Revista Estrela

EDIÇÃO COMEMORATIVA Publicação especial em homenagem a grandes escritores brasileiros

Certa palavra dorme

[na sombra de um livro raro.

Como desencantá-la? É a senha da vida a senha do mundo.

Vou procurá-la.

Vou procurá-la a vida inteira no mundo todo.

Se tarda o encontro, se não

[a encontro, não desanimo, procuro sempre.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Livro “A Palavra Mágica” Editora Record, 1999

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Procuro sempre, e minha procura ficará sendo minha palavra.

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EDITORIAL

“Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome”

Caetano Veloso

H SIMONE MATTOS

S

DIRETORA DO CURSO PALAVRA MÁGICA PSICOPEDADOGA, PSICOLINGUISTA E TERAPEUTA DE CASAL E FAMÍLIA

adultos - que nos confiaram a tarefa de lhes ensinar para que acendessem todo o seu potencial no campo da linguagem verbal. Neste ano, para chegarem a publicar seus textos nesta revista, eles leram, debateram, pesquisaram e produziram muito.

Brilham também os amigos queridos, parceiros-anunciantes, que abraçaram este sonho da produção de uma edição comemorativa dos 21 anos do Curso. Eles disseram “Sim!” ao nosso convite, tornando-se colaboradores essenciais a esse projeto literário. Pois “sonho que se sonha sozinho é só um sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade”.

Brilha com intensa luz a equipe Palavra Mágica! Toda a minha gratidão e reconhecimento a Marcelo Mattos,

HREVISTAESTRELA.7 H

omo s lu z ! M ora dentro de cada um de nós uma potência criadora, uma capacidade infinita que lá está esperando para ser despertada. Quando somos convidados a saber, quando nos sentimos afetados, envolvidos e incluídos, descobrimos que podemos pensar, dizer, escrever e produzir ideias, fazer e acontecer, que somos autores e não meros espectadores da vida.

Ser autor de textos permite acessar uma enorme potência interior, uma força para escrever a própria vida. É terapêutico, renovador, revelador.

Escrever é muito mais do que fazer redações, é mais do que mostrar domínio sobre a língua. Escrever é uma possibilidade de descobrir-se, revelar-se e refletir sobre a vida. No processo da escolha de palavras, conteúdos, estruturas, gêneros textuais, revelamos quem somos aos leitores e a nós mesmos, criamos estilo. Escrever é arte! A literatura faz história.

Esta revista é uma constelação.

Tem brilho! Um céu de estrelas em noite de uma cidade do interior.

Brilham nela, com suas narrativas, contos, crônicas, poemas e biografias, grandes escritores da literatura brasileira, os vinte e quatro escritores escolhidos pelas turmas do Palavra Mágica que aqui estão para nos inspirar e nos orgulhar.

Brilham também os nossos alunos - crianças, adolescentes, jovens e

Sheila Jacob, Marcella Cobian e Renata Bravo, mestres incansáveis, dedicados, competentes e apaixonados pelo seu ofício, sempre fazendo o seu melhor. Muito obrigada também a nossa querida secretária, Célia Alvim, que é nosso porto seguro, cuidadosa e delicada. E minha alegria por ter junto a mim, como sócia na unidade do Curso Palavra Mágica em Teresópolis, a amiga e educadora Nathália Pacheco!

Brilham os designers Mariana Erthal e André Hippertt, com belezuras de encher os olhos. E também o time do marketing, Sergio Porto e Fernando Gameleira, e a equipe de comercialização, Brian Higgin e Gabriel Moura, que trouxeram o profissionalismo necessário à estruturação desse projeto.

Brilha em meu coração a obra de uma das escritoras que mais amo, Lygia Bojunga, aquela que me mostrou que em nossas BOLSAS AMARELAS guardamos o que quisermos, juntamos nossos desejos mais secretos e damos-lhes vida. Aquela que me ensinou que quem tem um grupo de COLEGAS sempre caminha mais feliz. Aquela que me ensinou a dizer TCHAU quando é preciso fechar processos, concluir etapas e seguir nos caminhos apontados pelo nosso coração. Uma mulher que depois de ter todo o reconhecimento internacional que mereceu, ainda arregaçou as mangas e criou sua própria editora, A CASA, onde agora moram todas as suas obras. Muito orgulho de termos uma brasileira como Lygia Bojunga para chamar de nossa grande estrela!

EDITORIAL

A magia das palavras H MARCELO BRANDÃO MATTOS

O H8.REVISTAESTRELAH

PROFESSOR DO CURSO PALAVRA MÁGICA - COORDENADOR DO ENSINO MÉDIO ESCRITOR, DOUTOR E MESTRE EM LETRAS PELA UFF

texto libert a . Po de um indivíduo estar temporar i a m e n te privado de suas liberdades, mas jamais serão aprisionadas as suas ideias. O texto agrega. Pode o sujeito estar isolado, afastado de suas boas companhias, mas as deterá na força dos pensamentos compartilhados. O texto inclui. Nossas diferenças não se imprimem na combinação linguística, as palavras são os objetos de uso mais democráticos que a humanidade já experimentou.

O texto é a expressão de nós mesmos, de cada um e do coletivo. Nossa memória é texto, histórias que nos compõem. Nossos afetos trocados são textos, correspondências de amizade e de amor. É texto a nossa autoestima, a força para a própria superação.

A nossa visão de mundo, a empatia frente à história do outro, a defesa dos nossos direitos: são os inúmeros textos que formulamos e reformulamos, na biblioteca dos nossos sentidos. A vida é feita dos textos que produzimos e acessamos, no fluxo dinâmico das interações humanas.

Educar para o texto é educar para a vida. A educação precisa ser libertadora, tem que ajudar a pensar ao invés de incutir pensamentos.

Precisa promover a cooperação e o respeito, conceitos que devem integrar os compêndios da pedagogia. A

educação precisa abrir portas; dizer sim, onde houver não; apresentar o mundo, ao invés de contê-lo apenas em telas ou folhas de papel; permitir o imprevisto, sair do roteiro quando for melhor o improviso; estimular a vaidade moral e intelectual, não a que se obtém por meio dos objetos de consumo.

A sala de aula é um microcosmo da sociedade e deve ser uma célula de

multiplicação de conhecimentos e valores. Nada do que ocorre no espaço da pedagogia é novo com relação ao que há no seu entorno: o amor na sala é o amor na vida e, de contrário, os maus sentimentos que nela se colocarem são manifestações dos fatos ruins que correm lá fora. Por isso, a sala de aula não pode ser só um ambiente de aquisição de conhecimentos, mas um espaço de transformações.

A pedagogia é transformadora.

Tudo o que acontece no espaço da sala é transbordante, atravessa paredes e muros, pula janelas, invade as casas, as praças e as ruas. De tão mágicas, as palavras que brotam e se desenvolvem na sala atravessam até o tempo, vão significar no futuro, frutificadas após uma semeadura que antes se fez. É tempo de plantio. Vamos cultivar a livre criação de ideias, semear o desejo pelas palavras que chegam e que vão, valorizar mais o processo de aquisição do conhecimento do que o seu resultado. Drummond tem razão: Importa mais a procura da palavra do que o seu depósito. E, para que os textos floresçam, é preciso regar com arte. A literatura é o alimento para as palavras em semente.

Nesta publicação há, portanto, um projeto literário que representa um projeto pedagógico e, por extensão, um projeto de vida. Todas as pessoas aqui envolvidas estão, na verdade, envoltas em um só projeto: vamos juntos ao encontro das palavras, dispersas num mundo de possibilidades. A nossa busca é por respeito, poesia, cultura, infância, ciência, memória, empatia, amor... A nossa busca é o encontro.

ÍNDICE

12 16 20

GRUPO Escrita criativa para adultos

14

GRUPO O grande desafio de Pedro

18

GRUPO Cesta de palavras

22

GRUPO Quero ler de novo

26

GRUPO A arca dos poetinhas

GRUPO Classificados da imaginação

GRUPO Turma maluquinha

HREVISTAESTRELA.9 H

24

GRUPO O livro ilumina o planeta mais que o sol

ÍNDICE GRUPO Garotos inteligentes, palavras crescentes

30 34 38

H10.REVISTAESTRELAH

42 46

28

GRUPO A chave da imaginação

GRUPO Concreto abstrato

32

GRUPO Linhas de superação

36

GRUPO Palavras de Cora

40

GRUPO As ideias suportam o mundo

44

GRUPO Grupo secreto

48

GRUPO Biblioteca clandestina

GRUPO Sonhadores de plantão

GRUPO A casa das palavras formosas

GRUPO Uma história de mil palavras

50

GRUPO Crianças e adolescentes de Teresópolis

GRUPO Clube de leitura de adultos Teresópolis

54

GRUPO Clube de leitura de adultos Niterói

GRUPO Clube de leitura de adolescentes Niterói

58

52 56

GRUPO Entrevista com Marcos Gomes

GRUPO Dicas de livros

60

EXPEDIENTE

revista estrela

REVISÃO: Sheila Jacob DESIGN E PROJETO GRÁFICO: André Hippertt e Mariana Erthal DIAGRAMAÇÃO: Mariana Erthal

EDITORA EXECUTIVA: Simone Mattos ILUSTRAÇÕES: André Hippertt

PRODUÇÃO GRÁFICA: Nathaly Rodrigues, Pablo Sereno, Leonardo Mendes e Rodolfo Medeiros SEDE: Rua Otávio Carneiro, 100, salas 807 e 808. Icaraí. Niterói (RJ) (21) 2611-7176 / 99722-2522

ORGANIZAÇÃO: Marcelo Mattos

ORIENTAÇÃO, SUPERVISÃO E CORREÇÃO: Simone Mattos, Marcelo Mattos, Marcella Cobian, Nathália Pacheco, Renata Bravo e Sheila Jacob

MARKETING: Sergio Porto e Fernando Gameleira COMERCIALIZAÇÃO: Brian Higgin e Gabriel Moura SUPORTE ADMINISTRATIVO: Célia Alvim PRODUTOR EXECUTIVO: Luan Villanova

FILIAL NITERÓI: Rua Ministro Otavio Kelly, 407, sala 402.

Jardim Icaraí. Niterói (RJ) (21) 3629-7176 / 99722-2522 FILIAL TERESÓPOLIS: Rua Heitor de Moura Estevão, 229, sala 116. Várzea. Teresópolis (RJ).

(21) 99824-1587

Esta revista foi composta nas fontes Glosa Text, Starling e Interstate, e impressa em novembro de 2018 pela gráfica EDG com tiragem de 3.000 exemplares. EDG Gráfica: R. José Bonifácio, 16, São Domingos, Niterói. Telefone: (21) 2705-4050

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TEXTOS: Alunos do Curso Palavra Mágica e participantes dos Clubes de Leitura de Niterói e Teresópolis

UM LUGAR PARA OS FORTES

GRUPO

Lucas Rocha Duarte de Lima

O LIVRO ILUMINA O PLANETA MAIS QUE O SOL H JOÃO GABRIEL DUTRA DE SOUZA ALVAREZ H JOÃO PEDRO DE CAMPOS PETTINE MONTEIRO H LUCAS ROCHA DUARTE DE LIMA H MARIA EDUARDA SENNA SILVA GEMESIO H RENAN DE PAULA LEITE H PEDRO HENRIQUE PAES BARRETO BARBOSA

SOMOS UMA TURMA FORMADA predominantemente

por homens e isso nos garante um alto nível de testosterona. Com 13, 14 e 15 anos, vozes firmes e muita decisão, escolhemos esse nordestino arretado, que conquistou o Brasil, para ocupar nossas páginas nesta revista.

Nosso grupo escolheu o escritor Ariano Suassuna pelo seu humor ácido, crítico, eternizado em livros publicados ao longo de sua carreira literária. O texto teatral “Auto da Compadecida” se tornou um clássico, adotado em muitas escolas brasileiras e adaptado para as telonas. Quando o autor tinha 20 anos, escreveu a peça teatral “Uma mulher vestida de sol”, que inspirou o nome do nosso grupo: “O livro ilumina o planeta mais que o sol”.

Ariano Suassuna foi um dos maiores escritores brasileiros, um ícone nacional, uma referência na literatura do nosso país. Consagrado por seu humor, mantinha um tom crítico a respeito da sociedade do seu tempo. Deixou reflexões importantes e defendeu sua identidade cultural, unindo o erudito à cultura popular nordestina. Ele dizia que nunca trocaria o seu “oxente” por um “ok”. Foi um grande incentivador da expressão artística nordestina.

Após uma reunião cansativa na Bolsa de Valores de São Paulo, um empresário desceu para buscar seu veículo, querendo chegar logo em casa, mas...

EMPRESÁRIO – Cadê meu carro, ô meu?

(Estressado, começou a gritar).

POLICIAL – Seu carro foi rebocado para o depósito porque estava mal estacionado.

(Falou calmamente, mas com certa ironia).

EMPRESÁRIO – Ahn? Mano, não acredito!

O empresário foi até o depósito para retirar seu automóvel, mas, ao chegar lá, um sujeito vestido com uma roupa diferente dos outros, sem uniforme, foi atendê-lo.

EMPRESÁRIO – Ei! Preciso do meu carro.

SUJEITO – Claro, mas preciso que pague a multa e me dê a chave do carro.

Quando o empresário se deu conta, seu carro estava indo embora do depósito. Ele havia sido roubado definitivamente. Viver em uma cidade grande é para os fortes, um susto atrás do outro.

O JEITO ARIANO DE SER João Pedro de Campos Pettine Monteiro Ariano é um escritor brasileiro orgulhoso, que defende a cultura e os valores do seu país. Crítico das reformas feitas na língua portuguesa, ficou conhecido por grandes livros inspirados na sua cidade natal. Traz aos leitores a sua visão de mundo, não de forma superficial ou seguindo padrões, mas respeitando a sua origem e pensando como nordestino.

H12.REVISTAESTRELAH

1927

Ariano é um escritor muito engraçado, que vê os fatos ruins da vida de forma crítica, mas os expõe de um jeito hilário. Ele valoriza a língua portuguesa e defende que existe uma arte brasileira. Não concorda com o tratamento dado às pessoas consideradas loucas, nem acha que a Disney seja o melhor lugar do mundo, muito menos julga todos os políticos como corruptos. Foi um homem culto e, ao mesmo tempo, simples, humilde e divertido!

1945 Publicou seu primeiro poema, “Noturno”, no jornal do Comércio.

Nasceu no dia 16 de junho, em João Pessoa.

Maria Eduarda Senna Silva Gemesio

1947 Escreveu sua primeira peça: “Uma Mulher Vestida de Sol”.

1950 Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais.

Ganhou seu primeiro prêmio, Martins Pena.

MAIS UM DIA NORMAL EM IPANEMA Pedro Henrique Paes Barreto Barbosa Seis da manhã, Jorge acorda para se arrumar e vender biscoito Globo na praia. Então ele desce o morro de bicicleta e vai para Ipanema. Enquanto isso, Rogério acorda às 8 horas da manhã para ir para a faculdade particular, que fica do lado de sua casa, na Rua Vieira Souto. Mas, nesse dia, Rogério decidiu matar aula para ajudar seu amigo a vender biscoito Globo.

JORGE – O que tu tá fazendo aqui?

Hoje você não tem aula?

ROGÉRIO – Sim, mas eu quero saber como é trabalhar na praia.

JORGE – Beleza! Você só tem que chamar atenção, gritar o que tá vendendo e o cliente te chama.

ROGÉRIO – Mas é só isso? Que moleza!

JORGE – Moleza? Vamos fazer uma competição valendo “5 conto”.

Depois de horas vendendo biscoitos, os dois se encontraram para tomar uma água de coco e jogar uma altinha. Rogério estava exausto.

Quando foram contar quanto cada um vendeu, Jorge tinha vendido tudo, enquanto Rogério apenas vendeu a metade.

ROGÉRIO – Como você conseguiu vender tudo?

JORGE – Como? Charlie Brown já falava: “Meu escritório é na praia, eu tô sempre na área”.

A TRIBO

ESTEREÓTIPOS

João Gabriel Dutra de Souza Alvarez

Renan de Paula Leite

Em uma tribo no Amazonas, existia um casal de amigos chamados Toriba e Maiara. Eles adoravam brincar em um rio perto de onde viviam.

Em uma praia do Ceará, brasileiros de diferentes estados conversam.

MAIARA – Hoje está muito calor, vamos ao rio para nos refrescarmos.

TORIBA – Calma, Maiara. Eu não sei o caminho. (Diz, correndo atrás dela).

MAIARA – Chegamos, Toriba!

(Olha para um lado e para o outro, mas vê que o rio estava cheio de lixo e as árvores haviam sumido).

TORIBA - O que aconteceu aqui? (Espantado com o que vê).

Os dois choraram e pediram ajuda ao Deus Tupã, o Deus dos animais e vegetais.

Depois voltaram para a tribo e perguntaram o motivo do desmatamento para a avó de Toriba, que se chamava Kaolin e sabia de toda a história. Ela explicou para os netos sobre a ambição dos homens e ensinou-lhes a sempre proteger a natureza.

GAÚCHO – Tri legal aqui, tchê! Mas que calor é esse? Saudades do meu friozinho! (Suando em bicas).

CARIOCA – Que caô, cara! 29o pra mim é frio. Além disso, de lá da minha cidade não sinto falta de nada, principalmente da violência. Pelo menos aqui não tenho medo de me assaltarem.

BRASILIENSE – Véi, lá em Brasília, o que mais tem é roubo. Corrupção a rodo.

CEARENSE – Oxente, e as coisas boas? O carnaval, o samba, o futebol, o churrasco? Os estados de vocês são considerados melhores que o meu. (Todos o ignoram).

ACREANO – Lá no meu Acre disseram que no resto do Brasil xiringam que a gente não existe.

Todos, então, começam a citar problemas do Brasil e dos seus estados.

CEARENSE – E não é que falam que brasileiro é feliz!

ARIANO SUASSUNA 1955

1994

Tornou-se secretário de Educação e Cultura do Recife.

2014

2017

Faleceu Ariano Suassuna, em 23 de julho.

Aposentou-se como professor.

Tornou-se secretário de Cultura do Estado de Pernambuco.

Em dezembro, foi publicada sua obra póstuma A Ilumiara.

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Escreveu o Auto da Compadecida, texto com o qual foi aclamado e que o projetou em todo o país.

1973

CARTA PRAS ICAMIABAS Sergio Porto

GRUPO

ESCRITA CRIATIVA PARA ADULTOS H ANA MARIA DA COSTA CAMPOS NUNES H CARLOS AUGUSTO LOUREIRO SAMPAIO H DANIELA FIGUEIRA ABEN-ATHAR H MÔNICA GIANNINI CALDAS H SERGIO PORTO DA COSTA MATTOS H VERÔNICA LETÍCIA DE SOUZA MORAIS

NÓS, ALUNOS do Curso de Escrita Criativa para Adultos, iniciamos a nossa jornada rumo ao “aprimoramento de nossa produção textual” por conceitos literários que pudessem nos orientar. Aprendemos sobre a criação de personagens-indivíduos ou caricaturais, planos ou esféricos. Fomos desafiados a encontrar os estilos e ritmos mais adequados à narrativa direcionada ao leitor, com base em exercícios e leituras de grandes mestres da arte escrita, escritores que se “afastam de si mesmos” para viverem intensamente as experiências ficcionais e as dores e descobertas delas decorrentes.

Dentre tantos escritores, destacou-se Mário de Andrade, um dos principais protagonistas do modernismo brasileiro, período que se caracterizou pela ruptura com as exigências de uma influência europeia na nossa literatura. Como modernista, Mario valorizou em suas obras o folclore brasileiro, as lendas tupiniquins, manifestações religiosas de vários recantos do país e o jeito de ser e falar do nosso povo. No romance Macunaíma, marco do modernismo brasileiro, Mário de Andrade mostra-nos uma síntese da cultura nacional.

Macunaíma é uma espécie de anti-herói, um herói sem caráter, vive situações que perpassam os mitos nacionais e outras que, na criação do autor, são fundações de símbolos da brasilidade.

Ficticiamente, Macunaíma “inventa” o futebol à brasileira, “cria” a expressão “Vá tomar banho!” e tantas outras falas e fatos nacionais. Esse personagem é a inspiração do nosso grupo para, através da representação contemporânea do “neto ficcional do herói”, homenagear o autor escolhido.

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1893 Filho de Carlos e Maria Luísa, o escritor e ensaísta Mário de Andrade nasceu em São Paulo, cidade onde morou durante quase toda a vida.

1911 Considerado um pianista prodígio, foi matriculado no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.

1913 Depois da morte de seu irmão, abandonou o conservatório e se retirou com a família para uma fazenda que possuíam em Araraquara.

Nessa fazenda, escreveu a maior parte da sua obra.

“Às mui queridas súditas nossas, Senhoras Amazonas.” Assim, começou a lhes escrever meu avô, Macunaíma, em maio de 1926, de São Paulo onde estava instalado. Mas a boa cidade de São Paulo degradou-se, o Rio Tietê tornou-se um grande canal de esgoto tal o descuido dos homens que lhe lançam, diretamente, seus dejetos e detritos industriais; o céu está permanentemente encoberto pela poluição do ar, que nem a medida de usar a máquina automóvel em dias alternados resolve. Desse jeito, meus pais vieram morar na mui formosa cidade do Rio de Janeiro.

As praias não guardam os ares nocivos e propiciam que a qualquer despertar da Vei, a sol, os cariocas joguem-se à praia para suas diversões preferidas e por eles inventadas: Frescobol - Com raquetes e bolinha de borracha, jogam à beira mar, cada um criando facilidades para o outro rebater; Altinho - Meu avô não gostava da invenção do futebol, mas os cariocas, moças e rapazes, criaram um esporte que exige habilidade com os pés, ombros, peito e cabeça, jogando a bola de um para o outro sem deixar cair; Futevôlei - Os mais habilidosos jogam a bola por cima de uma rede de vôlei, numa festa de plasticidade e harmonia de invejáveis movimentos. Um carioca, vulgo Tubarão, criou uma cortada, dada com os pés, conhecida agora como Shark-ataque.

Descansando do esporte, curto as menininhas de biquíni, que por aqui inventaram de reduzir seu tamanho a um mínimo, adotando o princípio de que nádegas depois que queimam, isto é, pegam cor, viram pernas.

Nisso, vocês, queridas amazonas, ficariam muito à vontade! Então, fico por aqui apreciando e observando se entre os morros, morrotes e montanhas encontro o muiraquitã. Quase nem sinto fome, que quando aparece é saciada por vendedores ambulantes com biscoito Globo, caipirinha, mate, cerva... Por tudo isso, passo o dia na praia.

- Ai... que preguiça!

Macunaíma Neto, Rei da Praia Outubro/2018

1922

Ano em que liderou a Semana de Arte Moderna.

MACUNAÍMA NETO, ATUALÍSSIMO

MACUNAÍMA NETO - CERTIDÃO DE NASCIMENTO

Verônica Morais

Carlos Augusto Sampaio

Lá estava o bom sujeito voltando da Praia de Copacabana, tardinha de sábado. Arrumou uma carona, como de costume, bronzeado de praia e ao celular, mandando mensagem para duas mulheres: uma loura, uma morena. Macunaíma Neto estava a pensar no que faria essa noite. Pensou alto e disse: “Vou nada tentar me dar bem na Zona Sul, hoje não... Que preguiça! Vou é tomar chope e mandar um sambinha aqui perto de casa.”

Chegou em casa e foi tirar um cochilo na rede de sua sala, bagunçada, com latas de cervejas espalhadas. Sim, estava cansado, mas era da praia de sábado, não do trabalho, que fazia só algumas vezes por semana. Preferia tentar sempre se dar bem dando golpes ingênuos na Zona Sul: ora Macunaíma era vendedor de imóveis, ora vendia planos de saúdes fraudulentos para a geriatria de Copa. Escolhera esse bairro por malandragem mesmo, há muitos idosos carentes querendo atenção. De fato, sua beleza, junto com seu poder de sedução, atraía todo tipo de pessoas, inclusive os recém-burgueses que se achavam espertos, a estes dava um prazer danado enganar, mereciam, fazia lembrar do seu avô falastrão. Que Homem! Que sábio, Meu Exum!

Colocou seu chapéu panamá e foi Gamboá afora. “Hoje é meu dia!” Encontrou seu amigo no Microfone, bateu no seu ombro e disse: –Diogo (era o Nogueira) posso cantar uma música? – Começou cantando com um ar de preocupado e emendou: - Bezerra, essa é para você, meu amigo.“Caô, caô a justiça chegou...”

Após cantar, todos aplaudiram Macunaíma de pé e ele discursou: “Estou aqui conversando com meu avô em pensamentos, eu estou lhe contando o drama do Nosso Brasil, seu país adorado, que está por passar maus bocados. As pessoas se puseram como loucas e estão caindo no papo dos salvadores da pátria. Eu, que sou malando, jamais virarei mané. Digo aqui - não acreditem no papo daquele que não ama o povo.” Macunaíma se despediu e disse as últimas palavras do seu discurso improvisado: “Eu tenho fé, sou descendente direto do meu avô”.

Macunaíma Neto foi gerado na roda de samba da Gamboa. Seu pai gingava no batuque e na capoeira.

Sua mãe Leonora, de pele mulata, olhos verdes, das coxas roliças, dos quadris arredondados e salientes, provocava os mais indiferentes ao mover seu corpo estandarte para ninguém colocar defeito.

A poesia do samba chorado pela boca de Leonora alimentava, no seu ventre, os movimentos de Macunaíma, gingava para cá e gingava para lá. O filho pranteava a poesia no ventre da mãe, da desventura de uma vida ainda tardia.

Macunaíma conhecia bem os movimentos, o samba nas coxas e o transpirar de uma mulher mulata que suava para fora e suava para dentro. Ele conhecia bem o ritmo do arfar da mulata, do descomedimento do coração, do balanço dos braços, das pernas, dos peitos, afinado aos desejos e às fantasias mais impertinentes.

Macunaíma Neto foi gestado na intimidade do corpo-mulata, os mesmos hormônios, o mesmo suor, a mesma saliva, o mesmo cheiro esfregaram seu corpo-macunaíma.

Macunaíma não era seu nome, era sua carne, era seu gesto, era seu respiro.

Que mulher fêmea, que verso poético, poderia resisti-lo?

Macunaíma Neto, Leonora mulata, um corpo só, um ventre, um gingado, uma poesia, um ser, sendo definido pela melodia de pessoas simples, pelo ritmo pesado do surdo, agonia da cuíca e o bafo cuspido pelo desespero de ainda não saber-se nascido.

MÁRIO DE ANDRADE 1928

Transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde exerceu o cargo de diretor do Instituto de Artes na antiga Universidade do Distrito Federal (hoje Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

1945 Aos 51 anos, Mário Raul de Morais Andrade faleceu em São Paulo, no dia 25 de fevereiro, vítima de um ataque cardíaco.

1993 Quase 48 anos após sua morte, a Casa da Moeda do Brasil emitiu a cédula de 500.000 cruzeiros em sua homenagem.

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Lançamento do romance Macunaíma: o herói sem nenhum caráter.

1938

NOSSAS QUEIXAS Resolvemos brincar, nesta paródia, com diferentes situações chatas da vida.

Ficamos rindo muito, nos lembrando de como ficamos aborrecidos ao termos que tomar vacina, ao lidar com o excesso de provas, de deveres de casa e com outras situações que acabamos não incluindo na nossa canção. Enfim, nossa música é sobre queixas. Divirtam-se com elas!

GRUPO

A ARCA DOS POETINHAS

CHATICES

H DANIEL NEVES E SILVA ARÊAS H LUCAS GOMES RANGEL H LUCAS

MARTINS DE SOUSA H MATEUS ALVITOS PEREIRA COSTA H SOFIA DE BESSA DE MENDONÇA H SOPHIA MENDONÇA CORRÊA DOS SANTOS H THIAGO MACIEL LIMA CARDOSO

Daniel Arêas, Lucas Martins, Lucas Rangel e Thiago Maciel Lá vem a moça com a injeção para aplicar menino acha que vai se machucar

PENSANDO JUNTOS, descobrimos que o nosso grupo é

afetuoso, unido, amigável, carinhoso, calmo, pacífico e amoroso. Essas características coincidem com as do escritor escolhido para ser homenageado pela turma. Por sermos de carne e osso como ele, portanto “humanos”, somos emotivos e sensíveis. Além disso, somos criativos e muito musicais.

Um dos integrantes do grupo, chamado Lucas Rangel, foi quem sugeriu o nome “Arca dos Poetinhas”. Ele faz referência a uma das principais obras literárias de Vinicius de Moraes, “A Arca de Noé”, e a seu famoso apelido, Poetinha. Assim como o homenageado, também nos consideramos poetinhas.

Vinicius de Moraes foi um grande escritor, poeta, jornalista, compositor e diplomata. Fez parcerias musicais com Tom Jobim, Toquinho, João Gilberto, Carlos Lira, Chico Buarque, entre outros. Ter amigos é muito bom e ele estava sempre cercado deles. Vinicius também fez diversos poemas e músicas para as mulheres, porque ele era bastante romântico e se apaixonou e casou várias vezes. A sua música mais conhecida é “Garota de Ipanema”. Para as crianças, ele lançou “A Arca de Noé”, no ano do seu falecimento, em 1980. O Poetinha deixou saudades!

H16.REVISTAESTRELAH

1913

1916 Começou a estudar e já gostava de escrever poesias.

Nasceu Vinicius de Moraes, na Gávea, Rio de Janeiro.

1924 No Colégio Santo Inácio, começou a cantar no coral e a montar peças de teatro.

Vem professora com a prova na sua mão e isso tira toda a nossa animação Nicolau, o mané se atrasou pra escola perdeu a prova tirou um zero João foi preso por roubar dinheiro do Sr. Jorjão que ficou em desespero Comeu feijão para esquecer o problema pulou o muro caiu no chão Quebrou o braço levou uma bronca e assim continua toda confusão Ha ha ha ha Ha há há

1927 Iniciou suas primeiras composições.

1933 Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais.

Publicou seu primeiro livro de poemas, com o título O caminho para a distância.

Produção coletiva

NOSSO ALERTA

Verdadeiro poeta Inteligente escritor Nunca desistiu de criar Inventou a Bossa-nova Com seus amigos Incrível compositor Um paquerador apaixonado Sonhador, romântico e criativo

Nossa paródia da música A CASA, assim como a canção de Vinicius de Moraes, está se referindo também a uma casa que não tinha nada, mas as faltas eram outras. Lá as pessoas não têm nada porque não têm carinho, diálogo e compreensão. Quisemos fazer dessa música um alerta, para que nunca nos esqueçamos da importância do amor e da união em família.

Diplomata ele foi Estudou e se formou em Direito

A CASA

Morou em diversos países O nosso poetinha fez muitas canções Referindo-se às mulheres As crianças também homenageou Escrevendo “A Arca de Noé” Saudades ele deixou

Mateus Alvitos, Sofia de Bessa e Sophia dos Santos Era uma casa Que tinha asa Com uma piscina Muito rasa Ninguém vivia Com união Na casa não tinha Compaixão Ninguém podia Comer feijão Porque na casa Não tinha fogão Todos brigavam Zoavam, gritavam Porém usavam A imaginação

VINICIUS DE MORAES

1938

1939

1954

1962

1970

1980

Publicou o livro de poemas infantis A arca de Noé.

Escreveu a letra da canção “Garota de Ipanema”, musicada por Antônio Carlos Jobim.

Morreu Vinicius de Moraes.

HREVISTAESTRELA.17 H

Ganhou Escreveu uma o “Soneto bolsa do de fideliConselho dade”.

Britânico para estudar literatura na Universidade de Oxford. Lançou a obra Antologia poética e publicou a peça teatral “Orfeu da Conceição”, adaptada para o cinema com o título “Orfeu Negro”.

Depois de toda Essa confusão A casa passou A ter união

POR UMA VIDA MELHOR Rafael Rocha da Fonseca Soares Coutinho Por que existe guerra?

Por que existe briga?

Pra que serve tudo isso?

Não tem motivo!

GRUPO

O GRANDE DESAFIO DE PEDRO H ARTHUR DE ANDRADE LOPES H JÚLIA SIQUEIRA OLIVEIRA H LUNA VON RONDOW DE CARVALHO GUERZÊ CONDEIXA H MARCELLA SODRÉ JORGE POGGIO H RAFAEL ROCHA DA FONSECA SOARES COUTINHO H VITOR ANTUNES BARBOSA

NÓS SOMOS O GRUPO “O grande desafio de Pedro” e nos encontramos toda terça-feira, às 14h. Podemos nos ver apenas uma vez por semana, mas somos muito unidos, amigos, companheiros, respeitosos, verdadeiros e sinceros uns com os outros. No Palavra Mágica, nos tornamos observadores, responsáveis, maduros, pensativos, interessados, calmos e participativos.

Escolhemos o escritor Pedro Bandeira porque os temas de seus livros trazem questões reais e sociais, que nos levaram a refletir sobre o mundo e a vida. O livro “O grande desafio” nos inspirou, pois o protagonista, mesmo enfrentando dificuldades, não desistiu e não se deixou abater. Nós também somos assim: esforçados, dedicados, esperançosos e otimistas!

Pedro Bandeira é um dos grandes escritores brasileiros e sua obra aproximou adolescentes e jovens da literatura. Ele diz se alegrar ao saber que marcou a vida e o coração de muita gente. Recebe com frequência mensagens de fãs! Muito dedicado, foi estudar psicologia e educação para aprimorar seus escritos. Por muitos anos, realizou palestras e conferências, debatendo seus livros e incentivando a leitura.

H18.REVISTAESTRELAH

1942 Nasceu Pedro Bandeira, no dia 9 de março, em Santos, São Paulo.

1961 Mudou-se para a cidade de São Paulo para estudar na USP.

1962

Poderíamos mudar essa situação, Mas grande parte da população Não sabe o que é a paz.

A guerra só sabe tirar vidas Não é assim que se faz.

Gostaria que a vida fosse melhor.

Se todo mundo ajudasse, Haveria menos discussões.

Muitas pessoas ofendem as outras E vai acontecendo assim Geração por geração.

A vida poderia ser bem melhor Do que hoje em dia.

Bastaria as pessoas cooperarem Para termos essa realização E vivermos com alegria.

REMÉDIO PARA O AMOR E A PAZ Júlia Siqueira Oliveira Hoje em dia temos muita violência, desigualdade e desrespeito. Pessoas ficam tristes e com medo, mas podemos enfrentar essa doença. Com esse remédio, vou ajudá-las.

Podemos ser fiéis e corajosos para superar tudo o que nos incomoda. O segredo é sermos gentis, alegres e educados para que todos consigam se unir cada vez mais. Usar palavras certas é fundamental! Dizer “obrigado”, “com licença” e “por favor” pode curar a sua dor. Podemos colaborar e assim obter paz e amor. Convivendo com as pessoas em clima de harmonia, vibraremos com alegria. Esse remédio deve ser consumido por todos, para garantirmos o bem-estar na nossa sociedade.

1972 Passou a escrever pequenas histórias para revistas.

Começou a trabalhar como jornalista no jornal Última Hora.

1983 Dedicou-se inteiramente à literatura e publicou seu primeiro livro, intitulado O Dinossauro que fazia au-au.

PÍLULAS DO BEM-ESTAR* A REALIDADE Marcella Sodré Jorge Poggio Na vida, já encontrei buracos no chão, Já sonhei, realizei e também falhei.

Nunca existirá a perfeição.

Dos erros também lembro, pois tenho memória e ainda não esqueci, pois guardei no coração.

Por isso digo: A vida é feita de fases, Acredito que ela nunca irá dar a alguém um desafio que não possa superar.

Então, que todos respiremos e acalmemos nossa alma, para pensarmos positivamente e transformarmos a realidade.

*Inspiradas no livro “A Droga da Obediência”

COMBATA A VIOLÊNCIA Arthur de Andrade Lopes O meu texto é muito triste, porque fala sobre a violência, mas ele é necessário. A violência mata! Ela leva o mal para todas as pessoas. Ela traz sentimentos ruins, como a tristeza, a solidão, a maldade e a destruição. O remédio para tudo isso é não praticar a violência, não agredir, nem ofender. É não espalhar a tristeza. É evitar a solidão e a maldade. Para não chatear as pessoas, combata a violência com paz e amizade.

MÉDICO DA VIDA Vitor Antunes Barbosa Olhe bem esta receita 900g de alegria E aproveite bem Mais 100g de bom dia Olhe bem isso daí Receba 10T de abraço Segure bem firme E fortaleça o seu laço Agora acrescente 40 litros de beleza E use o mais importante 30 litros de pureza

SOBRE A SINCERIDADE

Como últimos ingredientes Coloque muita amizade E para acabar 1.000.000.000T de solidariedade.

Luna Von Rondow de Carvalho Guerzê Condeixa Sei bem de virtudes, e é disso que vou falar.

Existem muitas atitudes que as pessoas não vão gostar.

Vou falar sobre a sinceridade que é muito exigida por todos sem excluir nenhuma idade, incluindo até os moços.

Mentir é o que muitas pessoas fazem, isso leva à solidão.

Respeito gera respeito e não cria amizades em vão.

Mentir pode se tornar um ensinamento, porque é errando que se aprende.

Seja sempre uma boa pessoa, sincera e surpreendente.

1984

PEDRO BANDEIRA

1986

Publicou o livro A Droga da Obediência, que o consagrou como escritor.

2012

Vendeu mais de 1 milhão de livros somente neste ano.

Recebeu a Medalha de Honra ao Mérito Braz Cubas.

HREVISTAESTRELA.19 H

Ganhou o Prêmio Jabuti com o livro O Fantástico Mistério de Feiurinha.

1996

GRUPO

CLASSIFICADOS DA IMAGINAÇÃO H DANIEL DE FREITAS TRINDADE SENA H GABRIEL MESQUITA RIGUEIRA H LARA ALMEIDA DA SILVA H TAINARA MESQUITA RIGUEIRA

A NOSSA TURMA É FORMADA por crianças muito curiosas, inteligentes e divertidas. Escolhemos a autora Roseana Murray por nos representar, pois, assim como ela, somos um grupo que ama ler e usar a imaginação para criar histórias fantásticas.

O nome que escolhemos juntos para nos identificar foi “Classificados da Imaginação”, inspirado no livro “Classificados poéticos”.

Essa obra reflete nossas características em comum: a sensibilidade, a afetividade e a solidariedade. Somos grandes companheiros!

Roseana Murray é uma autora de grande importância para a literatura brasileira. Com muita criatividade e imaginação, publicou mais de cem livros infantojuvenis e recebeu vários prêmios e homenagens pela qualidade de suas obras. É reconhecida por escrever belos poemas que falam sobre sentimentos, emoções e aventuras. Desenvolveu, junto com a Secretaria de Educação de Saquarema, local onde mora, o projeto Uma Onda de Leitura. Através dele, incentivou diversas crianças e jovens a praticarem a leitura e a escrita. Possui admiradores apaixonados, que amam as suas histórias incríveis. Por tudo isso, ela é tão especial!

ROSEANA MURRAY H20.REVISTAESTRELAH

1950 Nasceu Roseana Murray, em 27 de dezembro, no Rio de Janeiro.

1973

1980 Formou-se em língua e literatura francesa, na Universidade de Nancy, França.

Estreou como escritora com o livro Fardo de Carinho.

1982

1986

Publicou os primeiros contos na coletânea No País das Coisas Impossíveis.

Recebeu o prêmio O Melhor da Poesia Infantil, com o livro Fruta no ponto.

TEXTOS INSPIRADOS NO LIVRO

CLASSIFICADOS POÉTICOS Gabriel Mesquita Rigueira VENDO UMA BICICLETA DOS SONHOS VOADORA Ela tem asas de Pegasus e tem cadeiras para amigos com cinto de segurança. Possui todas as cores, oferece comida para quem estiver com fome e faz sons engraçados. Ela voa e te transporta para qualquer lugar em seus sonhos, sejam eles de terror, alegria ou de amor. É uma bicicleta mágica, que te leva para viver um monte de aventuras.

TROCO SOLIDÃO POR AMIZADE Minha solidão traz tristezas Eu não tenho amigos Na minha solidão tem dureza Ter uma amizade é o que mais preciso TROCO ÓDIO POR AMOR O ódio não deixa ninguém feliz Quem odeia gosta de reclamar Desejo amizade em vez de ódio Quero um coração que sabe amar

Daniel de Freitas Trindade Sena COMPRO MÁQUINA DO TEMPO Compro uma máquina do tempo, que possa me levar aos antigos parentes que já se foram, mas deixaram saudade na gente. Desejo que me leve a um futuro com liberdade, amor, respeito e nada de dor, nem violência e repressão. Isso eu não quero não. O que eu quero mesmo é que todos os tempos sejam de paz e compreensão e sei que tenho razão.

1990

Passou a integrar a Lista de Honrado IBBY (International Board on Books for Young People).

Tainara Mesquita Rigueira

TROCA-SE RAIVA POR ALEGRIA A raiva não faz sentido, não atrai nenhum amigo a alegria sim Isso é tudo para mim

Lara Almeida da Silva PROCURA-SE A CASA DA FELICIDADE Busco casa com quatro andares, quatro banheiros mágicos, seis quartos com passagem secreta para o mundo dos brinquedos e com vista para as montanhas. Desejo que tenha três cozinhas equipadas com fogões automáticos e geladeiras modernas, cinco salas de estar com poltronas coloridas e macias para sonhar.

TROCA-SE A SOLIDÃO PELO AMOR O amor não tem cura, Mas é o remédio para todas as doenças O oposto da solidão não é estar junto É a intimidade que diminui as diferenças TROCA-SE A TRISTEZA PELO SORRISO A tristeza não ajuda em nada Mas sei o que preciso O que eu mais quero É um belo de um sorriso

1997 Casou-se pela segunda vez, com Juan Arias.

ALUGA-SE UMA FLECHA DO AMOR Aluga-se uma flecha pontuda, cuja cor é vermelha. Ela é feita de madeira vinda de Paris, a cidade do amor.

Basta atirar no inimigo, que ele vira seu melhor amigo. Com uma única flechada, ela consegue unir todos, mesmo se forem as pessoas mais solitárias do mundo inteiro. Aproveite que está baratinho! Não perca a promoção, ela fará bem ao seu coração!

TROCO PERDAS POR LEMBRANÇAS Troco todas as minhas perdas Quero esquecê-las E recuperar minhas lembranças Para sempre tê-las TROCO DOR POR AMOR Troco minha dor Por um grande amor Iremos para Salvador Lá te darei uma flor

Anúncio coletivo CLUBE DE LEITURA DA CASA AMARELA A autora Roseana Murray abre as portas de sua casa para o público. Ela recebe seus visitantes com um delicioso café, uma mesa cheia de gostosuras e um bom papo. A casa está localizada na cidade de Saquarema, no Rio de janeiro, de frente para um lindo mar. É um espaço de aconchego e de encontros poéticos.

2002

2003 Iniciou o projeto de leitura chamado “Saquarema, uma onda de leitura”.

Mudou-se de Visconde de Mauá para Saquarema. Recebeu o Prêmio Academia Brasileira de Letras de Literatura Infantil, pelo livro Jardins.

HREVISTAESTRELA.21 H

Ganhou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte.

1994

TROCO ÓDIO POR AMOR Quero paz, não dor União sim, guerra não Menos ódio, mais amor Vem compaixão, sai depressão

NA CADEIRA DO DENTISTA Mariana Carneiro Gonçalves Moreira

GRUPO

CESTA DE PALAVRAS H CECÍLIA SOUZA VALLE CARDOSO LOPES H GABRIEL VENTURA DE MATOS VILLELA DOS SANTOS H JOAQUIM LOUBACK CALDAS H LUCA SOARES KELLER BUENO H MARIA BEATRIZ PETTERSEN H MARIANA CARNEIRO GONÇALVES MOREIRA

O GRUPO CESTA DE PALAVRAS é criativo, bem-humorado, leal e unido. Além disso, somos formados por pessoas sábias, que convivem de forma amigável e, aos poucos, passaram a confiar umas nos outras.

O nome da nossa turma, decidido coletivamente, foi baseado no livro da escritora Tatiana Belinky, “A Cesta de Dona Maricota”. Juntamos o título do livro com o nome do nosso curso, Palavra Mágica, e viramos o grupo Cesta de Palavras. Nos identificamos com a obra mencionada por ser divertida, como a nossa turma. Além disso, assim como a autora propõe, produzimos novas palavras, criamos textos e ideias.

Tatiana Belinky veio da Rússia ainda criança, fugindo da guerra da antiga União Soviética, junto de sua família. Desde pequena, gostava de ler, vivia cercada de livros e leitores. Sua grande paixão foi o teatro, adorava produzir peças teatrais.

Deixou um grande legado para crianças de várias gerações. Ela e seu marido, Júlio Gouveia, adaptaram as obras de Monteiro Lobato para a televisão.

Na literatura infantojuvenil, escreveu mais de 120 títulos, entre traduções, adaptações, memórias, poemas e prosas. Seu estilo literário trouxe reflexões sobre direitos humanos e justiça social.

H22.REVISTAESTRELAH

1919

1929 Mudou-se para São Paulo, Brasil.

Brincava de teatro.

Nasceu Tatiana Belinky no dia 18 de março, em São Petersburgo, na Rússia.

1930

1937 Naturalizou-se brasileira.

Concluiu o curso comercial.

Casou-se com o educador e médico Júlio Gouveia.

Tatiana Belinky narrou uma história sobre um moço chamado Berel que tinha medo de dentista. O seu molar começou a doer e ele teve que ir ao consultório, mas não podia tomar anestesia, porque poderia infeccionar o corpo todo, dando septicemia, que naquela época era mortal por não haver ainda antibiótico. Então Samuca, um amigo, teve a ideia de prender as mãos e os pés do Berel e tocar um violino bem alto, mas bem alto, de forma que não desse para escutar os gritos. O pior é que esse acontecimento ocorreu com Samuca também, tudo igual. Mas ele não precisou que segurassem as mãos nem os pés dele, nem que tocassem o violino. Ele não se debateu e não gritou, foi forte e corajoso. Mas, quando a dentista mostrou o dente retirado, Samuca foi escorregando da cadeira, e ficou de luto pelo molar que havia perdido.

VERDADES E MENTIRAS Maria Beatriz Pettersen Silvinha, uma menina de cinco anos, enjoada da sua boneca, falou que queria um bebê de verdade. Então sua mãe, assustada, perguntou como a menina iria conseguir. Com uma resposta surpreendente, a menina disse que iria fingir ser casada e pegaria um bebê na maternidade.

Silvia foi repreendida por sua mãe, que lhe pediu que não dissesse mais aquilo.

Silvinha jurou obedecer à mãe, que falou que a filha não precisava jurar. No entanto, Silvinha disse que precisava jurar sim, ela afirmou que às vezes mentia!

1939

1946

1951

Montou o Teatro Escola de São Paulo.

Adaptou a obra de Monteiro Lobato para a TV. Escreveu cerca de 350 episódios.

APRESENTANDO AS CRÔNICAS DE TATIANA BELINKY* FÉRIAS

*Livro: Onde Já se viu?

CULPA DE QUEM? Cecília Souza Valle Cardoso Lopes

Luca Soares Keller Bueno

Tatiana Belinky narra a história de uma menina que, quando ia para a escola e a professora pedia para fazer uma redação contando como foram suas férias, ela inventava.

Ela tinha acabado de chegar no Brasil e ainda não tinha experiências em lugares diferentes além de São Paulo. Mas a professora aceitava suas histórias inventadas e valorizava sua narrativa fluente, graficamente correta e sua letra legível. Depois ela até conheceu o Rio de Janeiro, Poços de Caldas e Campos de Jordão. Mas essa experiência ficaria para a próxima redação, caso a professora solicitasse outra produção sobre esse tema.

Apresento uma crônica cujo nome é “Culpa de quem?”.

Essa história trata de uma briga entre duas crianças e conta sobre uma troca de agressões que ocorreu, porque as crianças ficaram discutindo de quem era a culpa por ter jogado um vidro de mostarda na parede. Aquele líquido amarelo ficou escorrendo pela parede, enquanto os dois irmãos ainda discutiam.

A história termina de forma irônica, a mãe perguntou para o menino um absurdo, procurando fazer ele pensar: “Por que você não acertou o pote de mostarda na sua irmã e sim na parede?” O menino, mantendo o tom de brincadeira, respondeu que ela abaixou.

ESTRELA DE CIRCO Joaquim Louback Caldas Nessa história, Tatiana conta o dia em que uma menina montou o pônei no circo com seu irmão, seu pai e sua mãe. Ela ficou de olhos arregalados, admirada com as pessoas que trabalhavam no circo, pois gostava muito desse espetáculo. Quando começou o show dos pôneis, o palhaço falou que ia escolher uma pessoa para montar. Ele olhou para todos na arquibancada em um suspense geral, quando de repente ele falou: “A criança escolhida é....” Ele apontou para a menina, que ficou muito surpresa e olhou para os lados para ver se era outra pessoa, mas o palhaço a tinha escolhido. No final, ela conta que ama os circos e ia lembrar desse dia para sempre.

TATIANA BELINKY 1972

Publicou suas primeiras obras autorais: A operação do tio Onofre e Medroso!Medroso!

1994 Ganhou o Prêmio Jabuti com o livro A Saga de Siegfried.

Gabriel Ventura de Matos Villela dos Santos A história é contada por uma menina que teve um monte de bichos em sua infância. Ela começa a narrar sobre o seu gato chamado Tunga, que tinha o hábito de fazer xixi no vaso sanitário sem nenhum treinamento.

Também tinha uma cachorrinha chamada Vicky que, juntamente com a gata, obedecia a vários comandos quando recebia carinho, convites e ordens em português.

Com tanta experiência com esses e outros animais, a menina achava que eles eram realmente inteligentes e não agiam somente por instinto.

2003

2009

2013

Foi eleita para a cadeira nº 25 da Academia Paulista de Letras.

Recebeu o Prêmio Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil na categoria poesia, com o livro Um caldeirão e poemas.

Faleceu Tatiana Belinky, aos 94 anos.

HREVISTAESTRELA.23 H

Começou a escrever colunas semanais sobre teatro e literatura infantil para vários jornais de São Paulo.

1985

INSTINTO?

GRUPO

TURMA MALUQUINHA H FERNANDA MESQUITA JUDICE MONTEIRO H JULIA LOPES DE MENDONÇA CAVALCANTE H JÚLIA MOREIRA MACHADO H LUANA PEREIRA DE SOUZA CRETTON H LUANA SANTOS TEIXEIRA FERREIRA H LUÍSA FERREIRA NEVES RIBEIRO H SOFIA SOUTO MAIOR

NÓS SOMOS UMA TURMA muito harmoniosa e unida. Assim como o “Menino Maluquinho”, somos bem curiosos, espertos e atentos a tudo o que acontece ao nosso redor.

Gostamos de ser engraçados e sempre sorrimos, porque juntos nos divertimos e temos ideias incríveis. Nos empenhamos em tudo o que produzimos, sendo criativos e ajudando-nos uns aos outros.

Elegemos o ilustrador e autor Ziraldo para ser homenageado, por ser muito carismático e por ter escrito alguns clássicos da literatura infantil brasileira. Uma de suas maiores e mais reconhecidas obras, o livro “O Menino Maluquinho”, inspirou a escolha do nome para o nosso grupo.

Somos a turma Maluquinha! Maluquinhos pela leitura e pelas palavras.

Ziraldo é um artista completo, escritor e ilustrador. Ele é muito carismático e simpático, sendo adorado por seu público. Suas obras serviram de inspiração para peças de teatro, filmes, quadrinhos e até videogames. Ele lutou contra o bullying em seu livro FLICTS. Ele tocou o coração de crianças e adolescentes com seu tom humorístico e sua sensibilidade. E ajudou muitas crianças que não gostavam de ler a mudar de opinião.

Paródia da música “Maluco beleza”, de Raul Seixas, em homenagem ao Ziraldo, nosso escritor “maluquinho”.

ZIRALDO

MALUCO BELEZA Quando você se importa em escrever Um livro especial, sempre muito legal Você ao meu lado ensinando algo novo Algo sensacional, maluquinho geral Bagunçando tudo de uma vez Isso só depende de vocês

H24.REVISTAESTRELAH

1932

1954 Começou a trabalhar no jornal Folha da Manhã.

Formou-se em Direito pela UFMG.

Nasceu Ziraldo, no dia 24 de outubro, em Caratinga, MG.

Vamos lá, ah! Alegrar com certeza o maluco beleza E amar, ah! Amar com certeza o maluco beleza

1957

E essa carreira que você escolheu Não é fácil seguir Porém vão aplaudir Ler, escrever, desenhar talvez Ou até mesmo fazer os três

1960

1980 Lançou o Menino Maluquinho, seu maior sucesso editorial. Ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura.

Lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor, a Turma do Pererê.

Recebeu o Nobel Internacional de Humor e o Prêmio Merghantealler.

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS - Todas as crianças têm o direito de ter saúde, carinho, lazer, moradia, alimentação e segurança. (Sofia Souto Maior)

SAÚDE Artigo 1º - Toda criança deve ter o direito à saúde, ou seja, cada uma precisa possuir o direito ao atendimento médico, tanto em casos de extrema urgência, quanto em situações levemente graves. (Luana Pereira de Souza Cretton) Artigo 2º - As crianças, com uma situação financeira menos favorecida, nem sempre têm acesso a hospitais de qualidade. Isso não pode ficar assim, não é justo.

(Julia Lopes de Mendonça Cavalcante)

EDUCAÇÃO Artigo 3º - Crianças precisam de trinta minutos de intervalo entre as aulas, para conversar, ir ao banheiro e beber água. (Luana Santos Teixeira Ferreira) Artigo 4º - As crianças vão à escola ter muitas aulas importantes e elas não podem se distrair, mas se tivessem mais aulas divertidas, em que pudessem expressar sua criatividade, aprenderiam com mais felicidade.

(Julia Lopes de Mendonça) Artigo 5º - Toda criança deve ter direito à educação, ou seja, meninas e meninos possuem o direito de frequentar uma escola de qualidade, que apresente um ambiente agradável e bons professores. (Luana Pereira de Souza Cretton)

LAZER Artigo 6º - Toda criança pode brincar de qualquer coisa, pois não existe brinquedo ou brincadeira de menino ou de menina. (Sofia Souto Maior) Artigo 7º - Viajar é algo que fará qualquer criança feliz, pois ela poderá conhecer outros lugares, além de aprender sobre suas culturas e costumes. Viajar é uma experiência única, que jamais será esquecida. (Fernanda Mesquita Judice Monteiro)

1999

2000

Fundou a revista Palavra.

Artigo 8º - Todas as crianças deveriam ter o direito a pelo menos um amigo, para não ficarem sozinhas nas escolas. Um amigo é aquele que sempre está lá quando você precisar. É alguém em quem se pode confiar. (Fernanda Mesquita Judice Monteiro) Artigo 9º - Todas as crianças, ao verem outra sendo agredida verbal ou fisicamente, ou passando o recreio sozinha, devem tentar ser o mais amigáveis que puderem. Nenhuma criança merece ficar sem ninguém do seu lado. (Luana Santos Teixeira Ferreira) Artigo 10º - Toda criança tem o direito de ter um bichinho de estimação, um companheirinho para a vida. Ele é aquele amigo com o qual você pode contar para tudo, ele sempre estará ao seu lado. (Júlia Moreira Machado) Artigo 11º - Ninguém tem o direito de implicar com quem é diferente, de excluí-lo só porque não tem a mesma classe social ou a mesma cor. (Sofia Souto Maior)

AMOR Artigo 12º - Todas as crianças precisam receber bons exemplos de seus pais/responsáveis. Dessa forma, poderão aprender a diferença entre o certo e o errado, podendo lidar com os problemas mundiais. (Luísa Ferreira Neves Ribeiro) Artigo 13º - As crianças precisam ter uma família em que possam se apoiar nos momentos alegres e difíceis.

Elas precisam ter um porto seguro, pessoas que as preparem para o mundo, com muito carinho e amor. (Luísa Ferreira Neves Ribeiro) Artigo 14º - Toda criança tem o direito de dar e ganhar um total de dez beijos por dia, pois às vezes nos sentimos solitários e tristes, e não temos formas de expressar esse sentimento. Então, se você ficar com dúvida se a criança está triste ou não, dê um beijo nela, porque eu tenho certeza que ela ficará feliz. (Júlia Moreira Machado)

2004

2008

2016

Ganhou o Prêmio Ibero-Americano de Humor Gráfico.

Recebeu o Prêmio Hans Christian Andersen, pelo livro Flicts.

Foi premiado com a Medalha de Honra da UFMG.

HREVISTAESTRELA.25 H

Iniciou a sua participação na “Oficina do Texto”.

AMIZADE

O DIA EM QUE QUEBREI O DEDO

Tiago Louback Caldas

GRUPO

QUERO LER DE NOVO H JOÃO PEDRO LORENA CORREA H MANUELLA DE AGUIAR E MORAGAS H MANUELA FERREIRA ALVES PAULO H TIAGO LOUBACK CALDAS

NOSSO GRUPO É COMPOSTO DE alunos alegres, amigos e otimistas. Nos achamos semelhantes ao autor Ilan Brenman porque também somos interessados por leitura e divertidos.

A turma escolheu o nome “Quero ler de novo” a partir do livro “Quero nascer de novo”, em que o autor conta a história de uma menina com ciúmes de sua mãe quando ela ficou grávida. Nós substituímos a palavra “nascer” por “ler” porque no Curso Palavra Mágica trabalhamos com muitas leituras.

Ilan Brenman nasceu em Israel em uma cidade pequena chamada Farsaba. Aos seis anos de idade se mudou para o Brasil com sua família, vindo para a cidade de São Paulo. Apaixonou-se pela literatura quando trabalhava como estagiário num projeto de educação e encantava crianças contando histórias. “O pó do crescimento e outros contos” foi sua primeira publicação. A partir daí, Ilan não parou mais de escrever para crianças. Foi muito premiado, ganhou selo de livro Altamente Recomendável com “O alvo”. Em seus livros, sempre demonstrou muito respeito à inteligência e criatividade das crianças.

H26.REVISTAESTRELAH

1973 Nasceu Ilan Brenman, em Israel.

1979 Veio morar no Brasil.

Teve sua primeira experiência como contador de histórias.

1992

Eu e meu irmão estávamos no quarto do meu amigo e acabamos brigando. Sem querer eu machuquei o braço e fiquei gritando: -Quebrei, quebrei, quebrei! - gritei de dor.

Fui falar com a minha mãe e ela disse que não devia ser nada muito grave. Meu tio passou gelo e a gente foi para casa. Eu tomei banho e a minha mãe falou: -Filho, nós vamos ao hospital. - com a voz de quem estava preocupada.

-Eu acho melhor nós o levarmos amanhã de manhã. - disse meu pai tranquilizando-nos.

Então, pela manhã, eu fui ao hospital, o primeiro a ser atendido. Coloquei o gesso e fui para casa. Eu me senti estranho com um peso a mais no braço. Fiquei com o gesso por 52 dias sem poder ir à piscina. Tinha que comer com colher e, o pior, isso aconteceu no meu primeiro dia de férias. Mesmo assim eu continuei a brincar, apesar de ficar com o gesso quase dois meses. Tudo isso me fez pensar bastante. Aprendi que brigar não é nada bom.

O DIA EM QUE EU CAÍ FAZENDO “PAS DE BOURRÉE”

Manuela de Aguiar Moragas

Eu estava dançando jazz com umas amigas na academia de ballet Jaqueline Geraldes. Então uma delas, chamada Nicole, perguntou: -Manu, você sabe fazer “Pas de Bourrée”, chutando e levantando a perna?

-Vou tentar! - eu respondi.

Quando fui fazer o passo de jazz, escorreguei! Foi muito engraçado. Logo em seguida, uma das minhas amigas, chamada Isadora, começou a rir e caiu também.

Eu tive um pouco de dor, mas depois me senti bem melhor de tanto rir. Meu tombo para trás, na hora que levantei a minha perna, fez todos rirem demais!

1997 Ingressou no projeto Biblioteca Viva, da Fundação Abrinq.

NARRATIVAS DE SITUAÇÕES INUSITADAS A VIAGEM

Manuela Ferreira Alves Paulo

Eu fui viajar com minha mãe, minhas tias e minha avó. A gente estava indo para a Bahia visitar meu primo, que completaria um ano de idade. Quando chegamos no aeroporto, a mala demorou para aparecer, nós ficamos esperando-a em volta da esteira, achando que não ia surgir, até que chegou!

Ficamos em uma casa que foi alugada especialmente para passarmos esses dias com a família e organizarmos os preparativos para a festa do meu primo. A casa foi um ponto de encontro para recebermos nossos familiares que moram lá. Com eles, demos um passeio na Barra, comemos tapioca, tomamos sorvete e voltamos para casa.

Minha avó ia fazer os docinhos e o bolo da festa. Quando chegou a hora da preparação do bolo, justamente no momento de assar, o forno deu defeito. Nós tivemos que ir correndo para a casa do meu primo, o aniversariante. Minha irmã, que é nutricionista, se empenhou em ajudar minha avó.

Apesar do susto, deu tudo certo.

No sábado, preparamos a decoração para a festa. Depois fomos nos arrumar e finalmente chegou o momento tão esperado por nossa família. Aproveitamos muito a comemoração e lá estava o bolo, todos comeram e adoraram o sabor!

A POÇA

João Pedro Lorena Correa

Um dia, quando eu ainda estava no quarto ano, eu jogava futebol no recreio como zagueiro e estava correndo atrás da bola. Logo depois escorreguei em uma poça e senti minha bunda molhada, olhei para baixo e vi que era suco de uva.

Eu me senti muito nervoso, pois era dia de apresentação na escola e a gente encenaria com o uniforme. Fui correndo na secretaria ligar para os meus pais e o sinal bateu: “Peeeee!!!!” Pensei: “Meu Deus, não me deixarão entrar na escola novamente”. Mas expliquei para o porteiro e ele me deixou entrar.

Meu pai chegou com a roupa, me troquei no banheiro e fui para a sala. A tia falou que estava na hora da apresentação. Corri e cheguei na fila com meus colegas para subir ao palco. Era um evento de final de ano, meus pais estavam lá. Ao acabar a apresentação, fui embora aliviado. Apesar do acidente na poça de suco de uva, meus pais me ajudaram e deu tudo certo.

ILAN BRENMAN 2001

2009 Ganhou o selo de livro “Altamente Recomendável”pela Fundação Nacional do Livro Infantojuvenil.

2012

Seu livro O pó do crescimento foi relançado numa edição especial.

A obra O Alvo foi selecionada para o catálogo White Ravens.

HREVISTAESTRELA.27 H

Lançou O pó do crescimento, sua primeira criação literária.

2011

TEXTOS INSPIRADOS NO LIVRO “LUANA ADOLESCENTE, LUA CRESCENTE” Daniel Kenji de França Hayassy

GRUPO

GAROTOS INTELIGENTES, PALAVRAS CRESCENTES H CAIO CESAR BARCELLOS MOREIRA NEVES H DANIEL KENJI DE FRANÇA HAYASSY H DIEGO PORCIUNCULA TEIXEIRA DE MELLO H GUILHERME ROMERO VELLOSO H NICHOLAS MARTINS SANTOS MANNARINO H THIAGO DI PUGLIA DE CAMPOS H VITOR PINHEIRO PORTO DA SILVA

NÓS SOMOS UMA TURMA MUITO DIVERTIDA

e animada. Participamos das aulas com interesse e nos empenhamos para realizar os exercícios que são propostos. Como Sylvia Orthof, escrevemos com criatividade, somos curiosos e gostamos de refletir sobre a vida. Nosso grupo é formado por meninos comunicativos, inteligentes, bem-humorados e que são amigos uns dos outros.

O nome que nos representa é “Garotos inteligentes, palavras crescentes”, inspirado no livro “Luana adolescente, lua crescente”. Ele trata de uma fase desafiadora da vida, a adolescência, com leveza e dinamismo, o que nos empolgou a conhecê-lo. A autora que iremos homenagear escreveu obras literárias encantadoras e consagradas pelo público que a admira.

Sylvia Orthof foi uma das maiores escritoras brasileiras de livros infantis, um símbolo literário e referência para os pequenos leitores. Ao longo de sua vida, fez mais de 120 publicações literárias. Escreveu textos brilhantes e histórias fantásticas, que encantaram diversos fãs de seu trabalho. Produziu peças teatrais para crianças e também atuou como atriz ao lado de grandes artistas do teatro e da TV. Ganhou inúmeros prêmios importantes e muito merecidos, inclusive o tradicional Prêmio Jabuti de Literatura. Era uma mulher irreverente, divertida e bastante criativa. Suas obras são lembradas até os dias de hoje e permanecerão guardadas na memória de seus admiradores.

H28.REVISTAESTRELAH

1932

1978 Recebeu o Prêmio Molière de teatro, por A viagem de um barquinho.

Nasceu Sylvia Orthof Gostkorzewicz, no Rio de Janeiro.

1979

Niterói, 27 de setembro de 2018 Querida amiga, Gostaria de saber se você sente algo por mim, pois eu gosto de você. Toda vez que eu te vejo, meu coração dispara e começa a tremer e minhas pernas fraquejam. Tenho vergonha quando você fala comigo, porque eu gosto muito de você.

Eu te observo de longe, fico pensando sobre você em casa quando vou dormir. Você é muito bonita e legal, é gentil e atenciosa. Quando te vejo, eu penso se peço você em namoro e se você vai aceitar. Fico com medo do que você vai pensar de mim, porque me preocupo muito, muito... E gosto muito, muito de você.

Só queria saber o que você pensa sobre o assunto e queria que me respondesse depois. Podemos conversar melhor, já que você sabe como eu me sinto.

Abraço, Daniel Vitor Pinheiro Porto da Silva Niterói, 27 de setembro de 2018 Meu amor, Quando eu te vejo eu fico apaixonado, provavelmente você já deve ter percebido que quando você se aproxima de mim eu fico bem tímido e um pouco vermelho.

Pois seus olhos brilham como estrelas, seu cabelo loiro é uma das sete maravilhas do mundo e seu belo rosto é de apaixonar.

Eu tenho motivo para te amar, pois você é linda, esperta, fofa e legal. Se um dia você me amar, por favor, comigo converse. Meu sonho contigo é namorar, afinal nunca deixarei de te amar.

Abraços, Vitor

1981

1982

Publicou seu primeiro livro infantil Mudanças no galinheiro mudam as coisas por inteiro.

Começou a escrever para a Revista Recreio.

Lançou o livro Maria-vai-com-as-outras.

Diego Porciuncula Teixeira de Mello Niterói, 27 de setembro de 2018 Querida amiga, Eu gosto de você! Você é muito linda e tem um olhar que brilha igual a um diamante. Quando fico com você, eu me sinto mais confortável e mais seguro. Eu adoro você.

Você tem bastante espaço no meu coração. Você é praticamente um mundo para mim.

Eu queria ficar com você toda minha vida. Eu te amo e sempre te amarei!

Um abraço, Diego

Nicholas Martins Santos Mannarino Niterói, 27 de setembro de 2018 Querida amiga, Quando te vi, gostei de você. Te quero! Você é a estrela brilhante que está no céu. O foco da noite. O lobo uiva, mas não presto atenção, só na minha estrela.

Meu coração bate-bate quando te vejo, fico nervoso. O amor está na atmosfera, eu respiro esse ar gostoso, quando te vejo. Meu sangue fica azul!

Minha pele fica com a cor avermelhada. Você é a princesa que apareceu em minha vida.

Te adoro! Queria você para mim!

Quer namorar comigo?

Abraços, Teu amor.

Guilherme Romero Velloso Niterói, 27 de setembro de 2018 Querida amiga, Sou Guilherme e já te observo faz um tempo, mas agora percebi como isso é estranho. Direto ao assunto, eu te escrevo porque eu te amo. Você parece ser muito simpática, engraçada e bonita.

Nunca escrevi algo desse tipo antes, então estou muito nervoso.

Nunca me apaixonei por alguém, então isso tudo é novo para mim.

Espero que tenha gostado da carta. Mesmo que me rejeite, saiba que desejo tudo de bom para você e para a sua família.

Atenciosamente, Guilherme

Thiago Di Puglia de Campos Niterói, 27 de setembro de 2018 Querida amiga, Quando eu te vejo meu coração dispara. Seus olhos brilham mais que uma estrela. Você é diferente das outras, você é mais bonita, mais legal e mais inteligente.

Quando eu te conheci, eu fiquei pens a ndo em c omo você é tão perfeita, logo fiquei apaixonado.

Queria te perguntar se você gostaria de sair comigo mais vezes, pois eu te amo tanto, mas tanto mesmo, que você nem tem noção.

Um beijo, atenciosamente, Thiago

SYLVIA ORTHOF 1983

1989

Caio Cesar Barcellos Moreira Neves Niterói, 27 de setembro de 2018 Querida amiga, Eu gosto de você há muito tempo. Já estou admirando a sua beleza há um tempo. Você é uma pessoa sensacional, bonita, inteligente e engraçada.

Quando você está perto de mim, o meu coração dispara e eu acabo ficando sem saber o que fazer, mas mesmo assim eu adoro estar com você.

Eu espero que depois que você leia esta carta você pense bem e nós comecemos a namorar. Isso seria uma coisa muito grandiosa para mim.

Aguardo a sua resposta, nós vamos ser muito felizes juntos!

Caio César

1997

Faleceu Sylvia Orthof Gostkorzewicz, em Petrópolis.

HREVISTAESTRELA.29 H

O músico Marco Aurêh lançou o CD “Cantando com Sylvia Orthof”.

Criou a Cia. Teatro Livro Aberto, em Petrópolis.

Recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria Literatura Infantil, pelo livro A vaca mimosa e a mosca Zenilda.

2002

PASSEIO PELA CIDADE

Gabriel Neves e Silva Arêas

GRUPO

A CHAVE DA IMAGINAÇÃO H BÁRBARA MARINHO BRANDÃO H EDUARDO DA COSTA CONCEIÇÃO VIEGAS FERNANDES H GABRIEL NEVES E SILVA ARÊAS H JOÃO LUIZ NETTO SILVA H JOÃO VICTOR AZEVEDO BRITO H MARIA FERNANDA OBERLAENDER CARVALHO H MATEUS ANSELMO CHAGAS QUINETI H ROBERTA DE BESSA DE MENDONÇA

O NOSSO GRUPO É MUITO UNIDO, assim como os personagens do Sítio do Picapau Amarelo. Somos companheiros e nos ajudamos bastante. Descobrimos que temos características bem parecidas com as da boneca Emília, que é falante, espontânea, alegre, sociável e comunicativa. Outro personagem que nos representa muito é o Visconde, por sermos observadores, bem informados, pensativos e interessados em assuntos diversos.

Homenageamos Monteiro Lobato por ele ter sido um grande escritor de literatura infantojuvenil, autor de livros marcantes na nossa infância, o que nos trouxe certa nostalgia. O nome da nossa turma, “A chave da imaginação”, foi inspirado no livro “A chave do tamanho”. Essa obra foi publicada em 1942 e faz uma crítica à guerra, ao comportamento dos governantes e à falta de comunicação entre pais e filhos sobre temas relevantes e realistas.

No dia do aniversário de Monteiro Lobato, comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil. Tinha que ser ele o dono dessa festa! Todo mundo conhece o autor que criou a turma do Sítio do Picapau Amarelo. Quem nunca leu as histórias ou ouviu falar da Emília, da Narizinho, do Pedrinho, da tia Nastácia e da Dona Benta? Lobato sempre será lembrado também por suas lutas contra a censura e a opressão. Suas obras deixaram uma enorme contribuição para a literatura e para uma visão crítica da sociedade brasileira.

H30.REVISTAESTRELAH

1882 Nasceu José Bento Renato Monteiro Lobato, em Taubaté, São Paulo.

1889 Lia os livros da biblioteca de seu avô e escrevia pequenos contos.

Tornou-se desenhista e caricaturista.

1900

Certo dia, Dona Benta sugeriu que a turma do sítio fosse com ela para a cidade. Logo que chegaram, Emília disse: - Nossa, olha o tamanho dessas casas!

Visconde corrigiu-a: - Não são casas, Emília, são prédios e várias pessoas moram neles.

Quanto mais observavam, maior ficava o interesse deles em descobrir mais. Após algum tempo passeando, viram um homem negro muito triste. Decidiram perguntar o que havia acontecido. O homem disse: - Eu tinha um emprego muito bom aqui, porém, um homem branco veio para ocupar o meu cargo. Só por eu ser negro e ele branco, fui demitido.

Emília, ao ouvir aquilo, sem nem pensar duas vezes, usou o pó de pirlimpimpim e foi até a sala das chaves para desligar a chave do racismo. Assim o homem recuperou o seu emprego.

E todo o mundo ficou mais alegre, porque quando se vive em uma sociedade igualitária e justa, todos são mais felizes.

VIOLÊNCIA

Eduardo da Costa Conceição Viegas Fernandes

Emília estava na varanda do sítio e parecia que não estava de acordo com alguma coisa.

Veio Dona Benta e disse: - Olá, Emília, está tudo bem?

- Não. Estava lá fora e vi dois meninos brigando, não gostei do que vi. Mas já sei o que vou fazer. Vou na casa das chaves e desligar a chave da agressividade, da maldade e do egoísmo.

Emília saiu correndo do sítio para a casa das chaves. Quando chegou lá, desativou as chaves relacionadas à violência. Chegando no sítio, viu que tudo mudou.

Emília se sentiu incrível por ter feito algo muito bacana. Dona Benta ficou muito orgulhosa. Emília espalhou a paz, a amizade e a bondade pelo mundo.

1904

1918

Diplomou-se em Direito.

Publicou o livro Urupês, onde apresenta o Jeca Tatu.

POLUIÇÃO DOS MARES

Maria Fernanda Oberlaender Carvalho

No outro dia, Emília se deparou com uma situação bem ruim, enquanto visitava o Reino das Águas Claras. Com o jeito curioso e mandão de ser, exigiu explicações do peixe: - Sr. Peixe, me fale agora o que está acontecendo aqui. Essa água suja, esse fedor, os animais tristes...

- Tudo isso está acontecendo devido à poluição dos mares.

- Poluição dos mares?

- É, você não sabe o que é?

- Claro que sei! Eu sei tanto que nem consigo explicar.

Melhor você falar.

- As pessoas estão jogando cada vez mais lixo, plástico e tudo o que você possa imaginar no mar.

- Então por que as pessoas continuam fazendo isso?

Já sei, vou alertá-los sobre isso. Vou ativar a chave da consciência, é claro! Quem sabe assim as coisas não melhoram.

Emília foi até o painel de chaves, ativou a chave da consciência e até hoje está esperando o resultado.

CRISE NA SAÚDE

Bárbara Marinho Brandão

Emília, em um dia de tédio, resolveu ver televisão e assistir às notícias.

Estava passando uma reportagem sobre a crise na saúde. Emília ficou confusa e Dona Benta explicou: - As pessoas que estão doentes não são atendidas, esperam muito tempo na fila.

Faltam médicos e remédios nos hospitais. É um drama social! O país está sem dinheiro para manutenção dos equipamentos.

- Nossa, que horror! Por que é que não fazem nada? – espantou-se Emília. - O país está com “hospitalite”. Já sei!

Ela resolveu ir à casa das chaves, desativar a chave da crise na saúde. Para chegar lá, ela usou um pó de pirlimpimpim. Depois que Emília desativou a chave, tudo se acertou e a saúde do povo melhorou. A boneca ficou só se gabando.

MONTEIRO LOBATO 1931

1933

Publicou Caçadas de Pedrinho.

Roberta de Bessa de Mendonça

Emília, quando estava andando pelos arredores do sítio, viu um garoto que estava passando fome, um morador de rua. Levou-o até Tia Nastácia, que deu a ele seus deliciosos bolinhos de chuva. O menino comia sem parar. Emília, vendo aquela situação, falou: - Garoto, não coma tanto, vai acabar tendo uma tempestade na barriga!

O garoto e Tia Nastácia não paravam de rir.

A boneca de pano não parava de pensar em uma solução para a fome no mundo. Depois de tanto filosofar, ela teve a brilhante ideia de ir até a casa das chaves que controlava tudo. Para chegar até lá, ela usou o pó de pirlimpimpim.

Emília ficou muito orgulhosa de ter mudado o mundo e, quando voltou para o sítio, ela percebeu que o garotinho já não passava mais fome. Ela se gabou do seu feito para todos, que ficaram muito felizes.

DESMATAMENTO

João Luiz Netto Silva

Na busca por aventuras, Emília encontrou a casa de todas as chaves, um local onde pode-se controlar de tudo. Como já é de costume, Emília arrumou uma confusão, desligando a chave das florestas.

Assim que pôs os pés dentro do sítio, já deu logo para ouvir os gritos de Narizinho: - Como que em um momento as árvores estavam aqui e em outro elas somem? Deve ser coisa da Emília...

Depois de ouvir a gritaria, Emília percebeu o que estava diferente, as árvores haviam sumido. Ao chegar no casarão, foi logo bombardeada com perguntas e acusações.

- Emília, o que foi que você fez? Por que as árvores sumiram? – acusou Narizinho.

- Mas, pera aí! Por que tudo o que acontece tem que ser culpa minha? - comentou Emília.

E assim a conversa seguiu até o anoitecer.

No momento em que todos se reuniram para ver televisão, Emília lembrou o porquê do sumiço. Então voltou à casa das chaves para consertar o problema que havia causado. E a partir deste dia passou a conscientizar todos os que conhecia sobre a importância do reflorestamento, virando a Marquesa Verde de Rabicó.

1939

1948 Lançou O Picapau Amarelo.

Faleceu Monteiro Lobato.

HREVISTAESTRELA.31 H

Lançou Reinações de Narizinho.

FOME NO MUNDO

QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR

VIRE, DOBRE E SIGA A RETA

CONCRETO ABSTRATO

DIFÍCEIS DE SE ACHAR

GRUPO

QUANDO AS COISAS PARECEM

Bruna Romano Estefan

H AMANDA LEITE RODRIGUES H ANA CAROLINA BRANTES MENDES H ANA PITOMBO TELLES H BRUNA ROMANO ESTEFAN H GABRIEL VITAGLIANO DUARTE H IAN GAMA DRUMOND H ITALO HERICK JARDIM SOARES H LEONARDO CÔRTES BOSCO H LUCA TINOCO MATTOS BRANDÃO H LUCAS BOTTI DA COSTA H VITÓRIA BENTO DOS SANTOS

H32.REVISTAESTRELAH

Nasceu Paulo Leminski Filho, natural da cidade de Curitiba, a 24 de agosto, sob o signo de virgem, filho de Paulo (de origem polonesa) e Áurea (brasileira de origem negra e indígena).

1958 Aos catorze anos, foi para o Mosteiro de São Bento, em São Paulo, onde tomou gosto pela literatura, especialmente pela poesia.

O AMBIENTE BELO EM UM UNIVERSO DISTANTE VIVE EM UMA TURVA NUVEM PARA NÃO SER DESTRUÍDO POR PESSOAS TOLAS QUE DANIFICAM O MUNDO. Lucas Botti da Costa

A TO SSU NT O

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ETERNO FASCÍNIO

1944

Luca Tinoco Mattos Brandão

CONTRÁRIO

O GRUPO “CONCRETO ABSTRATO” é formado por alunos do ensino médio que, na maior parte das suas produções, está focado em dissertações. No entanto, nos desafiamos a nos inserir no mundo da literatura e, ao nos depararmos com a poesia de Leminski, enfrentamos o desafio de interpretar poemas concisos, mas repletos de significados. Achamos importante refletir sobre ideias e fatos, sempre em um ambiente descontraído e aberto à opinião de todos.

As obras de Leminski passaram por muitas fases, influenciadas por momentos vividos pelo poeta. Todas elas foram marcadas por sua criatividade e simplicidade, com traços minimalistas, sendo o artista capaz de traduzir múltiplos significados em poemas concisos. Seus versos provocam reflexões sobre as relações sociais e a vida íntima.

Em sua produção literária, destaca-se a “poesia concreta”, que transforma em imagem o significado central do poema, combinando linguagem verbal e não-verbal. Baseados nas características desse gênero, optamos por um nome para o nosso grupo que mesclasse a estrutura concreta dos textos à abstração das diversas interpretações possíveis sobre ele.

Nossa identificação com Leminski também está no fato de ele ser um artista revolucionário, que expressava sentimentos próprios da juventude. Poliglota, professor e atleta, Leminski era intenso em tudo o que fazia e um apaixonado pela vida. Apesar de ter falecido muito cedo, aos 45 anos, o poeta produziu muito e teve um reconhecimento tardio, tornando-se um best seller após sua morte. Nestas páginas da Revista Estrela, homenageamos o escritor, inspirando-nos no seu estilo, para produzir poemas concretos. Somos herdeiros de Leminski!

QUANDO EM SUA VIDA FALTAR UM TOM BASTA VOCÊ CRER QUE SUA FÉ, ALIADA AO SEU DOM FARÃO O BOM DA VIDA ACONTECER

Vitória Bento dos Santos

1961 Com dezessete anos, casou-se pela primeira vez com Neiva Maria de Sousa (da qual se separou em 1968).

1964 Publicou seus primeiros poemas na revista Invenção, dirigida por Décio Pignatari, porta-voz da poesia concreta paulista.

VIVEMOS VEMOS TUDO

ar aj Às vezes, precisamos v i Para algo explicar É preciso um estranhamento Para o esclarecimento.

COISAS APARECEM PARECEM IGUAIS

Gabriel Vitagliano Duarte

Leonardo Côrtes Bosco

Italo Herick Jardim Soares

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pequ

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Ana Carolina Brantes Mendes

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1966

VER

PAULO LEMINSKI

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ena,co qu

As possibilidades do que Já que o cérebro inventa o que o seu coração quer

bonit

flo de r

flor de

ção,

imagina sendo bom ou não, é o que temos, então... complicado entender

Ana Pitombo Telles

vida m

delicad a,

ida, lor

a

A ilusão amplia a

ais

faz

VAI EM BOA HORA VAI EMBORA AI, É HORA AGORA ORA AÍ UI AQUI VEM AQUI TEM ALGUÉM AQUI

Amanda Leite Rodrigues

A VIDA É UM JOGO, A BOLA É JOGADA PARA O ALTO E DE IC SC ÁP EF O UN A DO BE O S

I QU

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PARAR...

ATÉ A HORA DE

Ian Gama Drumond

1969

1970

1975

1989

Classificado em primeiro lugar no II Concurso Popular de Poesia Moderna, promovido pelo jornal O Estado do Paraná.

Publicação do livro Catatau, uma “prosa experimental”.

Falecimento de Paulo Leminski, em consequência do agravamento de uma cirrose hepática que o acompanhou por vários anos.

HREVISTAESTRELA.33 H

Nascimento de Miguel Mudou-se Ângelo, seu primeiro filho. para o Rio de Janeiro.

Miguel Pache de Faria Carneiro

GRUPO

BIBLIOTECA CLANDESTINA H BERNARDO PACHE DE FARIA CARNEIRO H BERNARDO ROMERO VELLOSO H BRUNA MESCHESI DANTAS H CLARA PACHE DE FARIA CARNEIRO H LEONARDO ASSAF RODRIGUES TORRES H LUÍZA BOTELHO FERREIRA H MANUELA CARDOSO MARINHO H MIGUEL PACHE DE FARIA CARNEIRO H SOFIA ANTUNES MAGALHÃES H THIAGO CARVALHO TOLEDO DE ALBUQUERQUE

SOMOS CURIOSOS, observadores, inteligentes, criativos e temos alma de artista. Temos em comum o fato de sermos escritores talentosos e pessoas que gostam de conversar sobre a rotina, filmes, séries, viagens, novidades, festas e fatos da atualidade, comentando, analisando e criticando o que não nos agrada.

Como grande cronista, Clarice Lispector observa o comportamento humano e fala sobre o cotidiano. Escolhemos o nome do nosso grupo, “Biblioteca Clandestina”, inspirados no conto de sua autoria “Felicidade Clandestina”, pois queremos guardar essa referência, já que nos identificamos com a história e com a personagem que queria ler mais.

Homenagearemos essa escritora, pois, assim como ela, gostamos de expressar nossas opiniões sobre questões da atualidade.

Reconhecida como uma das escritoras mais importantes do século XX, Clarice escreveu livros que marcaram sua geração e que são admiráveis até os dias de hoje. Ela foi uma autora fabulosa e também atuou como jornalista. Considerada uma mulher forte e à frente do seu tempo, revolucionou a literatura brasileira com romances inovadores, reflexivos e com sua linguagem poética. Além disso, produziu muitos contos e crônicas com uma forma de escrita única e cheia de personalidade. Ganhou vários prêmios pelas obras publicadas e foi fundamental para a literatura do Brasil, o que a tornou inesquecível.

H34.REVISTAESTRELAH

1920

1922

1925

Nasceu Clarice Lispector, em 10 de dezembro, na Ucrânia.

Chegou ao Brasil, com seus pais, fugindo da perseguição da Guerra Civil Russa. Foi morar em Maceió.

Felicidade é ter, saber, contar, dançar, sorrir, pular, rir, brilhar, correr, brincar, sentir, amar. Felicidade é ter o que você merece, saber o que você quer. É cantar apesar de seus problemas, dançar até não aguentar mais.

Felicidade é sorrir com todo o seu ser, pular de exaltação, rir para não chorar, brilhar por ser você. Felicidade é correr atrás do que se quer, brincar até o sol raiar, sentir como se fosse a última vez, amar como se o mundo fosse acabar.

Clara Pache de Faria Carneiro Quando essa pergunta é feita para alguém, podemos receber respostas muito variadas. Felicidade pode ser tirar férias, encontrar alguém que você não via há muito tempo, ou até mesmo dar um furo na dieta e comer um doce. Não existe uma definição exata para ela, e é isso que a torna algo especial. A felicidade tem o poder de transformar momentos simples em lembranças que sempre estarão marcadas na memória.

Manuela Cardoso Marinho Felicidade é ter amigos, simplesmente sentar e conversar com eles. Ser eu mesma me faz feliz. É como tomar sorvete num dia de sol. Sentar no sofá com a família e assistir um filme, fazer pipoca e tomar banho de piscina na chuva me fazem ser mais do que feliz, tudo isso me completa. Dormir tarde, acordar de tarde e tomar café na hora do almoço com meus pais me fazem mais sortuda do que um ganhador de loteria. Felicidade de verdade é aproveitar o presente e não viver para o futuro.

1928

1930

Aprendeu a ler e a escrever. Com a morte de sua mãe, compôs uma peça para piano em sua homenagem.

Mudou-se para Recife com sua família.

Escreveu Pobre menina rica, sua primeira peça.

O QUE É FELICIDADE? Bernardo Pache de Faria Carneiro

Felicidade, para mim, simplesmente é impossível de descrever. É como o amor. Mesmo sendo possível explicar suas reações cientificamente, é impossível descrever o sentimento em si, pois nenhuma palavra é suficiente para isso, a não ser o próprio nome. Felicidade não é algo que nós recebemos, é algo que nós simplesmente sentimos.

Luíza Botelho Ferreira

Thiago Carvalho Toledo de Albuquerque

Felicidade é fazer aquilo que você mais gosta. É reencontrar quem não via há muito tempo. É saber que existe alguém que está ao seu lado e que te ama. Felicidade é uma palavra simples e com muitas definições, que têm em comum o fato de ela levar um sorriso ao seu rosto. Um sorriso bem largo pode contagiar as outras pessoas, levando a felicidade a todos que passarem.

Felicidade é ter um amigo ao seu lado em qualquer situação que precisar, é quando alguém te faz feliz, faz sorrir e te motiva nos momentos tristes. Para ter um amigo, ele tem que ser fiel e confiável. Encontrar alguém assim é bom, mas raro. Uma verdadeira amizade sempre nos deixa felizes!

Bruna Meschesi Dantas A felicidade é quando você tem a chance de ter pessoas que lhe façam bem perto de você. É a sensação de poder estar livre. É quando você está se sentindo bem em qualquer lugar, estando perto de seus amigos. A felicidade também pode surgir quando você está há muito tempo sem ver alguém importante e, de repente, ele chega.

Nesse momento, você sente seu coração palpitar, tem vontade de pular, correr e gritar. Isso é a felicidade!

Bernardo Romero Velloso Felicidade, para mim, é tudo aquilo que fazemos e que nos satisfaz. É como ver um amigo! Você ri, você brinca e se sente livre, fazendo uma boa ação, ajudando por ajudar. Você se sente bem, satisfeito, e tem esperança para momentos difíceis. Família também traz felicidade.

Eles te ajudam, te amam, não te deixam sozinho. Felicidade é a definição de... amizade, satisfação, alegria!

Leonardo Assaf Rodrigues Torres

Sofia Antunes Magalhães

Felicidade é quando você ganha algo que tanto esperava. Felicidade é quando você pode contar com alguém que possa te ajudar. É quando você faz algo e dá certo. Felicidade é quando você pode dar valor às pessoas que convivem com você, pois, em algum momento, elas não estarão mais.

Felicidade é estar com as pessoas que gostam de você. Felicidade é ser importante para alguém e valorizar isso.

Felicidade nem sempre é algo concreto. Às vezes é alguma coisa tão simples que as pessoas acham que é bobeira. Para mim, felicidade é viajar com a minha família, passar um feriado com os meus amigos, ir à praia etc. Também pode ser quando você ganha um presente que queria muito ou quando recebe alguma prova de amor de alguém. A felicidade está nas ações mais simples.

CLARICE LISPECTOR 1931

1940

Enviou contos para o Diário de Pernambuco, mas o jornal não publicou.Seu pai encaminhou um pedido de naturalização.

1977 Lançou o livro de contos Laços de família.

Publicou A hora da estrela, seu último romance. Morreu Clarice Lispector, em 9 de dezembro, no Rio de Janeiro.

HREVISTAESTRELA.35 H

Faleceu seu pai.

1960

GRUPO

LINHAS DE SUPERAÇÃO H CAROLINA SOUSA DA CRUZ OFRANTE NOGUEIRA H EDUARDO ERTHAL CAMPOS H ISABELE SILVEIRA DE ALMEIDA H ISABELLE LATGÉ MEIRA H LIVIA LIMA REZENDE H LUCAS DE CARVALHO GIGLIO H MARIA EDUARDA ORNELLAS CHAGAS H MARIA FERNANDA BERBERT ZANGIROLAMI

NOSSA TURMA, ASSIM COMO Carolina de Jesus, é criativa, produtiva, persistente, esforçada, curiosa e com opiniões fortes. Contudo, diferente do que a autora revela em seu diário, somos extrovertidos, animados, felizes, brincalhões e bem humorados.

Escolhemos o nome “Linhas de superação” por ser baseado na história de vida da escritora homenageada, que lutou pelos seus sonhos, enfrentando muitas dificuldades para superar barreiras e desafios. Por tudo isso, ela tornou-se a nossa inspiração.

Negra, sem apoio da sociedade e quase sem estudo, Carolina de Jesus conseguiu ser reconhecida por seu trabalho. Pessoas como ela escreveram capítulos de superação em suas vidas, movidas a literatura. Sua história é um exemplo e serve de inspiração para que possamos superar nossos problemas cotidianos, correr atrás dos nossos sonhos e fazer com que cada obstáculo sirva para nos motivar ainda mais. Carolina incentivou muitos brasileiros a escreverem. Conceição Evaristo, escritora que também é negra, hoje se diz herdeira de Carolina e luta pela causa negra e feminina. Ambas são muito importantes para a literatura brasileira, já que, acima de tudo, reivindicam um mundo melhor.

H36.REVISTAESTRELAH

1914 Nascimento de Carolina de Jesus, em Sacramento, Minas Gerais.

Passa a frequentar a escola.

1921

Carolina Sousa da Cruz Ofrante Nogueira Sábado, 21 de julho de 2018 Hoje fui almoçar com a minha mãe, meu pai tinha viajado e minha irmã estava com as amigas. Foi um almoço tranquilo e calmo.

Quando fomos pagar, dei de cara com um menininho careca. Ele tinha uns cinco anos e estava com câncer, mas o que mais me chamou a atenção foi sua felicidade. Mesmo estando naquela situação, ele estava alegre, brincando muito. Quando saí de lá, desabei.

Chorei muito, pois às vezes reclamamos de tanta coisa quando passamos por dificuldades que pensamos ser o “fim do mundo”.

Mas ele, sem intenção nenhuma, de certa forma me transformou, me fez enxergar os problemas do mundo de outro jeito.

Eduardo Erthal Campos Sexta-feira, 27 de julho de 2018 Acordei querendo sorrir e chorar. Embora a saudade de casa me matasse, ver a mala aberta no chão, cheia de pedacinhos da viagem de intercâmbio, me fez perceber que a saudade seria maior depois de pôr os pés no Brasil. Tentei ajeitar tudo da melhor forma possível na mala, mas só consegui fechá-la sentando em cima. [...] E foi nessa correria que eu percebi o valor da gratidão. Em um instante, me despedi dos melhores dias da minha vida e, mesmo que pareça triste, não foi. Os canadenses, japoneses, mexicanos e todas as outas pessoas que eu conheci me transformaram, e eu não tenho dúvida de que serei uma pessoa muito melhor.

Isabele Silveira de Almeida Sábado, 15 de setembro de 2018 “Meu Deus, foi hoje!”. Eu nem acredito que tudo ocorreu bem. A festa planejada em apenas oito meses virou um sonho. Fiquei muito nervosa o dia todo. Quando cheguei na festa, minha ficha caiu. Foi quando vi a decoração e os olhos dos meus pais brilhando por eu estar feliz. A hora mais emocionante foi a da valsa, por dançar com o meu pai, meus avôs e meu irmão. Também as minhas 15 amigas me deram um presente que irei guardar para sempre. Agradeço aos meus pais por me proporcionarem um dos melhores dias da minha vida. Momentos como esse ninguém consegue tirar da memória.

1937

1955 Morte de sua mãe e mudança para São Paulo.

Começa a escrever o seu diário.

NOSSOS DIÁRIOS*

*Textos inspirados no livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada”

Isabelle Latgé Meira Sexta-feira, 17 de agosto de 2018 Hoje minha mãe me acordou com um copo de leite na mão e com a seguinte notícia: “Giulia entrou em trabalho de parto”. Eu não me lembro muito bem do caminho até a escola, só sei que, no momento em que cheguei lá, fui correndo contar para minhas amigas que eu me tornaria tia! O resto do dia foi normal, apesar de toda a minha ansiedade. De tarde eu e meu irmão fomos para o hospital. A espera para ver o rosto do meu sobrinho foi desesperadora, mas, em compensação, quando Diogo, meu cunhado, entrou pela porta com o “pacotinho mais lindo do mundo”, eu desabei de felicidade e em choro! Eu vou sempre me lembrar da primeira vez que vi Henrique. Hoje descobri a beleza do início de uma nova vida.

Lucas de Carvalho Giglio Domingo, 22 de setembro de 2017 Hoje foi um domingo muito especial.

De manhã, eu estudei normalmente, como eu estudo todos os dias, mas, de tarde, houve um dos momentos mais marcantes da minha vida. Foi quando eu baixei um jogo, que certamente será o meu preferido: “Fortnite”. Depois de algumas horas jogando-o, eu pude descobrir que ele me faz ficar mais alegre. É também uma forma de eu extravasar a pressão que estou sentindo diariamente com os estudos. Eu espero que eu aproveite e curta muito esse jogo. Como é bom ter momentos de felicidade que me fazem esquecer as pressões cotidianas!

Maria Fernanda Berbert Zangirolami Sexta-feira, 31 de agosto de 2018 Hoje meu dia foi uma loucura! Eu e meus amigos montamos toda a festa surpresa da professora Sheila, do Palavra Mágica.

Ela amou, deu tudo certo e foi super legal [...] Em seguida, fui para o salão. Cortei 15 centímetros do meu cabelo para doar. Saber que estava fazendo o bem me deixou muito orgulhosa e realizada. Cheguei feliz em casa com minhas amigas, porém meu pai falou que não tinha uma notícia boa para me dar. “O seu cachorro Théo morreu”. Essas foram as palavras que me fizeram desabar em lágrimas de noite. Acho que o dia de hoje foi como a vida, com momentos bons e ruins. A vida é um ciclo que se baseia em equilíbrio, e nós devemos saber medir nossas emoções.

Livia Lima Rezende Domingo, 17 de dezembro de 2017 Ontem tinha sido uma noite tão tranquila para mim, mal sabia que ia ser a última noite dele. Alguns sentem um pressentimento, mas não foi o meu caso. [...] Eu o conhecia há poucos meses, era “apenas” um professor, mas sabe aquela expressão “meu mundo desmoronou”?

Foi isso que eu senti. Agradeço por tudo o que ele me ensinou, foi a primeira pessoa próxima que a vida tirou de mim. Ele me dedicou uma música e, sempre que eu a escutar, uma lágrima de felicidade cairá do meu olho, por saber que ele ainda estará na minha mente e em um lugar melhor.

Tenho certeza de que Arthur cumpriu sua missão no mundo.

1960

Muda-se de Santana para Parelheiros, São Paulo.

Morte da escritora.

CAROLINA DE JESUS 1977

2017 É homenageada na Academia Carioca de Letras.

HREVISTAESTRELA.37 H

Publicação do livro Quarto de Despejo: diário de uma favelada.

1969

Maria Eduarda Ornellas Chagas Sexta-feira, 7 de julho de 2017 Hoje completei 14 anos. Até poucas horas atrás eu estava me sentindo muito feliz e abençoada, mas agora me sinto como se estivesse completamente sem chão. Não esperava por isso, tinha que ser hoje? Não era intenção de minha mãe me contar, mas eu acabei escutando, quando ela conversava com uma amiga, que minha empregada faleceu. Ela não era só isso, era uma segunda mãe para mim, minha escudeira fiel. [...] Depois, tive que sair para comemorar meu aniversário. Só por hoje eu precisava me distrair dessa dor. Então, prometi para mim mesma não chorar, pois agora sei que ela está melhor.

GRUPO

IGUALDADE

SONHADORES DE PLANTÃO

Juliano Testa Victer

H CAIO DE SOUZA BARBOZA HJÚLIA PEREIRA VEIGA H JULIANO TESTA VICTER H LAURA TAVARES MANTOVAN H MATEUS ANSELMO CHAGAS QUINETI H SOPHIA PEREIRA BROITMAN

NOSSO GRUPO SE CHAMA “Sonhadores de Plantão”, porque esperamos que nossos sonhos se tornem realidade e os colocamos no papel, através da escrita. Somos pensadores, filósofos, comunicativos! Somos respeitosos, unidos, muito criativos! Modestos também... [risos] Os favoritos! Sabemos que temos muita energia, gostamos de conversar e o Palavra Mágica alegra o nosso dia!

Embora gostemos de brincar, adoramos escrever e somos dedicados e esforçados. Apoiamos a liberdade, somos profundos, sinceros e nossas rodas de conversa são sempre produtivas.

Nós, por meio de votos, elegemos Cecília Meireles como a escritora que nos representará nesta Revista. Ela se tornou importante para nós, por ter nos inspirado com seus poemas. Foi uma aluna estudiosa e uma grande educadora. Sua sensibilidade é tocante. Assim como nós, é muito sonhadora.

A vida de Cecília Meireles foi como a de uma estrela. Quanto mais tempo de vida teve, maior foi o seu brilho. Mesmo depois da sua morte, seu brilho ainda afeta a sociedade. Ela superou o machismo, escreveu obras lindíssimas, aprendeu várias línguas, defendeu o valor da educação, fundou a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro (1934), viajou pelo mundo e se tornou uma das escritoras mais importantes da literatura brasileira.

Estava lá eu, em uma bela aula de Filosofia. Estávamos em um projeto sobre preconceito e meu amigo me perguntou sobre qual preconceito eu sugeria que ele escrevesse: Racismo ou Machismo? Eu falei para ele fazer os dois, pois os dois têm enorme importância. Ele concordou.

Quando cheguei em casa, fiquei pensando nesse fato e logo percebi que vários negros e mulheres sofrem discriminação. Por que os negros são ofendidos e as mulheres são assediadas? Não pensa quem pratica esses preconceitos?

Se formos parar para pensar, por fora podemos parecer diferentes, de outra cor, de outro sexo, mas na verdade nossa raça é humana. Todos os racistas e assediadores têm que pensar: E se fosse ao contrário? Eles iriam querer passar por algo semelhante?

Há vários anos, existiam sociedades em que homens eram inferiores às mulheres e em que brancos de olhos azuis eram excluídos.

E hoje temos que lutar pelo direito de todos, porque cada um merece o respeito e um tratamento com igualdade. Não deixemos que os preconceitos aconteçam! Ninguém iria gostar, nem se beneficiar com experiências tão dolorosas e marcantes.

Desejo que tudo mude e que todos tenham direitos iguais!

H38.REVISTAESTRELAH

1901 Nasceu Cecília Meireles, no Rio de Janeiro.

Formou-se professora na Escola Normal do Rio de Janeiro.

1917

1919

1922 Lançou Espectros, seu primeiro livro de poemas.

Participou do grupo da Revista Festa, na Semana de Arte Moderna. Casou-se com Fernando Correia Dias.

1930 1934 Atuou como jornalista.

Fundou a primeira biblioteca infantil do Brasil.

AMIZADE Mateus Anselmo Chagas Quineti Amizade é algo fundamental para viver Sem amizade fica difícil crescer Com amigos, consigo crer Tenho várias amizades desde no viver Tenho todos os tipos de amigos Grandes, pequenos, meninas e meninos Mas tenho um melhor amigo Que é engraçado e divertido Todos são bem importantes Não só os meninos, mas também as meninas Todos são iguais para mim Eu lembro de cada um, do início até o fim

O SONHO UM PÁSSARO Júlia Pereira Veiga BRASILEIRO Caio de Souza Barboza Sem questionamento Não há como pensar Meu desejo sim É questionar Quantas vidas terão de acabar Para, assim, Suas vidas de luxo sustentar?

Teremos que mudar Muitos anos no erro Esperamos um salvador Para, assim, até que enfim Realizar o sonho brasileiro

Hoje me propus a pensar Em que mundo gostaria de viver Um mundo no qual eu possa revelar Tudo aquilo que desejo ser Encontrei uma caixa no meio do nada Memórias me vêm ao pensamento Já me sinto familiarizada Em um instante, tudo desaparece no tempo Meu sonho desejo realizar De sempre poder imaginar Um pássaro protetor, acolhedor Que sempre me ajudará onde eu for

NO MUNDO BONITO Sophia Pereira Broitman

Laura Tavares Mantovan

Gostaria de viajar para dentro de uma flor, que vai me alegrar, aonde quer que eu for.

Gostaria de viajar para um lugar perfeito Onde todos vão se amar, e verei um sorriso até no prefeito.

Gostaria de viajar no avião das maravilhas, pular da janela que não abre e pousar na mais bela das ilhas.

Gostaria de viajar para a casa dos sonhos, na rua do pensar No bairro do imaginar.

Publicou o livro Viagem, premiado pela Academia Brasileira de Letras.

1940

Às vezes não quero decidir E vem em mente desistir Mas sempre é melhor continuar Para sua mente liberar Dizer sim ou dizer não Eis a questão Magoar ou ser sincero O que realmente quero?

1960

Pare de ler e vá repetir

1989 Foi homenageada pelo Banco Central com sua efígie na cédula de cem cruzados novos.

Casou-se com Heitor Grilo.

Lecionou Literatura e Cultura Brasileira, na Universidade do Texas, EUA.

Faleceu Cecília Meireles, no Rio de Janeiro.

HREVISTAESTRELA.39 H

Começou a lecionar Literatura Luso Brasileira, na Universidade do Distrito Federal.

1939

Aquele sentimento de ter que escolher E não saber o que fazer Estar tão indeciso E não entender o que é preciso

Eu quero me libertar E minha mente esvaziar Devo aprender a escolher Ou nunca ter que decidir

CECÍLIA MEIRELES 1936

O QUE REALMENTE QUERO

GRUPO

PALAVRAS DE CORA H BRUNO NIETUPSKI CARVALHO H CAROLINA ABEN-ATHAR PANQUESTOR H DANIEL ANDRADE DEMÉTRIO H DAVI DOS SANTOS PINTO H GABRIELA RAMOS MONTEIRO H LUÍSA BARCELOS FERREIRA BERBARI H RAFAEL CAMARGO ALVES H STEPHANO LISBÔA MACÊDO

A NOSSA TURMA É MUITO DIVERTIDA e cheia de energia. Somos bem-humorados, unidos, comunicativos e bastante sinceros. Assim como a nossa homenageada, gostamos de escrever com criatividade, temos boas ideias, nos esforçamos para produzir diferentes tipos de textos e enfrentamos os desafios com coragem.

Passamos por várias mudanças, mas somos um grupo equilibrado e valorizamos as diferenças, o que nos torna muito especiais.

Escolhemos Cora Carolina, porque nos identificamos com sua simplicidade, admiramos sua força de vontade e história de vida. O nome que nos representa é “Palavras de Cora”, inspirado na escritora e também no curso Palavra Mágica.

Ela escreveu livros maravilhosos, que nos fazem refletir sobre o cotidiano. Imaginamos que os doces que ela também fazia eram tão bons quanto sua obra literária.

Cora Coralina foi um grande exemplo de superação, um símbolo de determinação. Publicou seu primeiro livro somente aos 76 anos de idade.

Da simplicidade à fama, tornou-se um ícone da literatura brasileira, conquistando a crítica e o público. Ela foi importante por conta do seu estilo único e por abordar em seus textos “causos” e inquietações humanas.

Além disso, também era uma ótima contadora de histórias. A Ana que virou Cora, a doceira que se tornou escritora ficará lembrada por seus livros encantadores, sua criatividade, sua pureza e humildade.

Ela era amada por muitos, ainda é e sempre será.

H40.REVISTAESTRELAH

1889 Nasceu Cora Carolina, em Goiás.

Começou a escrever seus primeiros textos.

1903

Gabriela Ramos Monteiro No quintal dos meus avós maternos havia um jardim lindo de flores amarelas. Quando eu era bebê, eles me levaram nesse jardim e tiramos algumas fotos como lembrança daquele momento. Por volta dos meus cinco anos, meu avô teve que cortar as flores. Depois de algum tempo, com saudade, meu avô quis relembrar aquele momento inesquecível, alegre e feliz que vivemos.

Recentemente, fui à casa dele e fiquei emocionada ao rever as flores plantadas e recordar daquele dia com meus avós no jardim.

Tiramos novas fotos, rimos, comemoramos até o entardecer. Nos despedimos e fui embora agradecida e honrada pela homenagem que eles me fizeram.

Stephano Lisbôa Macêdo Meus avós e eu passeávamos sempre no Campo de São Bento, desde os meus quatro aos sete anos de idade. Nós adorávamos isso! Em um dia especial, teve uma feira no Campo. Nós compramos várias frutas, fomos para casa e fizemos suco juntos. Isso foi incrível para mim! Passando esse tempo com eles, pude refletir, pensar no quanto me amavam, por cuidarem tão bem de mim. Eu os amo muito. Quando o meu avô se foi, perdeu um pouco a graça de ir lá. Nós passávamos muito tempo juntos, ficávamos andando e conversando. Eu sentia que dentro dele havia muita alegria e acho que ele sentia o mesmo sobre mim.

Rafael Camargo Alves Quando eu tinha dois anos, meus pais viajaram e eu fiquei com meus avós. Nós fomos ao Pão de Açúcar e vimos pessoas fazendo passeios de helicóptero. De repente, eu comecei a berrar e chorar, feito uma sirene.

Então, para me acalmar, minha avó Angela comprou uma ficha e nós voamos de helicóptero. Foi uma experiência inesquecível!

Neste dia aprendi que poderia contar com meus avós para qualquer coisa. Eles são muito bondosos e são pessoas com quem eu me importo, aqueles que me ensinam a ver que a vida é boa. Eles me oferecem amor, tranquilidade, afeto e tornam a minha vida melhor!

1911

1924 1939

Mudou-se para o estado de São Paulo.

Passou a morar na cidade de São Paulo.

Deixou de atender pelo nome de batismo Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, assumindo o pseudônimo Cora Carolina.

TEXTOS INSPIRADOS NO LIVRO “A MENINA, O COFRINHO E A VOVÓ” fíceis, é como um outro pai. É divertido, um piadista nato. Passei grande parte da minha infância com ele e me sinto ótimo quando estamos juntos. Sinto por ele um imenso carinho.

Davi dos Santos Pinto Era aniversário da minha avó, um dia especial. Eu e ela fomos ao shopping, comemos e tomamos sorvete. Eu me senti feliz! No dia seguinte, tive dor de barriga e minha avó também, mas tomamos remédio e ficamos bem. Apesar do contratempo, os momentos que passamos juntos valeram a pena. Eu comprei presentes para ela com o meu dinheiro e senti como se tivesse crescido. Minha avó é importante para mim, sempre me ensina a fazer o melhor, a ajudar o próximo, a estudar e a dar o máximo que eu puder para alcançar meus objetivos. Espero que ela viva muitos anos e que fique eternamente no meu coração.

Luísa Barcelos Ferreira Berbari A minha história marcante com os meus avós aconteceu em um dia muito especial: o dia do nascimento da minha irmã. Eu, com meus 11 anos, estava sempre atrasada e atrasava outras pessoas.

Nesse dia, os “sortudos” que eu atrasaria eram os meus avós. Mas para o azar deles, eu estava desesperada por não estar na maternidade para ver minha irmã nascer. Quando, enfim, chegamos lá, minha mãe já havia entrado para a cirurgia.

Comecei a chorar de ansiedade. Porém, meus avós foram rápidos, logo conversaram comigo e me acalmaram. Eu me senti tão acolhida, tão amada por eles, que esqueci do nervosismo e fiquei feliz.

Bruno Nietupski Carvalho A casa do meu avô fica em um morrinho, onde não passa quase nenhum carro. Um dia, em que eu estava lá e não tinha nada para fazer, meu avô e eu pegamos minha moto de brinquedo e subimos até o topo da rua. Ele ficou ao meu lado enquanto eu estava descendo a ladeira e nos divertimos bastante.

Foi um momento muito especial que nunca esquecerei. Sempre que meus avós e eu nos encontramos, nós nos abraçamos bastante, porque eles são muito carinhosos comigo. O que eu admiro muito neles é o amor que transmitem, pois me dão muita atenção e afeto.

Carolina Aben-Athar Panquestor Eu estava com a minha avó no shopping fazendo compras. Já era tarde e pedimos para minha mãe ir nos buscar. Foi um passeio curto e objetivo, quase não tínhamos conversado. A minha mãe estava demorando muito no trânsito, então nós resolvemos lanchar e começamos a falar sobre vários assuntos interessantes. Quando menos esperávamos, a minha mãe chegou. Ela disse que levou uma hora no engarrafamento, mas eu e minha avó estávamos nos dando tão bem, que nem vimos o tempo correr. Depois desse dia, passei a conversar diariamente com a minha avó e a valorizar cada momento com ela.

Daniel Andrade Demétrio Um dia, quando eu tinha cinco anos, era período de férias de verão. Estava um calorzão e o céu ensolarado, sem nenhuma nuvem. Eu e meu avô fomos ao Campo de São Bento, éramos só eu e ele. Havia um brinquedo de escalada, no qual eu tinha medo de subir, mas naquele dia, eu me superei. Meu avô me encorajou, me ajudou e cheguei ao topo. Meu avô é tão importante para mim! Ele me dá apoio e sempre está comigo para me ajudar em momentos di-

1956

1965

CORA CORALINA 1976

1983

Retornou para Goiás.

Lançou Vintém de cobre-meias confissões de Aninha.

Recebeu o título de Doutor Honoris Causa, da UFG. Também foi eleita “intelectual do ano” e contemplada com o prêmio Juca Porto.

Escreveu Meu livro de Cordel.

Morreu Cora Carolina, em Goiânia.

HREVISTAESTRELA.41 H

Publicou, aos 75 anos, Poemas dos becos de Goiás e histórias mais, seu primeiro livro.

1985

O HOMEMARANHA COM MENOS SORTE

GRUPO

A CASA DAS PALAVRAS FORMOSAS H BERNARDO ROCHA SANTOS H PEDRO ALVES GARCIA H VITÓRIA GUILHERME SANTIAGO FIGUEIREDO

DESDE QUE O ANO COMEÇOU, nossa turma sempre foi respeitosa, amigável e carismática. Observamos que todos nós evoluímos muito em capacidade de escrever. Temos um espírito alegre e brincalhão, somos bem-humorados e descontraídos, mas trabalhamos seriamente. Gostamos de pensar “fora da caixinha”, somos livres e criativos.

Em uma aula do Palavra Mágica, tivemos que escolher um nome para o nosso grupo e o escritor que iríamos homenagear. Dentre os mais de sessenta autores apresentados, selecionamos João Ubaldo.

Um dos alunos da turma, Bernardo Rocha, nos disse que seu avô, Alcyr, lhe contava histórias desse escritor, especialmente “O dia em que pegamos Papai Noel”, o que nos deixou curiosos e animados para ler sua obra. Porém, o nome do grupo foi baseado em outro livro desse autor, “A casa dos budas ditosos”, de onde inventamos “A casa das palavras formosas”.

João Ubaldo foi um homem muito importante, tanto para a literatura brasileira quanto para a mundial. Seu sucesso não se limitou aos livros, consagrando-se como jornalista e tradutor.

Ubaldo ganhou vários prêmios, dentre eles, o Camões, o Golfinho e dois prêmios Jabuti. Foi inspiração para muitos! Ele foi membro da Academia Brasileira de Letras. Era um ótimo escritor, com seu tom humorístico e sarcástico, recheado de ironia e voltado ao contexto social do Brasil. Ele merece o reconhecimento de todos e precisa ser conhecido por aqueles que ainda não tiveram essa oportunidade.

H42.REVISTAESTRELAH

1941 Nasceu João Ubaldo, em Itaparica.

1958 Iniciou o curso de Direito, na Universidade Federal da Bahia.

Escreveu seu primeiro romance, intitulado Setembro não tem sentido.

1963

Pedro Alves Garcia Pietro era um adolescente qualquer de dezesseis anos. Ia à escola, gostava de ler livros e assistir filmes, principalmente o do Homem-Aranha. Ele sempre quis ter poderes especiais, mas isso era só um sonho.

Certo dia, em uma aula de biologia, o professor de Pietro teve a ideia de levar os alunos a um laboratório. No meio do nada, Pietro sentiu uma picada de aranha. Nesse momento, ele desmaiou.

Acordou em um hospital. Assim que abriu os olhos, um médico explicou que ele ficou em coma por seis meses. A caminho de casa, sua visão começou a ficar estranha, estava vendo tudo repartido.

Quando chegou, pegou os óculos de seu tio e fez várias rachaduras. Por incrível que pareça, deu certo, ele voltou a enxergar.

Pietro sentiu uma dor de barriga e percebeu que tinha que ir ao banheiro. Porém, já era tarde demais. Quando foi lavar sua roupa, notou que tinha saído algo diferente, ela estava cheia de teia. Ele agora era o Homem-Aranha!

Pietro decidiu não contar a ninguém sobre seus poderes, fazendo o mesmo que o Homem-Aranha fez nas histórias. Era uma tarefa difícil usar aquele poder, mas Pietro resolveu assim mesmo combater os crimes em Niterói. Pelo menos, ele iria tentar, afinal, o que vale é a intenção.

Parágrafo coletivo João Ubaldo Ribeiro tinha orgulho de ter nascido no Brasil e foi um dos escritores mais importantes da nossa literatura. O livro Viva o Povo Brasileiro retrata muito bem o seu estilo, porque fala sobre o nosso país com humor e senso crítico, promovendo reflexão. O romance recebeu diversos prêmios e é indicado para adultos, tanto pelo tema quanto pela linguagem. “Pelo menos as cabeças deviam ser abertas, deviam ser libertas, para que vissem a verdade delas e não a verdade de quem as dominava.” – Viva o Povo Brasileiro.

1965

1972 Voltou ao Brasil e lecionou Ciências Políticas na Universidade Federal da Bahia.

Ganhou o prêmio Jabuti pelo livro Sargento Getúlio.

NOVAS HISTÓRIAS, VELHOS PERSONAGENS*

*Textos inspirados no conto “O dia em que pegamos Papai Noel” e no livro “Vida e Paixão de Pandonar, o Cruel”

A VIDA DE UMA NOVA PRINCESA Vitória Guilherme Santiago Figueiredo Desde pequena, a Diana sempre ouvia histórias de princesas que eram salvas pelos belos príncipes. Ela até gostava de ouvir essas histórias, mas sabia que não era isso que queria, ela era uma princesa diferente!

Anos depois, a Diana cresceu, mas não mudou a sua opinião sobre a vida e o que ela queria. No jardim do castelo, estava sentada perto do lago, e, de repente, viu um sapo. Ele começou a falar: — Ei, moça, me ajuda! Me beije para me transformar em príncipe! Eu posso te fazer feliz, realizada.

— Só me faltava essa! Minha mãe, meu pai e agora um sapo pedindo para eu me casar ou me apaixonar por algum príncipe!

A Diana já estava cansada de ouvir tudo aquilo sobre buscar sempre um casamento para salvá-la. Ela se sentia presa dentro do castelo, mas sabia que teria que descobrir sozinha o que fazer. Então ela decidiu ir para a floresta em busca de uma vida livre.

A LENDA DE PARZAN

JOÃO UBALDO RIBEIRO 1984

1987 O livro Viva o povo brasileiro tornou-se samba-enredo pela escola de samba Império da Tijuca.

1994

2008

2014

Ganhou o Prêmio Camões.

Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Faleceu no Rio de Janeiro.

HREVISTAESTRELA.43 H

Recebeu o segundo Prêmio Jabuti, pelo romance Viva o povo brasileiro.

Bernardo Rocha Santos Parzan era um gorila que apareceu na cidade do Rio de Janeiro. Mas como ele apareceu lá? Ninguém sabe! O primeiro registro foi em julho de 2018. Parzan estava com fome e frio, largado em uma abandonada rua da cidade.

Muitas pessoas o viram ali, naquela terrível situação, e continuaram a seguir a sua vida como se nada tivesse acontecido. Porém, uma mulher chamada Karla o viu só e decidiu adotá-lo como filho.

Parzan ficou super feliz ao saber que teria uma nova família, mas começou a ser tratado como um humano. Parzan teve que aprender a andar, sentar, comer, e, o pior de tudo, falar como um humano. Ele começou a se sentir triste, angustiado e inadequado aos padrões impostos. Afinal, naquele lugar havia muitas regras a seguir.

Revoltado, Parzan deu um grito libertador: - SOCOOOORROOOO! E fugiu de sua casa para voltar a viver na floresta sozinho, mas feliz! Lá ele poderia ser ele mesmo, espontâneo e verdadeiro.

GRUPO

AS IDEIAS SUPORTAM O MUNDO H EDUARDO BARCELOS CYSNE H JOÃO MIGUEL DARIGO H LUCAS MUNIZ MIRANDA H MARIA CLARA AVANCI PINA H PEDRO HABIB PARDI FRIEDMANN H PEDRO VIDAL BERNARDO

A NOSSA TURMA É QUIETA, TRANQUILA, madura, dedicada e responsável. Também somos inteligentes, criativos e bons escritores. Todas essas nossas características podem ser relacionadas a Carlos Drummond de Andrade.

O nome do nosso grupo é “As ideias suportam o mundo”. Ele foi baseado no poema “Os ombros suportam o mundo”, que foi incluído no livro “Sentimento do mundo” (1940). Inclusive, “Palavra Mágica” é um poema escrito pelo mesmo autor - Carlos Drummond de Andrade - e serviu de inspiração para o nome do nosso curso.

Carlos Drummond de Andrade é considerado por muitos como o maior poeta brasileiro do século XX, tendo reconhecimento no Brasil e no mundo. É um dos grandes nomes da segunda fase do Modernismo brasileiro, tendo sido homenageado com uma estátua em Copacabana e até com o seu rosto estampado nas cédulas de cinquenta cruzados novos. Foi responsável por inovar a poesia, trazendo temas do cotidiano, como, por exemplo, a religião, o sentimento de estar no mundo, o amor e a valorização das coisas simples. Tudo isso faz com que seus versos permaneçam atuais e sejam lidos por brasileiros de todas as idades. Certamente novos poetas irão se inspirar nele!

NOSSA TURMA LEU textos

do livro Contos plausíveis, de Carlos Drummond de Andrade. Um, que nos chamou a atenção, foi o intitulado “Aquele crime”. Ele trata de um crime que ficou ignorado durante longos anos, até que, quando se espalhou a notícia, não havia como penalizar mais o responsável. O conto termina assim: “Chegou-se à conclusão de que não houvera motivo algum para o

H44.REVISTAESTRELAH

1902 Nascimento de Carlos Drummond de Andrade.

1921 Início de sua carreira como escritor, publicando artigos no Diário de Minas.

crime, senão esse de ser tão bem planejado e consumado que ninguém jamais descobriria o criminoso e muito menos o crime, se ele próprio não o concebesse como obra-prima. No fundo, um vaidoso, crente na posteridade”.

Em um exercício imaginativo, procuramos criar uma história que contasse ao leitor sobre esse “crime perfeito”, imaginado por Drummond. Esperamos que gostem!

1925

AQUELE CRIME PERFEITO Produção coletiva Eu me chamo Luís, tenho 43 anos, moro em Rio Branco (AC) e, quando jovem, estudava espanhol. Agora, vou relatar um crime que aconteceu em minha cidade.

Em um dia qualquer, fui comer em uma lanchonete e me lembrei de pagar a mensalidade do meu curso de espanhol, que ficava próximo de onde estava. Chegando lá, me deparei com uma cena assustadora: um jovem da minha turma estava morto na secretaria. Gritei, mas como era horário de almoço, ninguém veio me ajudar.

Imediatamente liguei para a polícia, mas estavam todos os agentes em ação. Então resolvi chamar Benevenuto, um amigo da igreja do meu pai que era bombeiro e adorava solucionar crimes.

A primeira pergunta que ele fez foi se eu tinha visto alguém suspeito.

Eu respondi que, enquanto comia, havia visto a professora de espanhol passando apressadamente pela rua.

Ela estava com a mão suja de algo vermelho e com uma expressão de preocupação.

Eu disse ainda que a professora

1928

1930

Conclusão do curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte.

Publicação da poesia “No meio do caminho”, na Revista de Antropofagia de São Paulo.

Publicação de sua primeira obra poética, o livro "Alguma Poesia".

Shirley não tinha uma relação boa com a vítima, que se chamava George. Eles viviam discutindo por causa de política e ela sempre o colocava para fora de sala por indisciplina.

Benevenuto, quando ficou sabendo disso, foi procurá-la, mas não a encontrou. Arrombou a porta de seu apartamento e viu que tudo ali estava bagunçado, com objetos quebrados espalhados por diferentes cômodos.

Então, Benevenuto denunciou Shirley para a polícia e ela foi interrogada. Esclareceu que a mancha vermelha nas mãos era a tinta de uma caneta que havia estourado e explicou que estava aflita naquele dia porque tinha muitas provas para corrigir. Por fim, contou que tinha brigado com o seu namorado, teve um ataque de ansiedade, surtou e quebrou tudo em casa.

Depois de esclarecer tudo isso, ela foi liberada. A principal suspeita passou a ser, então, Zélia, a secretária.

Zélia havia sido a última pessoa que estava presente no local do assassinato. Ela era a responsável por advertir os alunos e já havia comentado que achava George irritante. Uma vez, ele reclamou para a diretora Simária que a secretária tinha levantado a mão para ele, mas ninguém

1940

acreditou na denúncia por conta da má reputação do menino. Ao saber disso por mim, Benevenuto também a encaminhou para a polícia.

A secretária, deprimida, acabou se entregando, pois no fundo se sentia culpada pelo crime. Foi presa por alguns meses, mas depois foi inocentada ao explicar o mal entendido. Ela se disse culpada porque se arrependia pela forma com que tratava o aluno e nunca se perdoou por, no dia do crime, ter se ausentado por tanto tempo do curso. Além disso, não havia prova alguma contra ela.

O crime acabou ficando sem solução. Com o tempo, acabamos nos esquecendo de tudo isso, exceto os pais de George, que morreram de depressão, e Benevenuto, que depois desse caso acabou largando seu “hobby” de desvendar crimes por se sentir inútil.

Hoje, 30 anos depois, tomei um susto ao ver televisão. A verdadeira assassina finalmente se revelou publicamente por uma carta enviada à imprensa. Estando à beira da morte, Maria Lourdes Gama, uma ex-professora do curso, confessou que havia assassinado o menino só porque queria entrar para a história com fama do crime perfeito, realizado sem deixar vestígio nenhum.

Conseguiu.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

1942

Lançamento do primeiro livro de prosa, "Confissões de Minas".

1946 Premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto de sua obra.

Publicação do livro "A rosa do povo".

1987 Morte do poeta. É homenageado pela escola de samba Mangueira, com o enredo “O reino das palavras”.

HREVISTAESTRELA.45 H

Lançamento do livro "Sentimento do mundo".

1945

PARÁGRAFOS CRIATIVOS INSPIRADOS NO LIVRO “UM CANTINHO SÓ PARA MIM”

GRUPO

UMA HISTÓRIA DE MIL PALAVRAS H ANTONIO CARLOS DE AVELLAR MACIEL H BERNARDO ANTUNES LAGOEIRO DE OLIVEIRA H EDUARDO GOMES SAIDE DE MELLO H LARA VIEIRA GANDUR DACACH H LUCCA ABREU DE MELO H LUCIANO GOULART RODRIGUES FILGUEIRAS H MATEUS ALVES DE CARVALHO ENGELBART COX H MATEUS FERNANDES DOS SANTOS TOSTES H RAFAELA ANTUNES LAGOEIRO DE OLIVEIRA

NOSSA TURMA É ALEGRE, divertida e participativa.

Somos muito parecidos com a Ruth Rocha, por isso a escolhemos como a homenageada da Revista Estrela. Nós também somos “gente boa”, prestativos, educados e inteligentes, assim como ela.

Nosso grupo do Palavra Mágica se chama “Uma história de mil palavras”, que é baseado em um livro da nossa escritora, cujo título é “Uma história de mil macacos”. Trocamos a última palavra, porque estamos em um curso de língua portuguesa e de produção textual.

Muita gente diz que não gosta de ler – ou é porque nunca tentou, ou é porque nunca leu nada da Ruth Rocha. Essa escritora é muito importante para a literatura brasileira, porque cria histórias educativas, faz com que as crianças comecem a ler e faz até os adultos gostarem dos livros dela. Ela incentiva várias pessoas a escrever, pensar, sonhar e mergulhar na imaginação. Defende os direitos infantis e protege as crianças contra a violência. Alegra leitores do mundo todo com seus livros e mostra para os outros países que no Brasil tem muita criatividade correndo solta por aí, apesar de todos os problemas.

H46.REVISTAESTRELAH

1931

O livro Um cantinho só para mim, de Ruth Rocha, conta a história de Pedro, um menino que adora contar suas aventuras para a avó. Certo dia, triste, ele diz para ela que “não tinha tempo para pensar”. Então, ele olha para o chão e vê uma argola, que o levará ao mundo mágico da imaginação! Vamos ver como cada aluno descreveu esse lugar.

Antonio Carlos de Avellar Maciel Pedro chegou a um lugar muito bonito.

Lá ele viu seu time favorito de basquete e foi jogar também. Ele marcou 7 cestas de três pontos e 11 de dois. Foi o campeão da partida. O garoto viu ainda uma bola quadrada e um aviãozinho de brinquedo. Também reparou em objetos conversando em uma mesa sobre o jantar. Pedro se lembrou do jantar com a avó no dia anterior. Sentiu um cheiro de bolo e ouviu uma voz dizendo “Terra chamando Pedro”. Ele, então, percebeu que não estava mais imaginando.

Bernardo Antunes Lagoeiro de Oliveira Esse lugar era muito estranho, pois tinha árvore de brócolis, lagoas e rios de mel, além de elefantes de gengibre. Pedro então pensou que estava fazendo bungee jumping e a corda era feita de bala Fini. Depois, imaginou que era o capitão de um navio pirata. Pescou um peixe enorme. Ele e outros piratas o comeram, estava delicioso! Pedro queria ficar mais, só que já estava escurecendo no mundo real e talvez sua mãe e sua avó ficassem preocupadas. Então ele voltou para casa.

1967

1976

Começou a escrever na Revista Cláudia.

Nasceu Ruth Rocha, em São Paulo.

Publicou o primeiro livro: Palavras Muitas Palavras.

Também publicou Marcelo, Marmelo, Martelo, que se tornou um best-seller.

Eduardo Gomes Saide de Mello Pedro chegou a um local com várias borboletas azuis e animais que falam.

Um cavalo se ofereceu para ser seu guia. Ele, então, viu vários prédios estranhos, carros voadores e aviões que pulavam. Havia, também, uma torre de gelatina que era tombada, por isso ninguém comia. Pedro brincou em uma montanha russa e disse ao cavalo que queria voltar mil vezes para aquele lugar. Ele acabou retornando para a cozinha da avó, mas nunca mais se esqueceu da aventura!

Lara Vieira Gandur Dacach Lá havia de tudo, então Pedro foi à piscina e, de repente, todos os seus amigos apareceram para brincar com ele. Pedro sentiu muito frio e sugeriu que apostassem corrida. Já na linha de chegada, o menino sentiu muito calor e, quando estalou os dedos, tudo em volta se transformou em sorvete. Ainda, sem que o menino percebesse, cantaram parabéns para ele com um delicioso bolo de chocolate gigante! O garoto, então, sentiu um cheiro de bolo, mas não era aquele, e sim o da sua avó. Através de uma pequena porta no chão, entrou na cozinha de sua avó novamente.

Lucca Abreu de Melo Nesse lugar, Pedro viu um campo cheio de árvores com pessoas flutuando sobre elas. Também tinha animais muito esquisitos e assustadores, como vacas que davam leite e café. O menino também podia viajar para a lua e tinha um superpoder, que era o de encolher e esticar, ficando cada vez maior. Existia ainda um carro que podia ser mais rápido do que a velocidade da luz e era mais cheiroso do que um perfume francês. Pedro então sentiu o cheiro do bolo de sua avó e voltou para o mundo real.

Luciano Goulart Rodrigues Filgueiras Lá havia bonecos que se moviam e seres de contos de fada e de histórias fantásticas. Um personagem, que Pedro havia desenhado, ganhou

1988

vida e passou a brincar com ele. Pedro também encontrou objetos voadores.

Com amigos imaginários, mergulhou em uma piscina de bolinhas de diferentes tamanhos. Ele também conseguiu escalar montanhas tão altas como o Everest, saltava delas e caía em um pula-pula. Ficou se divertindo por horas, mas começou a ter saudades da avó e voltou para a realidade.

Mateus Alves de Carvalho Engelbart Cox Nesse mundo, tinha muitas coisas mágicas, como um cavalo voador. Pedro também jogou futebol com uma gelatina gigante, comeu todo tipo de comida gostosa, leu vários livros, divertiu-se com baleias e até com um brinquedo que soltava água pelos pés. Nesse lugar, tinha vários objetos, como vasos de plantas coloridas e ursos de pelúcia gigantes. Ele nem se lembrava mais do que fazia antes, pois estava muito feliz! Mas, para sua tristeza, sentiu o cheiro do bolo da avó e acabou voltando para o mundo real.

Rafaela Antunes Lagoeiro de Oliveira Pedro foi parar em um lugar mágico.

Lá tinha cachorros fazendo malabarismos, relógio parado porque o tempo não passa, bonecas vivas e, além disso, todos faziam mágica. Também havia casas sem telhado, prédios tortos, almofadas falantes, bicicletas que andavam sozinhas e carros que andavam sem motor. O menino nesse mundo descobriu que podia voar e conversar com os objetos. Pedro, de repente, sentiu um cheiro de bolo e voltou para a cozinha da avó.

Mateus Fernandes dos Santos Tostes Esse local era como o País das Maravilhas, com árvores, cachoeiras e animais que falam. Também havia crianças brincando no mar, mato comestível e uns bichos estranhos, como um coelho com chapéu. Pedro perguntou se as crianças que estavam brincando no mar queriam jogar futebol com ele.

Eles aceitaram e jogaram várias partidas! Pedro ganhou todas as vezes, fez muitos gols de vários jeitos: bicicleta, voleio, cabeceio e gol de fora da área. De repente, ele começou a sentir um cheiro de bolo e voltou à casa da avó.

RUTH ROCHA 1990

Recebeu o Prêmio Academia Brasileira de Letras de Literatura Infantojuvenil.

Ganhou o Prêmio Jabuti.

2007 Tornou-se membro da Academia Paulista de Letras.

HREVISTAESTRELA.47 H

Escreveu a “Declaração Universal dos Direitos Humanos Para Crianças”, em parceria com Otávio Roth.

2001

GRUPO

SECRETO H BERNARDO LEITE LUTTERBACH LABOURIAU H CLARA RIVOLLI THOMAS DE SÁ NEVES H IURI GAMA DRUMOND H JOÃO VICTOR AZEVEDO BRITO H LUCAS WENSERSKY BITTENCOURT DO VALLE H MARIA PAULA PADUA LETHIER RANGEL H MARIANA LEITE LUTTERBACH LABOURIAU H RAFAEL ALVIM LONGO

NOSSO GRUPO É FORMADO POR JOVENS brin-

calhões, bem-humorados, divertidos, extrovertidos e às vezes com pitadas de “humor negro”. Essas características podem ser relacionadas ao escritor escolhido pelo grupo na homenagem da Revista Estrela, Raphael Montes. A turma também é inteligente e escreve muito bem, como o autor selecionado.

Os romances policiais do autor e o fato de ele ser uma pessoa acessível foram atrativos cruciais para nossa escolha. Outro aspecto que nos incentivou a escolhê-lo foi sua idade, fazendo-nos acreditar que é possível escrever textos tão bons quanto os de um escritor profissional e reconhecido como ele. Sua linguagem é informal, seus temas são ousados e isso desperta interesse e curiosidade em leitores adolescentes, como nós. Seu livro “Jantar Secreto” serviu de inspiração para uma das opções de votação do nome da turma, que é “Grupo Secreto”.

Raphael Montes está sendo uma motivação e inspiração para vários jovens que pretendem seguir a carreira de escritor. Também é responsável por rejuvenescer o mercado literário brasileiro, pois é muito novo e já tem reconhecimento até internacional.

Seus livros são excelentes exemplos de literatura policial, e com certeza ficarão marcados na história do gênero.

Ele é um incentivo para que as pessoas não desistam de seus sonhos e mostra que, com esforço e dedicação, é possível alcançar todos os objetivos. Raphael também é responsável por conquistar jovens leitores, e certamente seus livros ficarão marcados por muito tempo na vida de quem os leu.

H48.REVISTAESTRELAH

1990

2012

NÓS, DA TURMA Grupo Secreto, fomos até Copacabana em um sábado chuvoso para entrevistar o escritor Raphael Montes. Ele é um ótimo autor e uma pessoa bastante interessante e descontraída, apesar de não muito pontual. Nesse dia, Raphael falou sobre hábitos de leitura, contou curiosidades de sua vida, criticou as aulas de literatura da escola, relatou sobre seu trabalho e deu dicas de como se tornar um bom escritor.

DICAS DE LEITURA O jovem escritor reconheceu que muitos não gostam de ler. Contou que, quando criança, também não gostava, ainda mais quando teve que ler José de Alencar na escola. Então, citou alguns autores que admira, como: J. K. Rowling, Agatha Christie, Raymond Chandler e Sir Arthur Conan Doyle, autor de Sherlock Holmes. Da literatura brasileira, indicou: Machado de Assis, Jorge Amado e Rubem Fonseca, seu escritor nacional favorito.

Dos nomes da literatura policial brasileira, destacou Patrícia Melo, Luiz Alfredo Garcia-Roza e Tony Belloto. “Eu gosto de quem escreve um texto com qualidade literária, autoria e personalidade, mas que, ao mesmo tempo, é popular”, afirmou.

“SER ESCRITOR É TER UMA ANTENA LIGADA O TEMPO INTEIRO” Raphael apontou que todo escritor deve ter empatia pelo personagem, entrando na sua cabeça sem, necessariamente, pensar como ele. Explicou: “Eu posso discordar das atitudes

2014

Nascimento do carioca Raphael Montes.

Publicação do livro Dias Perfeitos.

Lançamento do primeiro romance: Suicidas.

RELATO COLETIVO DA ENTREVISTA COM RAPHAEL MONTES jeito que escreveu. “Nos meus livros, há sempre um jogo entre o correto e a verossimilhança. O que vale é o que fica melhor para o texto”.

Com essa experiência de termos sido o único grupo que entrevistou o escritor homenageado, ficamos entusiasmados para conhecer melhor outras obras de Raphael Montes.

Também procuraremos utilizar as dicas que deu para jovens escritores. Certamente leremos seu próximo livro, que, como ele nos contou, se chama “Uma mulher no escuro”.

Estamos esperando ansiosamente para devorá-lo.

de alguém que eu considero erradas, mas devo procurar entendê-las. O escritor precisa se aprofundar no pensamento, nos sentimentos, nas emoções de personagens obscuros, o que não significa que ele é obscuro como eles”. Como ao desenvolver o personagem Téo, do romance Dias perfeitos, ele tenta explorar todos os aspectos da mente sombria de seus personagens.

Para ter inspiração, o entrevistado disse que gosta de ouvir conversas alheias enquanto finge ouvir música com fones de ouvido. Raphael contou que, para construir seus personagens, ele aproveita um aspecto ou outro daqueles com quem convive, dos estranhos no metrô, dos famosos e de outras pessoas. Ele afirmou que “o escritor é um ladrão autorizado”, mas, ainda assim, é muito difícil dizer que um personagem é inspirado em uma pessoa específica. Por isso, afirmou que “ser escritor é ter uma antena ligada o tempo inteiro, mas o autor sempre escolhe o que vai aproveitar”.

TRECHO DA ENTREVISTA “Acho que o leitor brasileiro ainda está descobrindo o prazer de ler literatura nacional. Primeiro, temos poucos leitores em geral, considerando a população do Brasil. E os que leem têm preconceito com literatura brasileira. No entanto, estamos conquistando leitores a cada dia. Os booktubers são muito importantes para a disseminação da literatura brasileira contemporânea. Há, ainda, as redes sociais, como o Skoob, que reúnem leitores do país inteiro. Eles vão marcando o que leram, o que não leram, e trocam impressões de leitura. Então acho que estamos, aos poucos, criando um cenário positivo”.

SOBRE PESQUISAS Nós nos surpreendemos quando ele, um escritor tão renomado, falou que não gosta de fazer pesquisas para seus livros, mas sabe que é essencial.

“Sem investigação você não tem história”. O autor contou que inicia sua pesquisa antes de escrever. Quando começa o texto, deixa de buscar respostas e segue sua imaginação.

Depois, verifica se algo está errado, mas, se descobre algo incorreto em sua escrita que “funciona melhor” do que a realidade, prefere deixar do

RAPHAEL MONTES

2015

2017

Estreia como colunista no jornal O Globo.

É homenageado pela Revista Estrela, do Curso Palavra Mágica.

HREVISTAESTRELA.49 H

Cerca de 50 mil livros vendidos no Brasil.

2018

TERESÓPOLIS Bernardo Alves de Figueiredo

GRUPO

CRIANÇAS E ADOLESCENTES TERESÓPOLIS H BERNARDO ALVES DE FIGUEIREDO H CLARA MANNARINO CALIL H DANILO LOUNINE MARTINS H ESTEVAM ALEXANDRE XAVIER H HENRIQUE R. MARTINS FERNANDES MENDES H LUCAS FROTTÉ LAFIN

NO ANO DE 2018, o Curso Palavra Mágica subiu a serra e inaugurou a sua unidade na cidade de Teresópolis. Chegamos de mansinho e, aos poucos, estamos conquistando os corações dos moradores. Queremos oferecer a essa cidade cercada de delícias uma nova forma de pensar a leitura, a escrita, a cultura e a aprendizagem. Nossos alunos são o nosso maior orgulho! Eles nos dão a certeza de que estamos no caminho certo.

Tivemos a oportunidade de conviver com diferentes realidades e perfis, o que nos enche de alegria, pois nada melhor do que compartilhar ideias diferentes de forma pacífica e respeitosa.

Pensando nessa diversidade, decidimos homenagear um autor também multifacetado: Luis Fernando Verissimo.

Romancista, cartunista, músico, roteirista, tradutor, revisor e grande nome da crônica brasileira, o autor gaúcho utiliza o humor como forma de pensar o cotidiano em suas alegrias e frustrações.

Sabemos que a vida no interior tem as suas situações próprias.

Por isso, considerando a nossa realidade, resolvemos, através de olhares diversos, apresentar a cidade de Teresópolis, mostrando suas características mais marcantes, através da criação de alguns verbetes poéticos.

H50.REVISTAESTRELAH

1936

1950 Nasceu o escritor, dramaturgo, romancista, músico, cartunista, tradutor e cronista Luis Fernando Verissimo, filho de Érico Verissimo.

Escreveu, juntamente com a irmã, um jornal periódico com as notícias da família que se chamava “O Patentino”.

Refúgio da calma. Amizades para todos os lados. Poucos bairros e muita terra para se explorar. Lugar onde a praça, a padaria, o shopping e até a calçada são pontos de encontro para ótimas conversas.

Frases típicas de Teresópolis: “Vá me fazer uma visita!”, “Como seus pais estão?”, “Posso ir a sua casa hoje?”

Possui o nome de uma desconhecida ilustre. Mãe adotiva do Dedo de Deus. Casa da Seleção Brasileira de Futebol. Aqui a cultura é turista, ela passa e vai embora, se bem que uma moradia fixa não faria mal a ninguém.

Capital da farmácia. Destino para apaixonados, aventureiros, gulosos e para todos aqueles que procuram a paz.

DEDO DE DEUS Clara Mannarino Calil Símbolo de Teresópolis. Nossa maior proteção. Onde está o dedo está a mão de Deus também. Desafio para os montanhistas. Cenário para vários retratos. Fonte de inspiração para poetas e artistas. Filho adotado de Teresópolis.

MONTANHAS Henrique R. Martins Fernandes Mendes As montanhas de Teresópolis não são só uma formação de pedras, são um símbolo da cidade. São um muro protetor para um milhão de árvores e várias casas. É a casa dos animais e da floresta. É caminho para os corajosos. É o esconderijo de algumas feras.

Não sabemos se foram amigas dos dinossauros. Elas podem ter o formato de uma mulher, um camelo, uma tartaruga, um dedo, um sino e até de um elefante. Nós olhamos as montanhas com a nossa imaginação.

1956

1962

Começou a trabalhar no departamento de artes da Editora Globo, em Porto Alegre.

Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como tradutor e redator publicitário.

1967 De volta a Porto Alegre, começou a trabalhar no jornal Zero Hora.

VERBETES POÉTICOS

TRANQUILIDADE Lucas Frotté Lafin Sensação que mora nos corações dos teresopolitanos. É realizar tarefas observando detalhes, sem pressa. É a liberdade de atender a um telefone na rua, de poder sair à noite sem ter medo de assaltos ou balas perdidas. É apreciar o canto dos passarinhos, a grama molhada e ver o pôr do sol. É alimentar a paz da alma, dormir sem preocupação e viver sem medo.

NATUREZA Estevam Alexandre Xavier Principal cartão-postal de Teresópolis. Com a natureza temos mais amor.

No inverno, temos as cerejeiras. Na primavera, os ipês. Nosso orquidário é lugar de apreciação. Com a natureza conseguimos observar aquilo que nos vem ao coração.

CONVITE Danilo Lounine Martins

LUIS FERNANDO VERISSIMO 1973

1975 Passou a assinar uma coluna no Jornal do Brasil.

Começou a desenhar a série de tirinhas “As Cobras”.

Começou a escrever uma coluna para o jornal O Estado de São Paulo.

Foi contemplado com o prêmio de Direitos Humanos da OAB.

1994

1995 Foi eleito pelo Jornal do Brasil como o homem de Ideias do ano.

Lançou o livro “Comédias da vida privada”, que mais tarde se tornaria uma série de TV.

HREVISTAESTRELA.51 H

Lançou seu primeiro livro, intitulado “O popular: são crônicas ou coisa parecida”, que recebeu muitos elogios da crítica.

1989

É um presente que não sabemos quando vamos receber e nem de quem. É uma opção para se divertir com os amigos, seja em um restaurante, uma lanchonete ou uma pracinha. É um passo à frente para uma diversão ilimitada, sempre tendo alguém ao seu lado para te ajudar. É um hábito teresopolitano, em que as pessoas pedem para tomar um chá ou sair de casa. O convite é uma chance para uma vida bem sucedida. É sinônimo de cuidar do outro.

Ana Jukiervicks Passar pelo túnel era sempre uma sensação boa e angustiante. A entrada era tranquila, mas, logo em seguida, vinha a angústia de não saber onde iríamos sair.

A lembrança das idas e vindas no Túnel Rebouças com meu avô são, entretanto, únicas, pois durante o trajeto, sem saber, ele diminuía a minha tensão infantil com a canção que me guiava, apontando a saída do túnel para encontrar a Estrela D’Alva.

GRUPO

CLUBE DE LEITURA DE ADULTOS TERESÓPOLIS H JEFERSSOM FERNANDES H RODRIGO BRITO H ISABELLA ALMEIDA H JESSICA CARVALHO H MARIA DE FÁTIMA CALDAS H ANA JUKIERVICKS H ODINÉIA LUCINDIA H DENIZE CARNEIRO H LÚCIA MARCATI H LILIAN ABREU H NATÁLIA DELGADO H ROBERTA LEAL H CARLOS FERNANDO MOTTA H ELÓDIA XAVIER

NASCIDO EM MARÇO DE 2018, o Clube surgiu com o intuito de proporcionar encontros com a literatura, com as boas ideias e de criar a possibilidade de interação, reunião e construção de afetos. Nosso objetivo fundamental era aproximar as pessoas da deliciosa experiência da leitura, através de um processo democrático e sensível, que considera que todo contato com o texto é único.

Assim, formamos um grupo bastante diversificado e especial.

Respondendo ao nosso chamado, professores, bibliotecários, advogados, médicos, psicólogos, escritores e fonoaudiólogos de diversas idades, e com diferentes ideias e níveis de leitura, se uniram com a tarefa de pensar, dialogar sobre textos de relevância literária, mas, acima de tudo, escrever uma história de admiração mútua e respeito. Orgulhamo-nos de termos nos tornado amigos, respeitando e recebendo com carinho e atenção cada palavra que ajudou a escrever nossa história, sem ter medo do desafio e da novidade. Sentimos prazer em dizer que as diferenças e a leitura são os elementos que nos unem.

Pensando em nossa história, escolhemos o autor João Luís Anzanello Carrascoza como nosso homenageado, um novo nome da literatura brasileira, que reflete um pouco da nossa realidade. Tendo vivido sua infância no interior, entre árvores e brincadeiras, João aprendeu a olhar o mundo e as pessoas de uma maneira intimista e minuciosa. Anzanello disse uma vez que “cada história traz um rio dentro dela (...) e cada leitor apanha a água que cabe em suas mãos”. Em nossos encontros, gostamos de nos deixar banhar por essas águas. Inspirados pela obra do autor paulista, nos desafiamos a percorrer um rio chamado memória, voltar à nossa infância e recuperar um momento único, que nos ajudou a inscrever nossa presença no mundo, momento esse que registramos nas linhas que se seguem.

H52.REVISTAESTRELAH

1962 Nasce João Luís Anzanello Carrascoza, em Cravinhos, cidade do interior de São Paulo.

1979

1980 Começa a publicar em jornais de São Paulo e Minas Gerais.

Muda-se para São Paulo para cursar a faculdade de Publicidade e Propaganda na USP.

Eduarda Pacheco Lá fora um clarão rompia a escuridão. O barulho da chuva no jardim, escorrendo pelo telhado da garagem. Eu adorava ficar no colo do meu pai, ganhando cafuné, enquanto minha mãe acariciava a minha irmã. Deitados os quatro no sofá, escutávamos a chuva, enquanto conversávamos sobre o nosso dia. Papai sempre tinha uma história da infância para contar. Momentos como aquele, em que a luz faltava, eram preciosas oportunidades de ficarmos aninhados uns aos outros, sem a constância da fala de alguém na TV. Jéssica Carvalho Foi uma tarde “exaustiva”, repleta de brincadeiras na escola. Ao chegar em meu quintal, tomei a benção ao meu avô e fui até minha casa. Minha mãe havia preparado o meu lanche, o cheiro do jantar corria pelos cômodos, na TV a minha novela favorita e, no sofá, lá estavam elas: Juju e Nina, minhas bonecas queridas. Ambas vestiam casaquinhos de lã que minha mãe havia confeccionado. Levei minhas “filhas” para tomar banho de sol com a vovó. Ficamos as três esperando a chegada de meu pai.

Hoje, ao relembrar esses fatos, aprendi uma grande lição: nada mais gratificante para um adulto do que alimentar a imaginação de uma criança.

1984 Inicia seu trabalho como publicitário, atuando para grandes marcas.

1991 Inicia sua carreira como professor universitário e lança seu primeiro livro para crianças intitulado “As flores do lado de baixo”.

MEMÓRIAS...

Lúcia Marcatti

Denize Carneiro

O maior quintal do mundo ficava em Paulo Afonso, Bahia. O pé de jamelão era nosso circo , casa do Tarzan... Quando deixamos a infância em direção à cidade maravilhosa, vivemos dias de aventura na Kombi preparada com carinho. Conosco estavam a nossa babá e o cachorro Tupi.

Atravessamos pelas estradas de terra, parando em várias cidades, imaginando nossa vida futura. Nossos pensamentos, recheados de lembranças e sonhos, embalavam os caminhos poeirentos aos melhores tempos do adolescer. Quando finalmente chegamos ao nosso destino, a minha primeira reação ao ver a nova moradia, um apartamento, foi perguntar: - Mãe, onde vou correr?

E a vida desde então passou a ser uma correria diferente daquela que eu queria.

Eu era uma menina boazinha. Merecia ganhar no Natal uma boneca com cabelos louros esvoaçantes, pernas e braços móveis, como nunca tivera. Desejava aquela linda boneca levada pela menina rica que sempre passava pelo meu portão. Seguindo-a com olhos cobiçosos, presenciei, várias vezes, sua pirraça com os pais. Papai Noel não vai gostar disso, eu pensava. Como eu não cometera nenhuma falta, escrevi pra Papai Noel com a segurança de que ganharia a boneca igualzinha à da menina. Coloquei o bilhete no sapato da janela. De manhã, corri ansiosa para a árvore de Natal. E lá estava a mesma boneca dos outros natais. Meu pai, um operário com mulher e cinco filhos pra sustentar, me disse que Papai Noel trabalhara muito naquele ano, mas ganhara pouco e não tivera tempo de ler meu bilhete. “Quem sabe no próximo ano...” ele disse, alisando meus cabelos.

Porém, constatei, no dia seguinte, que Papai Noel tivera tempo de ler o bilhete da menina rica e conseguira dinheiro para lhe dar uma linda boneca.

Elódia Xavier Quando criança, brincava muito sozinha. Fui filha única e, naquele tempo, não se costumava chamar amigas ou ir para a casa delas brincar. Aprendi a viver só e isso me possibilitou bons momentos de reflexão. Com sete anos de idade, eu usava a imaginação para suprir a falta de companhia. Minha brincadeira predileta era ser professora. Os alunos tinham nomes, cadernos, notas, menos presença física. Com quadro negro e tudo, eu dava minhas aulas e repreendia os “alunos” bagunceiros, premiando os aplicados. Os moradores das casas vizinhas, que ouviam e viam das janelas minhas fantasias, achavam que eu levava jeito para o ofício. Hoje, curto minha aposentadoria da UFRJ, onde dei aula durante muitos anos.

1994

Recebe o título de doutor em publicidade pela USP. Recebe o Prêmio Jabuti com a coletânea de contos “O Volume do Silêncio”.

2007

2013

2010 Lança o livro “Espinhos e Alfinetes”.

Lança o livro “Aos Sete e aos Quarenta”.

HREVISTAESTRELA.53 H

Recebe o título de mestre em publicidade.

Lança o livro de contos Hotel Solidão, que foi premiado no Concurso de Contos do Paraná.

2003

JOÃO LUÍS ANZANELLO CARRASCOZA

GRUPO

CLUBE DE LEITURA DE ADULTOS NITERÓI H ADRIANA CUPOLILO H ALUBIA TINOCO DO AMARAL H ANDRÉ LUIZ DA COSTA CARVALHO H ANDRÉ LUIZ DA SILVA CANCELA H BEATRIZ REGO BARROS V. DIAS H CARLA VALÉRIA DE FREITAS ALVES H CAROLINA CAMPOS H CARMEN CELSA ALVITOS PEREIRA H CHRISTIANE SAAD H CLICIE G. A. COUTO H DALIANE DIAS MACEDO H DEREK DUARTE POUSTKA H EDMÉE CAMPOS DE MATTOS H ELIZA SILVA DOS SANTOS H HELEN FRANCO H IGNEZ DE MARIA ALMEIDA AGUIAR RIBEIRO H IVANA NUNES VIEIRA H JOCÉLIA MARIANO SILVA H KATIA PEREIRA H MARIA CRISTINA ANTUNES DA SILVA H MARIA DE FÁTIMA SOARES CORTEZE H MIRIAM MARA KUSTER H PATRICIA LUCKMANN H ROBERTO JOSÉ DA SILVA H SELMA GONÇALVES DOS REIS H SERGIO PORTO DA COSTA MATTOS H SYLVIA MARIA PAULINA SILVA

O CLUBE DE LEITURA DO curso Palavra Mágica é um espaço para trocas de experiências literárias e vivências pessoais. A partir de leituras bimestrais, conversamos sobre autores e estilos, mas também sobre a forma como o texto nos afeta, transforma e desafia. Além disso, compartilhamos a alegria de estarmos juntos e celebramos a vida em encontros festivos.

Em nossas páginas da Revista Estrela, decidimos homenagear a escritora Ana Maria Machado. Da autora, lemos o romance “Um mapa todo seu”, que conta a história de um amor conturbado entre Eufrásia Teixeira Leite, uma das primeiras empresárias do país, e o jornalista e diplomata Joaquim Nabuco, figura essencial no processo de abolição da escravatura. Também lemos e discutimos o romance “Alice e Ulisses”, sobre um amor contemporâneo repleto de referências mitológicas e literárias. Além disso, fizemos leituras coletivas das histórias infantojuvenis “O menino que olhava para dentro” e “Abrindo caminhos”, ambas recheadas de metáforas sobre o poder e a importância da imaginação.

Ana Maria Machado é uma das mais importantes escritoras brasileiras, ocupante da cadeira número um da Academia Brasileira de Letras. Com uma extensa produção literária, já possui mais de vinte milhões de exemplares vendidos, publicados em diversos idiomas ao redor do mundo. Conquistou muitos prêmios, dentre os quais três Jabutis, o Machado de Assis(2001) da ABL, o Hans Christian Andersen (2000) pelo conjunto de sua obra infantil e o Zaffari & Bourbon (2013) por melhor romance do Biênio em língua portuguesa. Nestas páginas, nossa homenagem se apresenta em “cartas de leitores” sobre a vida e a obra dessa incrível escritora brasileira.

H54.REVISTAESTRELAH

1941

1964 Formou-se em Letras Neolatinas, na então Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, atual UFRJ.

Ana Maria Machado nasceu em Santa Teresa, Rio de Janeiro, em 24 de dezembro.

Lançou o livro História Meio ao Contrário, vencedor dos prêmios João de Barro, Jabuti e Fundalectura (Bogotá).

1977

Olá, Ana! Estou passando aqui para deixar um breve recado. É para agradecer a oportunidade que você me deu de viajar por lugares povoados de sonhos, fantasias, de me imaginar como gostaria de ser imaginado. Passar pelos anseios de Dona Baratinha, descobrir a diversidade cultural com a Menina Bonita do Laço de Fita e descobrir como é bom ser solidário com Bento que bento frade.

Cresci, então descobri que muitas coisas precisam ser pensadas e debatidas, que devemos olhar o que somos, buscar o que queremos ser e aceitar o direito de o outro ser o que deseja.

André Carvalho Querida Ana Maria Machado, Quero lhe agradecer por ter me apresentado a duas mulheres incríveis, Alice e Eufrásia, e seus respectivos relacionamentos com Ulisses, o conquistador, e Joaquim, o belo. Enquanto a primeira vai se revelando aos poucos e, assim, conquistando o leitor, a segunda prende-o imediatamente pela sua história. A partir dela, você nos apresenta Joaquim Nabuco, cuja importância era pra mim, até então, unir Ipanema a Copacabana, mas nunca despertara interesse em conhecê-lo melhor. Obrigado pelo resgate histórico!

Sergio Porto Querida Ana Maria Machado, Ao debater o seu livro no nosso tão querido Clube de Leitura do Palavra Mágica, tivemos um momento único de risadas, festa e companheirismo. O seu livro “Alice e Ulisses” teve o prazer de alegrar e purificar várias almas!!! Alegria de ler é saúde e terapia!!! Muito obrigada!!!

Alubia Tinoco Querida escritora, Sou apreciadora de suas obras literárias! Seria um sonho encontrá-la , dizer o quanto viajei com seu livro na mão, deitada na rede junto às minhas filhas! Adoro a presença dos nossos super-heróis da infância nos seus livros.

Desejo sucesso nos seus novos projetos!!!

Com carinho, Cristina Antunes

1982 Publicou o livro infantil Bisa Bia, Bisa Bel, vencedor dos prêmios Maioridade Crefisul, Selo de Ouro e Jabuti.

1988 Lançou o livro Menina Bonita do Laço de Fita.

O livro ganhou os prêmios Bienal de São Paulo, Melhores do Ano (Biblioteca Nacional da Venezuela), Fundalectura (Bogotá), ALIJA (Buenos Aires) e Américas (Melhores livros latinos nos EUA).

CARTAS DOS LEITORES Eu era uma menina no início dos anos 80, época em que o romance “Alice e Ulisses” se passa e foi lançado. Ao ler o livro, boas lembranças daquele tempo retornaram. Como Ulisses, eu tinha sempre comigo fichas de orelhão, porque na minha casa não tínhamos telefone. Como Alice, eu também vivia um grande amor.

No meu caso, o primeiro amor, aquele que é único e que a gente carrega no peito para sempre. Alice é uma mulher à frente do seu tempo. Empoderada quando essa palavra ainda nem estava na moda.

Apaixonada, mas ciente de que o príncipe pode virar um sapo e que, mesmo assim, ela pode ser feliz, pois sua felicidade depende dela. “Eu quero ir por aí.

Quero a palavra, o verbo, a substância e a ação... No meu ritmo e na minha rima”.

Eu também quero, Alice. Eu sou sua fã!

Um beijo, Sylvia Maria Paulina Silva

Ana Maria, Sou apenas sua leitora, mas me sinto íntima como se fôssemos grandes amigas, afinal você se manteve presente durante toda a infância das minhas filhas. Estivemos juntas em momentos inesquecíveis, lendo na rede “Histórias à brasileira”, “Menina bonita do laço de fita”, “Bisa Bia, Bisa Bel” e tantos outros livros seus. Elas cresceram e continuamos tendo você ao lado, pois também lhes contei sobre a vida da Eufrásia Teixeira Leite, descoberta em “Um mapa todo seu”. Querida, espero que a sua presença continue em nossas vidas como a de uma amiga de longa data: suave, constante e repleta de boas lembranças.

Abraços fraternos!

Christiane Reis Prezada Ana Maria, Vou contar-lhe algo que você nem vai acreditar! Pode parecer ficção, mas é verdade! Às vésperas das eleições, encontrei Alice e Ulisses em uma passeata. Sessentões e muito grisalhos, na Avenida Rio Branco, trinta e cinco anos depois daquele coquetel em que Alice e Ulisses se conheceram. Estávamos ali para protestar. Ulisses usava preto. Alice de saia hippie.

Alice movimentava-se com uma bandeira na mão, gritando palavras de ordem. Você acredita, Ana, que Ulisses estava sempre “colado” a Alice, mas não para protestar? Era para filmar momentos mais agressivos que pudessem favorecer o seu candidato. Identificava-se com ele, autoritário e machista, como dizia Alice. Os rostos mais nervosos iam direto para a câmera de Ulisses.

Foi assim, Ana, entre gritos de “Liberdade de Expressão”, “Pela Democracia”, “Contra a Ditadura” e conversas cortadas que encontrei o casal. Parece até ficção!

Um abraço afetuoso, Carmen Celsa Alvitos

ANA MARIA MACHADO

1993

Recebeu o Prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante prêmio de literatura infantil, considerado o prêmio Nobel de Literatura Infantil Mundial.

2001

2003

Ganhou o Prêmio Literário Nacional Machado de Assis, na categoria conjunto da obra.

Foi eleita, em 24 de abril, para ser ocupante da honrosa cadeira 1 da Academia Brasileira de Letras (ABL), cujo patrono é o poeta Adelino Fontoura.

2011 Em 8 de dezembro foi eleita para a presidência da Academia Brasileira de Letras para o biênio 2012/2013.

HREVISTAESTRELA.55 H

Hors Concours do Prêmio da Fundação Nacional do Livro Juvenil.

2000

Ana Maria Machado, Você fez parte de minha infância com os contos que meu pai me trazia mensalmente no dia do recebimento de seu salário. Instigou-me a “voos” além da fonoaudiologia, quando comecei a trabalhar temas sensíveis e difíceis, como medo, diferenças e o ciclo de vida e morte presentes em algumas de suas obras infantis. Como fonoaudióloga militar, passei a observar o comportamento do falante e me especializei e realizei mestrado sobre as alterações fonéticas e fonológicas e de fluência da fala. Com isso, pude levar seus livros para o ambiente militar naval. Hoje, como Vice Presidente da Associação Brasileira de Gagueira e atuando ainda como fonoaudióloga naval, agradeço e reconheço sua contribuição ao me permitir olhar a literatura como a arte de quem olha através!

Gratidão!

Clície Gouveia

GRUPO

CLUBE DE LEITURA DE ADOLESCENTES NITERÓI H ANA CAROLINA NEVES H ANDREI PIMENTA H BRUNA GIGLIO H DANIEL SENA H JOÃO PEDRO PETTINE H LEONARDO ASSAF H MARIA BEATRIZ PETTERSEN H MARIA EDUARDA FERNANDES H MARIANA PERES H RENAN DE PAULA LEITE H SOPHIA MENDONÇA H VITÓRIA ALMEIDA

O CLUBE DE LEITURA PARA ADOLESCENTES

do Palavra Mágica surgiu de uma iniciativa dos próprios alunos.

Empolgados com a ideia de reunir jovens que gostassem de ler para um bate-papo, organizaram uma proposta e tornaram-se monitores do projeto. Em um encontro mensal é feito o debate sobre uma obra selecionada previamente, um momento de confraternização, troca de experiências leitoras e celebração pela alegria do convívio.

O autor, historiador e professor André Diniz é o homenageado do Clube de Leitura para Adolescentes. Natural da cidade de Niterói, ele também é pesquisador de música popular brasileira e lançou diversas obras e artigos sobre o assunto, dentre eles os almanaques do choro, do carnaval e do samba. Além do grande talento para a escrita e de sua paixão pela música, André Diniz assumiu cargos públicos de relevância no município, principalmente na área da cultura. Do autor, lemos “Kalu”, a história de um estudante apaixonado por cinema e por literatura.

H56.REVISTAESTRELAH

1969

1994 1998 Concluiu a graduação em História pela UFF.

2002

Palavra Mágica - Seu amigo Nei Lopes diz que você tem bicho-carpinteiro, que não para quieto e, como tal, “já produziu uma biblioteca”. Fale-nos um pouco sobre sua personalidade e o conjunto da sua produção.

André Diniz - Risos. O Nei é um grande amigo, além de compositor e escritor de alto nível. Torço para ele ser indicado para a academia brasileira de letras. Eu tenho essa coisa mesmo de ficar inquieto o tempo todo. Costumo dizer que faço de tudo, mas tudo meio mais ou menos (risos). Eu escrevo sobre o que eu vivo, o que eu defendo, o que gosto. É ótimo escrever sobre o que você gosta! Respiro a cultura popular na minha vida pública e particular. Não poderia ser diferente em meus textos.

PM - Por que você escreve?

AD - Uma vez um jornalista perguntou por que eu escrevo um livro atrás do outro?

Mandei de pronto: não faço análise (risos)!

Escrever é minha cachaça. No texto sou quase senhor do processo. Um ato aparentemente solitário mas que dialoga com a realidade, com o mundo, seja ele real ou imaginário.

Comecei a escrever quando era professor universitário. Produzi uma cartilha sobre música, no caso sobre o gênero choro, para os alunos entenderem melhor o que eu explicava na sala de aula. Ao levar essa cartilha para a editora Zahar, surgiu aí a possibilidade de lançar meu primeiro livro, o Almanaque do Choro.

PM - Como é o seu processo de escrita?

AD - Sou um caos para escrever (risos). Geralmente, faço um levantamento bibliográfico de reconhecimento do terreno, mas já comecei livros e livros pelo final. Um exemplo foi o sobre Pixinguinha. Comecei um capítulo pela morte do compositor para só depois me debruçar sobre o menino flautista. Tenho muita dificuldade para escrever e um medo maior ainda em usar as palavras. Nunca acho que um texto está pronto o suficiente. Levei sete anos para lança o infantil Pirulito. Aliás, Mário de Andrade dizia que só sambemos os erros do livro quando colocamos um ponto final nele.

Esse pós escrita, para mim, é um tormento (risos). Como brigo sempre com a linguagem, revejo centenas de vezes o meu texto. Mas há aquele momento em que o texto fica em repouso, ganhando vida ou mesmo pulando do

2003

Tornou-se Mestre em Memória Social da Música Brasileira pela UNIRIO.

Publicou a dissertação de mestrado “Joaquim Nasceu André Diniz da Silva, em 20 de novembro. Callado, o pai do choro”.

2004

2006

Lançou o livro Adoniran Barbosa, em co-autoria com Juliana Lins.

Lançou o livro Almanaque do Choro. Em co-autoria com Juliana Lins, publicou a obra Pixinguinha.

Fez o lançamento do Almanaque do Samba. Em parceria com Juliana Lins, publicou Paulinho da Viola.

ENTREVISTA: ANDRÉ DINIZ precipício. Quando volto a tocar nele já estamos na reta final da entrega do livro. Nunca fiz um livro que não fosse trabalho coletivo. Vou sempre atrás de alguém para pedir informações, tirar duvidas, “roubar” uma consultoria.

PM - Quais são as suas maiores referências na literatura? Como você desenvolveu um estilo pessoal?

AD - Será que já tenho um estilo?

Tomara que sim! (risos) Na realidade, nunca fui de estudar muito. Repeti algumas vezes e quando fui fazer pré-vestibular me aproximei da política. A política me salvou, comecei a ler de tudo que vinha na minha mão e a me debruçar sobre os grandes nomes da literatura universal. Virei um colecionador voraz de livros. Muitos autores foram importantes na minha formação. Na realidade, acabamos sendo um pedacinho de cada um. Mas, posso destacar dois autores que gosto muito: o negro Machado de Assis me apresentou o mundo real, do povo, e o oficial, das elites, de um Brasil injusto socialmente desde o seu nascedouro; e o russo Fiódor Dostoiévski, o escritor que melhor trabalhou o inconsciente humano, nas palavras do próprio Freud, o indivíduo partido, cindido, na moderna sociedade capitalista.

PM - O que você sugere como meios para se desenvolver a criatividade?

Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo? De onde vem suas ideias?

AD - Olha, sabe quando eu sou mais criativo? Quando não estou fazendo nada. Seu eu ficar ocupado o tempo todo com tarefas do cotidiano, da vida pública, com os filhos, as ideias somem. Como diz o pensador Italiano Domenico De Masi, “o ócio é criativo”!

Aliás, eu o conheci na casa do cineasta e produtor Barretão.

Esse italiano é um figuraça.

PM - Você foi professor de ensino médio e ensino superior, em colégios e universidades, além de fazer palestras sobre música, história e cultura brasileira pelo país. Na sua opinião, qual o papel do professor e da escola na formação de leitores no país?

AD - O nosso papel principal é mostrar o diferente, respeitando as alteridades. Achar que sua formação é o único caminho para aprendizagem do aluno é correr o risco de perder o diálogo. Tem que ser criativo, mergulhar no mundo do outro e apresentar o seu. O crescimento nasce do respeito à diferença, da compreensão de que a vida vai muito além do seu umbigo.

PM - Você é um pesquisador da Música Popular Brasileira, com formação em História (mestrado e doutorado), sendo autor de vários livros sobre expoentes do choro, do samba, do carnaval. Como você vê, neste momento do país, a cultura popular e, em especial, o samba?

AD - Nas últimas décadas, a c u l t u ra popular teve um incremento forte devido ao reconhecimento do E s t ado ao inserir em suas políticas de cultura os setores populares. Várias

ANDRÉ DINIZ

2007

2008

Tornou-se Secretário Municipal de Cultura de Niterói.

Assumiu a Chefia da Representação dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, no Ministério da Cultura.

2014

PM - Você poderia recomendar três livros aos seus leitores?

AD - Ler é um ato de afinidade eletiva. Não tenho preconceitos com nenhuma literatura. Não existe a melhor literatura e sim o gosto de ler. Eu sou aficionado por romance policial. Então a minha primeira dica é um clássico da área, Agatha Christie, ‘Assassinato no Expresso do Oriente’; outro que gosto muito, certamente um dos melhores livros da literatura brasileira é ‘Grande Sertões Vereda’, de Guimarães Rosa; por fim, mas não menos i m p o r t a n te , ‘Esaú e Jacó’, de Machado de Assis.

2017

2018

Assumiu a presidência da Fundação de Artes de Niterói.

Lançou, em parceria com Diogo Cunha, o livro Na passarela do samba: o esplendor das escolas em trinta anos de desfile no Sambódromo.

Publicou a obra infantojuvenil Pirulito.

Lançou o livro infantojuvenil Kalu.

HREVISTAESTRELA.57 H

Fez a publicação do Almanaque do Carnaval.

2011 2013

ações determinaram isso, como os pontos de cultura, por exemplo. Infelizmente, nos últimos anos, ‘o mar não está pra peixe’ e temos até, em certas partes do país, a criminalização de movimentos cultura oriundos da afrodescendência. Como negar as nossas fortes raízes culturais africanas? O samba é um desses produtos, patrimônio maior que temos em nossa cultura. Desvalorizar nossa cultura popular é jogar uma pá de cal em nossa história. Espero que o futuro nos reserve mais tolerância, respeito e compreensão com as diversidades culturais, étnicas e de gênero.

ENTREVISTA

Entrevista com Marcos Gomes H SECRETÁRIO MUNICIPAL DE CULTURA DE NITERÓI

H58.REVISTAESTRELAH

O Brasil é um país onde existem muitas pessoas sem acesso a cultura.

Que políticas a secretaria de cultura de Niterói tem adotado ou pretende adotar para democratizar o acesso a bens culturais?

— Toda a atuação da Cultura Niterói tem como prioridade a democratização do acesso aos bens culturais e ao financiamento público para a produção cultural. A Cultura Niterói realiza periodicamente espetáculos gratuitos em vias e praças públicas, por meio do projeto Arte na Rua, por exemplo. Também temos uma programação diversificada, intensa e de caráter popular nos nossos teatros e equipamentos culturais. Lançamos também diversos de editais de fomento a projetos culturais. Todos eles incluem medidas democratizantes, facilitando o acesso daqueles que tradicionalmente não têm contato com as políticas culturais. Posso citar o edital de incentivo fiscal (do ISS e IPTU), o edital de pautas para os teatros da cidade, o edital de audiovisual e o edital de ações locais e de Pontos de Cultura, que são voltados a realizadores atuantes nos territórios periféricos da cidade. A prioridade da nossa política cultural é o acesso e a inclusão.

Qual a importância da literatura na vida cultural de uma cidade e que medidas de promoção e incentivo à leitura a secretaria de Niterói tem implementado ou pensa em implementar?

— Niterói tem uma vida literária intensa. Reconhecendo isso, a Cultura Niterói tem incentivado diversas ações na área. A principal ação de valorização da literatura na cidade

“A educação é uma forma de libertação”

foi a recente municipalização da Biblioteca Parque de Niterói, no Centro, garantindo que o espaço permaneça aberto e com programação ativa. O governo do Estado do Rio de Janeiro não conseguiu mantê-lo, mas a atual gestão do Município assumiu e vai fazer com que continue sendo um espaço de referência para leitores e autores na cidade. Além disso, no edital de incentivo fiscal, uma parcela significativa dos projetos aprovados vem da área da literatura. E, para incrementar a programação da cidade, realizamos encontros com escritores e poetas, leituras dramatizadas e lançamentos de livros em espaços como o Teatro Municipal, o Solar do Jambeiro e o MAC. Quem são as suas referências na arte e na literatura? Conte-nos um pouco sobre a sua formação cultural!

Fale-nos de seus influenciadores.

— Em 1968, eu tinha 16 anos. Vivi a década de 70 com intensidade. Conversar com os amigos era uma grande fonte de informação. Trocávamos sobre a vida, política, relações amorosas e tudo mais. Arte, cinema, literatura, teatro, música, tudo era uma grande troca de conhecimento. Especificamente sobre a literatura, vamos lá...

Meu primeiro livro de fôlego foi a trilogia do Erico Verissimo, “O tempo e o vento”. Me dei conta de que aprendi na literatura muito mais do que em muitos livros de História. Gostei tanto daqueles livros que meu primeiro filho ganhou o nome de Rodrigo. Depois desta leitura, passei a ler quase todos os dias de minha vida. Dos russos (Gorki, Dostoiévski, Tolstói) aos latino-americanos (com destaque para os argentinos Sabato e Borges). “Os Sertões”, de Euclides da Cunha... Na poesia, fico com dois de língua portuguesa: Fernando Pessoa e Drummond.

Até hoje, perdi a conta e a lembrança de muitos livros. Fica o sentimento.

Em tempos recentes, li todos os livros da nigeriana Ngozi Adichie e, por influência dela, li outro ótimo escritor nigeriano, Chinua Achebe. Também tenho lido muito Valter Hugo Mãe, um português nascido em Angola. Recomendo. Uma última dica: a escritora francesa Muriel Barbery, autora de “A elegância do ouriço”. Vou usar um chavão. Ler te abre o mundo. E só a literatura te permite se abrir com seu tempo, em seu tempo.

Você já teve atuação no jornalismo, em particular no programa de TV “Sem Censura”. Na época, não havia canais por assinatura, nem tampouco redes sociais. Como você avalia o papel do jornalista e da mídia aberta neste momento brasileiro?

Você também tem interesse pela educação. O curso Palavra Mágica está há mais de vinte anos envolvido em um projeto de uma educação ampla e libertadora, na cidade de Niterói, e você já foi nosso aluno (em uma turma de adultos) e pai de uma ex-aluna do curso. Quais seriam, na sua opinião, os melhores caminhos para a educação no nosso país?

— A educação é uma forma de libertação. Não basta saber; o importante é fazer um bom uso deste saber.

Uma escola ou um curso só têm valor se permitirem à criança, ao jovem, ao adulto, defrontar ideias. O Palavra Mágica cumpriu este papel de uma maneira muito positiva na formação de minha filha, Beatriz. E, para mim, se constituiu de momentos de grande crescimento intelectual.

— Tentando entender... O Sem Censura, nos cinco anos que lá trabalhei, de 86 até 90, era um programa de três horas. Muita informação, bate-papo, diversidade, com excepcionais debatedores: Heloneida Studart, Artur da Távola, Jonas Rezende, Milton Temer, Eliana Monteiro, entre outros. Um bom assunto podia render quarenta minutos. Hoje, em quarenta minutos, uma pessoa lê dezenas ou centenas de zaps e twits.

Muita informação sem fonte e credibilidade. Algumas mudanças são irreversivelmente danosas. Espero que o amadurecimento nos leve a revalorizar o papel do jornalista e da busca crítica e diversificada da informação.

“Ler te abre o mundo. E só a literatura te permite se abrir com seu tempo, em seu tempo”

As manifestações artísticas de um povo representam sua identidade cultural. Mas também, são instrumentos de revolução e libertação.

Você acredita no poder de transformação social da arte? Na sua opinião, qual poderia ser o papel da arte neste momento brasileiro?

— A arte sempre terá um forte ingrediente transgressor. Todos os regimes autoritários, sejam de esquerda ou de direita, no mínimo tentaram vigiar a cultura. Porém, a arte e a cultura são muito mais do que uma música, um poema ou um filme. Enquanto houver humanidade, haverá arte. Mesmo que seja em um olhar, um aperto de mão, em um até breve...

HREVISTAESTRELA.59 H

A cidade de Niterói é um grande celeiro artístico e já revelou muitas “estrelas”. Quais ações são realizadas hoje ou que estão previstas pela secretaria de cultura, como incentivo aos novos talentos de nosso município?

— Niterói tem uma vocação forte para o nascimento e a consolidação de talentos. Muitos artistas iniciantes se apresentam no Arte na Rua, em palcos montados nos espaços públicos da cidade. Outra iniciativa muito sólida é o projeto Aprendiz, que promove iniciação musical para crianças e adolescentes. Os Pontos de Cultura, reconhecidos pela Prefeitura, também são iniciativas imprescindíveis para a formação de jovens, em diversas linguagens artísticas. E o edital de ações locais reconhece e fomenta iniciativas de jovens atuantes nas periferias das cidades, principalmente aqueles que são ligados às culturas urbanas.

PARA LER MAIS

Dicas de Livros ANA MARIA MACHADO: • Alice e Ulisses (Ed. Alfaguara) • Um mapa todo seu (Ed. Alfaguara) • Abrindo caminho (Ed. Ática) • Era uma vez um tirano (Ed. Salamandra) ANDRÉ DINIZ: • Kalu (Numa Editora) • Almanaque do samba (Ed. Zahar) • Almanaque do choro (Ed. Zahar) ARIANO SUASSUNA: • Ariano Suassuna em quadrinhos, de Bruno Gaudêncio (Ed. Patmos) • Auto da compadecida (Ed. Nova Fronteira) • Romance d’A Pedra do reino e o príncipe do sangue do vai-evolta (Ed. Nova Fronteira) CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE: • Contos plausíveis (Ed. Companhia das Letras) • A rosa do povo (Ed. Companhia das Letras) • Sentimento do mundo (Ed. Companhia das Letras) CAROLINA MARIA DE JESUS: • Quarto de despejo: diário de uma favelada (Ed. Ática) • Diário de Bitita (Ed. SESI-SP) • Carolina, uma biografia, de Tom Farias (Ed. Malê)

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CECÍLIA MEIRELES: • Escolha o seu sonho: crônicas (Ed. Record) • Ou isto ou aquilo? (Ed. Global) • Crônicas de viagem (Ed. Global) CLARICE LISPECTOR: • Felicidade clandestina (Ed. Rocco) • A hora da estrela (Ed. Rocco) • A mulher que matou os peixes (Ed. Rocco) CORA CORALINA: • Menina, o cofrinho e a vovó (Ed. Global) • As cocadas (Ed. Global) • Poemas dos becos de Goiás e estórias mais (Ed. Global) ILAN BRENMAN • Até as princesas soltam pum (Ed. Brinque-Book)

• A cicatriz (Companhia das Letrinhas) • O que cabe num livro?

(Ed. Panda Books) JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA: • Aos 7 e aos 40 (Ed. Alfaguara) • Trilogia do adeus (Ed. Alfaguara) • Prendedor de sonhos (Ed. Scipione) JOÃO UBALDO RIBEIRO: • Vida e paixão de Pandonar, o cruel (Ed. Objetiva) • Viva o povo brasileiro (Ed. Alfaguara) • Dez bons conselhos de meu pai (Companhia das Letrinhas) LUIS FERNANDO VERISSIMO: • Comédias da vida privada (Ed. Objetiva) • Comédias para se ler na escola (Ed. Objetiva) • Diálogos impossíveis (Ed. Objetiva) • Verissimas (Ed. Objetiva) LYGIA BOJUNGA: • Os colegas (Ed. Casa Lygia Bojunga) • Tchau (Ed. Casa Lygia Bojunga) • Bolsa amarela (Ed. Casa Lygia Bojunga) • Corda bamba (Ed. Casa Lygia Bojunga) MÁRIO DE ANDRADE: • Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (Ed. Ubu) • Pauliceia desvairada (Ciranda cultural) • Amar, verbo intransitivo (Ed. Nova Fronteira) MONTEIRO LOBATO • A chave do tamanho (Ed. Globinho) • Caçadas de Pedrinho (Ed. Globinho) • Reinações de Narizinho (Ed. Globinho) PAULO LEMINSKI: • Toda poesia (Ed. Companhia das Letras) • Catatau (Ed. Iluminuras) • Distraídos venceremos (Companhia das Letras)

PEDRO BANDEIRA: • O mistério da fábrica de livros (Ed. Moderna) • A droga da obediência (Ed. Moderna) • A droga da amizade (Ed. Moderna) RAPHAEL MONTES: • Dias perfeitos (Ed. Companhia das Letras) • Jantar secreto (Ed. Companhia das Letras) • O vilarejo (Ed. Companhia das Letras) ROSEANA MURRAY: • Um gato marinheiro (Ed. DCL) • Colo de avó (Ed. Manati) • Classificados poéticos (Ed. Moderna) RUTH ROCHA: • Um cantinho só para mim (Ed. Melhoramentos) • O coelhinho que não era de páscoa (Ed. Salamandra) • Os direitos da criança (Ed. Salamandra) • Atrás da porta (Ed. Salamandra) SYLVIA ORTHOF: • Luana adolescente, lua crescente (Ed. Nova Fronteira) • Maria vai com as outras (Ed. Ática) • Se as coisas fossem mães (Ed. Nova Fronteira) • Mais-que-perfeita adolescente (Ed. Nova Fronteira) TATIANA BELINKY: • Onde já se viu? (Ed. Ática) • Mentiras... e mentiras (Ed. Companhia das Letras) • Transplante de menina (Ed. Moderna) VINICIUS DE MORAES: • A arca de Noé (Companhia das Letrinhas) • Vinicius menino (Ed. Seguinte) • O poeta aprendiz (Companhia das Letrinhas) ZIRALDO: • Menina das estrelas (Ed. Melhoramentos) • Meninas (Ed. Melhoramentos) • O menino maluquinho (Ed. Melhoramentos)

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