@editorakelps 8933485865597978-65-5859-334-8ISBN: Este projeto foi contemplado pelo Edital de Letras - Lei Aldir Blanc Concurso nº 13/2021 - Secretaria de Cultura - Governo Federal





e o cacto que Queria
TaperinhaJonasCogumeloVirarSobrinho
Goiânia-GOKelps,2022
TaperinhaCogumeloVirarJonasSobrinho
e o cacto que Queria
Impresso no Brasil Printed in Brazil 2022 Sobrinho,TaperinhaJonas.e o cacto que queria virar cogumelo. / Jonas Sobrinho. – Goiânia: Kelps, 2022. 112
CDU: 821.134.3(81)-1
CIP – Brasil – Catalogação na Fonte Dartony Diocen T. Santos CRB-1 (1ª Região)3294
EDITORA KELPS
CAPA/ARTE
Marcus Vinícius Beck
Rua 19 nº 100 – St. Marechal Rondon
DIAGRAMAÇÃO



E-mail: homepage:kelps@kelps.com.brwww.kelps.com.br
É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem a autorização prévia e por escrito do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
Copyright © 2022 Jonas Sobrinho
by
1.ISBN:p.Literatura
CEP 74.560-460 – Goiânia-GO
REVISÃO
DIREITOS RESERVADOS
Fone: (62) 3211-1616
Leovir e Tiago Vieira
brasileira. 2. Verso. 3. Prosa. 4. Poesia. I. Título
Victor Marques
por tornarem a vida mais bela e significativa meusSemprededicareiversosaosincentivadores da cultura meusSemprededicareiversos aos meus familiares e amigos.
DEDICATÓRIA
meusSemprededicareiversosaoPai, ao Filho, e ao Espírito Santo Daí flui refrigério... para a alma! meusSemprededicareiversosparaascrianças
Em poemas em prosa – que seguem a tradição cultuada pelo mestre Charles Baudelaire alternando com a métrica da geração do mimeógrafo setentista de Torquato Neto –, o poeta Jonas Sobrinho mergulha no oceano do lirismo e o faz brotar, em sua alma, na nossa, sucumbida pelo cotidiano frenético: são versos que fluem amassados e brilham como uma mente inebriada pela dietilamida da lisergia literária, obrigado.
PREFÁCIO
Assim é “Taperinha e o Cacto Que Queria Virar Cogumelo”. Não é livro que se leia. É daqueles que a gente convida para sentar, puxa a cadeira, pede um chope ou, se quiser fazer a cabeça, beberica goles de cogumelos. Muito longe de ser maluquice ou burrice, a planta encanta, canta com a esperança de florescer, frutificar e abrir as portas de nossa percepção para que mergulhemos no poço do desregramento dos sentidos.
Numa tarde que fazia calor, Taperinha pegou o cacto pelas mãos e levou-o à praia do Arpoador. Rolava um som, reggae, xaxado, baião, e zéfiro estava descontraído ao exibir aos turistas do Rio de Janeiro sua aragem. Na areia, brilhou “o raio dourado/ do Astro Rei/ apaixonado fiquei”. Entre indagações psicanalíticas do doutor Sigmund Freud, o cacto levou “um espinho fininho no canto da boca, deixou sua voz ecoar”.
Ao longo das 112 páginas de “Taperinha”, acompanha mos a boa viagem dos amigos Taperinha e cacto que, ao saírem do Rio para Bonfinópolis, partiram para Goiânia na sequência. É um passeio pelo resgate cultural de um povo, de uma noite enluarada, com seresta, festa: é, portanto, uma lembrança enfumaçada nas paredes da memória, de um tempo abocanhado pela peste política e pandêmica. Ô, tristeza!
Muito mais do que nos proporcionar um suspiro de humanidade, “Taperinha e o Cacto Que Queria Virar Cogumelo” leva o leitor a uma experiência literária pela qual se consegue sentir e refletir a beleza da simplicidade na vida, com palavras que servem como um alento em tempos nos quais a dor e a angústia se tornou banalidade do mal.
curtir a obra de Jonas Sobrinho, sugiro que coloque o autofalante no último volume, com a batida do violão sincopado de João Gilberto. Acredite, a trilha sonora faz
Sem mais delongas, prepare-se: agora estás prestes a começar uma jornada em busca da nossa mágica, risos, simbioses e psicodelias. Ler Jonas Sobrinho é entrar em contato com nossa essência.
Marcus Vinícius Beck, jornalista e escritor. É editor de cultura do jornal Diário da Manhã e autor do livro-reportagem Diário Subversivo: Dias de Embriaguez, Utopia e Tesão
toda diferença no deleite dos textos, pois os versos a partir dos quais o poeta nos agracia ganham uma potência lírica maior se estiver a música certa tocando no rádio. Além de, com esse subterfúgio, encontramos o ritmo das estrofes e métricas.
Morando ou namorando, à beira do riacho ou não, o eu-lírico dos poemas se desfaz no mormaço do abraço da linda mulher, à qual se declara. O que seria, ora bolas, da vida sem a poesia? Sem o cântico visto pelos malucos como ilógico? Bull shit , o que vale a pena, gracícias, caro Jonas Sobrinho, é iluminar-se pelas coisas dela, belas flores, penduradas na janela da esperança. A poesia é o alento para as chamas do Tambémtesão.pudera: Jonas nos leva a flanar pelo lado transcendental da poesia – ou seria ornamental? –, que sempre estará sob e sobre o olhar meditativo do poeta. É a vontade de cair no abraço da natureza, mas sem a manipulação da mão transgênica. Serei, digo, seremos cogumelos ao desfilarmos nossos olhos pelos versos que vêm a seguir.
Se Taperinha e cacto foram conhecer “Huicholes: los Últimos Guardianes Del Peyote” e ficaram fascinados pelo costume daquela civilização e daqueles hábitos culturais, o mesmo pode-se dizer da envolvente poesia psicodélica da goianidade de Jonas: ela faz uma ode aos nossos ancestrais, literatura, xilogravura e cordel, extraindo beleza de amores, das cachaçadas e da arte de flanar pela ancestralidade de nossosAntespovos.de
Os bate-papos, por causa desse tal lockdown, fizeram com que a prosa exaurisse. Se antes os prazeres geraram combustão para a vida, hoje eles representam riscos. Mas não há tempo para a vida com depressão. “Psicoterapia/ alegria/ terapêutica/ filosófica/ rica”, sugere o autor.
Recordo aqui do meu amigo, jornalista Antônio Lisboa, que, imbuído de sabedoria, escreveu na quarta capa do livro Águas Movidas: “Jonas Sobrinho surge como uma planta que,
O cultivo de cogumelos é algo espetacular, prazeroso em todos os aspectos, terapia ocupacional, higiene mental, colheita divina, alimentação maravilhosa. Cogumelos frescos dão água na boca, eles têm inúmeros benefícios para a nossa saúde, estão sob a égide da natureza, coroa de ouro para o rei cogumelo, para o terceiro reino fungi.
Taperinha e o Cacto Que Queria Virar Cogumelo interagem com o leitor, no despertar do escritor em contemplar um cacto diferenciado, com linguagens poéticas, e ideias transcendentes, especiaria metalinguística. Nesse labor artístico, o livro fluiu com bastante naturalidade. Destaco, aqui, parte da primeira fala do Taperinha com o cacto, que está inserida na poesiaporMágica:Amigocacto,quetuqueres virar cogumelo?
INTRODUÇÃO
És tão belo, florido, divertido, extrovertido, resistente ao deserto. Tu és forte de verdade, sem vaidade. Vives cercado de espinhos, mas tu sabes o caminho da subsistência, vives com ciência, repleto de sabedoria, não vives só de aparência.
Amigo cacto, por que tu queres virar cogumelo?
– Ah! Amigo Taperinha, essa é uma vontade minha, toda minha, quero virar um cogumelo, sem espinhos... – E assim, entre diálogos, versos, prosa... surgem reflexões sobre a vida, e a jardinagem em fungos.
No livro Taperinha e o Cacto Que Queria Virar Cogu melo, a planta é o poeta, juntamente com os seus personagens, temas, criatividades. Bem, assim fico feliz ao ler o que o poeta e compositor Manoel Sanches escreveu na quarta capa do livro O Olhar do Espelho:
É gostoso escrever com a alma, com sensibilidade, com personalidade, quando se “Canta o amor e a ausência dele, cristalizan do carência zen na expectativa de amar e ser amado, de entrega, de sedução, de devaneios, de barcos encalhados no peito...”.
Colher amor é para quem sabe plantar carinho extirpar da rosa o espinho. Mitigar beijaramar valorizar as pessoas amadas...
VIVER doFruto
“Para falar de Jonas Sobrinho, temos que obrigatoria mente percorrer os caminhos da sensibilidade... muita sensibi lidade e personalidade...”.
Boa leitura! Jonas Sobrinho
Viver sem falsidade no amor na vida ter a consistência da rocha e a meiguice da flor. Que prepara os lábios oparabeijo do Vivobeija-flor.aprendendo com os animais, plantas, povos indígenas, e com os leitores... na interatividade com o universo. A natureza está além da dissertação. Ela é gratificante em todos os aspectos da vida, senti-la, descrevê-la, amá-la, preservá-la é ficar mais perto da arte, do Criador de todas as coisas.
com sua própria seiva, vai, com determinação, rompendo com suas raízes a entranha da terra, crescendo e se firmando. Nessa empreitada, com humildade, não descarta as lições de seu caminho. Em meio a um quase e discreto resvalar para a prosa, Jonas Sobrinho vai moldando o seu próprio estilo de fazer poemas...”.
Com o personagem o cacto que queria virar cogumelo, recordei de um poema de minha autoria:
COLHER AMOR
homem... dopomarnoDiacolheradiacoração
........................................ 75
......................................... 73
Mentes sábias Leves Apogeu Mulher Semear Pensamento Abissal Engodo Assunto
61
Taperinha e o cacto que queria virar cogumelo/pérola 19 Flor de laranjeira 20 Epífitas Maluquice Falas Psicanálise Reflexionar Troféu
.........................
................................. 66
....................................... 41
............................... 67
........................... 37
................................ 38 Pó ................................................. 39
........................ 34
Esporos doar
.............................. 59
.......................................... 70
.................................. 42
Poesia em tempo de pandemia Maletas Negacionismo
.................... 76
....................................... 40
45
.............................................. 64
.................................. 36
Lágrimas
......................................... 69
................................... 29
......................................... 21
SUMÁRIO
............................................ 68
.............................................. 48
......................................... 74
..... 57
.......................................... 31
A porta Vitória
....................................... 46
............................................ 49
.......................................... 32
........................................... 30
.............................. 63
...................................... 44
.................................... 22
..........................
.................. 62
...........................
Cânions
Pé de flor
..................................... 47
....................................... 58
Superando os traumas Calma no caos Nata Viver
............................................. 65
Do coração da Bahia Tocaia
...................................... 53 Bela .............................................. 54 Adrenalina .................................... 55
.................................. 72
.................................... 25
................................. 33
........................................ 35
........................................... 77
...................................... 56
Universo paralelo 60 Essência........................................
Energia vital
Cachos de esporos Embrião Luminância Viagem do leitor Composições Ambição Chácaras Prato do dia Simbiose Fogareiro Maravilhas.................................... Nutritivo Marcação Luto Vento
........................................ 50 Chama .......................................... 51 Plantamos ..................................... 52
....................................... 43
............................................. 23
.......................................... 71
TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO/PÉROLA
Taperinha vivia mergulhado no oceano poético, flutuando nos versos, voando sobre as nuvens na sua nave sanojeana, apreciando as galáxias, bem como o seu cavalo Manga-larga marchador, contemplando também a vaca sagrada após a ordenha mecanizada, ruminando no pasto, capim-elefante, bebendo água com esporos, gado bem tratado, alegria nos pingos da chuva, êxtase, verde brotando nos olhos da relva, pássaros gorjeando perto do açude, acéquia, pomar sorridente, preciosas orquídeas, exuberância das borboletas azuis, bailarinas da natureza, deixando tudo aprazível, nessa vibe, surgem flores, poemas... Para alegrar ainda mais a mulher que conquistou o coração do poeta, então, com esmero, ele declama coisas de sua autoria para o grande amor da sua vida:
PÉROLA Linda princesa camponesa pérola do nosso quarto de núpcias tragosnosVolúpiasafagos seres embriagados apaixonados Mandaçaia .................................... 78 Coloridas jornadas ....................... 79 Décadas ........................................ 80 De norte a sul ............................... 81 Matizes voadoras ......................... 82 Cordel ........................................... 83 Psiu ............................................... 84 Desdém ....................................... 85 Dread ............................................ 86 Sou zen ......................................... 87 Estalo............................................ 88 Cantantes ..................................... 89 Coisa de cristal ............................. 90 Riso .............................................. 91 Mágica.......................................... 93 Cogumelos ................................... 94 Sim pétalas .................................. 95 Simbiose ....................................... 97 Menta ........................................... 98 Páprica.......................................... 99 Ferina ......................................... 100 Doce mistério ............................. 101 Cotidiano .................................... 103 Bar dos chapados ...................... 104 Psicodelia ................................... 109
JONAS SOBRINHO | 19
Aréola veludo na entregoComgoelaprazerati tamareiradeFlorcolibrilaranjeira doCheiroexótico jardim
Bela corpodorosacerradomolhado respingopingo de orvalho nos Revoadatuiuiúsburitizais da poesia Balsâmicosjazidasepífitas cânticosromânticosbeijos
EPÍFITAS
20 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 21 FLOR DE LARANJEIRA
Versos universono da alegria
–burriceMaluquiceénão conversar com a planta que encanta, que alegremente canta sobre a esperança de florescer, frutificar, alimentar, livrar das dores abdominais... Curar com suas variedades, e com inúmeras propriedades Liberarmedicinais.oxigênio, oferecer sombras, não deixar convalescer, padecer, falecer de fome o homem... Maluquice, burrice é ser ilógico, causando o desequilíbrio ecológico.
FALAS
– Isso é maluquice, burrice, devaneio de um abilolado cultivador de cogumelos, comportamento insano desse encan tador de cactos, até parece que esse indivíduo é um alienígena, de um planeta desconhecido. Com certeza, ele não é deste he misfério; certamente é partícula de um cometa fragmentado, querendo tirar onda na cara dos terráqueos, apresentando sua peça teatral nesse asteroide minúsculo, dizendo que brilha no lusco-fusco, come molusco, cogumelo champignon com bombom, e voando sobre o oceano, estufa o peito, os beiços para falar sobre a sua invisível nave sanojeana. – Taperinha, ao ou vir essas críticas, pegava o seu contrabaixo, tocava, cantava:
22 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 23
– Cacto, cacto meu, existe alguém mais insistente do que tu?
MALUQUICE
Ao se comunicar com as plantas, os animais, a lua... Taperinha recebia severas críticas de alguns vizinhos, insensíveis ao psicodelismo, que unânimes falavam:
– Tu sabes, melhor do que eu, que os cogumelos permi tem as pessoas tratarem, cuidarem, e gozarem de benefícios extrafarmacológicos. Com eles, as pessoas são curadas, os cogumelos são eficazes. Mas, agora, dá uma apreciada no meu novo poema:
– Taperinha, Taperinha, amigo meu, sou insistente em virar cogumelo.–Qualéo motivo de tanta persistência, hein, cacto?
Ei, amigo Taperinha, no espelho mágico saio do mundo trágico. Nele, cogumelo eu Tenhosou. um lindo chapéu.
Espelho Mágico
– Uai, agora é que percebi.
– Será dos artistas: Leovir e Tiago Vieira.
PSICANÁLISE
– Vai ser um bestseller, e, se virar filme, receberemos o Oscar, você vai ver.
– Já estamos escrevendo o livro, você ainda não percebeu?
Astro rei Na Praia do Arpoador obrilhouraiodourado do Astro RioapaixonadoReifiquei.deJaneiro cartão docoraçãopostalpovo brasileiro.
Altas ondas no Arpoador amandobeijando comsurfandoarara flor.
– Vamos nessa.
– Vou ver, e vou ler... como será a capa do livro?
maravilhas.
– Deixa a ansiedade e a curiosidade de lado. Nunca te esqueças que existe cacto que cura.
– Taperinha, vamos escrever um livro em parceria?
– Cura mesmo, ele é sem espinhos, é do Sudeste dos Estados Unidos e do México, e tem sementes em todos os con tinentes. Mas estou reservando essa parte para o final do livro. Vamos com fé?
– Estou ansioso para vê-la.
24 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 25
Em uma tarde ensolarada, Taperinha, com bastante cuidado, pegou o cacto pelas mãos, e o levou à Praia do Arpoador, lugar lindo, show. Zéfiro todo descontraído, exibindo aos cariocas, aos turistas... sua aragem. Pessoas alegres ouviam reggae, xaxado, baião. Areia, ondas na veia, poesia, melodia:
Do país das
No pasto vasto após a chuva tudo de bom acontece. Cores psicodélicas renascem abrem o paraíso no teto do piso.
26 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 27
– Cacto, você já ouviu falar em psicanálise? Você sabe quem é o pai da psicanálise? – Ao ouvir essas perguntas feitas pelo Taperinha, o cacto colocando um espinho fininho no can to da boca, deixou a sua voz ecoar no Arpoador:
lindarenovaelaNova Bossa Nova Perto João Gilberto. paraDespertoapoesia Quemharmonia.diria que um dia o cacto um –viraria.cogumeloAorlamarítima
é linda para relaxar, caminhar. Senta dos na pedra filosofal, colocaram a prosa em dia:
– Essa é fácil, estamos falando sobre o homem que explica as coisas; o pai da psicanálise é o famoso Freud. Mas qual é a sua pretensão com a psicanálise?
28 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 29
Taperinha, após se abrir com o cacto, ficou esperando respostas que viessem imbuídas pela desistência da mutação do cacto para cogumelo, mas aconteceu o contrário:
Quem diria que um dia o cacto um Semviraria.cogumelomaisdelongas,
Posso estar em palácio de enfim.marfimmármore
Posso estar em vaso de cerâmica dentro de casa ou em um esplendoroso Cactojardim.é transcendental ornamental sempre estará sob e sobre o olhar meditativo.
REFLEXIONAR
Taperinha e o cacto viajaram para Bonfinópolis. Chegando à terra amada, o cacto recitou poemas no Centro de Cultura e Turismo Darcy Rodrigues:
– É falar sobre a aceitação do “EU”, autoimagem, autoestima, estima do “EU”, estima da sua própria imagem, da sua própria qualidade, personalidade.
Desejo a mutação sem a manipulação da mão Portobello...Cogumelotransgênica. serei por excelência.
– Você tocou no meu ponto forte, eu me aceito, e tenho o direito de querer o melhor para o meu “EU”. Cogumelo é tudo que eu quero ser. Aprecie:
TROFÉU
O tratamento... não provoca erosões no bolso de ninguém. Cogumelos são sensacionais psiconáutica que o diga.
Metadeserei.diferenteCacto cacto metade esporos. metadeÉ chapéu metade Caminhareiboné. conquistarei o Chapéutroféu. de cogumelo...
30 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 31
A PORTA
Aqueles que lucram com as dependências das pessoas, Queremviciadas...drogadas,que tudo continue girando em torno das cifras faturamentomilionárias,esuperfaturamento.
Não querem que encontremos o “EU” perdido, semdesnorteadosvivamosquequeremencontrarmos a porta da renascença. O lícito, e o ilícito perduram, camuflam a verdade.
32 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 33
Sendo assim conseguirei aproximar-me do sim Muitos transformartentaram os meus sonhos pesadelosEm horrendos medonhos
Na nuvem deslumbrante danopasseioseioestrela cintilante Beijando acariciando o corpo da Lua na noite navívidolibidoEncontroestreladaespecialnaveespacial Berço suspenso penso repenso...
– O Taperinha apreciou os poemas recitados pelo cacto, e, retirando versos do embornal, declamou ao lado do lago...
VITÓRIA
ENERGIA VITAL
Porém, contemplo agora o sucesso a vitória.
Meu bem é bem AopersistoinsistoSempreassimnão eudigoconsigo
Esporos revolucionáriosvisionáriospsicodélicosembrionários
EMBRIÃO
No prato lagosta com cogumelo ostra.
Amora silvestre chuva lilás sempre mais estrela terrestre.
Mulheres amadas vivem mais adornadas com lindos anéis de fadas pensamentosnosFilamentos da Donzelo...floresta se cultivandodeliciando cogumelo portobello
Cachos de esporos na beira do Vidariacho. muita vida na nãogramadigerida.
34 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 35
CACHOS DE ESPOROS
Nos céus, belos fulgores aderolanovobola de cores,comfogoluzesbolores...
Viaja o leitor nos versos nas páginas do Escritolivro no silêncio do grito Obra prima do poeta de alma repleta de rima
Vida descontraída nessaescritapoesialida
Na estação espacial espiralnadoraiosbrilhamdouradossol do disco voador.
LUMINÂNCIA
36 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 37
Se preciso for avououtro planeta colher a rara flor para meu xodó.
VIAGEM DO LEITOR
De quem ama a poesia, e ardenteaquecendo-sedeclamanachamadacama ou da grama
Ei, amor na estação da flor espero o trem que vem trazendo algo inédito No alfabeto poético de A a Z sigo viajando pensando em você Esse trem tem vagões repletos de nasnasNascançõessafrasentressafrascifras vísceras das inovações
Deixou a fazenda a prenda a Nãorendaadiantou ser tão avarento ele não levou o apartamento tampouco a vaca, o cavalo, a égua, e o jumento voltoudoVeiopó ao pó
COMPOSIÇÕES
38 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 39
PÓ
40 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 41
Paletó de madeira coisa de primeira. Tem opção? – Sim, cremação!
Guarda-roupa guarda-louça sapateira prateleira. curralporteirasOlheiras animal. nodosalimentoAmbiçãovermescaixão?
AMBIÇÃO
Vírus no espaço pandemia agonia palavra amena solidária na quarentena amadashabitualvirtualescassoabraço pessoas filmadas escondidosrisos nas atráschácarasdasmáscaras
CHÁCARAS
42 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 43
PRATO DO DIA
Às rebuscamosvezes a fazenda na certa vamos lá Catar colher cogumelo nonaShitakeodalavaralmachinelocabanacastelo
SIMBIOSE
Trem cogumelobom com camarão arroz, feijão, macarrão cebolinha...Azeite para o nosso deleite
Sem semvidaentãopsicosedepressão
Menina a ensinatratapsilocibina Psicoterapia terapêuticaalegria hermenêuticafilosóficaRica emocionalespiritualEquilíbrio criseAdeus de abstinência qualitativoPasso da consciência
MARAVILHAS
Alimento saudável de primeira shitake na frigideira.
O preço do gás soberapazmais e mais.
FOGAREIRO
Bem bolado nanocultivadocampocidade aprendizado com a ancestralidade Medicina mundodoadvindapastovasto do gado tão sagrado
Mas eu tenho o meu fogareiro ô, ô... presente do vovô, no cantinho do terreiro na hora do almoço é pra lá que eu vou.
Alimentar sem sacrificar maravilhasdoequilíbrioecossistema além das telas do cinema
Meu senhor, minha senhora, agradeço a Deus Pelaagora.vida afável que os cogumelos proporcionam psicodélicos lecionam.
44 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 45
Com o lindo buquê de flor ei flor, ei flor mestre cuca para ti eu sou.
46 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 47
Vislumbrando aquela panela repleta de cogumelo e Muitoseriguelatempero cheirodepimenta cogumeloaoéCultivarsalutarpsicodéliconão pode faltar
MARCAÇÃO
Produção em massa, embaça, dita modismo, consumismo, Huicholestrelismo.isolado em seu rancho vive longe do garrancho da massificação. Severa ambiciosa,marcação,pavorosa manipulação, ofusca o senso crítico. Manipuladores pensam que são doutores em pensarem por outrem. Patente, logomarca, marca na gente, tal qual ao gado marcado com ferro quente.
tãojaneladaNativoalmabela
NUTRITIVO
O vento fala na quefalaestala.
VENTO
Na festa natalina entra na sala assanha os cabelos da menina. Assovia com alegria Ah! É o fim da pandemia...
LUTO
Ele brinca com a estrela de cartolina guardada na mala.
Labuto luto No sistemabruto Vida luz do dia plantarObras-primasPoesiarimas reflorestar Preservamos?
48 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 49
CÂNIONS
CHAMA
Amor me chama para nessaaquecerardente chama queSei careço do seu deleitoso apreço Não sou avesso a esse precioso veio Ao fogo da sedução não sou lindoteuEmaqueço-mealheioseio
Mulheres de Ipanema os pássaros nos passos do entramespaçoem cena aliAqui abelhas festivas na flor do pequi Chegou o tempo de cantarolar nos FédeCânionsCambará com asas do pé vamos voar...
50 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 51
Floresta lágrimaslabaredasacinzentadafuriosas dos ambientalistas se unem às lágrimas dos povos indígenas para apagar as queimadas as devastações da natureza as poluições do ar dos rios do mar...
O pulmão da vida é a natureza mas as queimadas... sufocam a beleza. O ser humano sem consciência, insano, desiquilibra o ecossistema. Estrela ofuscada, nessedesnorteada,dilema se contaminam, ficam perdidos nos labirintos, aflitos nas pestilências. Urge encher os pulmões com o oxigênio, liberado pelas árvores que Complantamos.oslivros que escrevemos, com os filhos que geramos.
52 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 53
PLANTAMOS
LÁGRIMAS
Naquele tempo era tudo diferente intentoinvento falar com o vento
Pode crer era àtinhaviverdivertidodiscotecabeça
No “V8” era pura adrenalina cavalo de pau na esquina coisa louca beijo na boca daquela coisa fofa
54 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 55 BELA daarteParteminha costela Para belamoçaaquela
Que a alma entrega e se esfrega na esponja Monja alimentando-se de coisas sábias
Das mãos que dedilham o dodasNasviolãomaravilhasilhascoração
ADRENALINA
Com poesia nos ensinam que o amor ao vencelaboro Espiritualdissaborsuporte bálsamos para as feridas salva-vidas solidariedade fala mais forte
Em meio às vidas agonizadasasfixiadas Os que trabalham na Medicina... nesse tempo de pandemia
Pé de flor DodedooPara pé de amor Pede flor pé de mais amor Que lheeu dou
POESIA EM TEMPO DE PANDEMIA
56 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 57
PÉ DE FLOR
MALETAS
Desprezo no beco no Porémguetonas campanhas eleitorais são bonzinhos até demais oPrometemmundo e o fundo sarjetasNas jogam até gorjetas
58 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 59
NEGACIONISMO
Os negacionistas os exibicionistas querem ofuscar a sua vista
Cuidado com a pista viralizandoBanaisdeinfestadanegacionismos nas redes sociais
Após as nasacumulameleiçõesmilhõesmaletas...
Hasteada está a bandeira de quem vive dessa deDissimuladosmaneira fake news tão armados Eu queseiorei não está acima da Ciência
Tampouco essa divisa no ombro da camisa
deborraNa oAtécafé“ET” veio cultivar cogumelos noPousouUniverso Paralelo fazendo arte tela... em Marte
60 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 61 UNIVERSO PARALELO
ESSÊNCIA
Em nosso jardim olhossonhos essênciasóleos de jasmim. queamoresFloresnão secam não murcham não Rejuvenescemcaducam. virtudesespeciariasapreservamboasementerarasclaras papiros nas salas...
62 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 63
Ainda que os dissabores os desamores venham aos turbilhões aos milhões com balas de Navegaremoscanhões. ovenceremosrevoltomar o amarfanhar das Buscaremosquimeras.
Busques a nausqueSaibasnocalmacaosda unidasvidasAmorestraumasosSuperamalmavencem os dissabores equilibristasArtistas nas MãoscommatizesInventampaletas...coresinéditossaborestalentosas pintam rosas escrevem versos, prosa...
SUPERANDO OS TRAUMAS
coisas belas superação dos traumas sem feridas nas almas antídoto ao naufrágio a cobra-do-mar-pelágio...
CALMA NO CAOS
tomSom
NATA
64 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 65
tão bom. paraSonataessa menina peralta? Que descalça?anda Pés despidos risos. chãoNo CinderelaSamba-canção. bela aquarela.
VIVER
dadosnoAdejobeijobraçospessoa amada. constantementeSerenata fazendo na noite enluarada.
66 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 67
ESPOROS DOAR
Tim-tim um brinde aos esporos nos colos do ar.
MENTES SÁBIAS
Sábias mentes sabiamente, sabia? Sabiá não mente. As boas constantementesementes Aspriorizam.micorrizas imensamente Avalorizam.generosa mãe terra nunca erra está sempre grávida. vívidaÁvida Emprecavida.gestação com rica alimentação para as nossas vidas.
Vamos compartilhar frutos do imaginário pomar. O ciclo da vida não pode estagnar. Gente quem gosta de cogumelo passa o rastelo na sujeira da mente. Envolventes paisagens combioluminescentesricosnutrientes
Nas delícias do prazer o amor nos faz espairecer faz bem tão bem ao nosso viver Excelente viagem excitanterelaxante Caríciamassagemquente salientecaríciaenvolvente
JonasCamilaSobrinhoAlves
Os andamcomcomconversampoetasoversoestrelasnalua flutuam na rua.
Aconteceu o apogeu com a linda Julieta e o apaixonado FelizesRomeu no magnífico jardim aqui, eles não morrem no fim são eternamente gratos as dádivas de Elohim
APOGEU
LEVES
68 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 69
Encantam cantam: – Somos leves e mais leves vamos ficar como fragmentos de isopor muitoleves leves soltos no ar. comEscrevemosaalma revelamos segredos nos enlevos das rimadaspalavras e não rimadas.
Com muito amor a vamossementeboa semear...
SEMEAR
Tenho amor para te entregar paratenhobocate beijar
70 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 71
Penso em você pensomulhermelhor com você mulher
Sou pássaro romântico voando flutuando amando no transatlântico... Nas nuvens da paixão seguindo comtesorrindoouvindoatenção
MULHER
Tenho amor paramãoscompartilharparatenhoteacariciar
Serei levado pelo vento para harpadedilharnoteupensamento
Ei, menina ei, menina tua beleza me fascina
PENSAMENTO
72 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 73
Um reggae leve na nasnevebatidas do violão
Vou te encontrar para te amar na imensidão do teu olhar
Com a chave do carinho abrirei a porta do caminho que conduz ao teu coração
lusco-fuscoMolusco busco Lençolcrepúsculo estendidoarrebol no Poemacéu no véu para o poeta é assim o dia nunca tem fim umfrestaRestafio de dia sensacional
Rio, oceano, abissal... alegria cria do nosso momento conjugal
ABISSAL
74 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 75 ENGODO
Máscara usoununca Mas Amascarousempre NodesprezouCiênciaengodo osocoupovo no lodo
ASSUNTO Só serpodelouco Com a gente Ele fala pouco Mas Elenosentadobanco francoé Na fala com o tamanco
A massa é massa em dar a volta por cima Dessa vez votará certo mudará o clima...
Eu não nasci para viver lamentando. Eu paranasciviver amando. nãoAborrecimentoentristece o meu pensamento.
Nem água sanitária canalhaessalimpalavacara
Cheia de egocentrismo vaiamereceaplausomereceNãoestrelismovã deDisfarçadobonzinho ao povo fazendo arapuca armando tocaia
76 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 77
Sou filho de baiano do coração da Bahia. emtãoSeguroseguroPortoSeguro.
TOCAIA
DO CORAÇÃO DA BAHIA
Busco alegria, leio, escrevo livros, versos, poesia...
COLORIDAS JORNADAS
sobreAindaos poetas Gilmar Marques e Jonas Sobrinho pássaros alçando voos, construindo ninhos resistindo à ditadura à comaocensuramilitarismopoesia na luta pela democracia... Oriundos dos mergulhos profundos na arte em Marte WoodstockNetunoSaturno meninos do Rock
os poetas Gilmar Marques e Jonas Sobrinho jogando bola às margens do Córrego Botafogo escrevem o livro Zéfiro poesia lírica para as mulheres amadas palavras cruzadas não é um jogo. Poema de cunho sociológico conhecimentoalgofilosóficonovo na voz do vento. Alimento para o povo gema clara cálcio... casa de ovo. metalinguísticoMulticolorido
78 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 79
verde despoluído terra repleta de fertilidade. Perto da Avenida Araguaia abelha mandaçaia na fruta-pão.farturapolinização
Pés na estrada coloridas jornadas mochilas nas costas sobrecantandosonhandoasencostas do mar lamentando a poluição do ar... valorizando zéfiro, o oxigênio, profetas na compreensão do milênio.
MANDAÇAIA
O barato não saía caro mundo raro sem a tal da inflação.
Em Gyn
DÉCADAS
Sandálias de pneu usado colar de dente sorridente cabelo Camisetadesgrenhadotingida circulantescoresbarbantes da vida Inquieto donomovimentotetopensamento higieneContentemental doençasem na mente
Calça boca de sino liberdade, paz e amor faziam parte do hino
DE NORTE A SUL
Lirismo, ecoturismo, lua de mel, sol brilhando na pedra do anel. Tão bonito, Rincão Bonito! No Parque Nacional da Serra de Bodoquena, caminho de mãos dadas com aquela pequena. Rapaziada ligada, pipira-da-taoca voa, sobre a taboca boa. Poemas... flauta doce soa, luzes, câmera, ação, artistas, naturalistas em cartaz no cinema. Água cristalina, neblina, rapel, bela paisagem, canoagem. Linda mata atlântica, poesia romântica. Morro, corro nos lapiás. Encantos nos cantos dos sabiás, deliciamos, fortificamos com os araçás. Brasil, Lago Azul, beleza da natureza de Norte a Sul.
80 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 81
MATIZES VOADORAS
Explosão de cores nas flores borboletas encantadoras voadoras matizes... embelezam agora a fauna, a flora Belos lepidópterosocelos noturnos, diurnos metamorfose coloridasimbiose é a equilíbrioTempovidacronológicoecológico comvamospreservaçãotranscendentalambientalapreciarabiodiversidadeinteratividade
Se o cabra passasse o pé adiante da mão eu riscava logo o mamão na ponta do punhal na ponta do facão Mas agora eu sou de Cristo, mãe é só amor no coração Jesus, I love you perdão
Este cordel é escrito com a tinta mel do repente da alma da gente Ei, mãe, mamãezinha minha linda rainha quando eu vivia no mundão eu seguia Lampião
82 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 83
CORDEL
DESDÉM
84 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 85 PSIU
Eis aqui o pedido de um escritor sobre o livro perdido escrito com amor. Quem tem um exemplar do livro Zéfiro de minha autoria... entre em contato comigo, por favor o acervo o vento levou. Aqui pras bandas do Goiás não tem mais nem um livro Vai-teficou. embora desespero
Certa vez o poema falou comigo: olha aqui, seu escritor o livro é plausível sensível demonstraSeamigo.alguém desdém ou o empresta... para alguém ele vai embora e jamais vem.
O livro chora? Sim, chora quando ele fica sufocado na sacola...
Agora até no escuro oprocurolivro com muito esmero.
86 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 87
SOU ZEN
DREAD
Ele sempre dizia que ouvia reggae na Tribo de Jah após o chá para relaxar doAgoraRio de Janeiro recebo fotos de um casal muito odenaescultorEscritoramaneiroarteesculpiramor
Em Gyn no Emnamorei.UBERItanhaém com o meu bem casei. Na desenheisala Voumandala. remando souvouNanadando.Yogaalémzen.
No Parque Vaca Brava o rastafari água de coco tomava e se encontrava com aquela linda menina da turma de Medicina
88 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 89
ESTALO
Eu desfaço o lindadanomormaçobraçomulher
Morando nanamorandobeirado riacho no ranchinho coberto de sapê Sempre cantante da vida amante confiante apaixonadoextremamente Iluminado coisaspelas dela flores belas nas janelas...
CANTANTES
Ao chegar no vilarejo fui apeando do cavalo meu amor me deu um beijo senti na mente aquele estalo
Nesse embalo lembrei logo da viola liguei a vitrola comecei a cantarolar Admirando a beleza da nessequenaturezaaindahámaravilhoso lugar
Chão goiano sempre brilhando celeiro brasileiro da música de raiz comCantoriabanho de alegria na vida do camponês tão feliz
Terrário Ei, cacto na vamosvermiculitainocular micélios tão belos chapéu espacial cereja do bolo sideral
Nesse tempo em tudoquaseque é alegreViajovirtual coisabelaaquelacomNaveminhanasemprede cristal
90 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 91
COISA DE CRISTAL
– Olha, minha gente, o Taperinha é adepto da boa alimentação, rica em complexo B, proteínas, fósforo, fibras. Com humor invejável, ele sempre fala que os nomes dos cogumelos são fascinantes: Shitake, Shimeji, Champignon, Portobello, Ostra, Porcino, Castanho, Maitake, Funghi, Amanita, Psilocybe, Panaeolus. Eu amo a poesia do Taperinha, ele é uma pessoa telúrica, incansável terapeuta, com versos balsâmicos nesse tempo de Covid-19, pós-Covid-19, neurastenia... destaco aqui algumas das suas pérolas literárias:
O Sr. Riso é um grande admirador do Taperinha, ele vibra com a criatividade do rapaz, diz que o cara é um incansável cultivador de cogumelos. Solidário, compartilha experiências, passa suas técnicas a todos, reaproveita caixas de leite vazias, higienizadas para vê-las lindas, repletas de cogumelos. Comenta:
RISO
Em esporosderadiantesaniversariantesiremosbrevecontemplar o terrário está livre de contaminantes essa colheita é de dar água na boca sempre iremos cultivar...
92 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 93
MÁGICA
Amigo cacto, por que tu queres virar cogumelo?
És tão belo, florido, divertido resistente ao sol, ao deserto, tu és forte de verdade, vives cercado de espinhos, mas tu sabes o caminho da subsistência, vives com ciência, repleto de sabedoria. Não vives só de aparência. Amigo cacto, por que tu queres virar cogumelo?
– Ah! Amigo Taperinha essa é uma vontade minha, toda minha. Quero virar um cogumelo, não quero espetar o dedo do meu bem, a ela desejo uma boa alimentação, viagens mágicas, movimentadas, com experiências maravilhosas, saborosas, quero vê-la prazerosa em viajar comigo, a pé ou de trem, sentindo-se bem, material, espiritual, intelectualmente zentambém,com coisas e cores novas, na caminhada, ouvindo a sinfonia da passarada, eu sei que, um dia, cogumelo ainda serei.
SIM PÉTALAS
Que sabe me amar nos esporos nos pólens nos colos das pétalas
94 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 95
COGUMELOS
Minha ubá vai nas águas do Rio de Janeiro e eu bem maneiro todo maneiro Para a cachoeira para a ribanceira do coração da mulher
Sim, pétalas sais minerais deixemos para lá coisas vis
Pessoas acometidas pelos reveses da vida ficamcâncer...com o estado emocional extremamente abalado Esporos no vento psilocibina na eficáciaMedicinasolidária a todo momento. No pensamento Psilocybe cubensis enteógeno psilocibina psilocina... cogumelos na neblina.
Dos olhos dos ouvidos do coração do Pai
Hermenêutica emocionalespiritualequilíbrioproporciona Sem alcoolismo...tabagismo espaçopasso qualitativo da consciência
Coisas banaistãobanais
vidaEntãosem depressão
SIMBIOSE
96 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 97
Psicoterapiatrata,Psilocibina,meninaensina filosóficaterapêuticaalegria rica
Da natureza sãoruídosencantos são fluidos
Deixem essa metralhadora para lá balaarma só de menta é doce que alimenta Deixem esse fuzil dalongepaz do Brasil daDesarmem-se vingança da doDaviolênciainsolênciainflamado discurso quesagaz...muda o curso da paz
MENTA
Na cozinha mando preparobempratos saborosos oparameu bem sempreelaoFaçoque gosta de comer
98 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 99
PÁPRICA
Para a minha amada páprica defumada degostovê-la bem alimentada
FERINA
Palavra ferina dói mais do que tapa na narina
A traição é fera dadoOsdilaceraqueanseiosmeninomenina
Ninguém suporta o preço alto da gasolina
DOCE MISTÉRIO
100 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 101
Boa viagem aos amigos Taperinha e cacto de Bonfinópolis a Goiânia na caminhada pelo resgate cultural da identidade de um povo que no renovo da noite enluarada faz festaseresta para a pessoa amada Que nos acordes nas notas musicais da tradicional viola a mulher foi conquistada na janela da alma do coração do sorridente cantador do sertão
COTIDIANO
102 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 103
Então na frenética agitação do dia a dia não perco a pose mantenho a calma a embrotapoesiaminha alma papel canetaescrevoalmaçodescalçonamão versos fluem amassados mas quando lapidados brilham como as rosas grávidas perfumadas quemdementedanosimponentescanteiros valoriza a vida
E agora ela toda bela paraentãocorreos braços do seu grande amor com os cabelos encaracolados molhados comperfumadosasflores do Cerrado Exibindo logo pela manhã negros dadonopelosbrilhoolharsaborosa romã à luz de vela doce mistério é saber amar
“As narinas, hoje em dia, andam entupidas de máscaras, a gente não sente mais o delicioso cheiro do bom perfume no cangote da namorada... Cadê aquele perfume do frasco pequeno, importado da França?”
BAR DOS CHAPADOS
Taperinha, bom de prosa, levou o cacto para passar as horas com ele, no famoso Bar dos Chapados. Eles não bebem, mas gostam do boteco para contar seus causos; cada dia, surgem com coisas inéditas para compartilhar com o povo. Em um dueto, eles bem ensaiados falaram:
– Vem aí aquele tal de lockdown, e tudo indica que até o Bar dos Chapados vai virar as costas para nós. É desse modelo que o nosso bate-papo vai exaurir. – Tito, o cartunista, expôs as suas ideias:
– Mas o lockdown será temporário, essas medidas serão benéficas para todos, vamos fazer a nossa parte. Os países que não quebraram as regras, colheram resultados positivos, e aos poucos estão voltando à normalidade. Meu pai sempre me di zia: “Prevenir é melhor do que remediar”.
– Nós tá é bebendo com moderação, tá bom, sô!
104 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 105
– Não gosto de nada que viraliza, peguei ojeriza de ví rus, agora o povo só fala em Covid-19, em Cepa. Enquanto isso, o povo vai ficando sem a xepa, recebendo migalhas do governo, e alguns sujeitos tirando proveito das famosas racha dinhas... comprando iates, cordão de ouro 18 quilates, bebendo vinho, comendo queijo pule, trufas de cacau, e o povo babau, nem rapadura, nem fragmento de farinha tem.
“Sujeito namorador tem as narinas aguçadas, para procurar o cheiro da flor, até nas chitas dos vestidos das encantadoras mulheres; quanto mais, ainda no corpo despido, aí é que as narinas dão notícias dos aromas, das fragrâncias que ficam impregnadas no corpo, na alma de quem quer abraçar o amor, com carinhos, e delicadezas de quem pretende namorar, noivar, casar... viver juntinhos para o resto da vida.”
Todos, concordaram com eles, e falaram em uma só voz:
“Coisa boa é a mulher que sabe retribuir afagos, que sabe amar, a ponto de fazer a pessoa amada ir às nuvens, à lua; algo arrepiante assim é manjar em extinção. O tempo agora é de pandemia, e nessa agonia, ninguém mais pega na mão, abraça, beija, afaga, como antes.”
Eles estavam conversando muito, e não bebendo nada. Pronto, colocaram muito fogo no estopim da paciência do dono do bar, que, sem pestanejar, ironizou:
– E aí turma, que fala mole é essa? Sô! Vocês vão ficar só de conversa espichada, não vão beber mais não? No nosso bar, todo mundo tem que entornar o caneco, com exceção do Taperinha e do cacto, que só pensam em cogumelos! Estou aqui com aquela cachaça de alambique, com aquela loira artesanal no ponto, com o torresmo, e a mandioca, e vocês só alugando os meus ouvidos.
Nisso, levantou o Piaçá da cadeira, para cuspir sátiras:
O Taperinha, batendo os queixos de medo, falou:
A algazarra tomou conta do recinto, pois ele, era o ganhador de troféu de pé de cana, então o dono do bar, cheio de teatro,–falou:Beber com moderação é coisa sem graça, é troço que tira o gosto de encher o pandulho! Faz um quatro aí, Piaçá... vamos fazer aquela live que vai viralizar.
– A sua máscara está toda furada, os espinhos abriram enormes crateras nela, está parecendo que foi a guerra, vou apelidá-lo Cara de Peneira.
De máscara nova, a gozação continuou para o lado do cacto, ele olhando no espelho, percebeu que havia algo errado naquela máscara; acontece que havia apagado Bar dos... e ficou só chapado. Ele concordou com aquela logomarca apagada, e, para surpresa de todos, falou:
O Taperinha fez a galera sorrir, ao falar:
Assim foi aquela bebedeira, alguém pediu a saideira, mas o ganhador de troféu de pé de cana, bradou:
106 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 107
Maranhito foi solícito ao pedido do homem das presepa das, deu-lhe uma porção generosa da famosa manga-rosa.
– Não é bullying, não é discriminação, essa caçoada vai parar por aqui, eu não aprovo zombarias para o lado do meu amigo cacto.
– Só sei que ela viajou após comer cogumelo com mel. – Esse foi o feedback do Taperinha ao cacto, que prosseguiu, falando: – Viajar é sempre bom, mas bombar é tipo fazer su cesso. – O Taperinha logo se explicou: – Estou morrendo de vontade de fazer sucesso, de bombar, a Tapioca está fazendo aquela falta, o meu coração sem ela é um oco do tamanho do mundo.O
– Pega ele aí, lava a cabeça dele com água gelada, dá -lhe aquele café quente, amargo.
Maranhito participou do bate-papo, se pronunciando:
Piaçá agradeceu:
– Gosto de contar piadas para descontrair: viralizar é bombar, faz tanto tempo que eu não bombo; a Tapioca, minha mulher, viajou para o Nepal.
– A Tapioca viajou para Natal, e não para o Nepal.
– Olha aqui, chapados, chegou a hora de fazer o quatro, podem tirar o meu retrato. – Ele fez uma presepada danada, foi nocauteado, a etílica o levou ao chão, tombou tal qual um mamão, a cabeça pesou mais que o corpo e o quatro virou frustração.
– Cuidado com o bullying, com a discriminação.
– Qual o motivo dessas gargalhadas, hein?
O dono do bar gritou:
Aí a turma o incentivou e falou:
O homem das presepadas, logo ficou esperto, deu um sal to mortal, plantou bananeira, andou numa perna só, tal qual ao saci-pererê, arrotou bacaba, com a língua ainda enrolada, disse.
– Esse é dos nossos.
Maranhito presta muita atenção aos movimentos dos fregueses. E por falar em freguês, ele é vip, vive tranquilamen te tomando cervejas, comendo camarão, e manga-rosa... Gosta de sorrir. Dessa vez o comediante da história foi justamente o companheiro do Taperinha, risos para lá, risos para cá, mas chegou o momento em que o cacto resolveu tirar satisfações:
Logo em seguida, o Taperinha concluiu:
– Gostei, sou chapado mesmo sem álcool, sem drogas, portobello me satisfaz.
O cacto não se conteve, bateu com a língua nos dentes.
O Maranhito segurando o riso, falou:
Nesse ínterim, Piaçá lembrou do pedido do dono do bar... e sem perder tempo, chamou a atenção da galera para si:
– Valeu, cabra bom. Não vou fazer mais quatro para ninguém, não sou professor de matemática, aprendi a contar somente até três.
– Taperinha, Taperinha... Viralizar é bombar.
– Que água gelada que nada, aqui na minha caixola é só ruiva gelada, eu jamais tomarei café amargo. E tem mais uma, me dá um pouquinho dessa manga-rosa.
Destilando espinhos, o cacto rasgou o verbo:
108 | TAPERINHA E O CACTO QUE QUERIA VIRAR COGUMELO JONAS SOBRINHO | 109
Taperinha e o cacto foram conhecer os “Huicholes: los Últimos Guardianes del Peyote.” Ao vivo e em cores, ficaram fascinados com os costumes, tradições, e cultura milenar da quele povo. Sentiram saudade do Brasil, ao relembrarem a cul tura dos nossos indígenas, dos nordestinos, da literatura, da xilogravura de cordel, dos nossos repentistas. Sonharam com um bom prato de arroz com galinha, pequi, pão de queijo, empadão goiano, essas delícias... eles não tinham ali. De imediato, o cacto falou:
PSICODELIA
Quem diz que viola chora não sabe que ela sorri eu vivo tocando viola meu bem por isso é que eu vivo assim Minha amada é da terra sagrada do arroz e do pequi quem vive se lamentando meu bem não sabe o que a viola tem o que que a viola tem? Tem tudo de bom para mim meu bem e para você também.
– Bis, bis; Piaçá & Piaçaba, vocês são os nossos cantores, os nossos artistas preferidos, estamos no fluxo, vamos deitar e rolar, não sabemos como será o amanhã. Nesse ínterim, cantaram composições de John e Vell:
– Taperinha, se eu não posso virar um cogumelo, então vou virar um peyote.
VIOLA
– Que saideira, que nada, meu filho. Agora é que eu estou entrando na dança, e a noite é neném, vou até abraçar a viola, moda boa vem agora, vem agora... eu tenho belos acor des nas cordas do coração, e refrão para nos animar. – Cantou... A plateia sempre pedia bis! A viola estava bem afinada pelo Piaçaba, parceiro musical do Piaçá. A moda os pegou de jeito, a cantoria preencheu os requisitos, a galera aplaudia, gritava:
O Taperinha o abraçou. O cacto cochichou nos ouvidos do seu–amigo:Vocême abraçou bem forte, e não se importou com os meus espinhos...OTaperinha comoveu a todos, ao falar:
– Quando somos amigos, abraçamos a causa... sabemos que as rosas vêm com espinhos também.
Com essa música, deixaram seus nomes na calçada da fama.



















































Em apoio à sustentabilidade e à preservação ambiental, a Editora KElps declara que este livro foi impresso com papel produzido de florestas cultivadas em áreas degradadas e que é inteiramente reciclável.

Este livro foi impresso na oficina da Editora Kelps, no papel: Off-set 75g/m2 , composto na fonte: Liberation Serif Fevereiro, 2022
A revisão final desta obra é de responsabilidade do autor