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Movimento #3 com
Rebeca Gondim
Você já parou para pensar na quantidade de pessoas com cabelo crespo ou cacheado que os alisam?
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Puxando, esticando, queimando, prendendo, podando, alisando diariamente seus cabelos.
Que desde pequenas, são influenciadas inclusive pelos próprios pais de que seu cabelo não é “adequado”.
É evidente que existe uma ditadura da beleza, e que diversos padrões do que é considerado belo, vem de pessoas que possuem fenótipos de pessoas brancas. Fazendo com que pessoas que não se encontram nesse padrão, tentem se adequar.
É a ditadura do liso, é a ditadura do branco.
É evidente também, que isso existe desde o período colonial de nosso país. Desde a escravidão dos povos africanos, que eram trazidos em navios negreiros para trabalharem nos engenhos de açúcar.
Onde essas pessoas nem eram consideradas pessoas, e sim peças. Onde qualquer característica que se assimilasse aos negros escravizados era vista de forma negativa. Sua cor, suas crenças, seu nariz, sua boca, suas danças, sua comida, seu cabelo...
Claro que hoje em dia, no Brasil, somos todos mestiços. Uma mistura. Somos em parte negros, em parte brancos, em parte indígenas. Mas historicamente, aquelas pessoas que não se adequam a padronização europeia e branca são descriminados.
Uma mulher negra e de cabelos cacheados escolher não alisar os cabelos, e deixa-los crescerem e florescerem, é um ato político.
Aceitarmos a forma como nascemos ou nos reconhecemos enquanto individuo é um Movimento.
Com Rebeca Gondim e Werner Ferlos
Direção, Filmagem e Texto: Thiago Merces
Edição: Marcos Haas
Registro da performance “Terezinha” de Rebeca Gondim, na Mostra de Artes Geraldo Barros, no SESC de Arcoverde.
Agradecimentos: Maria Clara Camarotti, Jorge Kildery, Natalie Revorêdo, Rebeca Gondim, Werner Ferlos, SESC Arcoverde.
