Habitações Sociais Pelo Mundo

PREFIXO

MODERNO

CONTEMPORÂNEO

H A B I TA Ç Õ E S S O C I A I S P E L O M U N D O

EDIÇÃO JUNHO 2022

REVISTA

POEMA

Quem somos

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EDITORIAL

Sumário

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QUEM SOMOS

ARTUR MANFREDI

MARCELA TORRES

JOÃO LUCAS

PEDRO PAULO

PEDRO SCARME

VITOR DUARTE

MAPA CONCEITUAL

OBRAS

REFERÊNCIAS

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EDITORIAL

A arquitetura é algo que vai mudando e evoluindo ao passar do tempo é algo que essencial na sociedade. E um ponto que é de estrema impor tância dentro da arquitetura são as Habitações de Interesse Social (HIS) que são as habitações destinadas a famílias de baixa renda que após a revolução industrial a um aumento na urbanização e na da demanda por habitação de baixo custo.

Essas habitações se tornaram par te integrante da arquitetura e uma forma de tentar prover uma moradia digna que todas as pessoas merecem. Por conta disso, nesta edição da revista, nos mostraremos diversos projetos de HIS de diversos lugares do mundo que possuem diferenças mas todo tem o mesmo objetivo que é prover uma moradia digna para pessoas de baixa renda.

As Habitações de I nteresse Social, em termos gerais, são aquelas voltadas à população de baixa renda que não possui acesso à moradia formal e nem condições para contratar os ser viços de profissionais ligados à construção civil.

Segundo o ONU-HABITAT, habitação acessível é aquela adequada em qualidade e localização, que não custa tanto a ponto de impedir seus moradores de arcar com outros custos básicos de vida ou ameaçar os seus direitos humanos básicos.

Temos como objetivo nessa edição então mostrar como as Habitações de interesse social são impor tantes no panorama mundial da arquitetura e também a impor tância do arquiteto para projetar um projeto de qualidade para as pessoas, ainda mais nos dias de hoje que ainda existem muitas pessoas que moram em situação precária ou ate mesmo na rua e que elas podem ser projetadas de diversas maneiras diferentes para poderem e em lugares distintos mas sempre proporcionando uma moradia de qualidade para as pessoas.

3 Fábula de um Arquiteto - João Cabral de Melo Neto A arquitetura como construir por tas, de abrir; ou como construir o aber to; construir, não como ilhar e prender, nem construir como fechar secretos; construir por tas aber tas, em por tas; casas exclusivamente por tas e teto.

O arquiteto: o que abre para o homem (tudo se sanearia desde casas aber tas) por tas por- onde, jamais por tas- contra; por onde, livres: ar luz razão cer ta.

Até que, tantos livres o amedrontando, renegou dar a viver no claro e aber to.

Onde vãos de abrir, ele foi amurando opacos de fechar; onde vidro, concreto; até refechar o homem: na capela útero, com confor tos de matriz, outra vez feto.

Publicado no livro A educação pela pedra (1966).

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5 O Conjunto Siemensstadt Arquiteto: Hans Scharoun A execução das obras aconteceriam em duas fases: uma primeira, de 1929 a 1930; e uma segunda, imediatamente posterior, de 1930 a 1931.

Local: Berlim, Alemanha O Conjunto Siemensstadt (1929-31), localizado entre os bairros de Charlottenburg e Spandau, foi construído como vila operária de uma fábrica da Siemens. O projeto de Hans Scharoun contou com a participação de arquitetos de renome, como Otto Bartning, Fred Forbat, Walter Gropius, Hugo Häring e Paul Rudolf Henning.

O assentamento original cresceu nos distritos de Charlottenburg e na par te leste de Spandau, em Berlim , Alemanha, nas proximidades da empresa Siemens.

Originalmente, o edifício foi distribuído ao longo de duas estradas principais e três eixos or togonais: Geissierpfad, Jungfernheideweg Goebefstrasse e o primeiro reforçado pelo viaduto ferroviário.

Devido à proximidade das plantas de produção e à existência de ferrovias, a empresa obteve autorização para construir uma urbanização de grande por te, para trabalhadores da Siemens, em um terreno baldio.

Vista do Conjunto Siemensstadt localizado na alemanha, reprodção do Oficial Website de Berlim

“A planificação urbana realizada por Scharoun é uma mostra de criatividade e heterogeneidade. O arquiteto de Bremen buscou romper a monotonia da ordenação em linhas definida pelo Movimento Moderno”

Foi construído sob o plano geral do arquiteto Hans Scharoun. Seis arquitetos proeminentes da era Weimar par ticiparam: Hans Scharoun, Fred Forbát, O tto Bar tning, Walter Gropius, Paul Rudolph Henning e Hugo Häring.

Os espaços aber tos foram projetados pelo arquiteto paisagista modernista alemão Leberecht M igge.

A forma do assentamento marcou um ponto de virada no pensamento urbano, o ponto em que o urbanista de Berlim, Mar tin Wagner, abandonou um projeto de arranha- céus no estilo cidade -jardim com jardins individuais, em favor de blocos de apar tamentos de vários andares muito mais densos.

Ao contrário de outros projetos de habitação pública significativos da época, que foram produzidos sob o patrocínio da cooperativa governamental Gehag, o Siemensstadt foi construído por uma cooperativa de habitação privada como habitação de trabalhadores para a fábrica elétrica próxima da Siemens, que empregava 60.000 trabalhadores.

Vista parcial de habitações realizadas por Paul R.Henning em Heckerdamm. Im-

Vista parcial de habitações realizadas por Paul R.Hen-

agem de Óscar Miguel Ares

ning em Heckerdamm. Imagem de Óscar Miguel Ares

Na área central de Siemensstadt, Scharoun projetou um grande parque. Os blocos situados nessa par te se relacionam perpendicularmente com este espaço.

Siemensstadt seria um dos primeiros projetos que avançam na necessidade de realizar mudanças na vida comunitária reivindicando a necessidade de projetar uma área central como espaço destinado à vida comum.

A preocupação com o visual se reflete na ar ticulação dos edifícios.

A forma de funil que precede a entrada pela Rua Jungfernheide deve ser entendida a par tir de abordagens visuais e não conforme critérios de distribuição funcional. A inflexão do bloco de habitações situado à direita do acesso ser ve para ocultar a via de trem que passa por trás dele.

Planta principal de Siedlung Siemensstadten, Imagem por Arch Scharoun Vista da casa Schiminke. Lobau. Alemanha 1930-33, Imagem por Arch Scharoun

Desenhou o plano urbanístico do projeto, agrupou as edificações seguindo o princípio das “unidades de vizinhança”. Uma das suas principais preocupações era a preser vação de um grande parque central.

I nfelizmente, esta área foi posteriormente perdida devido à construção de um estacionamento.

Os blocos estão dispostos em paralelo e os depar tamentos, de 59 metros quadrados, têm uma dupla leste - oeste, com quar to, cozinha, banheiro e sala de jantar que se estende até o terraço.

Uma trilha conec ta cada escada central com o eixo principal e através dos jardins públicos.

Enfatizou o acesso à sua entrada com dois edifícios adjacentes que criam ângulos agudos entre si. Eles apontam para a passagem subterrânea da ferrovia e criam uma ligação com a área industrial vizinha. O espaço em forma de funil criado entre os dois edifícios incluía uma das duas sedes da assembleia, a segunda está localizada a leste da estrada e a Goebelplatz Geissierpfad, chamada Praça do Mercado. Destacou também o caráter rural do local desde o início, preser vando a população de ár vores antigas.

O arquiteto, um dos nomes mais impor tantes da Alemanha, foi um fiel representante da arquitetura orgânica, carac teri vzada pela realização de projetos idealizados para atender às necessidades das pessoas, com a valorização do ambiente interno e a simplicidade das formas ex ternas.

Vista parcial das edificações, também chamado o “longo lamento”, em Goebel Strasse. Imagem de Óscar Miguel Ares;

Foto do Arquiteto Hans Scharoun

Começou a estudar arquitetura em 1912, na Universidade Técnica de Berlim, mas interrompeu os estudos em 1914 para apresentar-se como voluntário no ser viço militar na 1ª Guerra Mundial.

Scharoun também foi professor na Academia de Ar te de Breslau de 1925 a 1932, ano de fechamento do local. Logo em seguida, abriu novo escritório de arquitetura.

Foto do Arquiteto Hans Scharoun

Após duas décadas de crimes e problemas de manutenção, Pruitt-Igoe foi demolido entre 1972 e 1977.

Image Via pruitt-igoe.com Pruitt-Igoe foi demolido entre 1972 e 1977. Image Via pruitt-igoe.com

Projeto Habitacional Pruitt-Igo Arquitetos: Minoru Yamasaki Associates; Local: St. Louis, Missouri – EUA Ano: 1950 (início); 1956 (conclusão); 1972 (demolição) O Pruitt - Igoe foi um dos projetos de construções habitacionais que significou a evolução das populações urbanas nos anos após a Segunda Guerra Mundial.

O Conjunto Habitacional Pruitt-Igoe foi construído em 1950 durante o período do modernismo e concluído em 1956.

O edifício possuía 5.800 unidades e tinha como objetivo inicial uma resposta direta à evolução das populações urbanas tomando lugar nos anos após a Segunda Guerra Mundial.

Seu aspecto funcional e racional da organização do espaço sugeria que aquele projeto seria duradouro. Os espaços livres entre os edifícios eram destinados a lazer e espaço de convivência entre os moradores. Era a expectativa de boa moradia para os pobres de Saint Louis. Para o prefeito, Joseph Darst, seria a vitória da municipalidade contra as favelas.

Porém, não foi isso que aconteceu. Depois de dezessete anos, em 1972, o imenso complexo habitacional foi dinamitado cercado de polêmicas que envolveram a segregação racial.

O local estava entregue a completa pobreza, criminalidade e segregação racial. Os bairros do entorno não possuíam nenhum planejamento urbano, alguns não tinham nem a presença de saneamento básico, o que levou as famílias de classe média abandonarem suas casas, que foram ocupadas por famílias de baixa renda.

A falência desse projeto habitacional abriu um debate, que ainda se mantém atual, sobre os cuidados que o Estado deve ter em suas políticas públicas urbanas, especialmente aquelas que tratam de equacionar o problema da moradia.

A história de Pruitt-Igoe tem sido retratada no cinema. Na película mais notória, “Koyaanisqatsi”, há uma sequência de cenas retratando o conjunto habitacional e sua demolição.

Uma foto aérea do US Geological Survey compara os blocos estreitos e monolíticos de Pruitt-Igoe com os edifícios pré-modernistas vizinhos de St. Louis. (Domínio Público)

O edifício possuía 5.800 unidades e tinha como objetivo inicial complexos divididos conforme a cor da pele de cada morador.

Moradores negros ficariam nas habitações Wendell Olliver Pruitt e os moradores brancos ficariam nas habitações James Igoe. Porém, após 1954, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, declarou ilegal essa segregação racial, tornando os dois complexos em um só.

As torres reluzentes de Pruitt-Igoe deveriam ter sido um\ “Manhattan no Mississippi.” DP.

Plantas do projeto.. Image Via pruitt-igoe.com

Após duas décadas de crimes e problemas de manutenção, Pruitt-Igoe foi demolido entre 1972 e 1977. Image Via pruitt-igoe.com Pruitt-Igoe foi demolido entre 1972 e

Mesmo sendo tratado como um empreendimento que faliu, a importância arquitetônica do conjunto não pode deixar de ser exaltada.

O mesmo contava com a implantação de 33 torres modulares, todas de 11 andares, para abrigar cerca de 10.000 residentes em 2.870 e apartamentos. A implantação dos blocos acontecia de maneira paralela entre eles, criando grandes áreas abertas entre estes, permitindo a criação de ruas internas do conjunto, que quebravam o fluxo com o restante da cidade.

O modelo dos apartamentos foi inspirado na Unité de Marseille (1952), de Le Corbusier e no seu conceito de Ville Radieuse.

A geometria seguia o modelo skip-stop, onde o elevador não para em todos os andares, criando uma circulação coletiva intercalada entre os pavimentos do conjunto, que quebravam o fluxo com o restante da cidade.

O arquiteto Minoru Yamasaki e todos os envolvidos no projeto procuraram através da arquitetura influenciar os moradores da cidade, de maneira que pudessem superar os problemas sociais existentes na época.

Após sua conclusão, grande parte da população que ocupava o entorno foi realocada no complexo.

A partir do final dos anos 60 o conjunto habitacional começou a perder seus moradores por causa de problemas estruturais e falta de manutenção dos órgãos públicos responsáveis.

Logo o complexo estava entregue a marginalização, se tornando um local perigoso e cheio de lixo com dejetos humanos.

A população de baixa renda foi obrigada a continuar ali por não ter condições de sair, ate que em 1972 foi iniciado o processo de demolição das estruturas.

A história de Pruitt-Igoe tem sido retratada no cinema. Na película mais notória, “Koyaanisqatsi”, há uma sequência de cenas retratando o conjunto habitacional e sua demolição (ver cena abaixo). O outro filme, mais completo, foi lançado no início desse ano. É o documentário “The Pruitt-Igoe Myth”

A demolição televisionada de Pruitt-Igoe provocou ampla discussão sobre o que precisamente causou o fracasso do projeto tão dramaticamente, por Wikimedia (Domínio Público)

Filho de dois imigrantes japoneses John Tsunejiro Yamasaki e Hana Yamasaki.

Minoru Yamasaki nasceu em Seattle no ano de 1912.

Yamasaki estudou arquitetura na Universidade de Washington no ano de 1934 e após isso, concluiu um programa de mestrado na Universidade de Nova York.

Antes de trabalhar em seu próprio escritório, Minoru trabalhou no escritório de arquitetura Shreve, Lamb & Harmon, que projetou o Empire State Building.

E em 1949, Minoru abriu seu próprio escritório em Detroit.

Dentre as suas principais obras estão os: World Trade Center em Manhattan; Pacific Science Center em Seattle; Century Plaza Hotel em Los Angeles e a Torre Picasso em Madrid.

Em 1950, o Conjunto Habitacional Pruitt-Igoe em St.Louis, Missouri, se tornou um de seus projetos mais contestáveis.

Em 1960, Yamasaki foi eleito Fellow do American Institute of Architects, e no mesmo ano venceu o prêmio de honra do AIA. Minoru Yamasaki veio a falecer em 1986 em Detroit por conta de um câncer no estomago

Foto do Arquiteto Minoru Yamasaki

Edifício 49 Moradias

Arquitetos: Pau Vidal, Vivas Arquitetos Ano: 2020 Arquitetos principais: Miquel Roa, Pau Vidal, Cristian Vivas, César Vivas.

Clientes: Instituto Municipal de Habitação e Reabilitação de Barcelona, ​​IMHAB Engenharia: Caba Sustentabilidade País: Espanha Cidade: Barcelona Material: concreto, metal

Imagens do Projeto. Fonte: Archdaily

O projeto se localiza em uma área com importante função histórica em modelos arcaicos. A construção carrega a extravagância e harmonia, características e valores deixados pela cidade catalã.

A construção do projeto 49 moradias, dependia da aprovação do plano da construção do bairro, exemplo, proposto por Cerdà e considerado o estopim para mudanças no visual da cidade.

A ideia da criação de um pátio central é geradora de um volume. Classificado como pulmão verde e espaço de comunicação entre os transmutes e especialistas em paisagismo.

Questões como, diálogo harmônico entre edifícios, sem que haja atrito entre os dois, são levados em consideração nesse conceito.

Em experiências pessoais nas sensações. Um exemplo de como funciona com muita maestria uma arquitetura que contenha cores frias e um projeto bem elaborado de paisagismo é esse projeto.

Imagens da entrada do Projeto. Fonte: Archdaily

Outro diferencial do projeto são as setorizações em prol da necessidade e visando a exclusividade dos acessos e vistas privilegiadas.

Imagens do Projeto. Fonte: Archdaily

Imagem de uma unidade do Projeto. Fonte: Archdaily

Nesse projeto há uma grande sinergia com a simetria e deixa bem visível os cheios e vazios com uma ideia de balanço nas varandas. É uma maneira lúdica e racional na hora de se projetar, ainda mais levando em consideração a localização com o entorno proporcionando uma vista única. Mostra que as prototipagens encarregadas de desenvolver o projeto, carrega um valor e pressão imensurável.

Imagens do Projeto. Fonte: Archdaily

O térreo e a cobertura do edifício 49 moradias, foram pensados de maneira que houvesse a integração e convivência em áreas abertas, que não seja apenas no apartamento. Assim funciona um método de diálogo entre as pessoas, em áreas comuns existentes nos extremos do edifício. Assim como assumem os arquitetos, essa é uma maneira de neutralizar a dimensão reduzida.

Existe um núcleo de comunicação aberto de pé-direito duplo e hall independente que ligam os acessos

Imagens do Projeto. Fonte: Archdaily

Plantas do projeto. Fonte: Archdaily

Imagens do Projeto. Fonte: Archdaily

Implementação. Com base nestas condições e nos requisitos programáticos solicitados, propõe-se um edifício constituído por dois corpos separados por um pátio central, que funciona como pulmão verde e como espaço de comunicação. Dos dois volumes, o de fachada na Carrer Alí Bei ocupa toda a largura do terreno e consolida a fachada da ilha voltada para esta rua. O segundo edifício é concebido como um edifício isolado, com seus testadores tratados como fachadas graças ao deslocamento assimétrico destas em relação aos limites do terreno.

Os apartamentos de apenas um quarto para idosos são apropriados com ventilação cruzada, acessados por passarela aberta e portão de entrada, espaço intermediário que garante um ambiente considerável, de privacidade entre áreas comuns e apartamentos.

Conjunto Residencial Vila Guiomar

Foto aérea do conjunto de Vila Guiomar em Santo André anos 1950. O levantamento foi feito pela pesquisa Pioneiros da Habitação Social no Brasil coordenada por Nabil Bonduki Fonte: Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarça

Arquiteto Carlos Frederico Ferreira Instituição Responsável pelo empreendimento: Instituto de aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI) Arquiteto: Carlos Frederico Ferreira Número das habitações: 1724 Data: 1940-1951 Local: Santo André - São Paulo

Acervo do grupo de pesquisa Pioneiros da Habitação Social, Pensamento Crítico e Cidade Contemporânea

Vista aérea / Data: 1940-1951

Carlos Frederico Ferreira nasceu no Rio de Janeiro em 1906, onde também se formou em Arquitetura em 1934, na Escola Nacional de Belas Artes / ENBA. Fez Parte da primeira geração de arquitetos brasileiros modernos da EBNA, no início dos anos 30.

Teve um papel muito importante dentro da história da arquitetura brasileira, principalmente na área de habitação popular. Além de ser autor de do Conjunto Realengo, considerado o primeiro conjunto habitacional de grandes proporções no Brasil.

A partir de 1939 foi contratado pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários – IAPI para ser chefe do setor de arquitetura e design da Divisão de Engenharia e principal responsável pela política de projetos da instituição que foi a mais importante incorporadora habitacional do Brasil antes da criação do BNH. Em 1950, no 7º Congresso Pan-Americano de Arquitetos, foi premiado com sua “Casa de Fim de Semana”, localizada em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Quando o IAPI foi extinto, em 1964, foi transferido para o Instituto Nacional da Previdência Social – INPS, onde se aposentou em 1970.

Teve sua obra publicada em várias revistas internacionais, havendo sido premiado em bienais de arquitetura e sendo reconhecido pelo seu importante trabalho voltado para projetos de habitação de interesse social.

Implantação do conjunto com todas as fases de implantação (revista industriários, 1950). BRUNA, 2010.

O conjunto residencial Vila Guiomar localiza-se próximo ao centro da cidade de Santo André, no ABC Paulista. Encontra-se atualmente completamente inserido na malhar urbana. É bem servido pela infraestrutura urbana, contando, em sua vizinhança com Escola Estadual, Posto de Saúde, INSS, Ambulatório de Saúde Mental, além da Igreja Santo Antônio, construída em mutirão pelos moradores. Num raio de 01 km, encontram-se ainda o Paço Municipal, posto da Polícia Militar, Faculdade de Medicina, além de terminal de ônibus outras praças e escolas.

O conjunto, representa um importante papel na história da habitação popular, por ter constituído uma das primeiras tentativas estatais de construção de moradias em massa, utilizando conceitos da arquitetura moderna num momento de expansão metropolitana e de nova dinâmica no processo de industrialização da metrópole paulistana.

Vista Parcial do Conjunto Residencial Vila Guiomar, 1940. Fonte: PESSOLATO, 2007.

Começou a ser construído em 1942, com uma série de residências unifamiliares. Em torno de 46, iniciou-se a construção dos primeiros blocos de apartamentos, inaugurado em 1948. Na década de 50, completou-se a segunda série de casas e logo após a segunda série de blocos de apartamentos.

Acervo do grupo de pesquisa Pioneiros da Habitação Social, Pensamento Crítico e Cidade Contemporânea

A distribuição de espaços públicos e privados nesse conjunto sofreu alterações com o uso, ao longo do tempo.

Na parte ocupada pelos blocos multifamiliares, o espaço semi-privado, representado pelos térreos livres sobre pilotis, foi apropriado, loteado e fechado pelos moradores, tornando-se espaço privado.

Atualmente, o conjunto está cercado por muros externamente, o que transforma o espaço semipúblico de suas ruas em espaço privado, transformando em uma espécie de condomínio fechado.

Imagem do projeto. Fonte: https://chc.fau.usp.br/vilaguiomar.html. Implantação conjunto respeitando

a declividade.

Imagem do projeto. Fonte: https://chc.fau.usp.br/vilaguiomar.html. Implantação conjunto respeitan-

do a declividade.

O projeto original de Vila Guiomar é composto por casas térreas, e prédios de quarto pavimentos, construídos em duas fases, seguindo a topografia do terreno e procurando a melhor orientação solar. Há duas tipologias de residências, e três de apartamentos. Ao todo, são 61 blocos de apartamentos e 265 casas, totalizando 1411 habitações. Originalmente, estava prevista uma escola de jardim de infância, que não chegou a se realizar.

Imagem do projeto. Fonte: https://chc.fau.usp.br/vilaguiomar.html. Implantação conjunto respeitando a declividade.

Conjunto Habitacional Zezinho de Magalhães Prado - CECAP /

O CECAP é a proposta de um complexo de habitações em larga escala, com vários condomínios e área comercial, suas habitações HIS se destinavam para até 50 mil habitantes.

Arquitetos: Joao Batista Vila Nova Artigas, Fabio Moura Penteado e Paulo Mendes da Rocha Data do início: 1967 Data de conclusão 1981 Localização Guarulhos/SP, Rodovia Presidente Dutra, Avenida Monteiro Lobato e Alameda dos Lírios.

Imagem do projeto. Fonte: Archdaily

O conjunto foi construído em um terreno que originalmente pertencia a Caixa Econômica Federal de SP e que após a desapropriação, passou a pertencer ao escritório CECAP, o projeto teve como objetivo formar um modelo de habitação popular em larga escala, com um programa que além da moradia também oferece diversos tipos de serviço (escola, saúde, comércio).

Imagem do projeto. Fonte: Archdaily

São edifícios que contam com 3 pavimentos padronizados e sustentados por pilotis, com planta baixa flexível e adaptável à necessidade de cada morador. É um projeto que mesmo após 5 décadas ainda é um exemplar de habitação social, visto sua qualidade construtiva.

Localizado na beira da Rodovia Presidente Dutra, seu entorno é composto por uma área com condomínios residenciais, comercio, educação e saúde, além do aeroporto que se torna a área mais predominante no local.

Seu acesso principal se dá pela Avenida Monteiro Lobato que é ligada às demais ruas de acesso a cada condomínio, há também acessos secundários que se dão pelos lados do conjunto habitacional como a rua Alameda dos Lírios.

As áreas livres no térreo são divididas entre circulação para pedestres, veículos e áreas verdes.

Implantação do projeto. Fonte: Archdaily

A setorização foi demarcada com números e cores para entender melhor onde cada atividade é localizada, as residências são representadas na cor amarela e o restante (comércio e atividades) em vermelho.

Sua tipologia mostra que cada lâmina é constituída por 3 pavimentos com 10 unidades cada, sendo 60 unidades habitacionais por bloco com 64m² cada, e 4.680 unidades no total.

As plantas de cada unidade possuem as paredes internas como divisórias, permitindo aos moradores fazer a modificação de acordo com sua necessidade. Em alvenaria são feitas apenas as áreas como cozinha, banheiro e lavanderia por conta dos equipamentos hidráulicos. vista de satelite do projeto. Fonte: Google maps

O projeto é voltado para um estilo moderno, sua proposta é caracterizada pelas lâminas horizontais que formam os blocos dentro de cada condomínio, a fachada é livre e conta com uma fileira de janelas horizontais, além dos pilotis que deixam o pavimento térreo livre.

O objetivo estético inicial era fazer o uso de diversas cores nas unidades, evitando assim a repetitividade entre elas.

Os condomínios possuíam uma cor específica em vários tons.

Nos dias de hoje a estética inicial foi alterada por escolha dos moradores do local, que optaram por usar apenas um tom de cor para cada condomínio.

O principal material usado no projeto é o concreto que reveste todo o exterior das edificações, além dos painéis em madeira compensada presentes no interior que formam as divisórias.

Sua cobertura em laje impermeabilizada é coberta por um espelho

A setorização foi demarcada com números e cores para entender melhor onde cada atividade é localizada, as residências são representadas na cor amarela e o restante (comércio e atividades) em vermelho.

Sua tipologia mostra que cada lâmina é constituída por 3 pavimentos com 10 unidades cada, sendo 60 unidades habitacionais por bloco com 64m² cada, e 4.680 unidades no total.

As plantas de cada unidade possuem as paredes internas como divisórias, permitindo aos moradores fazer a modificação de acordo com sua necessidade.

Em alvenaria são feitas apenas as áreas como cozinha, banheiro e lavanderia por conta dos equipamentos hidráulicos.

Planta do projeto. Fonte: Archdaily

Planta do projeto. Fonte: Archdaily

JOÃO BATISTA VILANOVA ARTIGAS

João Vilanova Artigas no prédio da Fausp

Formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - Poli - USP no ano de 1937, abriu seu escritório em 1944.

Entre suas principais obras estão a FAU USP em 1961, CECAP em 1967, o Estádio do Morumbi em 1952, Cine Ouro Verde em em 1952, Edifício Louveira em 1946.

Recebeu premiações como o Premio Jean Tschumi em 1972, Premio Auguste Perret, além das varias homenagens e medalhas ao longo da carreira.

PAULO MENDES DA ROCHA

Paulo Mendes da Rocha (Foto: Reprodução)

Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie no ano de 1954, entrou para o grupo de Artigas em 1961.

Entre suas principais obras estão o Ginásio do Clube Atléticov Pauli stano em 1961, o Edifício Guaimbê em 1965 , o Museu Brasileiro da Esculturam em 1986 e a Pinacoteca em 1988.

Recebeu premiações como o Premio Pritzker em 2006, Royal Gold Medal em 2017, Mies van der Rohe em 2000 entre outros.

Escritório do Arquiteto localizado na Rua Dona Veridiana, reprodução do Instagram @fabio_penteado.arq

FABIO MOURA PENTEADO Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie no ano de 1953, abriu seu escritório em 1954.

Entre suas principais obras estão o Centro de Convivência Cultural de Campinas em 1967 e o Hospital Escola da Santa Casa da Misericórdia em 1968.

Foi eleito Membro Honorário do Colégio dos Arquitetos do Peru e do México em 1969.

Auto retrato do Arquiteto Fabio Penteado, Acervo do Arquiteto @fabio_penteado. arq

Residencial Corruíras Local: Pão Paulo Brasil Início do projeto: 2010 Conclusão da obra: 2013 Área do terreno: 11.227 m² Área construída: 21.404 m² Tipo de obra: Edifícios Residenciais Tipologia: Residencial Materiais predominantes: Aço / Concreto Diferenciais técnicos: Construção econômica / Design Área Total 23.286 m2 Unidades Habitacionais: 244 apartamentos Realização: PMSP – Secretaria Municipal de Habitação e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano

Imagens do Projeto. Fonte: Archdaily

Croquis do projeto. Fonte: Archdaily

O Residencial Corruíras está inserido dentro das ações da SEHAB/ PMSP para a área da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada, foi planejado para viabilizar o reassentamento dos moradores da Favela Minas Gerais, ocupação irregular lindeira à obra. O conjunto está implantado em um terreno com declividade acentuada próximo ao córrego Água Espraiada, de modo a oferecer uma oportunidade singular para a percepção do relevo e paisagem.

Com projeto arquitetônico do escritório Boldarini Arquitetura, o Residencial Corruíras contém passarelas de aço galvanizado com gradis de chapa perfurada que interligam os dois volumes

Imagens do Projeto. Fonte: Archdaily

Cortes do Projeto. Fonte: Archdaily

O conjunto habitacional tem em sua implantação a implementação do uso da topografia mais em declive, o que proporcionou um efeito maior em sua paisagem e acessos pelas vias superiores e inferiores, possibilitando um maior aproveitamento do terreno.

Com relação aos edifícios, destacasse dois blocos dispostos de forma escalonada, com grande número de unidades habitacionais.

Com o desnível presente de mais de 20 metros das duas ruas, possui duas entradas ao conjunto, localizadas na Rua das Corruíras e na Avenida General Daltro Filho. O primeiro edifício que se encontra de frente da Rua da Corruíras, possui 4 pavimentos e o quinto pavimento possui acesso há avenida, onde sobe até o nono pavimento.

Imagens do Projeto. Fonte: Archdaily

A circulação interna e o convívio social dos habitantes é fomentada pela presença de passarelas, na qual proporciona um espaço mais coletivo, e acesso entre os edifícios, que possui passarela em cada andar da edificação, além do pátio interno, que permite não só um espaço de lazer e recriação mas também um espaço de contemplação.

Nas áreas de convívio dos prédios, se localiza nos dois primeiros pavimentos térreos salões para uso comunitário e área para estudo no interior do edifício.

A insolação é um fator primordial para o bem estar dos habitantes, possuindo insolação na fachada principal de todos os módulos além da presença de guarda corpo com chapa metálica perfurada, o que possibilita uma maior ventilação e iluminação.

O residencial não conta com estacionamentos e também não possui áreas para esporte, pois as áreas de esportes estão dispostas no projeto do parque linear de Paulo Baques.

Marcos Boldarini - Possui graduação em Arquitetura, formado pela Universidade Braz Cubaz em 1998, onde atualmente é Professor da Escola da Cidade no curso de Arquitetura e Urbanismo, onde se destaca por ser especialista de projetos de Arquitetura.

Sócio proprietário da empresa Boldarini Arquitetos Associados.

Lucas Nobre - Arquiteto e sócio da empresa Boldarini Arquitetos Associados, faz parte da direção titular dos projetos da empresa, especialista em projetos arquitetos e urbanísticos feitos pelo escritório.

Renato Bomfim - Arquiteto e especialista em projetos de arquitetura, um dos responsáveis pelo projeto Residencial Corruíras.

Imagens do Projeto. Fonte: Archdaily

SEHAB Heliópolis

Arquitetos: Biselli Katchborian Arquitetos Área : 31330 m² Ano : 2014 Construção: Passarelli Construtora - SP Engenharia Geotécnica: GEObrAX

Em uma oportunidade única e incomum para a cidade de São Paulo o escritório Biselli Katchborian teve a oportunidade de realizar um projeto dentro do Programa de Reurbanização de Favelas da Prefeitura do Município de São Paulo, através da Secretaria de Habitação.

Croqui do autor, BISELLI, 2004

Feito em uma região bem carente da cidade de São Paulo, o projeto do SEHAB Heliopolis propôs algo diferente do que vinha sendo feito no brasil quando o assunto era habitações de interesse social e provou que mesmo com o orçamento baixo pode-se ousar e criar bons projetos que atendam todas as necessidades da população do local.

Como a favela é gigantesca, a área foi dividida em glebas, entre vários escritórios de arquitetura, e cada um ficou com um lote. O SEHAB foi construído na Gleba G, localizada na entrada de Heliópolis. Longe de ser uma habitação popular comum, o Conjunto Habitacional de Heliópolis levou em consideração elementos que privilegiam o passeio publico e o morador, produzindo assim um grande pátio central, e priorizando a qualidade do térreo.

Localização do projeto, Google Maps Fotomontagem / Foto Aérea, Fabio Knoll

Nesse projeto para uma HIS seguiria o modelo padrão que normalmente é usada de torres isoladas mas é substituído pelo modelo típico de quadra europeia. Ocupando perifericamente a quadra urbana, os edifícios estão no alinhamento do lote junto à rua, formando assim um pátio interno de acesso público, voltado ao lazer dos moradores do conjunto.

Imagem da entrada do Portico. Fonte: Archdaily

É interessante observar esse modelo de quadra europeia sendo utilizado aqui no brasil, pois já é algo que foi extremamente usado em épocas mais antigas da Europa e pode perceber que mesmo com o passar o tempo ainda é um modelo funcional e que pode ser aplicado em diversas realidades diferentes diferentes seja na Europa ou ate em uma construção com objetivo social no Brasil e pode perceber como esse modelo consegue ainda atender as necessidades da população local criando em seu térreo espaços públicos e democráticos e com isso criando uma Habitação social diferente da maioria já vista.

Unidades dos apartamentos,Fonte: Archdaily

Unidades dos apartamentos,Fonte: Archdaily

vista do patio central. Fonte: Archdaily

vista do patio central. Fonte: Archdaily

No projeto houve um grande cuidado com os layouts dos ambientes, buscando garantir uma flexibilidade nas plantas, pois as futuras famílias que as ocuparão variam de 5 a 11 pessoas, demanda essa levantada pela equipe social da Sehab. As habitações contam também com espaço para pequenos trabalhos, como costureiras, pequenos consertos, pois muitas das famílias fazem deste trabalho em casa fonte de renda complementar.

Nas fachadas, além das cores, a paginação espanta a monotonia, trazendo movimento. Para isso foi usado dois artifícios: o primeiro é uma paginação das janelas bastante peculiar, elas diferem no modo de abrir. Enquanto uma abre para a direita, a outra abre para esquerda; elas se movimentam de tal forma que nunca ficam iguais, abertas ou fechadas, criando a cada dia uma nova fachada.

Ao observar a implantação do projeto que acontece em um terreno irregular que visa privilegiar os recuos e o pátio interno e essas características favorecem a articulação entre a cidade e os moradores do local.

O uso de cores também esta presente no projeto e demarcam a entrada de cada conjunto.

Elas estão presentes nas empenas, percorrem verticalmente a caixa d’água e pontuam os variados térreos, com o objetivo de demarcá-los nos diversos níveis, pois com as cores se criar ambientes diferentes e nada monótonos

vista do patio central. Fonte: Archdaily

Cortes do projeto. Fonte: Archdaily

Sendo um projeto de HIS que exigia uma construção econômica, foi pensado para a obra a uma solução de alvenaria de blocos de concreto, um sistema construtivo comum, de execução simples, que privilegia a racionalidade e a repetição. E sem interferir no resultado final da arquitetura como um todo.

Apenas a construção dos pórticos de acesso foge ao padrão repetitivo da obra, porque demandou uma estrutura mista, em concreto armado. A configuração final das unidades habitacionais cria uma volumetria singular, com uma série de edifícios cuja independência é acentuada pelo emprego das cores nas fachadas.

Além da estrutura de alvenaria, o conjunto habitacional de Heliópolis absorve o concreto moldado in loco nos pórticos de entrada.

Imagem da entrada do Portico. Fonte: Archdaily

O projeto de paisagismo prevê a integração dos dois conjuntos construídos, através dos pórticos, com variação de pisos e vegetações, dotado de equipamentos de ginástica e recreativos, sempre pensando em potencializar o espaço do pátio interno. As áreas destinadas a lazer coberto ficam locados justamente nos pavimentos de chegada, que permitem o acesso aos conjunto, além dos espaços cobertos dos pórticos, que receberam uma iluminação especial.

Mas se pensarmos em vegetações mais densas não é algo que o projeto utiliza muito em seu paisagismo pois poderia trazer alguns problemas na implantação do pátio interno mas mesmo assim é algo que faz falta no local mais áreas verdes talvez deixaria o pátio interno mais agradável

Plantas do projeto. Fonte: Archdaily

No projeto houve um grande cuidado com os layouts dos ambientes, buscando garantir uma flexibilidade nas plantas, pois as futuras famílias que as ocuparão variam de 5 a 11 pessoas, demanda essa levantada pela equipe social da Sehab. As habitações contam também com espaço para pequenos trabalhos, como costureiras, pequenos consertos, pois muitas das famílias fazem deste trabalho em casa fonte de renda complementar.

Imagens gerais de renders do projeto. Fonte: Archdaily Plantas do projeto. Fonte: Archdaily

Artur Katchborian Nasceu em São Paulo – Brasil, em 1958. Formou-se arquiteto e urbanista em 1985 pela Universidade Mackenzie e pós graduou-se em Docência no Ensino Superior. Desde a fundação do escritório coordena integralmente as atividades de gerenciamento técnico e gestão administrativa além de suas ações de projeto. Atualmente docente na graduação do SENAC e pós graduação da Universidade Mackenzie e SENAC.

“Somos completamente diferentes. O jeito do Mario é muito complementar ao meu, completa muito o que me falta e acredito que o inverso é verdadeiro”

Foto de Mario Biselli em entrevista

“O Artur é o melhor amigo que eu tenho, então é um valor de amizade que você tem confiança absoluta. Não tem dinheiro que compre isso.”

Mario Biselli Nasceu em São Paulo – Brazil, em 1961. Formou-se arquiteto e urbanista em 1985 pela Universidade Mackenzie. Em 2000, recebeu o título de mestre pela mesma instituição, onde recentemente também concluíu seu doutorado. Inicivou sua carreira como professor pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo em 1992 e pela Universidade Mackenzie em 1999.

Foto de Artur Katchborian em entrevista

BRUNA, Paulo Júlio Valentino. Os primeiros arquitetos modernos: Habitação social no Brasil 1930 - 1950 / Paulo Bruna J. V. - São Paulo : Editora da Universidade de São Paulo, 2010, páginas 192, 198.

PESSOLATO, C. Conjunto IAPI Vila Guiomar-Santo André-SP: Projeto e História. Dissertação, FAU-USP, São Paulo, 2007, p.126. Vista Parcial do Conjunto Residencial Vila Guiomar, 1940.

BISSELI, Mario; KATCHBORIAN, Artur. Biselli Katchborian Arquitetos - São Paulo; Editora Acacia Cultural, 2019 FRENCH, Hilary. Conjuntos Habitacionais so Seculo XX, Editora Bookman, 2009 Foto Mario Biselli, disponível em: https://rmjm.com/interview-with-the-architect-mario-biselli-part-ii/ Foto Paulo Mendes da Rocha, disponível em: https://www.select.art.br/paulo-mendes-da-rocha-recebe-novo-premio/.

In: MELO NETO, João Cabral de. Obra completa: volume único. Org. Marly de Oliveira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p.345-346. (Biblioteca luso-brasileira. Série brasileira https://www.nelsonkon.com.br/conjunto-habitacional-cecap/ https://wiki.ead.pucv.cl/index.php/CECAP,_Brasil http://arquiteturabrutalista.com.br/fichas-tecnicas/DW%201967-96/1967-96-fichatecnica. https://www.guiadasartes.com.br/joao-batista-vilanova-artigas/biografia https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa345862/fabio-penteado https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/15.172/5511] https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/biselli-katchborian-arquitetos-associados_/ conjunto-habitacional-heliopolis-gleba-g/1842. https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos https://www.berlin.de/en/districts/spandau/925085-6511171-siemensstadt.en.html https://www.archdaily.com.br/br/922510/cadernos-de-habitacao-coletiva-conjunto-residencial-vila-guiomar