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MUSEUS
logisticaempregada nos dias de festa. (Miguez, 20 I 7) o carnaval nos dias de hoje e marcado ainda por disputas politicas e para Miguez, seguindo esse ponto de vista, a disputa entre 0 estado e 0 municipio e boa para que eles se nao so no sentido da infraestrutura, mas para que eles tambem entendam 0 carnaval como bem cultural que deve ser bem cuidado. Assim, pode-se perceber que 0 carnaval e permanentemente um territorio de conflitos e disputas - disputa pelo espa'i0 publico, disputa no campo dos negocios, disputa polftica, dentre outras. Uma festa extremamente complexa, que vai alem do simples festejar , se relacionando intimamente com os desdobramentos urbanos e sociais. (Miguez, 20 I 7) "Museus sao lugares confusos, tristes, opressivos, cheios de objetos e de que nos dao uma de frieza, por vezes uma 'dor na consciencia' e ainda nos obrigam a flngir erudi'iao! ", essa critica ainda considerada atual foi escrita por Paul Valery ( 1923, p.6, apud BLOISE, 20 II , p. 45) em seu artigo intitulado "0 Problema dos Museus", explicitando assim um distanciamento e ineflciencia no dialogo com 0 publico ao lange dos anos e a desse equipamento cultural . (BLOISE, 20 I I, p. 45) Para podermos entender a impordncia dessa e 0 porque de utiliza-Ia como fomento para 0 Carnaval soteropolitano, passemos a um breve historico sobre os museus e as novas dos muse6logos. "J\ origem etimologica do palavra Mouseion nos remete 00 templo das musas, (lihas de Zeus (poder) e Mnemosine (memoria). Os museus seriam locais privi/egiados de cult ivo as arIes e ao conhecimento. A primeira a receber a de Mouseion (o i a biblioteca de Alexandria, no seculo 11/ a.c. Isto representou a passagem do local das muses para um sistema conceitual onde os colecionadores exploram e interpretam seu mundo (FINDlER. 1994). A origem dos museus atuais est6 associada a e a di(usiio da cultura do colecionismo na Europa.
Co/eljOes (oram acumuladas no desejo de reproduljiio de um microcosmo (WHITAKER, 1996) que o padriio de crialjiio cosmologica do diversidade contido no mente de um Criador; as primeiras co/eljoes refletiam a tendenda endclopedica desse periodo (FINDLER, 1994). Mesmo que 0 ate de co/edonar ja existisse entre seres humanos desde 0 pa/eolitico, e no Renasdmento italiano que 0 resgate do passado classico atraves do busca por objetos antigos con(ere as co/eljoes seu carater museal (BAZIN: D£SVALLE£S. 1992)." (BRAN DAO : LANDIM. 2011. p. 95) Os coledonadores faziam parte da elite e expunham suas privadas para visitantes considerados dignos desse conhecimento. que tambem faziam parte da no breza, dando inicio ao processo excludente das ctasses menos favoreddas a este equipamento cultural. S6 com a Francesa e 0 inicio do processo de que estas a se abrir para 0 grande publico. A do processo de tornou 0 museu uma das fundamentais do Estado moderno (BAZIN, 1967). foi quando a ser estruturado 0 modele de museu que conhecemos hoje, sendo utilizado no intuito de promover a da Na'i3.o com 0 Estado (entre os seculos XVI e XIX). Apesar da instaura'i3.o do modele democratico, esse processo renegou os saberes populares e consequentemente as classes populares. e assim 0 Museu permanecia como um espa'i0 excludente. Na contemporaneidade tem-se tentado promover indusivas objetivando a da grande massa aos museus, mas muitas vezes elas acabam por cair num paradoxo com espetacularizadas exaltando a vida da realeza de forma romantizada, a medida que a cultura popular continua posta de lade e esquecida nesse cenario. (CURY, 20 I I. p. I 7-19)
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Fig. 26: Museu do louvre. urn des p!imeires a obrir para ern 1793
Com a e consequentemente 0 maior acesso a as culturas locais veem reivindicando seu lugar nas museol6gicas e se posicionando contra a hegemonia da cultura imposta segundo valores globais. Com essa demanda os museus tem sido obrigados a reavaliar a museal. assumindo que a diversidade cultural e um ponto importante a ser preservado frente a uniformidade cultural que vem sendo exposta. passando a atuar como um importante instrumento para das identidades locais. (BRADAO; LANDIM. 2011 , p. 101) De forma que nos ultimos 40 anos tem-se constitufdo uma nova ideia sobre a estrutura museologica. Na forma tradicional 0 visitante vai ao museu para adquirir conhecimento sobre 0 que esci. sendo exposto, 0 mais importante de um e seu conteudo, enquanto que , no modele em desenvolvimento 0 museu busca estabelecer uma entre 0 exposto e 0 cotidiano das pessoas, incentivando-as a (re)signifkar a visita por meio da popular, onde as vivencias pessoais farao com que cada percurso pelo museu seja apreendido de forma diferente por cada usuario. "A experiencia de aprendizagem esta relacionada a ativa do publico ao suas expectativas ritualfsticas durante a visita; ele e agente de sua propria experiencia e participa sensorial, emocional e fisicamente, pois utiliza 0 seu corpo como elemento para do museu. 0 museu e una na de uma realidade simbOlica por meio do patrim6nio musealizado." (CURY. 20 II . p. 20) No modele tradicional 0 museu apenas complementa a formal. a medida que no modele em desenvolvimento a pede ser abordada de maneira formal, informal e nao formal, permitindo a e a da criatividade. Esse novo modele amplia a do publico tanto como usuario quanto integrante nas tomadas de decisOes acerca da museal. (CURY, 2011, p. 20, 23) Cury aponta que no modele museal em desenvolvimento deve-se fazer uso de intituladas por ela como hipertextuais. que colocam 0 visitante na de enunciador e enunciatario, ao mesmo tempo em que e expectador. ele tambem tem a possibilidade de participativa dentro do contexte museal. (CURY, 2005. p.366, apud SANTANA. 2011 . p. 33) E segundo Santos os museus sao ambientes que tambem devem apresentar conflitos e trazer a problematica social para seu interior unindo a cultural a educativa. (SANTOS 2007. apud SANTANA, 20 II, p. 34) Assim a de hipertextuais contribui para a analise crftica do conteudo expos to nos museus, posicionando 0 Museu nao apenas como ambiente de vislumbre e nostalgia. como tambem ambiente de de cidadania e das identidades locais, passando 0

museu a atuar ainda como agente enunciatario, pais recebe contrapartidas da sociedade e se readequa. (SANTANA. 2011,p.33) Desta forma para tornar 0 museu um colaborativo e atrativo e fundamental ouvir 0 visitante buscando adequar 0 museu as necessidades da sodedade, entendendo 0 que os leva ao museu, de que forma eles se apropriam desse conteudo e como 0 museu se reladona com a vidacotidiana. (CURY. 2011, p. 22)
Fig. 27: Mesa interafiva no Museu do Amanho. Rio de Janeiro Fig. 28: Momenta no Museu do lmaginrn;:oo. Soo Poulo

a museu como de mem6rias e tambem um de de identidade. pois as mem6rias sao componentes formadores das identidades. que por sua vez sao mutaveis e se constroem ao lange da hist6ria. tornando a de do patrimonio que comp6e essa historia uma das principais. mas nao a unica. (FABBRI, 20 I I , p. 50)
A de 2007 de museu pelo ICOM (Conselho Internadonal de Museus) e uma das mais conhecidas e diz que "0 museu e uma permanente, sem fins lucrativos, a da sodedade e do seu desenvolvimento, aberta ao publico. que adquire, conserva, estuda, exp6e e trans mite 0 patrimonio material e imaterial da humanidade e do seu meio, com fins de estudo, e deleite", alem disso, um dos estatutos do ICOM de 1974 trazia ainda a pesquisa como uma das finalidades do museu dentro da sua (conceitos-chaves das museologia, 20 I J.p. 64) Entendendo os direcionamentos atuais para as museais pode-se perceber que os museus se deparam com dualidades entre preservar 0 patrimonio cultural e torna-Io acessivel a todos os publicos e aliar as expectativas do publico geral com as do publico espedalista. Quanto a isso Bloise defende que "0 Museu nao pode ser 'apenas' que abriga e preserva 0 patrimonio. a arte, os testemunhos da historia, nossas memorias; ele deve ser um cultural dinamico, que possa atrair publico numeroso e atender as expectativas de diferentes publicos. com diferentes graus de exercendo assim uma social, educativa e de lazer cultural." (BLaiSE. 20 I I.

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No cenario atual tambem ha de se ponderar que os museus atuam como elemento importante na economia no sentido mais amplo da palavra e na economia cultural. alem de constituirem alguns dos prindpais atrativos turisticos das cidades ao redor do mundo. E para torna-Ios ainda mais atrativos e abrangentes em ao perfll de seus publicos tem-se recorrido ao uso das novas tecnologias. (FABBRI. 2011,p. 52) Em suma e evidente que a nova forma de pensar 0 Museu 0 coleca alem de um de memoria. ele e responsavel por preserva-Ias, mas tambem permite a discussao sobre contexte social amparado pelas multiplas identidades locais atuando como um agente de desenvolvimento. Para que este possa ser acessivel e capaz de se comunicar com todos os publicos. tem-se utilizado elementos de video, som e fotografia. alem de procurar inserir 0 Museu em uma rede cultural para que seu alcance seja ampliado.