TFG FAUUSP - À BEIRA-MAR

À BEIRA-MAR BALNEÁRIO PÚBLICO NA CIDADE DE CUBATÃO Departamento de Projeto Trabalho Final de Graduação Mariana Costa do Carmo

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de São Paulo Orientador: Alexandre Delijaicov

Parque Induatrial de Cubatão | Fotografia: Nelson Kon

RESUMO

ABSTRACT

O esporte é um fator muito importante de inclusão social, desenvolvimento de senso de coletividade e disciplina e, dessa maneira, torna-se uma atividade extraclasse fundamental para ocupar o tempo ocioso da vida de muitos jovens e crianças da periferia e, por isso, a existência de equipamentos públicos são essenciais para o exercício dessas atividades.

Dentro desse contexto, o objetivo deste trabalho é elaborar um anteprojeto arquitetônico de um balneário público na cidade de Cubatão, integrante da Região Metropolitana da Baixada Santista. Além de explorar a condição geográfica propícia para o desenvolvimento de modalidades de canoagem, remo e vela, o exercício visa a solucionar uma carência da cidade que, com uma expressiva população em condição baixa renda, desfruta de baixíssima oferta de equipamentos públicos de lazer.

Sport is a very important factor of social inclusion, development for felling of community sense and discipline, which thus may become a fundamental extracurricular activity for the leisure time of the young adults and kids who are living in the outskirts of the cities. All things considered, the existence of public buildings becomes vital to the correct development of these activities. In this context, the purpose of this thesis is to create an architectural plan of a public spa in Cubatão, situated in the metropolitan area of Baixada Santista. In addition to exploring the geographic conditions favorable to canoeing, rowing and sailing, the work aims to solve a planning deficiency of a city, which with a significant population in low-income conditions, has a very low offer of public leisure facilities.

SUMÁRIO INTRODUÇÃO

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1 LUGAR

Cubatão: rio que cai do alto Saúde e Meio Ambiente: o antigo vale da morte Economia: de central de empregos ao declínio Esportes e Lazer: Exercício como recreação Caminhos do Mar: hidrografia e relevo Área de Intervenção: a avenida beira-mar

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2 PROGRAMA

Equipamentos esportivos e piscinas públicas Equipamentos de lazer da avenida beira-mar

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3 CONSTRUÇÃO

Referências Projetuais Desenhos Técnicos

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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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INTRODUÇÃO Quando criança, costumava andar cerca de 3 km a pé ou de bicicleta para chegar até o Centro Esportivo “Armando Cunha”, onde praticava natação todas as terças e quintas e aproveitava cada minuto dentro da piscina para me divertir. O ginásio era equipado, uma quadra descoberta, outra coberta, duas piscinas, uma olímpica e uma infantil, salas para ginástica e exames médicos e, por fim, os vestiários, onde não havia chuveiro, apenas um cano pelo qual jorrava a água que banhava os alunos. A ausência de chuveiro logo se somou às falhas na bomba da piscina e depois a uma série de efeitos que o tempo causou à edificação. À medida que esse complexo esportivo ruía, a escola de canoagem localizada às margens do Largo da Pompeba, a poucos metros dali, também declinava suas atividades até ser totalmente desativada e, gradativamente, vandalizada e saqueada. Dessa forma, a cidade de Cubatão perdia dois dos cinco, e poucos, equipamentos públicos esportivos que existiam na cidade. Sempre me perguntei como equipamentos públicos tão importantes para população de uma cidade poderiam estar naquela situação, pois, tal como um hospital ou uma escola, a edificação esportiva tem papel fundamental em uma cidade e, independente

Serra do Mar | Fotografia: Nelson Kon 8

da modalidade, o esporte é uma prática essencial para a manutenção da saúde e bem-estar e da população. No caso dos equipamentos públicos, a situação é ainda mais crítica, visto que a população mais vulnerável, bastante expressiva em Cubatão, depende exclusivamente da oferta desses espaços para o desempenho de alguma modalidade esportiva e lazer. Como resultado desse inconformismo, é proposto um projeto de equipamento público de esportes aquáticos, substituindo a escola de remo e canoagem, na cidade de Cubatão, local pouco explorado academicamente, mas com grande potencial náutico, devido ao seu posicionamento estratégico no litoral do estado de São Paulo. Seguindo a sequência lugar, programa e construção, o primeiro capítulo vai abordar toda a história de Cubatão até os dias de hoje, passando por todo contexto econômico e social da cidade. Já o segundo capítulo pretende trazer uma aproximação à área de intervenção, explorando os parâmetros definidos pela condição náutica do local de implantação e, por fim, no terceiro capítulo, serão exploradas as técnicas construtivas aplicadas nesse projeto.

“Ao fundo, a Serra. Pinceladas frouxas, de ouro e tristeza, em fundo azul. Aquelas manchas que são jacatirões — as roxas, e aleluias — as manchas amarelas.”

Afonso Schmidt, Cubatão.

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CUBATÃO: RIO QUE CAI DO ALTO Segundo a ONU, a cidade mais poluída do mundo. Essa classificação, recebida pela cidade na década de 1980, marcou a história do município e ainda permanece sendo uma associação clássica no imaginário daqueles que ouvem o nome da cidade. Cubatão, que por definição mais popular trata-se de uma adaptação fonética da palavra cui-pai-ta-ã, expressão indígena para “rio que cai do alto”, inicia sua história sendo marcada pela sua condição geomorfológica. Sempre marcada como a terra dos caminhos, a região abrigava muitos rios do caminho das águas, que partia do Porto das Naus, em São Vicente, até o Rio Perequê e, mais tarde, a calçada do Lorena, primeira ligação asfaltada entre o planalto e o litoral. Até a década de 20, a cidade de Cubatão não passava de um pequeno vilarejo assentado às margens dos rios da cidade, mas esse cenário logo mudou com a implantação da Usina Hidrelétrica Light, construída para fornecer energia elétrica para cidade de São Paulo.

Em pouco tempo, o fornecimento de energia atraiu a atividade industrial no sopé da Serra do Mar e Cubatão deixou de ser um pequeno povoado para se tornar o maior polo industrial e petroquímico do país. Em 1953, é inaugurada a Cosipa, Companhia Siderúrgica Paulista e apenas dois anos depois, inaugurava-se, a Refinaria Presidente Bernardes. Por conta da matéria prima e da energia elétrica já presente aqui, outras indústrias passaram a ocupar o território de Cubatão. Cinco anos mais tarde, é construído, com muitas dificuldades técnicas devido ao solo mole, o porto da indústria siderúrgica. A grande movimentação de econômica na região fez a cidade saltar em número de habitantes rapidamente, recebendo migrantes de diversas regiões do país. O volume de empregos gerados na região 10

estava ligado à construção dos parques industriais, não necessariamente a operação da indústria em si, atividade que demandava conhecimento técnico.

Quem aqui morava, via a cidade como uma grande oportunidade de melhoria de vida por conta da oferta de empregos e salários mais altos que a média, mas raramente como um lugar agradável para morar. A intensa atividade industrial antes vista como atrativo, logo se mostrou altamente prejudicial para saúde dos habitantes e trabalhadores da cidade.

Vista do Rio Cubatão nas proximidades da Usina Henry Borden | Fotografia: Marcus Cabaleiro 11

Instalações da Usina Henry Borden | Fotografia: Acervo EMAE 12

SAÚDE E MEIO AMBIENTE: O ANTIGO VALE DA MORTE A história da ocupação europeia no Brasil se confunde com a história do litoral de São Paulo. A ocupação costeira e o desenvolvimento das cidades desse território são resultados da chegada dos portugueses na região de Piaçaguera, com posterior ocupação do que viria a ser a cidade de São Vicente. Desbravando o planalto, os jesuítas, sob as ordens de padre Manoel da Nóbrega, fundaram o Colégio de São Paulo de Piratininga para catequizar índios que lá estavam, dando início a formação da cidade de São Paulo. Das bandeiras à república do café, o estado mais rico do país iniciou a construção das estradas de ferro, logo acompanhada pela formação das primeiras indústrias. Para sustentar a industrialização paulistana, foi construída, em Cubatão, a Usina Henry Borden, propriedade da companhia canadense Light, e a partir daí a cidade viu seu desenvolvimento econômico despontar com a instalação das indústrias siderúrgicas e petroquímicas. A intensa atividade industrial aqueceu o desenvolvimento do setor de serviços, gerando mais empregos em Cubatão. A arrecadação da cidade, advinda majoritariamente dos pagamentos de ICMS pelas indústrias, era e continua sendo um dos maiores da região, enquanto o PIB per capita é o maior entre as cidades da Baixada Santista. Dois anos após a formação das Regiões Metropolitanas no estado São Paulo em 1994, foi criada, segundo a Lei Complementar nº. 815 de 30/07/1996, a Região Metropolitana da Baixada Santista, uma composição de 9 cidades da faixa central do litoral do estado de São Paulo, sendo elas: Santos, Cubatão, São Vicente, Guarujá, Bertioga, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. Contudo, com o passar do tempo, a cidade que atraía trabalhadores de diversas partes do Brasil, passou a depender da oferta

de empregos das cidades vizinhas, principalmente do município de Santos. O movimento pendular casatrabalho, a ausência de atividade turística e a escassez de equipamentos de lazer fizeram da movimentada Cubatão uma cidade dormitório.

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ECONOMIA: DE CENTRAL DE EMPREGOS AO DECLíNIO As indústrias se instalavam no pé da Serra do Mar, abrigo de diversas espécies do bioma da Mata Atlântica, e dispersavam no ar o resíduo da produção, mas o mesmo era bloqueado pelas nuvens do planalto. Não demorou muito para que a população da cidade começasse a sentir os efeitos dessa atividade. Sobre todos os bairros, caía um pó preto. O Rio Cubatão, antes cheio de peixes e fonte de renda de uma expressiva comunidade pesqueira da região, agora levava em seu leito o óleo dispersado pelas indústrias. As crianças da cidade sobreviviam à base de assistência respiratória diariamente e muitos dos trabalhadores do parque industrial desenvolveram licopenia por inalação de benzeno. Mas, o que mais acendeu o alerta para as condições sanitárias da cidade de Cubatão foi o crescimento expressivo no número de crianças com anencefalia. Nesse momento, Cubatão era tida como uma zona militar, pouco se sabia sobre o que acontecia dentro da cidade e jornalistas não tinham liberdade para investigar. As pesquisas oficiais do governo apontavam um número baixíssimo de casos de anomalias congênitas na cidade, dentro do índice de normalidade, cenário distante do que era presenciado no hospital da cidade. O primeiro passo na direção da redução da poluição do município foi a imposição de um número limite de lançamento de dejetos na atmosfera, monitorado pela estação da CETESB, instalada na cidade.

Posteriormente, as indústrias passaram a implantar filtros nas tubulações dos parques e, dessa forma, foi possível reduzir a dispersão de poluentes em até 98%. A partir daí, a natureza de Cubatão passa a se regenerar, a chuva de pó preto que cobria a cidade desaparece, a vegetação volta a florir e o guará vermelho, ave símbolo da cidade e antes

desaparecido, volta a colorir os mangues da cidade. Por tudo isso, em 1992 a cidade recebe, da mesma ONU que concedeu o título de cidade poluidora, o título de “Cidadesímbolo da Recuperação Ambiental”. Já no contexto hospitalar, a cidade regrediu vertiginosamente em número de unidades hospitalares. Atualmente, a cidade conta com apenas um hospital para atender os 140 mil habitantes, entre SUS e rede privada. Por outro lado, novas edificações públicas de saúde foram entregues, tais como o Centro Oncológico e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Vista do Parque Industrial de Cubatão no sopé da Serra do Mar | Fonte: EMAE (www.emae.com.br)

ESPORTES E LAZER: EXERCÍCIO COMO RECREAÇÃO No que diz respeito a serviços e atividades de lazer, Cubatão sempre esteve em dívida com a população e esse cenário não é de agora. Os jovens da cidade sempre reclamaram da falta de equipamentos culturais como teatro e cinema, e até mesmo de serviços comerciais como shopping.

Quando querem se divertir, a população cubatense migra para as cidades do entorno, principalmente Santos, para desfrutar das praias e demais espaços de lazer da cidade. Pela falta de tais espaços, o esporte passou a exercer a função de atividade de lazer e Cubatão passou a ser referência no assunto. Representantes do atletismo, arremesso de peso e canoagem levaram o nome da cidade para outros municípios e países por meio de competições.

Nos anos 90, o atletismo, nascido na pista de corrida do colégio Afonso Schmidt (em homenagem ao grande poeta da cidade), rendeu 35 nomes para integrar a seleção nacional. A canoagem, que se utilizava de técnicas sofisticadas trazidas por profissionais formados na USP, atraía não apenas os meninos e meninas de Cubatão, mas também das cidades vizinhas. Hoje, a cidade permanece com o mesmo estigma da falta de espaços de cultura 16

para o divertimento da população em geral. Há apenas um pequeno cinema e um pequeno teatro de iniciativa privada. Os equipamentos esportivos, que antes ocupavam a função daqueles espaços, agora, encontram-se em escassez. A cidade conta com apenas 5 equipamentos esportivos, sendo que 2 deles encontram-se desativados por falta de manutenção. O parque Anilinas, nome devido à antiga fábrica de anilina que funcionava no mesmo espaço, está localizado na principal avenida do centro da cidade e, apesar do fácil acesso, é pouco utilizado pela população nos finais de semana.

Antiga Pista Olimpica de Atletista | Fotografia: Marcus Cabaleiro

Parque Anilinas | Fotografia: Felipe Lessa 17

Sistema Anchieta Imigrantes I Fonte: Rádio Cruzeiro FM (www.cruzeirofm.com.br) 18

MOBILIDADE: BARREIRAS URBANAS Cubatão sempre representou a ligação entre planície e planalto, uma cidade de passagem. Tal característica levou a cidade a abrigar em seu território desde as primeiras conexões, como a Calçada do Lorena, até grandes rodovias como o sistema Anchieta-Imigrantes, erguido na década de 80. Por conta disso, a cidade passou a depender exageradamente das ligações de caráter regional para a comunicação interna, deixando de desenvolver uma malha alternativa e própria do município. Basicamente, a malha viária secundária da cidade é desenvolvida a partir do traçado das grandes rodovias e ferrovias que foram dispostas no território.

Embora a infinidade de rios sinuosos na cidade por si só já impunha um desenho bastante característico para a morfologia urbana, a rede de mobilidade regional foi definitiva para definir o desenho da mancha urbana.

Para o escoamento de mercadorias entre o planalto, o porto e o polo industrial, foram construídas duas malhas ferroviárias que passam pela cidade: a antiga São Paulo Railway ou Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, com cerca de 21 km de rede em Cubatão, e a Fepasa, herdeira da Estrada de Ferro Sorocabana, com cerca de 20 km de rede em Cubatão. Esta última, dispõe-se no território como uma grande barreira para a ocupação na cidade, bloqueando totalmente o acesso à porção leste do município. Com as grandes rodovias não é muito diferente. A composição das rodovias Anchieta, Imigrantes e SP-55 acabam por, além de fazer a ligação interbairros e intermunicípios, impor limite à expansão urbana da cidade. Os rios da cidade, mesmo em grande quantidade, não são explorados no âmbito da mobilidade urbana. A Cosipa, antiga Companhia

Siderúrgica Paulista, beneficiou-se do potencial náutico da cidade não apenas para o escoamento da carga por navios do seu porto, mas também para o transporte de trabalhadores em embarcações, ligando o polo industrial com sentido a Santos-Guarujá. Por muito anos, essa ausência de uma malha viária pensada para a cidade de Cubatão acarretou em muitos transtornos à mobilidade da população, uma vez que o transporte público disputa leito carroçável com caminhões graneleiros que, em época de safra, interditam as pistas da região e impedem o transporte de passageiros. Mas esse não é o único problema da mobilidade urbana que os cubatenses precisam enfrentar. A dependência exclusiva da rede de ônibus municipal de má qualidade obriga os munícipes a buscarem alternativas como o carro (individual ou compartilhado), moto e bicicleta para se locomover internamente. Quando não é possível, opta-se pelo uso dos ônibus da rede intermunicipal, o que é altamente prejudicial para o comércio da cidade, pois enfraquece o trânsito de pessoas no centro da cidade e as levam para o centro de outros municípios.

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MAPA DA BACIA HIDROGRÁFICA E RELEVO | Sem escala 20

CAMINHO DO MAR: HIDROGRAFIA E RELEVO RIO CUBATÃO RIO PIAÇAGUERA

RIO PEREQUÊ

RIO CUBATÃO

RIO CASQUEIRO

LARGO DA POMPEBA

A origem do nome da cidade de Cubatão ajuda a entender um pouco das suas características geográficas. O “rio que cai do alto” faz referência à Serra do Mar, parede costeira que separa a Baixada Santista da Região Metropolitana de São Paulo, que abriga a nascente dos muitos rios que deságuam no mar. Apesar da densidade de rios pequenos e de leito estreito, pode-se encontrar rios com maior relevância para a região, dentre eles: Rio Cubatão, que nasce em São Bernardo do Campo, no Parque Estadual da Serra do Mar, e o Rio Perequê, que nasce em Paranapiacaba e deságua no canal de Piaçaguera, passando pela zona industrial da cidade. A oferta de leitos hídricos navegáveis na cidade já foi bastante explorada pela Cosipa como meio de transporte hidroviário, levando os funcionários das cidades vizinhas, Santos e Guarujá, até o parque industrial. As embarcações levavam mais de 500 passageiros por viagem, integrando com o transporte rodoviário das cidades lindeiras. Mesmo com altíssimos índices de poluição apontados em períodos posteriores, atualmente os rios da cidade, segundo o Relatório de Situação dos Recursos Hídricos da Baixada Santista, são classificados como bons, com exceção do Rio Mogi, que recebeu a classificação “regular” devido à presença de produtos tóxicos advindos da produção do polo industrial. Contudo, ainda que haja uma vasta opção de rios e cachoeiras, passíveis de uso para banho, como é o caso do Parque Perequê e do Rio Pilões, os recursos hídricos são poucos explorados nesse sentido, principalmente devido à dificuldade de acesso a tais espaços.

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ÁREA DE INTERVENÇÃO: A AVENIDA BEIRA-MAR Segundo os estudos realizados pelo Instituto de Pré História da USP, juntamente com o Museu Paulista e o Museu l’homme de Paris, os primeiros homens cubatenses viveram aqui há 7 mil anos e já ocupavam a região onde hoje é o Jardim Casqueiro, nome que remete a uma das diversas denominações para sambaqui. O bairro, com uma população majoritariamente de classe média, é um dos mais bem servidos de infraestrutura e se estabelece em uma posição estratégica. Ao Norte, é delimitado pela Rodovia Anchieta, importante eixo de conexão com São Paulo e Santos, e ao Sul, pela extensa faixa hídrica do Largo da Pompeba, que divide Cubatão e São Vicente. E é ao Sul que se encontra a Avenida Beira Mar, percorrendo todo perímetro da costa fluviomarítima do bairro e exercendo um papel fundamental no fomento de espaços de lazer para jovens, adultos e crianças do entorno e de outros bairros próximos. Além da antiga escola canoagem, ao longo do logradouro é possível encontrar a praça da independência, o centro

de lazer de idosos, quadras esportivas e parques infantis. Os investimentos mais recentes da prefeitura do município em lazer estão concentrados em regiões de caráter náutico, provendo a construção de 3 píeres nos bairros Jardim Caraguatá e Jardim Nova República e Jardim Casqueiro. Este último, apelidado de “Projeto Novo Casqueiro”, maior obra em área e orçamento, já começou a ser construído na Av. Beira-Mar. O objetivo é a recuperação da orla com a reconstrução dos guarda corpos e a construção de um píer para passeio e pesca esportiva. A área de intervenção do projeto está localizada no extremo oeste da avenida, no final do bairro e no início da Estrada Metalúrgico Ricardo Reis. O Local, hoje abandonado, abrigava 2 construções da secretaria de Esportes e Lazer: o edifício da administração e a garagem de barcos. Além disso, funcionava ali também um píer de 75m de comprimento que dava acesso à Raia Olímpica da cidade.

Vista Aérea da Avenida Beira-Mar I Fonte: Imagem de Satélite do Google 23

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INFRAESTRUTURA E EQUIPAMENTOS PÚBLICOS MUNICIPAIS NA RMBS

EQUIPAMENTO DE ESPORTES E LAZER DA AVENIDA BEIRA MAR

Os nove municípios da Baixada Santista são heterogêneos na questão da oferta de equipamentos públicos de esportes e lazer para a população. Santos, a cidade com a maior arrecadação, possui uma rede de equipamentos municipais muito mais equipada, com ginásios poliesportivos, estádios e praças, além de sediar diversos eventos esportivos. As cidades do entorno, como São Vicente, Praia Grande e Cubatão, possuem a oferta de atividades esportivas atreladas ao ambiente escolar, com disciplinas de educação física, quadras poliesportivas dentro das escolas e, em raríssimos casos, piscinas. Já equipamentos públicos esportivos voltados ao desenvolvimento de esportes de alto rendimento, com a formação de atletas, é pouco praticado nessas cidades.

Além do desenvolvimento do turismo na região, as praias têm um papel importantíssimo para as atividades recreacionais e esportivas da população. Cubatão, a única cidade da RMBS que não possui praia, usufrui da infraestrutura das cidades vizinhas e de algumas praças locais para este fim.

Substituindo o antigo equipamento da Secretaria de Esportes e Lazer, o projeto prevê a reconstrução da garagem de barcos, destinados a atividade de vela e canoagem, do píer e da parte administrativa. Como adicional, serão incorporadas outras dependências tais como vestiários, sala de exame médico e uma piscina pública destinada a atividades de lazer. Os componentes do programa serão implantados na mesma localização das edificações antigas, com significativo aumento de área. A piscina, por sua vez, será construída sob estacas, ocupando leito navegável do Largo da Pompeba, juntamente com um deck perimetral que servirá de apoio ao tanque recreativo. Seguindo o plano da prefeitura de fortalecer o caráter recreativo da avenida, a construção da piscina nessa localidade estará em conformidade com a premissa, além de fornecer à cidade um espaço de fácil acesso para atividades de banho, atualmente inexistente na cidade, e oferecer à população o retorno de duas modalidades esportivas: a vela e a canoagem.

Antiga garagem de barcos I Fonte: GSV

Vista Aérea da Antiga Garagem de Barcos I Fonte: Imagem de Satélite do Google 25

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

GARAGEM DE BARCOS SANTA PAULA Projeto: Vilanova Artigas Fotografia: Acervo ArchDaily

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MUBE - MUSEU BRASILEIRO DA ESCULTURA E DA ECOLOGIA Projeto: Paulo Mendes da Rocha Fotografia: Acervo Revista Projeto

CLUBE XV Projeto: Pedro Paulo de Melo Saraiva Fotografia: Arquivo Vitruvius

RESIDÊNCIA JAMES KING Projeto: Paulo Mendes da Rocha Fotografia: Arquivo Projeto Arquivo Arq

PISCINA PÚBLICA DA BACIA DE LA VILLETE Projeto: Prefeitura de Paris Fotografia: Acervo Sotira Paris

PISCINÃO DE RAMOS Projeto: Prefeitura do Rio de Janeiro Fotografia: Marcelo Piu

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PLANTA COBERTURA | Escala 1:500 28

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PLANTA PAVIMENTO TÉRREO | Escala 1:500 30

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PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO | Escala 1:500 32

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CORTE TRANSVERSAL AA | Escala 1:500

CORTE TRANSVERSAL BB | Escala 1:500 36

CORTE TRANSVERSAL CC | Escala 1:500

CORTE TRANSVERSAL DD | Escala 1:500 37

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E

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G

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PLANTA ESTRUTURAL | Escala 1:500 38

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MAQUETE ELETRÔNICA | sem escala 40

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MAQUETE ELETRÔNICA | sem escala 42

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Novo Milênio. Cubatão. Disponível em: < http://www. novomilenio.inf.br/cubatao/cmapasnm.htm>.

Acesso em 16 set 2021.

IBGE Cidades. Cubatão. Disponível em: < https:// cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/cubatao/historico>.

Acesso em 28 set 2021.

ArchDaily Brasil. Clássicos da Arquitetura: Clube XV. Disponível em: < https://www.archdaily.com. br/br/770351/classicos-da-arquitetura-clube-xvfrancisco-petracco-e-pedro-paulo-de-melo saraiva?ad_ source=search&ad_medium=search_result_projects>.

Acesso em 16 set 2021.

ArchDaily Brasil. Clássicos da Arquitetura: Santa Paula Iate Club. Disponível em: < https://www.archdaily.com. br/br/01-142684/classicos-da-arquitetura-santapaula-iate-clube-slash-vilanova-artigasl>.

Acesso em 16 set 2021.

CBH-BS. Geoportal. Disponível em: <http://www.cbhbs. com.br/index.php/sig-web-bs/> Acesso em 16 set 2021.

Nelson Kon. Terra e Mar à vista. Disponível em: < https:// www.nelsonkon.com.br/cubatao/> Acesso em 17 julho de 2022.

EMAE. Tour Virtual da Usina Henry Borden. Disponível em: <http://lic.emae.com.br/tour/uhb/index.htm> Acesso em 17 julho de 2022.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais por todo apoio e amor que me deram a vida inteira e a todo auxílio durante a graduação.

Ao grande amigo Lucas Trindade, que sempre esteve comigo durante toda a jornada acadêmica.

Ao professor Francisco Spadoni e ao arquiteto Carlos Gomes, que aceitaram fazer parte da banca.

Ao professor Alexandre Delijacov por todas as conversas e pelo prazer em ensinar.

Ao meu irmão Wagner e aos amigos Rafaela, Sarah, Aline, Paulo e Abraham por todo carinho e apoio.