Lugares e não-lugares nas quadras das escolas de samba do Rio de Janeiro
Júlio César Valente Ferreira – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – Rio de Janeiro – RJ – Brasil – jcvferreira@hotmail.com
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo discutir as quadras das escolas de samba da do carnaval da cidade do Rio de Janeiro como lugares e não-lugares simultâneos, considerando-os como tipos ideais, a partir dos conceitos propostos por Marc Augé.
Palavras-chave: Lugares, não-lugares, carnaval, escolas de samba, quadras.
1. Introdução O lugar é o espaço transformado pelo homem, o qual adquire um sentido e um significado, na medida em que os indivíduos que o ocupam imprimem algo de si e o torna cenário de relações sociais e de sentimentos partilhados. Haesbaert (2004) pontua que o lugar pode ser entendido como uma construção simbólica, não restrita a um espaço físico delimitado cartograficamente, sendo incrementador e alimentado ao mesmo tempo por redes de relações sociais. Conforme descreve Appadurai (2004), esta “comunidade de sentimentos” potencializa-se com a massificação das possibilidades de deslocamento entre pontos distintos e dos meios eletrônicos de comunicação. Augé (1994) define o lugar antropológico a partir de três eixos principais. O lugar é identitário, pois simboliza uma identidade individual na relação de cada um consigo próprio. Também é relacional, porque nele coexistem elementos distintos e singulares, onde há identidades partilhadas. Por fim, é histórico, pois possibilita a recorrência às referências passadas da comunidade que o habita.