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Jornada reúne centenas de entidades

VII Jornada de Agroecologia aconteceu no interior da Bahia, com lideranças e participantes do Brasil todo,

Paulo San Martin/ADunicamp*

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Na beira de uma praia sem ondas, porto de pescadores quilombolas, centenas de lideranças de movimentos sociais discutiram propostas, rumos e ações para fortalecer a solidariedade e a mobilização conjunta das lutas dos movimentos, povos e comunidades das diferentes regiões do país. Os debates, acompanhados por mais de mil pessoas vindas de vários cantos do Brasil, ocorreram entre os dias 31 de janeiro e 3 de fevereiro durante a VII Jornada de Agroecologia da Bahia, na Comunidade Quilombola e Pesqueira Conceição de Salinas, no município de Salinas da Margarida, num ponto remoto da Baia de Todos os Santos.

As jornadas, que chegaram agora à sua sétima edição, são organizadas pela Teia dos Povos, com a colaboração e apoio do Fórum Popular da Natureza, movimentos que reúnem comunidades de territórios indígenas, quilombolas, de pequenos agricultores e outras organizações políticas rurais e urbanas.

A proposta da Teia, criada em 2014, assim como a do Fórum – que foi fundado cinco anos depois na ADunicamp (Associação de Docentes da Unicamp) –, é fomentar uma rede de solidariedade e de apoios conjuntos entre os diferentes movimentos populares que atuam no país. “As lutas territoriais ou de determinadas categorias muitas vezes são específicas. E a Teia não interfere nisso. Trabalhamos para unir forças que venham de todos os lados, para incluir a comunidade e as diferentes forças de apoio. Trocar experiências”, relata o líder quilombola Joelson Ferreira, o Mestre Joelson, um dos principais organizadores da Teia dos Povos e das jornadas.

Para o Cacique Juvenal Teodoro

Payayá, da etnia Payayá, integrante da Teia e do Fórum, e um dos principais organizadores da VI Jornada ocorrida em 2019 no seu território, na Chapada Diamantina, os dois movimentos têm também a missão de “dar outra visibilidade aos trabalhos de formiguinhas” que ocorrem em diferentes regiões do país de forma isolada.

“Temos essa missão de dar visibilidade, de agigantar os extensos trabalhos que são feitos, não só nas lutas travadas em defesa dos povos, mas também em ações essenciais e exemplares como limpeza das águas e da terra, o exercício da agroecologia, a produção de comidas e sementes limpas em nossos territórios”, pontua o cacique.

*Essa reportagem, publicada originalmente no site da ADunicamp, é a primeira de uma série de reportagens e podcastas que poderão ser acompanhados em www. adunicamp.org.br. As reportagens serão oportunamente reproduzidas no site de Recantos da Terra: www. jornalrecantosdaterra.com.br.

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