O POVO #84

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O Povo #84 - 24 de janeiro de 2013

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Cautela, Caldo de Galinha e Facebook Benilson Toniolo Geral

Essa é recente: a camareira de um hotel, ao fazer a arrumação num dos apartamentos ocupados, resolveu vestir as roupas de luxo da hóspede pra ver “como é que ficava”. Fez poses, arranjou um olharzinho de femme fatale, deitou na cama king-size e, não satisfeita, postou tudo no facebook. Numa das fotos, entretanto, foi possível ver o número do apartamento onde a inconseqüente funcionária fazia sua festinha individual. Pior: as fotos eram daquelas nas quais aparece a data. Não teve jeito: em questão de minutos, a postagem já tinha sido le-

vada ao conhecimento da gerente que, evidentemente escandalizada diante do que via na tela do computador, demitiu a funcionária. Pois é, tem gente que não sabe brincar. Extrapola, exagera, perde a noção. E aí dá nisso. Menos mal que o material não chegou ao conhecimento da hóspede –o que, convenhamos, não seria nada difícil de acontecer. Bastaria um coleguinha mal-intencionado da camareira e pronto, estava feito o estrago. O Hotel, ao receber um hóspede, estabelece com ele um contrato de confidencialidade e confiança que deve ser respeitado integralmente –inclusive para salvaguardar a segurança do próprio hóspede. E quem deve fazer este contrato ser cumprido devem ser justamente os funcionários. Quem trabalha em hotel e desconhece esta obrigação deve se atualizar imediatamente, pois está colocando em sério risco não somente a imagem da empresa para a qual trabalha, expondo-a inclusive a ações reparatórias na Justiça, como também está fadado ao fracasso profissional. Não se admite um trabalhador hoteleiro que

não respeite, e não procure preservar, a privacidade e o sigilo daquele que confiou ao hotel sua intimidade, seu patrimônio e, por que não dizer, sua vida e a de sua família. Mas não é só isso. Grande parte dos usuários das redes sociais ainda não se deu conta, por incrível que pareça, do risco que corre –risco este gerado, na maioria das vezes, por eles mesmos. A quem interessa, além de você e de sua família, o número de seu vôo, o seu destino, o nome do lugar onde você se hospedará, quem vai com você e quem ficou cuidando de sua casa? A quem pode interessar o nome da escola dos seus filhos e a que horas você vai buscá-los? A quem interessa a profissão do seu cônjuge e o lugar onde ele trabalha? Quem precisa saber que você trocou de carro? Quem, além de seus convidados, precisa saber do almoço que você vai dar no domingo? Resposta: aos bandidos. Aos marginais. Aos que estão do outro lado da tela só esperando que você lhes dê, de mão beijada, todas as informações que eles ne-

cessitam para planejar suas ações criminosas. É a eles que interessa grande parte das inconfidências que fazemos na rede social. Não é exagero, portanto, concluir que a missão de planejar esta ação –que precede grande parte dos crimes- ficou muito mais fácil com o advento do facebook, principalmente pelo fato de grande parte dos usuários não darem a mínima para aquilo que postam. Caseiros e diaristas, também, são alvos em potencial, por geralmente reterem consigo chaves e senhas, além de informações como procedência, destino, veículos, nomes, profissão, agenda de viagens e muitas vezes até a renda da família para quem trabalham. Junte-se a isto o vazamento de informações privilegiadas a pessoas erradas, e está pronto o quadro para a ocorrência de um crime que trará inúmeros dissabores, prejuízos e traumas às vítimas. E não basta que apenas os profissionais das residências sejam cuidadosos. É importante também que estes orientem e fiscalizem o que seus filhos fazem na internet, pois

de abriga, como o espaço Hans Joachim Koellreutter , o Museu Regional, conservatório e outros. Mas foi com uma estátua de São João Baptista e o famoso hino em latim em sua homenagem que tive a ideia para essa coluna, porque é do hino que saiu os nomes das notas musicais. Isto mesmo, as notas musicais que conhecemos hoje como Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si tem a sua origem na música coral medieval. Foi o monge Guido d’Arezzo no século XI que criou este sistema de nomear as notas musicais baseando se na primeira sílaba de cada frase do hino. Ut queant laxit Resonare fibris Mira gestorum Famuli tuorum Solve polluti Labii reatum

Sancte Ioannes A tradução seria algo como: “Para que teus servos possam voltar a cantar devidamente a maravilha de tuas obras, limpa nossos lábios manchados pelo pecado ,ó São João”. O Ut mais tarde passou a ser chamada de DÓ, para facilitar o canto com a terminação da sílaba em vogal. Isto ocorreu por senhor em latim ser Dominus ou pelo influente maestro italiano Batista Doni ter aproveitado a primeira sílaba do seu sobrenome. A sílaba SI, surgiu juntando as iniciais de Sancte Ioannes (São João) no século XVII. Hoje estas sílabas tornaram-se tradicionais para a denominação das notas. Como nas cifras mundialmente conhecidas que seguem a ordem do alfabeto.

A B C D LÁ SI DÓ RÉ

Ênfase em música Diogo Pena

Musica

O POVO - AGÊNCIA

PARA QUEM QUER GANHAR O MUNDO

E F G podia indicar com exatidão a MI FÁ SOL altura de cada nota, sistema usado no canto gregoriano. Hoje ainda utilizamos alguns si- Mais tarde foi aperfeiçoado nais para simbolizar bemol (b) e acrescentou-se mais uma e sustenido(#) bequadro, etc. linha criando assim o conheÉ atribuída também a Guido cido pentagrama, com cinco d’Arezzo o tetragrama pauta linhas e quatro espaços, que de quatro linhas paralelas, que usamos hoje. Foto: enviada pelo colunista

A Origem dos Nomes das Notas Musicais Aproveitei as férias para conhecer algumas cidades históricas de Minas Gerais. Entre elas São João Del Rei onde deparei com belas surpresas, além das já históricas obras sacras que a cida-

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eles também podem estar fornecendo, sem saber, informações que acabam por comprometer a segurança de toda a família. Isso sem falar nas amizades verdadeiras –amizades de verdade, não virtuais- que sofrem estremecimentos por causa de uma palavra mal escrita, de um verbo mal interpretado, de uma grosseria improvisada e inoportuna. Disso, a gente pode falar depois, em outro artigo. Exagero? Acho que não. Como diria Renato Russo, “o mundo anda tão complicado” e, até que se prove o contrário, fazemos parte dele, com tudo de bom e de ruim que nele se encerra. É aquela história da cautela e do caldo de galinha, que aprendemos com nossas avós. Mas será que aprendemos, mesmo? Portanto, é recomendável menos afetação, menos ego, menos vontade de aparecer, menos inconseqüência. E mais prudência, mais responsabilidade, mais reflexão, mais... cuidado. Para o bem de todos.

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