Revista Eletrolar News - Ed111

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A prevenção de muitas dessas perdas ainda é um calcanhar de Aquiles para o mercado brasileiro. Em 2014, roubos, furtos, problemas operacionais e erros administrativos abocanharam 2,89% do faturamento líquido dos varejistas do País, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA). O prejuízo gerado equivale a 97% da receita bruta do Carrefour no mesmo ano (R$ 37,9 bilhões) e é um índice alarmante quando se compara à média global (1,36%) ou às perdas registradas na América do Norte (1,49%), Europa (1,27%) e América Latina (1,60%). DE OLHO NO PROBLEMA O bom desempenho das operações pode ser comprometido diante de perdas financeiras, administrativas, comerciais, de produtividade e estoque. As primeiras correspondem a problemas relacionados à inadimplência, fraudes de cartões e cheques, pagamentos com juros indevidos ou em duplicidade e assaltos, dentro do ponto de venda ou

Cadeado de segurança da Gunnebo Brasil

durante o transporte de mercadorias e valores. O diretor de comunicação da Gunnebo Brasil, Luiz Fernando Sambugaro, explica que, muitas vezes, as atenções estão voltadas apenas para gargalos macro, e isso é um ponto importante a ser considerado. “Não aproveitar uma data de pagamento com desconto também traz perdas.” Muitos desses problemas financeiros e de estoque, os mais recorrentes, acontecem por ausência de gestão, afirma Antenor Gomes Neto, diretor de negócios da Bematech. Ele cita, por exemplo, a falta de informações que poderiam orientar algumas decisões na hora da compra ou a concessão de descontos por parte do time de vendas, que acaba negociando valores que ficam abaixo do preço de custo. “Os sistemas CRM (Customer Relationship Management) dão bastante poder de negociação aos vendedores, mas é preciso deixar claro os custos e colocar alguns controles para não perder dinheiro e honrar o negócio.” Quando se olha para as operações de e-commerce, é preciso voltar a atenção às particularidades desse meio. Um dos pontos sensíveis é a não efetivação da compra por problemas técnicos. “Vemos continuamente exemplos de

Luiz Fernando Sambugaro, diretor de comunicação da Gunnebo Brasil Foto: Divulgação

Estratégia similar foi adotada pelo varejo americano durante a crise de 2008 e ensina aos varejistas brasileiros que uma alternativa para atravessar a tormenta é dar bastante atenção para operações elementares e executá-las da melhor forma possível. É o que se conceituou com a expressão “back to basics” e que pode levar em consideração desde a redefinição do posicionamento de mercado até corte de custos. Ao buscar maior eficiência operacional e maior rentabilidade, o varejo deve se debruçar, principalmente, sobre os desafios que corroem os seus resultados e interferem nos ganhos.

Fotos: Studio Thiago Henrique

Geografia e Estatística (IBGE). O segmento de móveis e eletrodomésticos, atividade que mais pesou na retração de 4,3% no ano passado, amargou queda de 14%, o pior desempenho desde 2001.

Antenor Gomes Neto, diretor de negócios da Bematech

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