8 minute read

1

Next Article
OCARNAVAL

OCARNAVAL

Pollyanna Carvalho da Silva

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA TRABALHO FINAL DE

Advertisement

MUSEU DO CARNAVAL DE SALVADOR

Trabalho apresentado co mo requisito final para a obtenc,;ao do titulo de Arquiteta e Urbanista pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UF BA).

Orientador: Marcos Queiroz Coorientadora: Mariely Santana

2017.2

1\

RESUMO

A proposta desse trabalho e a de urn Museu do (arnaval de Salvador em uma regiao que se relaciona diretamente com 0 Carnaval, inserida no contexte cultural e turistico da cidade, situado na Rua

Carlos Gomes. A demanda por esse equipamento fa; identificada em uma entrevista dada pelc Prof. Paulo Miguez, na qual ele ressaltava quais eram as necessidades de ter urn espac;:o como esse para perpetuar e discutir 0 Carnaval. Em seguida foi feito urn estudo sabre 0 que e uma festa, quais sao as motivac;:6es das pessoas ao festejarem, 0 que e 0 (arnaval e 0 que ele representa pra ddade nos dias de hoje. Tambem foram analisados textos sabre as espac;:os museol6gicos, 0 que eles significam para as pessoas e quais sao as potencialidades das novas formas com que a museologia tem tratado esse equipamento. Esse embasamento teo rico possibilitou o entendimento sobre como fazer um museu na contemporaneidade, gerando material para a desenvolvimento do conceito balizador, Contraste, que perpassa a criac.;:ao do partido arquitetonico ate a anteprojeto. Atraves desse trabalho foi possivel perceber a importimcia cultural e economica do Carnaval, mostrando-se realmente necessaria a criac.;:ao do Museu do Carnaval de Salvador.

1\

AGRADECIMENTOS

Ao entrar na Faculdade de Arquitetura da UFBA eu mal poderia imaginar todos as desafios e conquistas que estavam porvir. Foram anos de noites mal dormidas, finais de semana e feriados dedicados a projetos, fisko e mental, mas tambem de estrema aprendizagem academica e cresdmento pessoal. Anos em que pude contar com pessoas espedais ao meu redor e hoje 56 tenho a agradecer por participarem camigo do fecha-

mente de mais urn cicio. Devo agradecer primeiro a Deus, que apes cada dificuldade enfrentada, quando eu achava que nao teria mais a soIUl;;:ao, me apresentava pianos para melhores do que as eu havia imaginado. Em seguida quero agradecer aos meus pais pelo zelo, cuidado e paciencia durante toda a minha vida; a minha prima, Mylla, por todo 0 apoio durante a faculdade e pela ajuda imensa nos ultimos meses dedicados ao TFG; a minha tia, Di, por todo carinho e atem;ao, entendendo a minha ausencia durante esses anos de faculdade; a Sil, por ter se tornado uma amiga tao especial, a (ho e lu pela parceria nessa caminhada, as noites de pizza e as risadas; a lu (luciana) e Pitty por todo 0 apoio; a Mario pela ajuda na escolha do tema pra 0 TFG e disponibilidade para me acompanhar a visitas em campo. Por fim, quero agradecer a Marcos e Mariely, meus orientador e coorientadora, por terem aceitado embarcar nessa jornada final comigo, enriquecendo 0 meu trabalho a cada

1\

SUMARID

MOTIVAc;:AO ...... .... ........... . .... .... 1 1 JUSTIFICATIVA .......... .............. 12 OBJETIVOS .... 12

02. CDNTEXTD 14 14

AFESTA .............. . ...... ......... ... ................ 15 OCARNAVAL .. ... 16 OCARNAVALEMSALVADOR . ......... 18 EVOLUc;:AO TEMPORAL DO CARNAVALEM SALVADOR 22

PANORAMAATUALDOCARNAVAL

EM SALVADOR .... ............. 27 MUSEUS .......... . ... . 31 CONSIDERA<;:OES GERAIS 36

03 . 0 LUGAR 38 38

A ESCOLHA DO LUGAR

ACESSIBILIDADE ...... .. .

ANALISE URBANA PERFIL DAS RUAS ... BREVE HISTORICO OTERRENO 39

41 43

45 47 49

ANALISE DA LEGISLAc;:AO

, URBANISTICA .. ............... ........... .... 52

, ANALISEAMBIENTAL .. ............... 54

04.0 PRO.JET056 56

PROJETOS DE REFERENCIA PROGRAMA. .. .57

59 CONCEP<;:AO . . . ... 63 DESENVOLVIMENTO DO PARTIDOARQUITETONICO 64 SETORJZAc;:AO .. 67 ESTRUTURA .68 MATERIAlS ........ ... ............ JO PLANTAS BAIXAS 73 CORTES ... 89 FACHADAS .......... 92 PERSPECTIVAS 95

05. REFERtNDIAS 1 02 102

LlVROS

........... 103 WEBSITES .. .......... . . ... 104 LlSTA DE MAPAS ........... .............. 105 LlSTA DE FIGURAS. ......... ... ......... 107

MDTIVACAD

Em 20 16 ao ouvir uma entrevista na radio com vice reitor da UFBA, Paulo Miguez, na qual ele falava sabre 0 Carnaval de Salvador e salientava a necessidade de cria'iao de urn lugar que fomentasse essa festa durante todo 0 ana, visualizei esse espa'i0 como urn projeto em potencial para ser desenvolvido no TFG (Trabalho Final de Gradualiao). Durante as pesquisas sabre 0 tema relembrei 0 quanta eu brinquei 0 Carnaval na infancia e fui percebendo em cada nova busca par informac.;6es a imporclncia da festa na historia e no contexte atual da cidade.

JUSTIFICATIVA DBJETIVDS

o Carnaval em Salvador e uma das maiores festas de rua do mundo, movimentando par ano, apenas nos dias de festa, cerca de 1,7 bilh6es de reais, atraindo cerca de 770 mil turistas. A festa tern raizes desde 0 seculo XVII. De l:i para ci acompanhou as mudam;as da sodedade e da cidade, sendo palco de conflitos e debates. Uma festa com tamanha importinda economica, turistica e, principalmente, cultural necessita de urn lugar em que possa adquirir, preservar e propagar materiais sabre a sua hist6ria, que se confunde com a do pavo soteropolitano. Como j:i foi dito. estudiosos do carnaval. como Paulo Miguez. sao defensores da criac;ao desse lugar. Ele ainda apontou , em entrevista a uma radio, 0 recente distandamento da populaliao local em rela'iao ao Carnaval. seja par motivos, economicos, sociais ou de e coloca a cria'iiio de um lugar, a exemplo de um Museu , como instrumento que sera capaz de reaflrmar as identidades locais por meio da partidpa'iao popular, propordonando mais informa'iiio para visitantes locais e turistas, alem de possibilitar debates sobre as novas resolu'iOes tomadas a respeito do Carnaval. • Propor um edifido que se reladone com 0 entorno, mas que apresente uma .. arquttetonica contemporanea, capaz de despertar 0 interesse do transeunte.

• Criar espa'i0s que funcionem de forma independente das exposi'iOes, como 0 cafe, 0 pocket show, o acervo de leitura e as oflcinas.

• Possibilitar espa'i0s tivres e amplos para as exposi'iOes de curta permane ncia com estrutura que possibilite facititar a do espac.;o a diferentes tematicas dentro do contexte do Carnaval.

• Promover a entrada principal do edificio como uma extensao da rua criando uma area de convtvio em uma regiiio bastante adensada.

• Propiciar espac.;o para pequenos shows e apresentac.;Oes ligados ao Carnaval , bem como debates sobre as decisoes acerca da festa.

• Permitir ao publico possibilidade de escolha em relac.;iio ao percurso feitos nas exposic.;oes.

A FESTA

Desde de 0 inicio da pratica de atividades agrfcolas pelo homem e passivel perceber a existE!ncia da rela'iao dessa atividade com festas destinadas a agradecer a natureza au a(s) divindades pelo exito da colheita passada e pedir pelo sucesso da proxima. Esse rito ja apresenta uma ligac;3.o com a religiiio. levando estudiosos a ere rem que festa e religiiio surgiram simultaneamente na hist6ria da humanidade. As principais festas conheddas, inclusive mundialmente. estiio ligadas a momentos de agradecimento e suplica e mesmo as festas consideradas laieas apresentam elementos de celebrai;fOes religiosas. (SANTANA. 2009, p. 50) Lapenta ( 1977, p.7. apud Santana, 2009, p. 50) aflrma que a festa e a religiao " [ ... J permitem ao homem escapar dos limites rotineiros da existencia. Exigem paradas periodicas, onde e possivel reaflrmar que nao somos, simplesmente, maquinas de trabalhar e produzir, mas que, tambe m necessitamos de momentos para agradecer, suplicar, divertir e se emodonar." Assim pode-se perceber que a festa e posta como uma necessidade humana, existente em todas as culturas, mesmo que realizada de formasdiferentes. (SANTANA, 2009, p. 5 I) A festa e colocada como local de identidade nadonal atraves das priticas culturais unicas inerentes a um pais ou mais espedficamente a uma regiao, estado ou ddade. Onde esci presente uma diversidade de e saberes tornando-a um objeto maior do que 0 puro entretenimento, e um ambiente propicio para 0 estudo da dinamicasocial. (SANTANA, 2009, p. 5 I) A festa e deflnida como um momenta de comemora'iao e comemorar e exaltar a historia atrave s da memoria, e assim manter essa memoria viva. Muitas festas sao dclicas, ocorrendo periodicamente, e ainda que a festa tenha 0 mesmo objetivo prindpal a cada periodo e la se torna unica, pois ela e elemento do presente a qual esci inserida, sendo formada por diferentes anseios, pessoas, contextos historicos e sociais, ela se ressigniflca a cada dclo passado. (SANTANA, 2009, p. S I) Tres aspectos sao apontados como prindpais na conflgura'iao das festas: 0 cariter coletivo, 0 estado de "efelVescE!ncia" coletiva e a transgressao. 0 cariter coletivo, "pois a festa possibilita a de grupais e estabelece as regras que tornam possivel a vida em sociedade", assim a cada periodica de uma festa, os vinculos sociais sao reestabeleddos e fortificados. 0 estado de "efelVe5CE!nda" coletiva, que ocorre a apbs a cerimonia formal, e quando 0 climax da festa acontece normalmente marcado pelo consumo de comida e bebida. o escigio final da festa e caracterizado pela transgressao, onde se foge dos para.metros considerados "normais" de comportamento, estabelecendo uma nova dinamica

This article is from: