Miolo Livro SOBENA

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rintendência Nacional da Marinha Mercante (Sunamam), seguido do estabelecimento de uma política de restrições ao calendário de importações dos estaleiros. O que ocorreu foi a incapacidade do Brasil de dar respostas satisfatórias à transformação do mundo e de reagir, particularmente, à reprodução nefasta das crises; ao aumento vertiginoso do preço do barril de petróleo, resultado dos conflitos do Oriente Médio; à retração progressiva dos mercados consumidores de produtos primários, que empurrava para baixo o prelo de nossas exportações, e ao abusivo aumento dos preços dos bens de capital. No plano político, aberta a sucessão do presidente Figueiredo, surge, após delicada costura, o nome de Tancredo Neves, governador de Minas Gerais. Figura destacada do antigo PSD, Tancredo seria eleito de forma indireta pelo Colégio Eleitoral reunido em 1985, contabilizando votos, inclusive, de renomados personagens governistas, que estavam descontes com candidato do próprio partido. Sobre o presidente ainda não empossado recaíram todas as esperanças de mudança, todos os anseios nacionais no sentido da dupla redenção, com o passado doloroso e recente e com o futuro promissor, embora repleto de ameaças. O desfecho inesperado e o fim das expectativas servem para coroar a máxima shakespeariana segundo a qual a tragédia é o corolário mesmo da ação política, aspecto infalível e amalgamado da luta pelo poder. Certo é que nos primeiros anos da década de 1980, ocorre uma mudança no modo como o setor da indústria da construção naval era visto no país, por setores responsáveis pela política econômica. Já se tem em conta a apreciação de que a atividade de construir navios é uma das vilãs do nosso endividamento externo. Contra esta falsa premissa levantou-se a SOBENA. Sem esquecer o problema da sangria de divisas pagas a título de fretes, ponderou a entidade

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se valeria a pena desmantelar um setor que chegou a empregar 40.000 trabalhadores e fazia funcionar uma importante teia de indústrias de todos os portes e de prestadores de serviços, numa cadeia de produção que poderia empregar outros tantos 40.000 trabalhadores! Entre o imperativo social do efeito multiplicador e as necessidades de ajustes na balança de pagamentos, outro fator decisivo para o futuro da indústria da construção naval dependeu do surgimento, no seio do debate, da tirania do “acerto de contas”. O apetite por escândalos voltara-se para a tentativa de desvelar um possível conteúdo secreto das relações mantidas entre a Sunamam, os estaleiros e os bancos privados. No auge da expectativa do “passar a limpo”, talvez a política de apoio à construção naval fosse vista como incômoda herança dos governos militares. A Sunamam, órgão imprescindível àquela altura para os anseios do setor, chegara a ser comparada ao Banco Ambrosiano, o protagonista do maior escândalo financeiro do pós-guerra, e com aquela instituição a autarquia rivalizava em números de um suposto rombo. Encastelados numa imaginária fortaleza de vícios, banqueiros, industriais e burocratas, vilões orgânicos, protagonistas de um esquema de favorecimentos mútuos à custa do contribuinte, tornavam-se os alvos prediletos dos ataques da grande imprensa. Na prática, a Sunamam era uma autarquia e funcionava como financiadora dos planos de desenvolvimento da indústria naval. À exceção do fato de que os recursos disponíveis deveriam ser direcionados, exclusivamente, ao setor da construção naval e de operações marítimas, em tudo se assemelhava sem distinção de outras instituições de crédito públicas e privadas; tanto que as garantias dos empréstimos obedeciam à modalidade do mútuo hipotecário, com direitos reais sobre os navios cuja construção financiava.

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