3 minute read

Três pilares institucionaisQuadro 1

Quadro 1 – Três pilares institucionais

Fonte: SCOTT (2001, p.52)

Advertisement

Ressalta-se, desde já, que apesar da atuação das forças isomórficas que pressionam as organizações para a homogeneização, não significa que elas estejam atadas quanto à sua capacidade de ação. Ou seja, ―por mais que forças isomórficas pressionem no sentido da homogeneização da estrutura e ação organizacional dentro de um mesmo nicho, sempre haverá diversidade em virtude da especificidade dos esquemas interpretativos‖ (MACHADO-DA-SILVA; FONSECA; FERNANDES, 1999, p. 111).

2.1.4 Poder e teoria institucional

No campo da investigação dos fenômenos sociais, a questão do poder é emblemática em diversos estudos. Da sociologia, passando pela psicologia e chegando aos estudos organizacionais, a dimensão do poder se constitui relevante e central (MINTZBERG, 1990). Na Teoria institucional, o poder vem sendo investigado implícita ou explicitamente. Com os primeiros institucionalistas, o poder aparece explicitamente, entretanto, no neoinstitucionalismo é um dos pontos de menor desenvolvimento. Em se tratando de sua relevância na compreensão dos processos de institucionalização em dinâmicas sociais distintas, a investigação das relações de poder nos estudos Institucionalistas é necessária, pois reitera a dinamicidade e instabilidade presentes em diferentes esferas - sociedade, ambiente ou campo organizacional.

Nos estudos organizacionais, há uma considerável variação das concepções de poder. Dentre elas, destaque para uma classificação frequente: poder simétrico ou assimétrico, mas, também é possível investigar o poder a partir da ausência e presença de outro relevante elemento: o conflito (VIEIRA; MISOCZKY, 2003). Para estes autores, nos estudos organizacionais, o poder sem conflito contempla abordagens onde o poder é fenômeno resultante do próprio sistema social, onde as necessidades dos indivíduos estariam igualadas e equivalentes às de seu grupo social. Nesta direção, o poder encontrar-se-ia num plano de compreensão macro, no campo da sociedade, além do reconhecimento da autoridade para a sociedade. Para Weber (1979, p. 43), ―[...] poder significa a probabilidade de impor a própria vontade, dentro de uma relação social, ainda contra toda a resistência e qualquer que seja o fundamento desta probabilidade‖. Nesta concepção weberiana, o ator deve encontrar meios para que o outro seja sensibilizado e induzido a desenvolver o necessário para a consecução do objetivo. Neste processo, estariam implícitos, os sentidos de autoridade e legitimidade. Parsons (1960) acredita que esta visão de poder sobre os outros é reducionista quanto à compreensão dos fenômenos, e defende que o poder também é um elemento capacitador da ação social, construído socialmente, assim como construto disseminado e legitimado por outros atores. Nesta concepção parsoniana, o ator é um produto do sistema social, sendo o poder o elemento que o potencializa e o habilita em sua caracterização como agente das transformações4. Ainda nesta visão, o poder deriva da autoridade - esta enquanto aceitação institucionalizada - legitimidade -, onde os líderes passam a ter direitos, e, dentre eles, o apoio dos outros atores sociais. Giddens (1989), seguido de Vieira e Misoczky (2003) operam com o sentido da centralidade do agente e da agência - esta última, diretamente relacionada à capacidade de realização e alcance de objetivos. Para estes autores, a capacidade de ação diferenciada, distinção social, também se configura, não raro, como exercício de poder, mas um poder que não pode ser empreendido como fator restritivo da liberdade e emancipação. Foucault (1979) amplia as investigações acerca do poder e sua apropriação pelo Estado, originando o poder disciplinar e de padronização das subjetividades com o objetivo do bem comum. Para este autor, há uma onipresença do poder na sociedade,

4 Neste estudo, compreende-se agência como protagonismo e capacidade para realização de algo, explicitando a convergência com Giddens (1989), acerca da imbricação inevitável entre o agente e o poder.

This article is from: