Programa Cordel "Paulo Freire, o andarilho da utopia"

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*************************************** Esse Ato Cenopoético estreou no dia 28 de março de 2019 no Palácio Sônia Cabral em Vitória do Espírito Santo e em seguida realizou uma apresentação histórica em Angicos.

*************************************** A emoção toca essa equipe pela afetividade, simplicidade e compromisso em que se desenvolve o espetáculo Paulo Freire, o andarilho da utopia. A opção de montar a peça com baixo teor de institucionalidade e alto nível de afetuosidade nos move. Ao passo que vamos andarilhando somos tocados pelos esforços que cada um vai tecendo para viver de perto esse ato. Hora pela venda de canecas em banquinha improvisada na praça de Umarizal/RN; amigos juntando milhas para comprar parte de nossas passagens, hora passando chapéu, recolhendo doações antecipadas, abrindo suas casas para nos hospedar, compartilhando seus alimentos. Tudo tão humanamente caloroso e possível. Paulo Freire vive e nesses gestos, o espetáculo se faz amoroso e acessível como era Freire e como é sua grandiosa obra e legado.

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ANDARILHO DA UTOPIA Junio Santos 1 A vocês ofertamos nossos sonhos Nosso gesto, delírio e emoção Nossa busca por uma educação Sem a mordaça daquela que nos cala A liberdade expressa em nossa fala A busca incessante que não cansa O viver prazeroso d’uma criança O espetáculo que agora principia Com vocês o ANDARILHO DA UTOPIA Começando na terra sua ANDANÇA 2 Com carinho cantaremos a liberdade O desejo de viver na plenitude O espírito eterno da juventude O cuidado com afetividade O sabor amargo da saudade

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A fé permanente na esperança A desperta e eterna perseverança Entoada na mais bela melodia Pra vocês o ANDARILHO DA UTOPIA Venha junto fazer parte dessa ANDANÇA 3 Se o andarilho é um sujeito em movimento A utopia é o pulsar da alma Só na busca incessante ele se acalma E liberta-se de todo tormento Transforma a dor e o sofrimento Em movimentos singelos de dança Na cadeira do destino se balança E palavreia com toda freguesia Assim diz o ANDARILHO DA UTOPIA O que seria de mim sem tanta ANDANÇA?

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Nita Freire {viúva} Passados alguns anos da perda de Paulo, a saudade é mais amena, não é mais a saudade que quase me impossibilitou de viver. Entretanto, ela permanece em mim como um sentimento que dá sentido à minha vida, porque a saudade do outro nada mais é do que uma forma diferente da sua presença mesma. Esse amadurecer da dor me dá algumas certezas até por força de tudo que passei pela e após a morte de Paulo. De que foi muito fácil de viver ao lado dele cheio de ternura e amor a dar, de bom humor menino, de sua simplicidade mesmo como um homem conhecido no mundo e de sua aceitação de como eu era. Entretanto, a sua ausência me faz constatar a ambigüidade dos movimentos da vida para além do ser muito difícil de viver sem {8}


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ele. É que esse viver sem ele acarretou também ter de enfrentar as “tormentas que se abateram sobre mim”, após a sua partida, porque se foi muito fácil ter sido sua mulher e companheira, vem sendo muito difícil ser sua viúva. Essas coisas mesmas que me impingiram cruamente me vêm dando a possibilidade de crítica de ter muito mais certeza hoje da que tive ontem, da profundidade com que fui amada, muito amada por ele. Disso decorre que não tenho o direito de queixarme dos dissabores da vida – eles existem independentemente de nossas vontades ou da vontade dos outros e outras –, porque experimentei a forma mais profunda e mais plena possível do amor. Do amor de gente como Paulo, de Paulo. {9}


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Não posso esquecer o olhar firme, doce, profundo vindo de sua alma, deitado na cama do hospital de onde não mais saiu para a vida, ao me dizer: “Nita, amo-te muito. Amo-te o mais que se pode amar!!!!”. Depois silenciou e continuou a me olhar, a me olhar com a profundidade de olhar que jamais vi em nenhuma outra pessoa nem mesmo nele. Continuou a me olhar despedindo-se de mim. Estou espantada de alegria e de regozijo por esse espetáculo que faz Paulo vivo.

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Richard Riguetti {ator} Você já imaginou como poderia ser um espetáculo sobre Paulo Freire? Qual a importância de se montar uma peça falando sobre ele nos dias de hoje? Onde e como essa peça será feita? Para quem queremos fazer? Nos palcos, nos becos, nas vielas, no picadeiro, na praça, nas escolas, embaixo de uma mangueira, em cima de um caixote… Essas são perguntas que sempre nos impulsionam no proceso criativo e produtivo, enchargando o nosso coração de uma amorosidade incondicional pelo teatro, pelo circo e pelo palhaço, pelas pessoas e pela vida, orientando os nosso afetos em direção ao público brasileiro, desejoso de viver num país mais justo, democrático e igualitário. Tendo como base fundamentalmente a praxis do diálogo nas {12}


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relações como centralidade na inclusão das diferenças e diversidades. Estudei a vida toda em escolas públicas e por isso nutro o desejo de levar esse Ato Cenopoético intitulado Paulo Freire, o andarilho da utopia, para todas as escolas espalhadas por esse Brasil adentro. Mostrar a beleza do texto e da vida do Paulo Freire, um brasileiro com uma enorme repercussão internacional. Primeiro tenho que dizer da minha profunda alegria de estar aqui, hoje, diante de todos e todas e poder comemorar 40 anos de vida dedicados à arte. Está sendo um prazer enorme viajar no tempo e resgatar essa incrível aventura que tem como marco o início da minha estreia na peça Rasga Coração, em 1979. {13}


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“Se tu queres ver a imensidão do céu e mar refletindo a prismatizacão da luz solar rasga o coração, vem te debruçar sobre a vastidão do meu penar” Ter passado pelos melhores palcos de uma centena de cidades do Brasil, e ter tido experiências com grandes mestres do teatro como Sérgio Britto, Amir Haddad, Gerald Thomas, Raul Cortez, Iara Amaral, Nathalia Timberg, Débora Bloch, Rubens Correa, Ítalo Rossi, José Wilker, Ari Fontoura, entre muitos outros, me fez compreender a importância de ser ator no Brasil e ter a dimensão dessa responsabilidade perante o público. Quando há 30 anos atrás optei pelo espaço público como local para constituir {14}


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a minha poética, saindo dos palcos e indo ao encontro de algo novo que pudesse resignificar a minha prática na arte, encontrei uma outra realidade. O palhaço e o circo foram as linguagens que me alimentaram nesse período. O circo e o palhaço me encantaram há 30 anos atrás, quando montei o espetáculo de rua Palhaço de Rua e com ele me embrenhei pelas ruas, praças, favelas, becos e vielas. O palhaço me ensinou muito sobre mim e sobre os outros. Mostrou que as pessoas riem porque creem, porque acreditam no futuro, porque vislumbram um futuro melhor. “Poetas, palhaços, músicos, cantores Gentes de todas as cores {15}


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Façam esse favor para mim Façam esse favor para mim. Quem puder tocar que toque Flauta, trombone ou clarim Quem puder gritar que grite Façam esse mundo acordar Que a nossa palhaçada Acabou de chegar” Com Paulo Freire, o andarilho da utopia, volto aos palcos e permaneço nas ruas, praças, becos e vielas. Locais onde o artista de hoje, vendo a si aquele artista de ontem, aprende por ver melhor o antes visto.

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Eu sou o tempo O tempo sou eu O tempo me leva O tempo me traz O tempo me diz O que tenho que fazer Me entrego a Paulo Freire e a vocês como num ritual de celebração da vida, da nossa dimensão humana e da potência do povo brasileiro. Mastiguem bem esse PF. Ele foi feito para alimentar almas de pessoas almadas como vocês.

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Junio Santos {dramaturgo} Inda menino, vi no Areal no Bairro das Rocas em Natal-RN, crianças brincando em rodas numa Escola que parecia improvisada. Notei, com uma pontinha de inveja que todos estavam tão alegres e tão prazerosas que pouco importava o ambiente rústico das salas e da cerca que a rodeava. E me perguntava: Porque a minha escola era tão dura, tão sem gosto, tão sem vida, cercada pelo muro alto e com cheiro de prisão? Chegando em casa falei pra meu avô e ele me respondeu que a Escola se chamava de Pé no Chão Também se Aprender a Ler e que era destinada as pessoas que não podiam pagar os estudos. Juro, fiquei morrendo de inveja. Qual a criança que não gosta de aprender brincando? Anos mais tarde é que vim a conhecer melhor {18}


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sobre a história e ter conhecimento desse grande e amoroso Mestre Paulo Freire. Ao ser chamado, pelo Richard Riguetti e o Luiz Antonio Rocha, pra fazer parte dessa magnífica empreitada, não contei tempo e aceitei, mesmo sabendo que a distância poderia dificultar nossos contatos, debates e acertos. Ler a vasta obra de Paulo Freire é necessário e prazeroso. Complicado é - entre tantas palavras e textos significativos - extrair o conteúdo da dramaturgia. Tinha que dá no que deu. Diversos roteiros criados e até agora nenhum fechado como definitivo. Até porque o tema não permite definir ou fechar a sentença. O tema, assim como o próprio o Paulo Freire e a vida são de um dinamismo ímpar, insaciável, contagioso. {19}


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Por isso tivemos que despertar a necessidade urgente de criar roteiros cenopoéticos temperados com cantigas, poemas, com cheiros de vida e cheiros de gente, mexido por várias mãos, tecidos com carinho, cuidado humildade e a busca constante de não dar asas ao saber não determinante e prepotente da cultura dominante que a séculos nos mantém na escravidão. E é entoando poesias e cantigas que entregamos ao mundo um feitiço coletivo, regado pelo compromisso que arrepia, provoca, contagia e nos impulsiona a caminhar a passos largos no sentido de propagar a esperança que não cansa, na voz, no corpo, na força de Paulo Freire, Andarilho da Utopia. {20}


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Nessa produção a vaidade - comum no campo das arte - não reinou. O que vingou e fortalece os laços é o estado de permissão, compromisso e principalmente cumplicidade e a certeza que: Nada continua como tá Tudo tá sempre mudando O mundo é uma bola de ideias Se transformando - nos trans - formando.

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Luiz Antônio Rocha {encenador} Para nós artistas é importante tentar entender onde o processo da ficção nos levará, ou melhor, como sairemos dele. Essa história não é apenas a de um personagem que vai conquistar o mundo. A bordo de seu coração(espaçonave) residem qualidades humanas comuns de um coletivo com suas experiências e problemas. Seu destino é tudo menos algo planejado de antemão. Seres errantes da criação como ele encontram formas de vidas curiosas num mundo diferente. É como se vivessem em planetas diferentes do nosso. Não é fácil entrar em contato com eles. Eles têm que usar suas mãos, pernas e tentáculos para entender e comunicar coisas elementares e simples. Mas uma vez que esse processo de trocas começa, dizer adeus é sempre difícil… {22}


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O que carregamos em nossas cabeças, almas e corações é sempre muito mais misterioso, desconcertante e perigoso. Certamente é infinito. Se nossas mentes estão cheias de fantasias e nossos pensamentos são únicos, então esta é provavelmente a coisa mais valiosa que possuímos. Pode ocorrer que nosso próprio modo de pensar nos isole, mas isso não é motivo para desistir. É nosso dever preservar nossas ideias, percepções e sonhos, especialmente os “fora da caixinha”. Não devemos permitir a padronização de nossos pensamentos. Isso causaria o colapso do universo. É precisamente o fato de que somos todos diferentes que nos une. Olho, penso, e revisito o processo dessa {23}


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viagem e vejo que estou envolvido por pessoas “errantes” (o Richard, a Márcia, o Junio, a Beth, o Eduardo, o Michel, o Ricardo, a Jane, a Aline, a Josie, a Liz) que carregam luzes e que me inspiram. Sabe? Esse pessoal que faz teatro, que pensa teatro, que respira arte que tem sensibilidade e afeto. O brasileiro gosta de histórias. Gosta de pessoas que inventam que abrem caminho que enfrentam desafios, que são corajosas. O brasileiro está imerso em crenças fortes, em uma diversidade e cultura preciosas. Nossa brasilidade carrega paixão e acolhe arte antes mesmo de saber que é arte. Assim trazemos a presença iluminada de Paulo Freire através de uma dramaturgia que abarca formas brincantes como o circo {24}


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e o teatro de rua, traz também em seus interstícios os gritos das almas que buscam e não desistem nunca. Essa brincadeira que propomos rompe barreiras de tempo e lugar. Nos leva à lua, um lugar de exílio e reflexão. Traz o encanto das palavras encharcadas de significados tão amorosas de Paulo Freire e de suas ideias. São ideias mais que nunca atuais, vivas e necessárias diante da realidade que neste momento nos envolve. Paulo Freire, o Andarilho da Utopia é uma peça da palavra, do tempo e sobre o Brasil.

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Sinopse O andarilho é um sujeito em movimento. A Utopia é um movimento da alma. É um impulso de buscar, sabendo que existe sempre algo mais a ser descoberto. Descobrir, para Paulo, é exatamente isso: tirar a coberta, se surpreender com a beleza, a estranheza e o mistério das coisas. “Paulo Freire, o andarilho da Utopia”, aparece em nosso espetáculo como um menino, um astronauta, um professor, um brasileiro com sonhos e esperança. É no interior de Pernambuco, à sombra de uma mangueira, que nossa história começa. Um menino com um graveto na mão inicia o seu processo de leitura do mundo. É submetido à fome, tal qual grande parte da população brasileira. Na Infância da

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juventude, outra fome lhe ocupa o tempo: as palavras. E ele as devora como se fossem pedaços de comida. Foi essa a sua busca até a eternidade: as palavras. Através delas, e com elas, percorre territórios, tecendo uma pedagogia emancipadora e revoluciona a educação mundial — movido pelo desejo de liberdade de si e dos outros, de consciência política, de justiça e de superação dos obstáculos. Nosso Andarilho, independente da sua vontade, é afastado da Terra, enviado ao espaço, e amanhece na lua. Um lugar escondido do mundo e dos outros, onde se pode OBSERVAR, VER, ENTENDER e APRENDER. Distante do Brasil, reafirma seu amor por sua terra, pela sua gente. Com a toada do verso nordestino e a dialética da

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cultura popular, convidamos você pra viajar e voltar de novo a ser menino. É assim que reinventamos Paulo Freire em todos nós. Uma história que não tem fim, e por que será? “Paulo Freire, o andarilho da Utopia”, derrama no palco a trajetória e os causos de um dos mais notáveis pensadores da história da educação mundial.

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CRONOLOGIA 1921 Paulo Freire nasce em Recife, no dia 19 de setembro. 1927 Entra, já alfabetizado, para a escolinha particular da professora Eunice Vasconcelos. 1931 Mudança para Jaboatão dos Guararapes/PE. 1934 Morte do pai quando Paulo tinha 13 anos. 1937 a 1942 Cursa o Ensino Secundário no Colégio Osvaldo Cruz, do Recife, onde teve seu primeiro emprego, tornando-se, em 1942, professor de língua portuguesa do mesmo. 1943 Ingressa na Faculdade de Direito do Recife. 1947 Forma-se Bacharel em Direito.

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1944 Casa-se com Elza Maia Costa de Oliveira. 1947 Assume a Diretoria da Divisão de Educação e Cultura, do Sesi-Pernambuco. 1952 Nomeado Professor Catedrático da Faculdade de Belas Artes, da Universidade do Recife. 1954 Foi nomeado Diretor Superintendente do Departamento Regional de Pernambuco do SESI-PE, cargo que ocupou até outubro de 1956. 1960 Defende tese e obtém o título de Doutor em Filosofia e História da Educação. 1961 Foi-lhe conferido o título de Livre Docente da Faculdade de Belas Artes. Tendo perdido o cargo de docente desta Escola, foi nomeado Professor Assistente de Ensino Superior, de Filosofia, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade do Recife.

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1962 Cria e foi o primeiro Diretor do Serviço de Extensão Cultural, da Universidade do Recife. 1963 Realiza a Experiência de Alfabetização de Angicos/RN. Cria as bases do Programa Nacional de Alfabetização, do Governo João Goulart. 1964 Golpe Militar extingue o Programa Nacional de Alfabetização. Prisão no Recife. Asilo na Embaixada da Bolívia, no Rio de Janeiro. Em setembro parte para a Bolívia. Em novembro segue para o Chile. 1965 Publica o livro Educação Como Prática da Liberdade. 1967 a 1968 Escreve no Chile o livro Pedagogia do Oprimido. 1969 Muda-se para Cambridge, Massachussetts, USA.

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1970 Transfere-se para Genebra, Suíça, para trabalhar no Conselho Mundial das Igrejas, passa a “andarilhar” pelos cinco continentes. 1971 Funda, com outros exilados, o Instituto de Ação Cultural (IDAC), em Genebra. dedica-se de modo especial ao trabalho de educação em alguns países africanos. 1979 Obtém seu primeiro passaporte e visita São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. 1980 Retorna ao Brasil, para lecionar na PUC/SP e na Unicamp. 1981 Participa da fundação do Vereda - Centro de Estudos em Educação, em São Paulo. 1982 Publica A importância do ato de ler em três artigos que se completam, livro que mereceu, em julho de 1990, o “Diploma de Mérito Internacional”, concedido pela “International Reading Assocition”, na Suécia.

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Deste ano até 1992, escreve os “livros falados”, isto é, livros nos quais, estimulado por outros educadores, narrava a sua vida e explicitava as suas reflexões. 1986 Recebe o Prêmio UNESCO da Educação para a Paz. No dia 24 de outubro morre sua primeira esposa, Elza Maia Costa de Oliveira. 1987 Passa a integrar o júri internacional da UNESCO, que escolhe e premia as melhores experiências de alfabetização do mundo. 1988 No dia 27 de março, casa-se em cerimônia religiosa, no Recife, com Ana Maria Araújo Hasche e, em 19 de agosto, em cerimônia civil, quando ela passa a assinar Freire. 1989 Assume o cargo de Secretário de Educação da cidade de São Paulo. 1991 Afasta-se da SMEd-SP para escrever livros. Retorna a lecionar na PUC/SP. Demite-se da UNICAMP.

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1988 a 1997 Volta depois de 10 anos a escrever livros autorais: Pedagogia da Esperança. Cartas a Cristina: reflexões sobre a minha vida e minha práxis. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. Política e educação. À sombra desta mangueira e Pedagogia da Autonomia, além de outros com diversos educadores. e inúmeros artigos e conferências. 1997 Faleceu no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 02 de maio, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Deixou 5 filhos e viúva. Paulo Freire participou durante a sua vida de fóruns e debates. Realizou milhares de palestras e conferências. Deu pareceres sobre os mais diversos assuntos. Concedeu entrevistas para jornais, revistas e televisão. Envolveu-se nos movimentos sociais progressistas, entre muitas outras atividades como militante e como intelectual. Recebeu prêmios, títulos e homenagens em todo o mundo, entre estas 39 títulos de Doutor Honoris Causa, dos quais 5 entregues à sua viúva. A partir de 2000, a sua viúva Ana Maria Araújo Freire, na qualidade de sucessora legal da obra de Paulo Freire, organizou seus textos inéditos, nomeou-os e publicou na “Série Paulo Freire”, da qual é diretora: Pedagogia da Indignação, Pedagogia dos Sonhos Possíveis e Pedagogia da Tolerância.

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AGRADECIMENTOS Aline Bernardi, Antero Rocha, Antônio Karnewale, Arlete Heringer, Bia Oliveira, Carlos Vianna, Christina Bocayuva, Claudio Ricciardi, Escola Nacional de Circo, Eugênio Cunha, Eurivelton Cunha, Fernanda Nicoles, Gilson Barros, Guilherme Fernandes, Guilherme Nehmy, Marina Frausches, Michele Cunha, Paulo Mazzoni, Rai Lima, Roberto Birindelli, Romero Cavalcanti, Silvana Mello, Valeria Gasparini, Valéria Mauriz

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Aos cenopoetas que participaram do encontro cenopoetico de novembro de 2018 em Icapui, Praia da Redonda - Ceará: Carla da Paz, Clarice Bezerra, Chiquinho Bezerra, Cleilton da Paz, Dulcivan Fernandes, Edson Paulo, Elisete Gomes, Eugênia Neri, Fábio Ariston, Izabel Dantas Jadiel Lima, Johnson Soares, Josy Dantas, Junio Santos, Liz Maria, Lucélia Coelho, Luiza Galavotti, Maria da Paz Dantas, Maria Navegantes, Mizael Alves, Nathály Oliveira, Ray Lima, Regina Lima, Vera Dantas, Vítor Pordeus

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FICHA TÉCNICA Dramaturgia: Junio Santos Ator: Richard Riguetti Encenação: Luiz Antônio Rocha Cenário e Figurino: Eduardo Albini Projeto de Luz: Ricardo Lira Jr Direção de Movimento: Michel Robin Preparadora vocal: Jane Celeste Preparação de ator: Beth Zalcman Preparadora corporal: Aline Bernardi Assessoria técnica em manipulação em arco: Thalita Nakadomari

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Assessoria pedagógica: Josy Dantas Assistente de direção: Marcia Rosa Operação de Luz: Adilson Nogueira Letras de músicas: Ray Lima e Junio Santos Execução adereço Borboletas: Claudio Ricciardi Fotografias: Cristina Bocayuva, Fabio Martins, Zelia Siqueira, Carla Nigro, Dalton Valério Design: Marcos Corrêa Assessoria de imprensa: Target Assessoria de Comunicação Realização: Espaço Cênico & Grupo Off-Sina

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Por mais que caminhei no mundo Em busca da felicidade Sempre tive certeza Desde a mais tenra idade Que ela não tá no desgosto Nem no rosto da Inferioridade Seu plano não é forte nem alto E palpita somente na igualdade Volto sempre a ser menino Pois é lindo brincar de aprender Com garranchos alisar a terra Verter letras pra poder viver Andarilho é o que traça o caminho E faz ninhos pra poder conviver Com o mundo que em desalinhos Nos deixa sozinhos sem em nada crer Mais a fé nunca se arrefece Ela se aquece com o que prenuncia Tem sabor da doce verdade Tem o cheiro e a cor da alegria Voa solta no céu da liberdade {40}


E com amorosidade Se encanta com a noite Se encanta com o dia Arrepia a todas as idades E dança com a esperança Aquela que não cansa A todos e todas que a buscam E educam com amor e serenidade. Estou sempre indo e voltando Não me canso de sempre dizer Que o inédito inda pode ser viável Que nunca é tarde para aprender Que ninguém vive sozinho no mundo E o quanto é profundo De mãos dadas, caminhar com você Com você, com você Com você ...

Se todos dermos as mãos, quem sacará as armas? (Texto final da peça por Junio Santos)

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