VOL3 N3 ESSFISIONLINE

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Reabilitação Cardíaca: Intervenção da Fisioterapia adequadamente com a sua condição clínica (VOGELS, et al., 2003). Também como referido para a fase I, devem-se utilizar objectos visuais que suportem a informação verbal e permitam o feedback e o reforço (GOBLE e WORCESTER, 1999, SIGN, 2002). Apesar de a literatura existente não ter como objectivo especifico comparar a efectividade dos módulos de educação em grupo versus educação individual sobre os resultados, estudos que envolvem outras populações confirmam a efectividade das abordagens de grupo (GOBLE e WORCESTER, 1999). A partilha de informação, e experiências entre indivíduos (GOBLE e WORCESTER, 1999, SCHACHT, 1997), bem como a criação de laços emocionais com outros utentes constitui um benefício adicional, uma vez que parece ter efeitos favoráveis ao nível da depressão e comportamentos associados (MILANI, et al., 1996). Além disso, as intervenções em grupo envolvem menos dispêndio de tempo dos profissionais e como tal, são mais custoeficazes do que as intervenções individuais. No entanto, cada grupo não deverá ter mais de 20 a 25 utentes (GOBLE e WORCESTER, 1999). Apesar de as abordagens de grupo parecerem ser uma boa opção também para esta população, sempre que requerido pelo utente e/ou familiares deverá ser disponibilizado acompanhamento individual (GOBLE e WORCESTER, 1999). Relativamente aos tópicos abordados, cada sessão deve focar-se numa temática especifica ou em várias, segundo protocolo definido pela equipa de reabilitação (de forma a assegurar alguma uniformidade na informação transmitida), mas deve ser suficientemente flexível para ir de encontro ás necessidades, interesses e questões especificas dos utentes que integram o grupo e promover a discussão interactiva entre eles (GOBLE e WORCESTER, 1999).

Programas de Exercício A intervenção inclui um programa estruturado, com o objectivo de incutir a prática de actividade física regular e a sua manutenção ao longo do tempo, melhorar a tolerância ao exercício e retomar, ou mesmo melhorar, o nível de actividade física antes do incidente cardíaco. Para que tal aconteça, é importante que o fisioterapeuta siga os princípios fisiológicos da prescrição do exercício, como o tipo de exercício, a frequência, intensidade e duração do mesmo.

Tipo de exercício No que diz respeito aos componentes do módulo de treino, este deve incluir exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular (BALLADY, et al., 2000). Cada sessão deve também englobar exercícios de flexibilidade (BALLADY, et al., 2000), com o objectivo de preservar ou aumentar as amplitudes de movimento articular (SINGH, et al., 2006) Os exercícios aeróbicos envolvem grandes grupos musculares, capazes de elevar o consumo de oxigénio várias vezes acima do nível de repouso (1 MET) (SIGN, 2002). Os exercícios de fortalecimento têm sido cada vez mais utilizados nos módulos de exercício dos programas de RC, com o objectivo de aumentar a força dinâmica do músculo, o que pode levar a um aumento do pico de desempenho no exercício, resistência sub-máxima e redução da taxa de percepção de esforço, o que se torna bastante relevante para o retorno do utente à sua actividade laboral (MACCARTNEY, 1998, cit. PERK e VERESS, 2000)

EssFisiOnline, vol. 3, nº 3 Revisão da Literatura

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