
3 minute read
Ato em São Paulo marca posição contra privatização da Sabesp
Sindicatos, parlamentares, prefeitos e movimentos sociais se uniram em defesa da companhia
Rede Brasil Atual
Advertisement
Sindicatos de trabalhadores, parlamentares, prefeitos de municípios paulistas e movimentos sociais se uniram em protesto contra a privatização da Sabesp no dia 14 deste mês de fevereiro. O ato em frente à Bolsa de Valores, na região central, do qual participaram também a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, marcou o início da resistência em defesa da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. A venda da empresa foi anunciada pelo governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“A privatização da Sabesp vai impactar no bolso do trabalhador, que vai pagar mais pelo consumo da água. Mas vai ter impacto também nos preços em geral, porque os custos dos produtos acabam subindo com o aumento da conta de água para os empresários”, afirmou o deputado estadual paulista Luiz Cláudio Marcolino. Marcolino destacou ainda o fato de a Sabesp ser uma empresa lucrativa. “É uma estatal que dá lucro, e isso traz recursos para que o governo possa investir em políticas públicas.”
R$ 2,48 BILHÕES
A Sabesp é uma empresa de capital aberto que obteve lucro líquido de R$ 2,479 bilhões entre janeiro e setembro de 2022. O resultado é 42,6% maior que o de igual período do ano anterior. Mesmo sendo altamente lucrativa, o governo recém-eleito já anunciou sua venda diversas vezes. Entre elas, em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial, quando disse que vender a companhia está entre suas prioridades.
A empresa atua em 375 municípios paulistas, atendendo 28,4 milhões de clientes. Além do fornecimento de água, seu sistema de coleta de esgotos atende 24,7 milhões de pessoas, 88,5% da população conectada à rede de água da companhia. O atual governador defende que os serviços serão ampliados com a empresa nas mãos da iniciativa privada. Mas os manifestantes contestam com veemência.
FRACASSO
“É um contrassenso essa privatização, sobretudo porque deu errado no mundo inteiro, deu errado no primeiro mundo e dará errado aqui também”, lembrou o dirigente do Banco do Brasil (BB) Diego Pereira, o Pepe. “A água é um direito sagrado da população”, frisou ainda.
A empresa atua em 375 municípios paulistas, atendendo 28,4 milhões de clientes. Além do fornecimento de água, seu sistema de coleta de esgotos atende 24,7 milhões de pessoas, 88,5% da população conectada à rede de água da companhia. O atual governador defende que os serviços serão ampliados com a empresa nas mãos da iniciativa privada. Mas os manifestantes contestam com veemência.

“É um contrassenso essa privatização, sobretudo porque deu errado no mundo inteiro, deu errado no primeiro mundo e dará errado aqui também”, lembrou o dirigente do Banco do Brasil (BB) Diego Pereira, o Pepe. “A água é um direito sagrado da população”, frisou ainda.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado, José Antonio Faggian, alertou que a luta contra a privatização é da sociedade paulista. “O nosso objetivo aqui é debater com a população qual será o prejuízo que ela vai ter com a privatização da empresa. Não é uma luta só dos trabalhadores do setor de saneamento. Esse ato de hoje faz parte de uma mobilização nacional dentro desse primeiro trimestre do ano. Em março teremos a Conferência Mundial da Água, que a ONU vai promover”, disse Faggian.
Em março de 2022, o conflito de interesses que marca a gestão da água por empresas privadas foi a tônica da participação do ambientalista brasileiro Carlos Bocuhy no Fórum Alternativo Mundial da Água 2022 Brasil-Dakar. Presidente do Proam (Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental), Bocuhy dei- xou claro não haver nada de errado que as empresas privadas trabalhem pelo lucro e o divida com seus acionistas conforme o seu estatuto. Mas que isso não pode ser aceito quando a privatização envolve delegar a uma empresa a gestão de um bem público, no caso, a água.
“Quando uma empresa vai gerir o bem público, ela vai gerar bem público. Ao gerir a água com a única visão de que vai captar e distribuir, perde-se toda uma visão natural, ecossistêmica, que acaba ficando para o estado. E esse não é um produto qualquer. É um bem de interesse humano essencial, um direito fundamental”, disse.