APS 1º Semestre ( UNIP ) Adm / Moura DF

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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO – ICSC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

UM ESTUDO SOBRE A APLICAÇÃO DE CONCEITOS DA ESCOLA CLÁSSICA DE ADMINISTRAÇÃO NA EMPRESA (ACUMULADORES MOURA – UNIDADE DF)

Brasília – DF 2018

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Jorge Marcelus Gonçalves Silva – R.A D8020D-5 Alice Cristina Ferreira de Freitas – R.A D8211J-6 Matheus Luiz Albuquerque da Silva – R.A D824IC-2 Daniel Rodrigues Pereira – R.A N368EE-7 Yago Portugal – R.A D794BH-6

UM ESTUDO SOBRE A APLICAÇÃO DE CONCEITOS DA ESCOLA CLÁSSICA DE ADMINISTRAÇÃO NA EMPRESA ACUMULADORES MOURA – UNIDADE DF

Atividades Práticas Supervisionadas – APS, Trabalho apresentado como exigência para a Aprovação na disciplina APS, do 1º semestre do

ano

letivo

de

2018,

do

curso

de

Administração De empresas – na Universidade Paulista – UNIP

Orientador: Prof. Carlos César Soares de Paiva

Brasília – DF 2018

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Sumário 1 REVISÃO CONCEITUAL ................................................................................................................ 6 1.1 AS ORGANIZAÇÕES .................................................................................................................. 9 1.1.1 A ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................................ 10 1.1.2 AS ÁREAS FUNCIONAIS DA ORGANIZAÇÃO ........................................................................ 10 1.1.3 AS ÁREAS FUNCIONAIS E AS FUNCÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO .......................................... 11 1.1.4 OS PAPÉIS DO ADMINISTRADOR ........................................................................................ 12 1.1.5 INTERPESSOAIS................................................................................................................... 12 1.1.6 INFORMACIONAIS: ............................................................................................................. 12 1.1.7 AS HABILIDADES E AS COMPETÊNCIAS DO ADMINISTRADOR ........................................... 13 1.1.8 O ESTILO BRASILEIRO DE ADMINISTRAR ............................................................................ 14 1.1.9 DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO ......................................................................................... 16 1.1.10 A ADMINISTRAÇÃO NO CONTEXTO CONTEMPORANEO .................................................. 16 1.1.11 TEORIAS EM ADMINISTRAÇÃO......................................................................................... 16 1.1.12 ORGANIZAR E ADMINISTRA COMO PRÁTICAS SECULARES .............................................. 17 1.1.13 PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DAS SOCIEDADES OCIDENTAIS ..................................... 18 1.1.14 A ESCOLA CLÁSSICA: A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA ...................................................... 19 1.1.15 O MOVIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA ........................................................... 19 1.1.16 A ESCOLA CLÁSSICA: A GESTÃO ADMINISTRATIVA .......................................................... 20 1.1.17 A ESCOLA CLÁSSICA: A TEORIA DA BUROCRACIA............................................................. 21 1.1.18 A ESCOLA COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO ..................................................... 23 1.1.19 O MOVIMENTO DE RELAÇÕES HUMANAS ....................................................................... 24 1.1.20 A ABORDAGEM COMPORTAMENTAL............................................................................... 25 1.1.21 A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW ............................................................ 25 1.1.22 AS TEORIAS X E Y COM AS DIFERENTES CONCEPÇÕES SOBRE A NATUREZA HUMANA ... 26 1.1.23 TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG: OS HIGIÊNICOS E OS MOTIVACIONAS ........ 26 1.1.24 ESCOLA QUANTITATIVA: A PESQUISA OPERACIONAL, A GESTÃO DE OPERAÇÕES, A GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO .................................................................................... 27 1.1.25 ESCOLA CONTINGENCIAL: CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................. 28 1.1.26 A TEORIA DOS SISTEMAS .................................................................................................. 28 1.1.27 ESCOLA CONTINGENCIAL: A TEORIA DE SISTEMAS, ......................................................... 29 1.1.28 TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS EM ADMINISTRAÇÃO ................................................ 30 1.1.29 TEORIAS: DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO, DA ECOLOGIA POPULACIONAL E INSTITUCIONAL ..................................................................................................................................................... 31 1.1.30 MOVIMENTO DOS ESTUDOS CRÍTICOS EM ADMINISTRAÇÃO ......................................... 33

4 1.1.31 TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS: CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................... 33 2. ESTUDO DE CASO .................................................................................................................... 34 2.1 PERFIL DA ORGANIZAÇÃO ..................................................................................................... 34 2.2 DESCRIÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE PRÁTICAS NA EMPRESA/ORGANIZAÇÃO ......................... 34 2.2.1 A MOURA ......................................................................................................................... 34 2.2.2

SEU PROCESSO DENTRO DOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO ................................ 35

2.2.3 SUAS DIFICULDADES DENTRO DOS PROCESSOS .............................................................. 37 2.2.4 PROCESSO PRODUTIVO .................................................................................................... 37 2.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .............................................................................. 37 2.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ............................................................................................... 38 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................. 40 Bibliografia .................................................................................................................................. 41

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INTRODUÇÃO Este trabalho de Atividades Práticas Supervisionadas – APS, realizado no 1º semestre do curso de Administração da UNIP (UNIVESIDADE PAULISTA), sendo este uma avaliação semestral, extraclasse e formada por equipe.

Nesta APS são desenvolvidas as competências requeridas aos futuros profissionais por meio de reflexão crítica da realidade a partir dos fundamentos teóricos do semestre letivo e da observação, descrição e análise de importantes temas e desafios presentes em uma empresa/organização em situação real.

A empresa abordada será a Acumuladores Moura S.A (unidade – DF), mais conhecida pelo nome fantasia Baterias Moura. Uma empresa brasileira oriunda do estado de Pernambuco.

Neste trabalho será realizado o desdobramento dos conceitos e das metodologias da empresa através do estudo de sua empreitada e seu progresso, assim como interpretação de suas práticas. Abordaremos seus processos, sua história, seus princípios e os pilares da sua gestão através de uma coleta de dados baseados em pesquisas e informações públicas, bem como, junto aos colaboradores.

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1 REVISÃO CONCEITUAL

Dentro do conceito clássico de administração, onde organização possui uma definição muito assertiva como sendo um grupo estruturado de pessoas que visam unir-se afim de alcançar um objetivo comum, fica definido este processo como base de regimento ao mérito de sucesso da organização. Funcionários envolvidos com o conceito empresarial levam à mesma ao sucesso.

Baseando-se ainda aos conceitos apresentados, administrar está para o processo de coordenar os membros da organização e seus recursos afim de obter êxito.

O processo administrativo tem início no planejamento, etapa onde o administrador tem o papel de definir os objetivos, metas e estratégias organizacionais. Assim, cabe ao administrador lidar com a organização. Nesta etapa é necessário que o mesmo tenha de forma definida, as estratégias que irá aplicar aos membros da empresa, atribuindo as funções usando as referências de quem, como, quando e onde, poderão executar a ideia de forma eficaz.

Transcorrendo ainda sobre os pontos, o conceito gerencial, possui influências diretas sobre liderança e motivação, estes que são pontos crucias para os membros da organização. Finalizando o processo administrativo, quase que por obrigatoriedade, é necessário a avaliação, supervisão, mensuração e relatórios de apontamento sobre desempenho dos processos aplicados/desenvolvidos.

No conceito clássico da escola de administração, as teorias de Fayol e Taylor tinham como objetivo aumentar e manter a eficiência das empresas, mas, cada um com suas ênfases e aplicabilidades voltadas para níveis hierárquicos diferentes.

As tomadas de decisão, elaborações de estratégias e planejamentos estão presentes

nas

áreas

funcionais

administrativas.

Atribui-se

a

área

“encarregada” de qualquer tipo de trâmite burocrático como pagamentos e

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gerenciamentos dos salários, políticas de compensação a empregados, recrutamentos e contratações de pessoal e alavancas de boas relações trabalhistas à área de recursos humanos. Entrando nos assuntos relacionados à parte econômica e financeira das organizações, com forte destaque, encontra-se o departamento aonde se realiza todas as atividades de gerenciamento e controle dos recursos econômicos da empresa, bem como registrar e contabilizar de onde provêm e em que se utiliza o dinheiro. Em exemplo têm-se os pagamentos e cobranças com provedores e clientes, controle da taxa de juro de empréstimos anteriores, declaração de impostos e investimentos da empresa em ativos financeiros. Departamento chamado de área de contabilidade e finanças.

Atrela-se a área de produção e operação a transformar matéria prima em produtos à comercialização, ou de gerar e prover os serviços oferecidos pela empresa. Dando apoio a essa finalidade, um setor dessa área fica responsável pelo design dos produtos e serviços, manutenção da maquinaria e do lugar de produção, armazenamento do estoque e controle de qualidade. A área de marketing e comercial encarrega-se de realizar todas as atividades necessárias para que o produto ou serviço chegue às mãos do consumidor, com as atribuições de gerenciar pontos de venda, definição de preço, promoção vigente e distribuição, bem como, comunicar-se com clientes e análise de mercado, visando a necessidade dos consumidores.

Já Henry Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Frederick Taylor.

A teoria clássica da administração é caracterizada pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do Homem Econômico e pela busca da máxima eficiência. Baseado em sua experiência na alta administração, Henry Fayol defendia na Europa, princípios semelhantes à do pensador americano Taylor.

O grande contribuinte do pensamento administrativo relacionou outros quatorzes princípios básicos, correlacionados a Taylor.

Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor, como a divisão do trabalho que e se resumia em especializar os funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da fábrica. Manter sempre a autoridade dos supervisores e a unidade de comando,

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aonde um funcionário recebe ordens de apenas um chefe. Estabeleceu regras de conduta e de trabalho, visando o controle único de todos os níveis da organização. Fez prevalecer os interesses gerais da organização sobre os interesses individuais, e também garantiu a satisfação da remuneração dos funcionários e da própria organização. Centralizou as atividades vitais da organização, defendeu incondicionalmente a estruturação hierárquica, aplicando ordem e assegurando uma baixa rotatividade de funcionários, que para seus estudos, exercia consequências negativas sobre o desempenho da empresa, refletindo então à capacidade de estabelecerem planos e realiza-los. Estudo este, com objetivo de em incentivar o trabalho em equipe. Fechando sua linha de tênue de alcance eficaz, garante-se a justiça prevalecida em toda organização, justificando lealdade e devoção de cada funcionário à empresa.

Tendo como espelho a visão da empresa acerca da gerência administrativa, Fayol enfatizou seus estudos na unidade do comando, autoridade e na responsabilidade.

Em função disso, é caracterizado como obcecado pelo comando. A empresa como sistema fechado. A partir do momento em que o planejamento é definido como o principal caminho a alcançar o êxito na gestão empresarial. A manipulação dos trabalhadores, bem como a Administração Científica, fora tachada de tendenciosa, desenvolvendo princípios que buscavam explorar os trabalhadores.

A Administração Científica, defendida por Frederick Winslow Taylor, tinha em sua essência a aplicação da ciência à administração. Enfatizada nas tarefas, buscando a eliminação do desperdício, da ociosidade operária e a redução dos custos de produção.

Nosso ilustre teórico buscava uma forma de gestão que fizesse com que o trabalhador produzisse mais em menos tempo. As tarefas de gestão encontradas pelo pensador na época e analisadas por ele possuíam muitas falhas, entre elas: a falta de padronização dos métodos de trabalho, desconhecimento do trabalho operário por parte dos administradores e a forma de remuneração utilizada nas empresas.

O primeiro período de estudos teóricos de Taylor foi marcado pela racionalização do trabalho dos operários nas fabricas da época. Em seguida aplica definições

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administração em todas as situações do cotidiano da empresa, caracterizando o início do segundo período de seus estudos.

O marco de seu trabalho foi a ORT (organização racional do trabalho). Visava à eliminação de movimentos inúteis, para assim atingir a eficiência produtiva, caracterizada por estabelecer um tempo médio para realização das tarefas.

Pregava: a análise do trabalho operário, estudos dos tempos e movimentos, fragmentação das tarefas realizadas e a especialização do trabalhador, visando com esses estudos aplicados, a máxima eficiência no cumprimento do trabalho.

Com um novo livro em lançamento, Taylor apresenta os princípios fundamentais da administração cientifica. Em seus conceitos estão: substituição de métodos empíricos por procedimentos científicos, Seleção dos operários de acordo com as suas aptidões e então prepara-los e treina-los, controlar o desenvolvimento do trabalho em parâmetro a metodologia estabelecida e delegar funções, distribuir atribuições e responsabilidades, visando à disciplina acerca da realização da tarefa.

1.1 AS ORGANIZAÇÕES Segundo Peter Drucker, o guru dos gurus da Administração, a organização foi o maior invento da humanidade.

A partir dessa única afirmação já se percebe a importância de se conhecer esse assunto.

Entre todas as implicações relacionadas com o estudo desse tema, pode-se ressaltar o fato de que a organização é o palco onde o administrador desempenha o seu papel. É numa organização que ele deverá cumprir sua missão profissional, garantindo o sucesso dessa organização e realizando-se tanto pessoal quanto profissionalmente.

Para que isso aconteça é necessário que se crie uma estrutura que defina e limite os vários papeis e autoridade das pessoas envolvidas. E, para que isso aconteça de forma adequada, é preciso que alguém se responsabilize por "tomar conta" dessa estrutura: de todos os processos envolvidos, das pessoas com eles relacionadas e da concretização dos objetivos desejados.

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Esse é o papel do administrador.

1.1.1 A ADMINISTRAÇÃO "Administração é o processo de coordenação de trabalho dos membros de uma organização e alocação dos recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos de uma forma eficaz e eficiente".

Esta definição implica conhecer o sentido desses dois conceitos Em resumo: Eficiência: busca minimizar a utilização de recursos Eficácia: procura maximizar a realização dos objetivos.

1.1.2 AS ÁREAS FUNCIONAIS DA ORGANIZAÇÃO Organização pode ser definida como “grupo estruturado de pessoas que se unem para alcançar objetivos comuns”. Diante disso, qualquer organização deve contar com colaboradores, que realizem tarefas, sendo amparados por todos e quaisquer recursos ao seu alcance.

Há uma grande diversidade nas tarefas de uma organização. Quando essas tarefas se assemelham, em sua finalidade, compõem um grupo particular de atividades, formando um conjunto maior e especializado, identificando assim, “uma área funcional”.

Uma organização pode ter vários desses conjuntos. Assim, uma organização pode ser considerada também um conjunto de áreas funcionais, Com essas tarefas próprias, cada área funcional terá que atingir seus próprios objetivos, e a soma deles culminarão no objetivo comum da organização.

Uma organização existe para produzir um produto (um bem, um serviço ou um mix dos dois), que é o fator de exclusividade no mercado. Mesmo com essas finalidades em comum, cada organização possui sua particularidade.

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Então, sempre encontramos em qualquer organização uma área funcional responsável pelo seu produto. Essa área é chamada de “área fim”, “finalística” de produção e é responsável pelo produto final, que é a razão existencial da empresa.

Não obstante, para alcançar o objetivo proposto com eficácia, a “área fim” precisa do apoio de outras áreas funcionais, que, embora não produzindo o produto final, garantem o atingimento de seus próprios objetivos. Essas outras áreas funcionais são caracterizadas como “áreas meio” ou “áreas de apoio”. Áreas funcionais existem em todas as organizações. São elas: Área de produção e operações: responsável pela produção de bens e prestação de serviços da organização. Área de marketing e comercial: responde pela captação e manutenção de clientes, desenvolvimento do produto, distribuição, comunicação com o público alvo, e pelas vendas. Área financeira: gestão dos recursos financeiros, compreendendo: a informação (contabilidade), análise controle da rentabilidade, investimentos, etc. Área de recursos humanos: implementação de políticas e procedimentos relativos a gestão das pessoas da organização na busca de uma sintonia entre a organização e suas pessoas. Entre outras finalidades, a melhoria das condições de trabalho dos seus subordinados.

Cada uma dessas áreas alcançando seus objetivos resulta no atingimento do objetivo da organização.

1.1.3 AS ÁREAS FUNCIONAIS E AS FUNCÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO Em qualquer área funcional em que trabalhe, os administradores vão executar as quatro funções básicas da administração que são: Planejamento; Organização;

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Direção; Controle; As quatro funções do processo de administrar são as mesmas para as quatro áreas funcionais, porém, cada uma trata cada função de acordo com os seus conteúdos e especializações. São identificadas como áreas funcionais mais comuns em uma organização: Operação; Marketing; Finanças; Recursos humanos; 1.1.4 OS PAPÉIS DO ADMINISTRADOR Segundo

Mintzbug,

“os

administradores

desempenham

padrões

de

comportamentos esperados- na sua ação gerencial. ” Definidos como: interpessoais, informacionais ou decisórios.

1.1.5 INTERPESSOAIS: Símbolo > Representação simbólica do grupo, como exemplo, presença em cerimônias, ou assinando documentos legais, Líder > Direção das atividades dos subordinados, englobando a persuasão, motivação e orientação.

Elemento de ligação > desenvolver relações de intercâmbio de informações, produzindo, por exemplo, coalizões e alianças.

1.1.6 INFORMACIONAIS: Monitor > Monitoramento da organização e seu ambiente. Análise de relatórios, participação em eventos, entre outros.

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Disseminador > Veículo de transporte das informações aos subordinados, por meio de reuniões formais ou informais.

Porta-voz > requisitado em comunicados com a imprensa, participação em reuniões com grupos de interesse externo.

DECISÓRIOS: Empreendedor

>

Identificação

de

oportunidades

que

potenciem

o

desenvolvimento da organização implantando projetos, desenvolvendo novas iniciativas empresariais.

Solucionador de conflitos > Resolução de problemas que impeçam o desenvolvimento normal da atividade, tanto entre subordinados, quanto em momentos de crises.

Administradores de recursos > Melhor e mais eficiente no uso dos recursos da organização, realizando as atividades relacionadas a orçamento e programação do trabalho de seus subordinados.

Negociador > Representante da organização nas principais negociações. Por exemplo, negociando condições de trabalho com sindicatos, preços com fornecedores, clientes ou instituições financeiras.

1.1.7 AS HABILIDADES E AS COMPETÊNCIAS DO ADMINISTRADOR Para o desempenho eficaz dos papéis do administrador, desenvolver algumas habilidades será fundamental e necessário. São elas: Habilidades conceituais > compreender a complexidade da organização e integrar-se ao comportamento de suas partes.

Habilidades humanas > se relacionar, compreender se comunicar com seus subordinados, motivando e liderando grupos.

Habilidades

técnicas>

usar

ferramentas,

especializados relativos à sua área de atuação.

técnicas

ou

conhecimentos

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O administrador completa deu conjunto de habilidades com mais um requisito: Competência, ou seja, soma de conhecimentos, aptidões e atitudes relacionados com o seu papel eficaz.

Essas habilidades são requeridas de modo particular pelos diferentes níveis hierárquicos da organização, ou seja, os três níveis hierárquicos requisitam as três habilidades, mas, a composição é particular em cada um deles.

Nível estratégico > privilegiam habilidades conceituais.

Nível tático > envolve habilidades humanas.

Nível operacional > exige com mais intensidade as habilidades técnicas.

1.1.8 O ESTILO BRASILEIRO DE ADMINISTRAR Como existem milhões de organizações em todo o mundo, em cada país as organizações são influenciadas pela cultura local, o que determina um estilo próprio de administrar para cada uma delas.

No Brasil não é diferente, Dois estudiosos, BARROS e PRATES depois de uma longa pesquisa estabeleceram um modelo baseado em quatro subsistemas, o institucional, o pessoal, o dos líderes e o dos liderados. As interseções desses quatro subsistemas identificaram nove traços culturais definidores do que denominaram ser o sistema de ação cultural brasileiro, esses modelos tratam dos impactos da cultura brasileira na administração.

Esses nove traços culturais são os seguintes: Concentração do poder: tem a ver com a tendência de centralizar o poder e a autoridade no líder o que provoca grande distância entre os níveis hierárquicos.

Personalismo: Isso atenua a concentração do poder, mas acarreta o poder dos grupos de amizade.

Postura de espectador: reflete a passividade incondicional dos liderados frente aos líderes. Influência o formalismo e a flexibilidade e leva à pouca iniciativa e à transferência de responsabilidade.

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Aversão ao conflito: valoriza evitar o confronto como alternativa para trabalhar com a concentração de poder, garantindo as relações pessoais.

Formalismo: produto da interseção da postura de espectador com a concentração de poder e sua consequência é o excessivo número de normas e regulamentos que tolhem os administradores e diminuem a competitividade das organizações brasileiras.

Lealdade às pessoas: esse traço facilita o funcionamento do sistema por meio das relações pessoais como forma de evitar a rigidez do formalismo institucional.

Paternalismo: faz com que os líderes funcionem mais como pais e protetores de seus grupos, por meio dessas relações de confiança tem grande influência nas nomeações e promoções.

Flexibilidade: mostra a facilidade de adaptação a novas situações. É o traço mais marcante da cultura brasileira e é o que mais traz vantagens aos administradores brasileiros, pois favorece decisões rápidas e criativas típicas de ambientes em permanente mudança.

Impunidade: traço profundo de nosso sistema cultural, leva à permissividade e à transgressão de normas para proteger redes e grupos. Como resultado traz o descrédito no sistema de avaliação de pessoas.

Os traços acima apresentados assim como outros estudos permitem vislumbrar algumas características dos administradores brasileiros, tais como: Visão imediatista e de curto prazo, desvalorização do planejamento, criação de estruturas piramidais e hierarquizadas, uso de sistemas de tomada de decisão centralizados e autocráticos, adoção de sistemas de controle não sistematizado e de caráter punitivo, manutenção de relações interpessoais baseadas no respeito ao poder, apresentar grande distância entre o discurso e a prática, usar formas autoritárias de poder disfarçadas de participação e envolvimento e praticar gerência por modismos

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O ambiente organizacional brasileiro apresenta diversos obstáculos, alto custo, elevada carga tributária, burocracia e baixa produtividade, isso acarreta diminuição da competividade organizacional brasileira e estimula o crescimento da economia informal. Num universo de 15 milhões apenas 5,2 milhões são formais.

1.1.9 DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO A ação da administração é afetada pelas mudanças ambientais que têm sido cada vez mais rápidas e profundas, criando sempre novos e grandes desafios aos seus profissionais.

Aspectos tais como a real importância da administração como campo de estudo teórico, quais os desafios e recompensas para a atividade do administrador e como as principais tendências têm influenciado os processos da administração trazem um pouco de luz para essa discussão.

1.1.10 A ADMINISTRAÇÃO NO CONTEXTO CONTEMPORANEO Atualmente as organizações estão mergulhadas em um ambiente mutável e exigente, no qual o administrador tem que se antecipar. Precisam ter uma visão global do mundo de negócios, pois clientes e fornecedores são globais e esperam uma atuação globalizada das organizações.

A valorização do capital humano, da satisfação e do relacionamento com os clientes, a cooperação entre os parceiros (trabalhadores, clientes e fornecedores), a sustentabilidade ambiental, a ética nos negócios, as transformações tecnológicas, as exigências ambientais, os ciclos de vida dos produtos cada vez mais curtos, entre tantas outras coisas, obrigam as organizações a desenvolverem relações diferentes e adequadas com todos e com o meio ambiente, por meio de uma nova visão desse cenário.

Tudo isto vai acarretar mais mudanças e gerar mais empenho na administração das organizações.

1.1.11 TEORIAS EM ADMINISTRAÇÃO “Administrar é resolver problemas, ser eficaz e eficiente, gerir pessoas”.

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Na maioria das vezes, o conceito de administração é citado como o processo que permite alcançar metas de uma empresa, numa interseção de pessoas e recursos

da

empresa.

Vários pensadores contemporâneos mostram um lato grau de coerência acerca dos conceitos básicos de administração. E citam coerentemente entre si três características principais, são elas: Processo de uma série de atividades continuas e relacionadas.

Implica alcançar os objetivos da empresa e se concentra nisso.

Alcança os objetivos com a interseção de pessoas e recursos da empresa.

O ser humano sempre “administrou” sua existência, porem o desenvolvimento de suas aplicações foi exigindo constantes revisões de como realizar suas tarefas.

Administração em teoria é: “conjunto coerente de suposições como um fenômeno social, mas também, como em todas as teorias da disciplina, o caráter normativo e prescritivo está representado na proposta de modelos que sugerem o melhor modo de organizar, traduzido em instrumentos úteis para a prática organizacional.

1.1.12 ORGANIZAR E ADMINISTRA COMO PRÁTICAS SECULARES Mesmo sendo um “empreendimento histórico recente, organizar e administrar são práticas seculares".

Apesar disso, exigiu-se uma evolução nessas práticas, se perfeiçoando e chegando aos dias atuais.

A administração se desenvolve como ciência, a partir de suas experiências, no século XX, e até hoje se mantem como o “edifício” do conhecimento administrativo.

Um tema oriundo do desenvolvimento dessas teorias é a “escola de administração”.

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“O pensamento administrativo, enquanto área de conhecimento, surge como consequência da consolidação do capitalismo e, ao mesmo tempo, do processo de modernização das sociedades ocidentais.".

Essa evolução da organização do trabalho muda em função da divisão das tarefas dos operários. Especializando o trabalho e maximizando os recursos.

Ganhando em produtividade.

Mas essa evolução acarretou a um alto custo social, onde o excesso de mão de obra nas cidades se tornava mais presente, condições precárias de trabalho, epidemias, entre outras, que culminavam em revoltas contra as máquinas.

Aparecem as primeiras ideias socialistas, onde o principal defensor é Karl Marx, prezando a propriedade e administração pública dos meios de produção, com uma sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades para todos.

1.1.13 PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DAS SOCIEDADES OCIDENTAIS “O processo de substituição de estruturas sociais baseadas na autoridade tradicional, como a sociedade medieval, por outras baseadas na autoridade racional-legal e pela emergência de uma lógica de mercado.”.

Nessa situação, o capitalismo é favorecido. Não apenas por mudanças nas condições de ordem material, mas também por outras ocorridas nas estruturas das formas de autoridade. Essa visão caracteriza a burocracia.

O capitalismo é consolidado coincidentemente ao movimento de modernização das sociedades ocidentais. Influenciada em sua maioria pelo pensamento de Max Weber.

As sociedades como um todo praticavam alguns tipos de autoridades. São elas: Autoridade tradicional: baseada nos costumes e tradições de uma cultura; Autoridade carismática: baseada nas características pessoais de um indivíduo Autoridade racional-legal: fundamentada em regras e normas estabelecidas por um regulamento reconhecido e aceito por todos os membros da comunidade.

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O terceiro tipo de autoridade, citado acima, denominado como burocracia, é o mais adaptado às características modernas que os outros dois tipos.

1.1.14 A ESCOLA CLÁSSICA: A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA O objetivo central dessa Escola Clássica é a busca da máxima eficiência pelas organizações. A escola clássica de administração pode ser dividida em três grandes correntes: 1 - O movimento da Administração Científica; 2 - A Gestão Administrativa; 3 - A Teoria da Burocracia.

A contextualização para a Escola clássica se dá: 1. Pela entrada do capitalismo na fase monopolista: concentração técnica e financeira que necessitava de um padrão tecnológico para desenvolver e novas formas de gestão de trabalho. Monopólio é a "situação de concorrência imperfeita, em que uma empresa detém a totalidade do mercado de um determinado produto ou serviço, impondo preços aos que comercializam esse produto.”. A indústria monopolista exigiu uma nova maneira de administrar com eficiência a forma de trabalho.

2. Pelas concepções e orientações acerca da natureza, indivíduo e economia: uma visão mecanicista e empirista da natureza que caracterizava o estágio de desenvolvimento das ciências naturais e físicas. O mecanicismo entende que existe uma relação clara de causa e efeito que levariam uma organização a funcionar como uma máquina, de forma previsível e constante. Há ainda a concepção do Homo Economicus que é a crença de que o ser humano é um ser egoísta e racional, orientado exclusivamente por motivações econômicas.

1.1.15 O MOVIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA Esse movimento foi uma resposta eficiente à questão da existência de uma nova força de trabalho, desqualificada e barata, principalmente representada nos Estados Unidos, por imigrantes, na França e noutros países da Europa por

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mulheres e, na União Soviética, por camponeses. O principal representante desse movimento foi o engenheiro Frederick Winslow Taylor (1956-1915). Sua principal obra, o livro "Princípios de Administração científica", está baseada nos seguintes quatro fundamentos de sua teoria: 1.

Desenvolver para cada tarefa a melhor maneira de realizá-la: normas de

movimentos e padronização de ferramentas para o trabalho; 2.

Selecionar e treinar cientificamente todos os trabalhadores para a

execução de cada tarefa, conforme determinado acima; 3.

Criar um clima de cordialidade entre os trabalhadores e remunerá-los diariamente de acordo com sua produção e,

4.

Manter um equilíbrio de trabalho entre os administradores e operários.

Esse estudo dos tempos e movimentos consistiu num esforço sistemático para analisar e cronometrar todos os movimentos elementares, necessários para a realização de uma tarefa, eliminando aqueles que, por serem desnecessários, causam fadiga no decorrer da atividade laboral.

Taylor também separou o processo de planejamento, que deveria ficar com os gerentes, do processo de trabalho dos operários. Foi defensor da seleção científica e do treinamento dos trabalhadores, visando à máxima eficiência de cada um. Criou um sistema de pagamento por produção, para estimular o aumento da produção por peças de cada operário. Para Taylor a aplicação de seus métodos não apenas levaria ao aumento da eficiência nas fábricas, mas também à eficiência da nação.

1.1.16 A ESCOLA CLÁSSICA: A GESTÃO ADMINISTRATIVA A Gestão administrativa foi uma escola de pensamento administrativo que conceituou a administração como um processo de cinco funções e que buscou identificar os princípios gerais de uma administração eficiente.

A diferença fundamental existente entre essa escola e o movimento da administração científica reside no foco: a administração científica preocupou-se com a tarefa do operário, chão de fábrica, enquanto a gestão administrativa tratou de princípios gerais de administração, ou seja, focou a tarefa da empresa inteira.

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Seu principal representante foi o engenheiro Henri Fayol (1841-1925), que resume em seu livro "Administração Industrial e Geral", que divide as operações empresariais em seis grupos inter-relacionados: 1 - Operações técnicas: produção, fabricação e transformação de produtos 2 - Operações comerciais: compra, venda, permutas de matérias primas e de produtos 3 - Operações financeiras: procura e gerência de capitais 4 - Operações de segurança: segurança e proteção da propriedade e das pessoas 5 - Operações de contabilidade: inventários, registros, balanços, custos, estatísticas, etc.

6 - Operações de administração: previsão, organização, comando, coordenação e controle.

Explica cada um dos componentes das operações de administração da seguinte maneira: - Prever: é traçar um plano de ação que permita à organização atingir seus objetivos - Organizar: é estruturar o duplo organismo material e social, da empresa - Comandar: é dirigir o pessoal na direção dos objetivos - Coordenar: é ligar, unir e harmonizar todo o fluxo de recursos e atividades - Controlar: é garantir que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.

1.1.17 A ESCOLA CLÁSSICA: A TEORIA DA BUROCRACIA Conforme nota-se, a Teoria da Burocracia foi apontada no módulo anterior como o principal suporte para a modernização das sociedades ocidentais.

SOBRAL e PECI (2013, p.62) definem assim a Teoria da Burocracia: Teoria defendida pelo sociólogo Max Weber, sustenta que a burocracia, tendo por base

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princípios como a impessoalidade e a racionalidade técnica é o modelo ideal de estruturação das organizações da sociedade capitalista.

A consolidação da estrutura burocrática se deve a vários fatores, entre os quais: - A racionalização do direito, onde os costumes e tradições são substituídos pelo ordenamento jurídico - A centralização do poder estatal - A surgimento e consolidação das indústrias nas cidades - A consolidação da sociedade em massa Para Weber a burocracia é capaz de atingir o mais alto grau de eficiência, apresentando as seguintes vantagens: 1- Predomínio da lógica científica sobre a lógica "mágica", "mística" ou "intuitiva" 2 - Consolidação de metodologias de análise racionais, possibilitando o aprimoramento dos processos de produção 3 - A redução dos favoritismos e clientelismos por meio da igualdade de todos diante da lei e da norma 4 - A formalização e a codificação das competências técnicas, permitindo evitar perdas e desperdícios e transmissão de conhecimentos 5 - A capacidade de isomorfismo, isto é, a transposição de modelos para outras sociedades e culturas, em decorrência do impessoalismo da estrutura burocrática.

SOBRAL e PECI ressaltam que talvez a maior vantagem da burocracia seja seu componente democrático, que pela impessoalidade e imposição de regras legais garante igualdade de acesso e de manutenção de cargos. Os autores estão se referindo ao caráter meritocrático da burocracia.

Existem algumas limitações da burocracia que garantem a ela o sinônimo de ineficiência, de lentidão e de rigidez. São as seguintes:

23

- Incapacidade de resposta e adaptação organizacional. Exemplo: aderência cega às regras, prejudicando a criatividade - Perda da visão conjunta dos objetivos organizacionais. Exemplo: o detalhamento excessivo de funções e tarefas atrapalham a visão do todo da organização - Processo decisório lento. Exemplo: regras excessivas e detalhadas prejudicam a velocidade dos processos - Limites de formalização. Exemplo: o ambiente exige transformações rápidas e isso torna impossível a formalização detalhada.

- Manutenção do status quo. É mais fácil manter as regras que tomar uma atitude proativa.

1.1.18 A ESCOLA COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO A Escola Comportamental de Administração é "o conjunto das contribuições teóricas e empíricas do campo da administração que buscam analisar o impacto do comportamento humano nas organizações".

Tais correntes, diferentemente da Escola Clássica que acreditava no pressuposto do Homo Economicus, tinham como verdade o conceito de Homem Social, que é a crença compartilhada pelos autores do movimento das relações humanas de que o ser humano é um ser motivado por fatores de ordem social e psicológica.

Dentro destas correntes os autores destacam as que consideram as mais marcantes, que são: 1 - O Movimento das relações humanas 2 - A Abordagem comportamental Algumas razões dão o contexto para o aparecimento dessa nova escola: 1 - Os resultados insatisfatórios da Escola clássica da administração.

2 - O impacto da sociologia e psicologia no estudo das organizações.

24

3 - Resposta às crises econômicas da década de 1930.

Isso leva ao questionamento das bases sobre as quais se edificou esse progresso, ou seja, as ideias da escola clássica.

Movimentos sindicais retomaram sua força, greves por melhores condições de trabalho acabaram se voltando contra o movimento taylorista.

1.1.19 O MOVIMENTO DE RELAÇÕES HUMANAS É movimento de reação e oposição à escola clássica de administração que reconhece os limites do controle burocrático como forma de regulamentação social e que se propõe a valorizar as dimensões relacionais e sociais no ambiente de trabalho.

A origem desse movimento é a publicação de uma pesquisa realizada na Western Electric, uma companhia localizada no bairro de Hawthorne, em Chicago, e que ficou conhecida como "a experiência de Hawthorne".

Essa experiência iniciou com a pesquisa sobre a interferência da luminosidade sobre a produção, no ambiente de trabalho. Era de se esperar que houvesse uma relação direta da seguinte maneira: mais luz, mais produção. Porém constatou-se que não importava a variação de luminosidade, na produção sempre aumentava.

Experimentou-se, também, alterar situações tais como mudanças nos lanches, intervalos, incentivos, horários de trabalho e outras coisas mais.

Então, percebeu que não era a luminosidade (fator técnico) e outras coisas que interferiam na produção, mas sim um estado psicológico dos trabalhadores relacionado com a presença e a atenção dos pesquisadores que era entendido pelos trabalhadores como interesse por eles e preocupação com a melhoria das condições de trabalho.

Os resultados foram imediatos e tanto o moral quanto a produtividade dos trabalhadores aumentaram.

Foram publicados, então, os resultados dessa experiência que mudou os rumos da prática da administração:

25

1 - A integração social do indivíduo é fator determinante de seu nível de produtividade.

2 - A comportamento do indivíduo é determinado pelas normas de funcionamento do grupo a que pertence.

3 - As organizações são compostas por diversos grupos informais que não coincidem com sua estrutura formal.

4 - A supervisão mais cooperativa e preocupada com os trabalhadores aumenta a eficiência organizacional.

1.1.20 A ABORDAGEM COMPORTAMENTAL O movimento das relações humanas, mesmo tendo se contraposto à teoria clássica (Homem Social versus Homo Economicus), ainda continuava com uma visão passiva das pessoas, mesmo que os estímulos, agora, fossem de ordem social. Estudos futuros vieram a propor uma nova visão do ser humano, denominada como Homem Complexo, que melhor caracteriza o ser humano.

Aparece,

então

uma

nova

corrente

de

pensamento,

a

Abordagem

Comportamental, assim definida por SOBRAL e PECI ( 2013, p.72): "Escola de pensamento que desenvolve um conjunto de teorias que propõem mudanças na configuração do trabalho e nas estruturas organizacionais de forma a alinhá-las com a necessidade de autodesenvolvimento e realização dos trabalhadores".

1.1.21 A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW McGregor apresenta seu modelo das Teorias X e Y, na que explica que a motivação das pessoas depende de como elas são percebidas por seus superiores na organização. A Teoria X identifica uma forma negativa de ver as pessoas, enquanto que, por oposição, a Teoria Y mostra uma visão positiva sobre as mesmas. Um gerente que enxerga as pessoas de acordo com a Teoria X é chamado de "Gerente X", assim como um gerente que percebe as pessoas de modo Y é chamado de "Gerente Y". Para o autor, essa maneira de ver as pessoas influenciaria sua motivação no trabalho.

26

1.1.22 AS TEORIAS X E Y COM AS DIFERENTES CONCEPÇÕES SOBRE A NATUREZA HUMANA Um terceiro autor, Frederick Herzberg, estuda a motivação humana diretamente relacionada com o trabalho, identificando dois fatores: os higiênicos e os motivacionais. Para ele, os fatores higiênicos estão relacionados com o ambiente de trabalho (externos ou extrínsecos à pessoa) enquanto os motivacionais estão ligados à tarefe em si e o significado que ela tem para seu executante (intrínsecos).

Os fatores higiênicos não motivam (insatisfacientes), mas se não existirem, desmotivam.

Os fatores que motivam os motivacionais (satisfacientes).

1.1.23 TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG: OS HIGIÊNICOS E OS MOTIVACIONAS O período histórico após a segunda guerra mundial foi rico em contribuições para a administração, que foram frutos da necessidade de enfrentar essa guerra e nascidas da criatividade e que geraram vários benefícios, hoje utilizados para a paz.

Uma dessas contribuições foi a escola quantitativa, assim definida por SOBRAL e PECI (2013, p.74): "Corrente de pensamento que utiliza técnicas matemáticas e estatísticas na análise de modelos complexos, de forma a auxiliar na resolução de problemas organizacionais".

O surgimento dessa escola quantitativa tem como contexto duas grandes razões: 1) o impacto da segunda guerra mundial.

2) o impacto do surgimento das associações de disseminação de informações para gerentes.

Todo os conhecimentos desenvolvidos, após a guerra, foram incorporados às organizações, inclusive abrigando nas empresas grande parte desses pesquisadores que continuaram a desenvolver processos e ferramentas no que hoje desemboca, simbólica e comparativamente, no conhecemos como "guerra de mercados" ou competição generalizada entre as organizações no mundo todo.

27

Quanto às associações de disseminação de informações, estas tiveram capital importância nesse desenvolvimento, captando informações sobre essas inovações

teóricas

em

surgimento

e

as

divulgando

para

todos

os

administradores, que já tinham percebido sua importância.

A escola quantitativa, assim respaldada, é caracterizada por SOBRAL e PECI (2013, p. 75) como a utilização de um conjunto de técnicas matemáticas e estatísticas na análise de modelos complexos, de forma a auxiliar na resolução de problemas organizacionais, e composta de três grandes correntes:  A pesquisa operacional  A gestão de operações e,  A gestão de sistemas de informação.

1.1.24 ESCOLA QUANTITATIVA: A PESQUISA OPERACIONAL, A GESTÃO DE OPERAÇÕES, A GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Pesquisa operacional é assim definida por SOBRAL e PECI (2013, p.76): "ramo da escola quantitativa que consiste na aplicação de modelagem matemática e estatística a problemas complexos, para auxiliar o processo de tomada de decisões gerenciais".

Busca combinar, da melhor maneira, a forma de trabalhar (operações e atividades) com os recursos envolvidos (materiais, tempo, dinheiro, etc.) na produção de bens e serviços. Após a segunda guerra, esses estudos cresceram e se ganharam autonomia.

Os sistemas de informação gerenciais (SIG) caracterizam a mais recente aplicação da escola quantitativa e é "a disciplina que tem como foco a gestão e o desenvolvimento de sistemas de coletas, processamento e monitoração da informação gerencial".

Um SIG é um sistema computadorizado que existe para coletar dados, processar e disseminar esses dados, transformá-los em informações úteis e acessíveis a todos os níveis organizacionais.

Como uma consideração final, pode-se dizer que a escola quantitativa foi uma transposição para a administração das técnicas de pesquisa operacional criadas pela segunda guerra, com o reforço da disseminação desses estudos por órgãos de informações gerenciais. Seu objetivo principal é tornar cada vez mais racional o processo decisório dos administradores. Não devem ser esquecidos, porém,

28

nem os aspectos qualitativos dos problemas nem o aspecto humano das organizações.

1.1.25 ESCOLA CONTINGENCIAL: CONTEXTUALIZAÇÃO Uma escola que aparece na segunda metade dos anos 1900 é a Escola contingencial, profundamente influenciada pelo impacto que o ambiente apresenta para as organizações. Essa escola, de acordo com SOBRAL e PECI (2013, p.78) é composta por duas correntes: a teoria dos sistemas e o enfoque contingencial.

Essas correntes aparecem num contexto onde começam a imperar a consciência da interdependência global, o movimento contra a excessiva especialização das disciplinas e, principalmente, a obra de Ludwig Von Bertalanffy sobre a teoria geral dos sistemas.

A consciência sobre a interdependência global começa a se manifestar após a segunda guerra mundial, quando se percebe que os acontecimentos em um país criavam influências em outros, afetando não apenas países envolvidos, mas todo o mundo.

E, Bertalanffy, com sua Teoria Geral dos Sistemas, apresenta a teoria dos sistemas abertos, na qual há fica claro um contínuo intercâmbio entre os elementos componentes de um sistema complexo e, deste, com o ambiente. É a ideia de que não se pode simplesmente isolar uma parte do sistema esquecendo-se das outras e, também, de que qualquer intervenção numa das partes afetaria as demais. A partir de sua proposta, todas as ciências aderem ao conceito sistêmico, sem exceção.

1.1.26 A TEORIA DOS SISTEMAS SOBRAL e PECI (2013, p.79) definem a teoria dos sistemas como a "nova forma de interpretar as organizações, que passam a ser vistas como um sistema aberto em contínua relação com o ambiente em que está inserido, sendo ele próprio um sistema complexo composto por diversos subsistemas (técnico, estrutural, psicossocial, etc.) em contínua interação" A visão de que a organização é apenas um subsistema do ambiente, faz com que se perceba as outras organizações com as quais interage e, voltando-se o olhar para dentro da organização, constatar que ela é composta por partes e que

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estas partes internas também fazem trocas e se influenciam mutuamente (conceito de "sistema aberto"). Abre-se, portanto, uma nova visão: tanto interna quanto externa às organizações.

Nessa conceituação de sistema aberto, entende-se que as organizações não são autossuficientes: precisam de entradas (recursos ou insumos) que lhe serão fornecidas por outras organizações. A partir dessas entradas, as organizações realizam processos (processamento ou transformação) por meio dos quais transformam essas entradas em saídas (seus produtos) que por sua vez serão fornecidos ao ambiente, para que estas organizações recebam um feedback (retroalimentação, ou retroação ou retro informação) que volta para elas como novas entradas para um contínuo processo de transformação.

Um sistema aberto, portanto, é caracterizado pelo contínuo intercâmbio (trocas) que existe entre ele (o sistema) e seu ambiente (sistema maior onde está inserido).

Na teoria sistêmica, cada organização, assim como cada pessoa, tem um papel a desempenhar, onde esses papeis, exatamente por forças das influências que um sistema aberto recebe, estão em contínua transformação e ajustes.

Há, também, o conceito de equifinalidade, que é a "propriedade dos sistemas abertos se valerem de diferentes formas possíveis para alcançar um mesmo objetivo".

Este conceito contraria a ideia da "única maneira certa de se fazer as coisas" (the best way) taylorista e da escola quantitativa.

1.1.27 ESCOLA CONTINGENCIAL: A TEORIA DE SISTEMAS, O ENFOQUE CONTINGENCIAL O enfoque contingencial é o conjunto de pesquisas empíricas que buscam identificar as principais contingências (internas e externas) que podem influenciar a estrutura de uma organização.

O enfoque contingencial é uma continuação da visão da teoria dos sistemas e, portanto, entende que a organização, sendo um sistema aberto, está sujeita a quaisquer tipos de influências oriundas do ambiente com o qual faz trocas. Dessa forma a sua administração vai depender de como se adapta e esses eventos imprevisíveis.

30

O enfoque contingencial, por meio de várias pesquisas empíricas, mostra que as contingências (internas e externas) influenciam a estrutura da organização.

1.1.28 TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS EM ADMINISTRAÇÃO Existem muitas controvérsias relativas a esse estudo da administração e são várias

as

orientações

propostas

pelos

livros.

Com base nesse estado da arte, nossos autores SOBRAL e PECI resolveram elencar alguns estudos que ora serão apresentados.

Além disso, a influência crescente de ideias e conceitos vindos de outras disciplinas, tais como economia, sociologia, ciência política, psicologia e filosofia foi importante para a construção de novas perspectivas teóricas que hoje mostram uma pluralidade de alternativas à visão funcionalista até então dominante.

No período pós-modernismo, existe uma defesa dos nossos autores, como "período contemporâneo, geralmente identificado com mudanças na ordem econômica, cultural, demográfica e social, que tem como consequência a crise das ideologias que dominaram o século XX".

Essa situação é atribuída a alguns aspectos, tais como: •

o fim da dicotomia ideológica comunismo versus comunismo

•

o impacto da globalização

•

a crescente importância do setor de serviços

•

o amplo uso das tecnologias de informação

•

o crescimento do terceiro setor e das organizações sem fins lucrativos

Existem alguns fatores que serão causadores de impactos positivos no mundo dos negócios, como por exemplo: uso das tecnologias de informação com sua consequente interligação e integração das organizações, a mudança na forma de pensar com base na racionalidade e no progresso científico que descarta verdades absolutas em favor de um maior pluralismo intelectual, se fazem presentes também nos estudos organizacionais e administrativos.

31

Já no pluralismo paradigmático, as organizações tiveram teve seu estágio de desenvolvimento controlado dentro de um único paradigma intelectual até a década de 1960 bastante abalado por coisas tais como: a redefinição da importância dos processos de se organizar ao invés de se fixar no conceito de organizações; a valorização do processo de construção de objetivos organizacionais a partir dos membros das organizações; a existência de conflitos e de lutas de poder no espaço organizacional e outras até então ignoradas pelos estudos a respeito.

1.1.29

TEORIAS:

DOS

CUSTOS

DE

TRANSAÇÃO,

DA

ECOLOGIA

POPULACIONAL E INSTITUCIONAL TEORIA DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO Segundo nossos autores, esta teoria é baseada e fundamentada sendo “A teoria que levanta uma hipótese acerca das origens das organizações (hierarquias), vendo-as como resposta aos ambientes incertos e como uma evolução natural das transações que ocorrem livremente no mercado".

A teoria levanta uma hipótese acerca das origens das organizações (hierarquia), vendo-as como resposta aos ambientes incertos, como uma evolução natural das transações que ocorrem livremente no mercado para transações que se realizam sob a hierarquia das organizações.

TEORIA DA ECOLOGIA POPULACIONAL A teoria da ecologia populacional (ou teoria da seleção natural) é a utilização mais extrema do ponto de vista ambiental para explicar o fenômeno das organizações. O conceito é emprestado da biologia, em uma referência à dinâmica de populações de espécies e como essas populações interagem com o ambiente.

O foco, portanto, são as populações de organizações e não, simplesmente, as organizações isoladamente, onde os fatores organizacionais selecionam aquelas características organizacionais que melhor se adaptam ao ambiente .

Prevalece a visão determinista que interpreta o ambiente como o grande

32

determinante do sucesso e da sobrevivência organizacional, retirando da organização a capacidade de escolha de estratégias.

Este processo de evolução natural, envolve três linhas de raciocínio: 1)

ocorrência

de

variações

nas

formas

organizacionais;

2) seleção das formas organizacionais mais adaptadas ao ambiente 3) a retenção, que tem a ver com a preservação, difusão e reprodução das formas organizacionais mais adaptadas ao ambiente.

TEORIA INSTITUCIONAL A teoria institucional representa uma das correntes mais dominantes na área de estudos organizacionais que busca explicar porque as organizações assumem formas semelhantes entre si.

Ambos definem a teoria institucional como o "conjunto de contribuições teóricas e pesquisas empíricas que busca explicar porque as organizações assumem determinadas formas, que apresentam relativa semelhança entre si, destacando a relevância de fatores de ordem institucional.

A principal unidade da análise dessas pesquisas são os chamados "campos organizacionais", compostos por organizações que, em sua totalidade, constituem uma área reconhecida da vida institucional. Assim, principais fornecedores, consumidores, agências reguladoras e outras organizações que produzem bens ou prestam serviços similares fazem parte do mesmo campo organizacional.

O "isomorfismo organizacional" (similaridade ou forma semelhante) é a razão determinante da semelhança existente entre as formas organizacionais e é explicado conforme disposição apresentada abaixo e exemplificada por esses três motivos: 1.

forças coercitivas do ambiente impõem determinado padrão às

organizações 2.

incertezas do ambiente induzem as organizações a imitar outras

organizações que conseguem lidar com essas incertezas

33

3.

Forças normativas do ambiente (treinamento profissional, crescimento,

redes profissionais) estimulam uma certa padronização das organizações.

1.1.30 MOVIMENTO DOS ESTUDOS CRÍTICOS EM ADMINISTRAÇÃO Este estudo tem como fundamentação o movimento de natureza crítica cujo principal objetivo é desvendar as relações de dominação e estruturas de controle presentes nas organizações contemporâneas, dando destaque à perspectiva dos atores historicamente excluídos das teorias tradicionais de administração."

Essa perspectiva crítica se consolida no Reino Unido, nos anos 1990, e busca questionar a racionalidade das teorias tradicionais e mostrar as coisas que não são necessariamente aquilo que aparentam no âmbito da administração, ironicamente impulsionada pela expansão de escolas administração americana no contexto europeu. Soma-se a isto a grande migração para a administração de estudiosos de outras áreas de conhecimento, como sociologia, filosofia, história,

psicologia,

que

provocou

uma

onda

crítica

ao

chamado

"managerianismo" e à sua ideologia conservadora. Esse novo posicionamento, de abertura intelectual e paradigmática leva a uma abordagem multidisciplinar da problemática a administração e das organizações.

1.1.31 TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS: CONSIDERAÇÕES FINAIS Segundo informações da teoria aplicada sobre estes assuntos, estas tendências contemporâneas por eles apresentadas são um "processo reverso" aos processos tradicionais de estudos da administração, pois enquanto estes últimos buscam estabelecer limites para as teorias em estudo, essas tendências tentam abrir as fronteiras e aceitar as contribuições de outras ciências no sentido de ampliar os horizontes de sua compreensão. Isso aconteceu com tanta intensidade que hoje já é difícil distinguir essas fronteiras interdisciplinares, uma vez que o conhecimento se baseia num processo interdisciplinar e esse parece ser o caminho para os estudos em administração.

34

2. ESTUDO DE CASO 2.1 PERFIL DA ORGANIZAÇÃO A Acumuladores Moura S.A, mais conhecida pelo nome fantasia Baterias Moura, é uma empresa brasileira oriunda do estado de Pernambuco, que fabrica acumuladores elétricos. Foi fundada em 1957, na cidade de Belo Jardim, pelo químico industrial Edson Mororó Moura e por sua esposa e colega de profissão Conceição Viana Moura. A Distribuidora Brasiliense De Baterias LTDA (sociedade por quotas de responsabilidade limitada) – um de seus 68 distribuidores - é uma empresa privada, de pequeno porte que tem como atividade principal o comercio atacadista de acumuladores elétricos. Possui um total de 41 funcionários, sendo que 34,15% possuem formação superior e 65,85% formação média. 12,20% da equipe ocupa cargos de chefia (supervisão e gerência).

Os produtos que a empresa distribui são as Baterias Moura (automotivas, moto, pesadas, náuticas, nobreak e – para energia fotovoltaica – clean), as Baterias Zetta (automotivas e pesadas) e Lubel, o óleo lubrificante automotivo lançado em 2016. As principais matérias primas para a produção de Lubel são petróleo e derivados. As baterias, por sua vez, são compostas, basicamente, de chumbo, ácido sulfúrico e materiais plásticos.

Os clientes alvo da empresa são montadoras, revendedores de peças automotivas e clientes corporativos com frota maior que 7 veículos. Seus principais concorrentes são as marcas Heliar e Cral no ramo de acumuladores energéticos e a marca Castrol no ramo de lubrificantes automotivos.

2.2

DESCRIÇÃO

E

IDENTIFICAÇÃO

DE

PRÁTICAS

NA

EMPRESA/ORGANIZAÇÃO

2.2.1

A MOURA

A empresa possui, em termos de áreas funcionais, os seguintes setores: Comercial,

Logística,

Assistência

organizando-se da seguinte forma:

Técnica

e

Administrativo/Financeiro,

35

Dentro desta estrutura, os níveis organizacionais da empresa se organizam da seguinte forma:



Nível estratégico: Sócio/Gerente;



Nível tático: Encarregado Técnico, Supervisor de Vendas, Supervisor

Administrativo/Financeiro e Supervisor de Logística; 

Nível Operacional: Técnicos em baterias, Assistente técnicos, Suporte de

vendas, Promotor, Vendedor, Suporte administrativo/financeiro, Analista contábil, Assistente contábil, analista administrativo, assistente administrativo, Analista de crédito e cobrança; Assistente de cobrança, Faturista, Auxiliar de serviços gerais, Assistente de logística, Analista de logística, Estoquista, Auxiliar de estoque, Operador de empilhadeira, Motorista, Auxiliar de entrega, Analista de gestão de pessoas, Assistente de gestão de pessoas e Estagiário de gestão de pessoas.

2.2.2 SEU PROCESSO DENTRO DOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO O processo que será descrito é a Logística Reversa, que consiste em encaminhar para a fábrica, em quilos, tudo que foi comprado e colocado no mercado, referente a baterias novas. Isto significa que, em uma situação hipotética, se o distribuidor comprar 100 toneladas mensais de baterias da fábrica, ele tem como obrigação enviar 100 toneladas de baterias inservíveis para a mesma. Isto corresponde à responsabilidade ambiental que a fábrica tem por disponibilizar para o mercado produtos corrosivos e tóxicos.

36

O processo tem seu início na fabricação das baterias, que por sua vez são enviadas para o distribuidor através da Transportadora Bitury, empresa de transportes de carga da própria Moura. Após chegar ao destino, inicia-se o processo de descarga das baterias que estão organizadas em pallets de madeira para melhor identificação dos modelos.

Nesta etapa inicia-se o papel do estoquista e do operador de empilhadeira. O estoquista tem a função de coordenar o processo de carga e descarga e de checar se todos os itens que chegaram estão de acordo com o pedido e com as notas fiscais. O operador de empilhadeira tem a função de retirar todos os pallets do caminhão e alocar em espaços estratégicos do pátio, de forma a não obstruir o tráfego de pessoas.

O estoquista realiza um processo de “contagem cega”, onde verifica de forma simplória a quantidade de pallets e a quantidade de baterias. Após o caminhão ter sido descarregado inicia-se então dois outros processos. O estoquista tornase responsável por coordenar o carregamento dos pallets de baterias inservíveis - previamente montados e pesados – e aloca-los de forma a completar o peso exato que foi recebido. Enquanto isso, é papel do assistente de logística verificar bateria por bateria, se todos os itens da nota foram recebidos, enquanto o auxiliar de estoque é responsável por desmontar os pallets e armazenar as baterias no estoque de acordo com as necessidades (repor as baterias que estão em falta no estoque).

Após ter sido realizado o carregamento do caminhão e o armazenamento das baterias novas. O operador de empilhadeira é responsável por guardar os pallets de baterias novas que não foram armazenados de uma forma que seja possível retirá-las de acordo com as necessidades previamente projetadas.

Os pedidos para a fábrica e as necessidades mensais são realizados pelo suporte de vendas, pelo estoquista e pelo supervisor de logística, em conjunto.

Que utilizam relatórios retirados do sistema para realizar as projeções.

Tendo como finalizadas as etapas logísticas do recebimento da carga, dá-se início à função do faturista no processo. Seu papel é dar entrada no sistema em todas as baterias recebidas, emitir a nota fiscal de remessa referente às baterias inservíveis que serão enviadas para a fábrica, juntamente com o manifesto de

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transporte de resíduos e a guia de pagamento dos impostos para que o caminhão possa retornar para a fábrica.

De volta à fábrica, as baterias inservíveis são devidamente destruídas, e seus compostos principais (chumbo, ácido sulfúrico, e plástico) são utilizados para a fabricação de novas baterias.

Para que o processo tenha total efetividade, é necessário que o distribuidor tenha controle sobre todas as baterias novas que coloca no mercado. Essa etapa é fundamental e têm seu início na venda de baterias. O distribuidor oferece aos seus clientes, descontos com base no peso das baterias que eles comprarem no caso de uma compra “com troca” (em que o cliente compra uma quantidade de baterias com uma quantidade de quilos, e entrega uma quantidade igual de quilos em baterias inservíveis). É nesta etapa que o distribuidor recebe as baterias inservíveis. Porém em dadas ocasiões o peso disponível em estoque não é o suficiente para complementar a carga para a fábrica, o que leva à compra de “sucata” do mercado que pode chegar a R$ 4,00 o quilo. Isto é prejudicial pois é contabilizado como gasto para o distribuidor.

2.2.3 SUAS DIFICULDADES DENTRO DOS PROCESSOS Em um contexto geral há uma boa comunicação entre setores, o que deveria ser um aspecto de excelência com relação às áreas funcionais. Porém, o que gera desafios é a constante insistência em abraçar interesses individuais para a realização de suas próprias metas, deixando de lado o funcionamento da empresa em si como um mecanismo único.

2.2.4 PROCESSO PRODUTIVO Devido ao pouco espaço, a escassez de colaboradores e a demanda desproporcional, a racionalização do trabalho se torna um fator problemático a ser remediado. Constantemente, os colaboradores têm que abandonar processos de rotina na metade para realizar processos alternativos o que acaba por atrasar o funcionamento dos processos da empresa e sua efetividade.

2.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Em uma breve análise, foram vistos pontos fracos que consequentemente impedem a gestão de executar de modo eficiente tais como: total ênfase no

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setor de vendas, onde as métricas de vendas nem sempre são alcançadas mas, todo o esforço interno fica voltado para um único setor, gerando uma supervalorização do departamento de vendas e criando uma desvalorização aparente dos outros setores, isto traz certa animosidade entre algumas áreas.

Além destes, a falta de comunicação entre setores, acarreta, falha nos mesmos, erros desnecessários em partes lógicas e operacionais. Sucateamento dos veículos da logística. A falta de investimento nas áreas administrativas como computadores, sistemas mais evoluídos, contribuem para um processo mais moroso e grande tendência à falhar. O espaço físico é precário e problemático, o que visivelmente não corresponde com a demanda do distribuidor.

Alguns pontos que foram analisados, como sendo positivos, dá-se início com os gestores, os mesmos são extremamente preocupados com os funcionários de seus setores. A parte financeira que envolve o departamento de recursos humanos e contábil, funciona dentro do padrão estabelecido com a instituição. A marca da empresa, continua sólida, trazendo resultados positivos e dentro do esperado mensalmente por seus gestores e diretores. O estoque consumidor é pleno e com capacidade de atendimento da demanda.

2.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS De acordo com a breve visita e entrevista realizada, foi identificada uma visão macro de funcionamento e distribuição de material vendido pela Distribuidora Moura DF, no qual o ponto negativo a ser melhorado se conecta diretamente ao programa interno e também público, onde a Baterias Moura S/A, assume um programa denominado PAM – Programa Ambiental Moura, neste consiste em a venda de um novo insumo somente após o recebimento de outro de mesmo peso. Este compromisso está associado a Programas ambientais do CONAMA - (Resolução Conama nº 401/08 e Lei nº 12.305/10, Política Nacional de Resíduos Sólidos).

Nossa análise aponta que este programa traz um impacto direto nas vendas e também no compromisso acima citado, o que foi evidenciado nas análises de percentual onde o apontamento de recebimento de “cascos” usados e correlativamente novas vendas não estavam de acordo.

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O departamento de vendas e o departamento de marketing não fazem de forma eficiente a divulgação, incentivo e vinculação deste programa ao ciclo de vendas Moura.

Observamos que o cliente final, por exemplo, não sabe de todas as vantagens oferecidas ao retorno de seu “casco” ao ponto de venda. Outra evidencia é o processo de vendas interno, com pequena margem de erro ao revendedor, tendo como único ponto chave a venda e não a preocupação com o regimento interno e programa de assertividade, foco e desempenho

que é o PAM.

Desta forma, cada vez mais, existe um hiato entre venda e arrecadação dos cascos velhos.

Outro fator relevante a ser pontuado é o processo falho de comunicação entre setores, o que inviabiliza os processos e fluxos internos, tornando-os ineficientes e ineficazes Nossa sugestão está em: - Elaboração de uma campanha motivacional (Homus Economicus) na instituição, atrelando cada vez mais as novas vendas ao recolhimento dos cascos antigos.

- Maior estratégia de marketing para distribuidores e revendedores afim de alcançar o cliente final, assim gerando um percentual positivo para novas compras.

- Criação de um programa de análise de risco no processo de venda, onde ficará impossibilitado de gerar novas vendas, o revendedor que estiver negativo com saldo em cascos.

- Melhoria nos processos de comunicação, com aplicações de fiscalização entre setores e controle interno de fluxos fiscais, operacionais e gerenciais, além de treinamentos sazonais com ênfase nesses processos.

- Melhoria em equipamentos e sistemas de informática, para que os processos internos se tornem mais rápidos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao realizar esta APS referente a Acumuladores Moura, assumimos o desafio de aprofundarmos e colocar em prática o conhecimento adquirido em sala de aula.

Sem dúvida as aulas ministradas foram de suma importância no momento de estudar e pesquisar os processos de administração e a escola clássica de administração.

Baseado nisso concluímos nossa análise através de visita, entrevista com funcionário da empresa e pesquisa de dados na Internet que a Acumuladores Moura (unidade DF) é uma empresa de pequeno porte com tarefas e metas bem definidas e bem distribuídas.

No entanto, constatamos também em visita que assim como, na grande maioria das empresas alguns processos não saem ou não são executados como planejados inicialmente. Tomamos como exemplo a proposta de melhoria o processo de venda de insumo novo após recebimento de outro do mesmo peso.

Podemos ver de perto que o projeto existe e tem compromisso firmado publicamente, mas observamos que dentro da Acumuladores Moura o processo tem pouca divulgação (quase nenhuma) entre seus colaboradores que pouco conhecem o processo e seus benefícios ou o divulgam aos clientes no momento da compra.

Constatamos que o processo pode e deve ser aperfeiçoado com ampla divulgação e sendo executado pelos colaboradores com os clientes.

Concluímos baseados em estudo que a Acumuladores Moura mesmo com processos claros e definidos também tem pontos a serem aperfeiçoados internamente com o intuito de obter ainda mais sucesso no processo final.

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