MEUS POETAS
A me proteger da tua
E o que seria de mim
De Shakespeare, os sonetos,
Vivo, assim, eu, pois, melhor que ti!
Indelicada frieza,
Sem Fernando Pessoa
Poderosos amuletos,
O poeta por mais que sofra, sorri!
E inexplicável escassez
Que, às vezes disfarçado,
Para a guerra
Tu, com teu silêncio
De caráter,
É incansável, é valente,
Pela vida.
Inescrupuloso,
Apenas o exército de poetas
Ao meu lado.
Injusta vida
Orgulhoso,
De versos,
Se desprezado,
Longe de ti.
Teimoso,
Diversos,
Quase sucumbo ao ataque,
Contundentes,
Mas rogo,
Estrondosos,
Pela força de Bilac,
Que invoco, em apuros.
Que não foge À mais violenta
Quando a solidão, 24
Das batalhas.
Cruel carrasco, Me enforca,
Quando a tristeza é
Salvam-me as palavras
Mais forte
De Garcia Lorca,
E, já beirando a morte,
Que traz consigo sempre
Rendo-me e
A inestimável ajuda
Sinto saudade,
De seu amigo de língua,
Curam-me os poemas
Pablo Neruda.
De Carlos Drummond de Andrade.
Cecília Meireles, meu escudo,
Sá-Carneiro, amigo,
Contra teu ódio, indiferença,
Tantas vezes abrigo
Quase tudo,
Do perene perigo
Não abandona a luta.
Da sala vazia.
É guerreira,
Do calor que nos unia,
Como os heróis de trincheira,
Perigosos resquícios...
Mário de Andrade
Prontamente eliminados,
E Bandeira.
Por Vinícius.
Desastroso, Estilhaços de dúvidas e a incerteza, Se invadem a fortaleza Em que me escondo, Num ato hediondo, Levam-me ao chão. Febril, não mantenho o controle Da mente Novamente Insana Mas guia-me ao meu leito, Mário Quintana. Hosana! O breve murmúrio De um homem De luto, Cansado da luta. Quem escuta? Quem ampara esse Pobre poeta que já nem sabe o que quer? Manoel de Barros, Gonçalves Dias E Charles Baudelaire!
Viras cárcere, Condenada por Camões, Que te leva aos porões. Menotti Del Picchia te tranca, Bocage insulta, E Florbela espanca!
25