil e do Sistema Único de Saúde (SUS), além de contribuir com o ensino e a pesquisa no segmento industrial farmacêutico, gerando valor crescente ao cliente e à sociedade. Nesse contexto, cabe mencionar que o LFM atua como uma indústria focada na excelência de gestão e no cliente, e tem a visão de, no futuro, ser uma referência na produção de medicamentos voltados aos programas de saúde pública, expandindo progressivamente seu portfólio de produtos, sempre voltado a zelar pela manutenção da cultura e das tradições navais. Sendo um dos 21 Laboratórios Farmacêuticos Oficiais no País, o LFM presta relevantes serviços à sociedade ao desenvolver e fornecer medicamentos de extrema necessidade da população mais carente, tendo em vista que os grandes laboratórios privados, em razão do baixo retorno financeiro, não produzem esses medicamentos. Por outro lado, existem remédios de alto valor agregado que geram interesse das grandes indústrias que detêm a expertise do processo produtivo desses fármacos. No entanto, tais medicamentos chegam às farmácias com valores inacessíveis à maior parte da população. Para enfrentar esse problema, o Ministério da Saúde (MS) desenvolveu um programa chamado Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP), do qual o LFM faz parte. Mediante acordo, as PDP envolvem uma cooperação entre instituições públicas e entidades privadas para desenvolvimento, transferência e absorção de tecnologia, produção, e capacitação produtiva e tecnológica do País em produtos estratégicos para atendimento às demandas do SUS. Seu objetivo é regular o mercado e ampliar a oferta à sociedade, reduzindo de maneira significativa o preço final do medicamento. Durante esse processo, o MS investe no Laboratório Público com aportes consideráveis
de recursos financeiros. Os recursos oriundos das PDP possibilitam ao LFM gerir suas despesas administrativas, seus custos de fabricação e seus gastos, além de possibilitar a manutenção da produção dos medicamentos, que não são superavitários. Atualmente, o LFM participa desse programa em cinco medicamentos; dentre eles está o “Leflunomida 20mg”, utilizado no combate à artrite reumatoide, cujo preço caiu de R$ 86 por comprimido para R$ 3,60, comprovando a eficiência das PDP como instrumento para regular o mercado. No entanto, é razoável imaginar que o LFM não pode ser uma indústria farmacêutica dependente de recursos exclusivos de uma política pública. Sendo assim são grandes os desafios enfrentados, diuturnamente, pelo LFM. Para superá-los, esta Organização Militar (OM) busca: expandir seu portfólio de medicamentos; locar espaços ociosos; aprimorar parcerias com institutos de ensino e pesquisas focados em inovação, a fim de desenvolver novos medicamentos estratégicos; concluir os processos de absorção de tecnologia em vigor com êxito; e estabelecer parcerias para compartilhar produção de medicamentos. Trabalhando neste sentido, o LFM apresenta-se como uma OM de relevância estratégica para a Marinha, com potencial de contribuir para o Sistema de Saúde da Marinha e aptidão para atingir sua autossuficiência orçamentária; com planos e ações capazes de superar uma possível suspensão, por razões políticas ou não, do programa de PDP.
Revista Intendência em Pauta | 39