Livro "Credicitrus - Um exemplo da força do cooperativismo de crédito

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UM EXEMPLO DA FORÇA DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO

Participantes de encontro sobre Cooperativas de Crédito no início dos anos 1980

Como se verá, mais do que um administrador capaz, Leopoldo Uchôa foi o líder capaz de enxergar, antes de todos, o enorme potencial do cooperativismo de crédito rural e o modelo de organização a ser adotado para que a Credicitrus se tornasse um bem-sucedido braço financeiro para a Coopercitrus. Voltando a 1983, naquele encontro histórico organizado pela OCESP, discutiu-se a formação de um sistema nacional de cooperativismo de crédito gerido pelas próprias cooperativas, tendo um banco cooperativo como instituição cen-

CREDICITRUS

tral. A este, por sua vez, estariam subordinadas, na condição de cotistas, cooperativas centrais estaduais, as quais teriam as cooperativas singulares como seus componentes capilares. Nesse encontro ainda foi introduzido um aspecto inédito, considerado a verdadeira chave do sucesso desse novo modelo. Definiu-se, com base em uma recomendação originalmente feita pelo líder cooperativista Mário Kruel Guimarães (catarinense radicado no cooperativismo do Rio Grande do Sul): as novas cooperativas de crédito rural deveriam estar vinculadas a cooperativas agropecuárias que já atuassem com êxito; deveriam, além disso, ser geridas sob o mesmo comando. Atendidas essas condições, herdariam a credibilidade de suas organizações-mães e conservariam os mesmos princípios filosóficos destas, bem como suas linhas estratégicas. Mário Kruel Guimarães tomou por base, ao propor esse modelo, os estudos que fizera sobre as turbulências que marcaram o cooperativismo de crédito brasileiro nos anos 1970, culminando com um diagnóstico ácido, feito em 1978. Disse, então: “No Brasil o número de cooperativas fracassadas é muito maior do que o das que ainda estão por aí”. E concluiu: “Nossos estudos indicam que a maioria das quebras de cooperativas de crédito se explica por três coisas: 1 - falta de integração; 2 - falta de auto-fiscalização; 3 - falta de capacitação”.

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