ANEXO II – Reportagem: “Dinheiro do bicho”
O diretor cultural da Liesa deixa bem clara sua opinião a respeito dos “mecenas”, como prefere chamar os bicheiros que dão suporte financeiro ao Carnaval: “O jogo do bicho está aí espalhado por todo o Brasil. Eles são banqueiros como qualquer outro, mas, como não são reconhecidos pela lei, são considerados criminosos”. Araújo explica que os “mecenas” procuram investir seu lucro nas comunidades. “Você pega o Anísio, por exemplo, que é de Nilópolis. Ele investe todo o seu dinheiro em ações comunitárias”. Desde a década de 70, no entanto, a forma de investimento dos bicheiros mudou. “Naquela época não havia ainda o sambódromo, então precisávamos do dinheiro deles. Agora não. Eles administram e podem até complementar com algum dinheiro que falta”. Araújo vê necessidade da presença dos bicheiros pela “alta capacidade administrativa” que possuem. “Eles sabem como conduzir um negócio, sabem como movimentar dinheiro”. Com muito menos participação privada e dos “mecenas”, São Paulo corre por fora para crescer ainda mais e deixar o prejuízo no passado. “A nossa projeção é que tenhamos, em três ou quatro anos, de iniciativa privada, de R$ 6 milhões a R$ 8 milhões. A Liga qualificou os espetáculos e agora a meta é qualificar nosso atendimento. É buscar a sua sustentabilidade, essa cadeia de investimentos, de verba de patrocínio, de associação das marcas ao evento Carnaval. Trabalhamos e hoje temos um espetáculo de qualidade”, diz o presidente da Liga de São Paulo. Mas, para Araújo, os paulistanos podem fazer de tudo. Não chegarão lá. “O Carnaval do Rio tem a experiência, a vivência de muitos anos de batalha, que chegou a essa síntese que aqui está. Falta talvez o tempero. O carioca tem uma forma toda especial de brincar o carnaval que o paulista não tem.” Fonte: http://www.aol.com.br/revista/materias/2006/0034.adp
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