revista cesário verde

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CESÁRIO VERDE

ocidental
Sentimento de um

Índice

Biografia

Bibliografia

Contextualização Literária

Curiosidades

Fotos Parte I

Fotos Parte II

Fotos Parte III

Fotos Parte IV

Memória Descritiva

p. 6-7
p. 4-5 p. 38-39 p. 8-9
p. 10-13 p. 14-19 p. 20-25 p. 26-31 p. 32-37

Biografia

Cesário Verde, cujo nome completo era Carlos César Augusto do Couto Rodrigues Verde, foi um poeta português nascido em Lisboa no dia 25 de fevereiro de 1855 e falecido no mesmo local em 19 de julho de 1886. Ele é considerado um dos grandes expoentes do realismo literário em Portugal. Cesário Verde nasceu em uma família burguesa e teve uma educação privilegiada. Seu pai era um comerciante abastado, o que permitiu ao jovem Cesário frequentar escolas conceituadas. Durante sua adolescência, ele demonstrou grande talento para a escrita e a poesia.

A poesia de Cesário Verde era profundamente influenciada pela observação detalhada da vida quotidiana e dos espaços urbanos. Seus poemas retratavam a vida nas ruas de Lisboa, o trabalho dos operários, a natureza e a sua beleza melancólica. Sua poesia também abordava questões sociais e políticas da época, revelando uma visão crítica da sociedade burguesa. Em 1886, Cesário Verde contraiu tuberculose e faleceu aos 31 anos de idade. Sua morte prematura interrompeu sua carreira literária em ascensão, mas sua poesia continuou a ser apreciada e valorizada após sua morte.

Em 1871, Cesário Verde ingressou na Academia Politécnica de Lisboa para estudar Engenharia. No entanto, ele abandonou os estudos universitários no terceiro ano, dedicando-se a trabalhos ocasionais como escriturário e comerciante. Durante esse período, ele manteve contato com os círculos literários e artísticos de Lisboa, onde se envolveu com escritores como Antero de Quental e Ramalho Ortigão. Em 1873, Cesário Verde publicou seu primeiro poema, “Cristalizações”, no periódico “Revista Ocidental”. Sua obra foi amplamente elogiada pela crítica e estabeleceu seu nome como um dos principais poetas realistas de Portugal. No entanto, apesar do reconhecimento, ele teve dificuldade em publicar um livro completo durante sua vida.

Em 1901, seu irmão, João de Deus, publicou a coletânea “O Livro de Cesário Verde”, que reuniu grande parte de sua obra dispersa. Cesário Verde foi redescoberto e ganhou reconhecimento como um dos maiores poetas portugueses do século XIX. Sua escrita inovadora, a atenção aos detalhes e a sensibilidade ao retratar a vida urbana o tornaram um precursor do modernismo na poesia portuguesa. Sua obra continua a ser estudada e apreciada até os dias de hoje, contribuindo para a riqueza da literatura portuguesa.

Bibliografia

Cesário Verde foi um poeta de grande relevância no século XIX, destacando-se por seu estilo realista e pela forma lírica como abordava a vida nas cidades. Suas obras tiveram uma influência significativa na literatura portuguesa, embora tenham sido publicadas após sua morte. Algumas das obras mais importantes de Cesário Verde são:

1- “O Livro de Cesário Verde” (1887): Esta é a principal coletânea de poemas de Cesário Verde, organizada e publicada por Silva Pinto, amigo e admirador do poeta, após sua morte. O livro é composto por três partes, cada uma abordando diferentes temas como a cidade, o campo e a vida social.

2- “Cesário Verde: Poemas Dispersos” (1901): Esta edição foi organizada por António Cabral e publicada pela primeira vez em 1901. Ela contém poemas que não foram incluídos em “O Livro de Cesário Verde” e que foram encontrados posteriormente.

3- “Cesário Verde: Poesias Completas” (1947): Esta edição foi organizada por António Pedro Pita e é considerada uma das mais importantes sobre a obra de Cesário Verde. Além de reunir todos os poemas conhecidos do poeta, também inclui uma biografia detalhada e análises críticas.

4- “Cesário Verde e Outros Poetas” (1981): Esta edição, organizada por João Gaspar Simões e Luiz Francisco Rebello, inclui uma seleção de poemas de Cesário Verde, juntamente com trabalhos de outros poetas contemporâneos que tiveram influência sobre ele ou que foram influenciados por sua obra.

“Obra Poética de Cesário Verde” (2009): Esta edição, organizada por Maria Alzira Seixo e José António Gomes, reúne toda a obra poética conhecida de Cesário Verde. Ela inclui os poemas encontrados em “O Livro de Cesário Verde”, “Poemas Dispersos” e outros poemas que foram descobertos posteriormente.

Estas são apenas algumas das principais publicações sobre as obras de Cesário

Contextualização Literária

Cesário Verde foi um poeta português que viveu no final do século XIX e está associado ao movimento do Realismo. Sua abordagem literária era caracterizada por uma representação objetiva e realista da vida urbana em Lisboa. Ao contrário do Romantismo da época, que enfatizava a subjetividade e a idealização, Verde oferecia uma perspectiva crítica e observadora. Ele retratava a realidade social e as transformações da cidade, captando paisagens, tipos humanos e contradições da época. Seus poemas descreviam vividamente a cidade, destacando a coexistência do moderno e do arcaico, do belo e do grotesco. A obra de Verde mostrava uma sensibilidade aguçada aos contrastes e contradições da vida urbana, abordando temas como industrialização, exploração dos trabalhadores, pobreza, solidão e anonimato. Sua poesia era conhecida pelo estilo descritivo e detalhado, evocando imagens sensoriais e dando vida à atmosfera urbana. Verde também oferecia uma visão crítica da sociedade, expondo desigualdades sociais e injustiças. Sua linguagem era direta e simples, afastando-se das convenções românticas. A abordagem realista e socialmente consciente de Cesário Verde teve uma influência duradoura na poesia portuguesa, preparando o terreno para o movimento modernista e inspirando gerações de poetas.

Curiosidades

Cesário Verde adotou um pseudónimo em homenagem à sua mãe, que se chamava Cesária. O nome “Verde” foi adicionado por ele, sugerindo a associação com a natureza e a paisagem.

Em 1872 Cesário Verde inicia a sua carreira como funcionário público na loja do seu pai e dedicou seu tempo livre à poesia.

Curiosidades

A única obra publicada em vida por Cesário Verde foi "O Livro de Cesário Verde", uma coleção de poemas que foi lançada em 1887, um ano após sua morte. A obra foi publicada por iniciativa de amigos do poeta.

Em 1874 Cesário Verde intensifica a sua publicação de poemas em diferentes jornais e revistas literárias de Lisboa e Porto.

Mas este era incompreendido pelo publico pois era generalizado e estes não alcançavam a novidade da sua poesia.

“Nas nossas ruas, ao anoitecer,”
Ave
Marias

Ave Marias

“Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia”
“Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!”
Ave Marias

Noite Fechada

“À vista das prisões, da velha Sé, das cruzes,”

Noite Fechada

“Com bancos de namoro e exiguais pimenteiras,”

Noite Fechada

“Uma paixão, defunta! Aos lampiões distantes,”

Ao Gás

“E de uma padaria exala-se, inda quente,”

Ao Gás

“Casas de confeções e modas resplandecem;”
“Pede-me sempre esmola um homenzinho idoso,”
Ao Gás
“Por baixo, que portões! Que arruamentos!”
Horas Mortas
“Amareladamente, os cães parecem lobos.”
Horas
Mortas
“E os guardas, que revistam as escadas,”
Horas Mortas

Memória Descritiva

Cesário verde imprime no seu texto, uma conotação nostálgica e triste numa Lisboa, igualmente triste.

Optei por ilustrar literalmente os objectos e locais a que se refere o autor, mas mantive as cores originais, tentando de alguma forma contrapôr a cidade de Luz que é agora a vibrante Lisboa, com a Lisboa sombria e solitária de Cesário Verde No fundo, pretendi revisitar a mesma história, recolocando cenários, pessoas e objectos com a luz e o movimento do século XXI. O antes e o agora, sob um novo olhar.

Lisboa ao anoitecer no príncipe real, um ponto iconico da nossa cidade, zona turística de eleição, são as “ nossas ruas ao anoitecer “.

A cidade banhada pelo majestoso rio Tejo, com tudo o que por lá acontece e o seu ponto de encontro com o mar “ as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia…” (Escolhi esta fotografia, tirada a ver a Ponte 25 de Abril porque representa bem a nossa cidade). Foi tirada da Av 24 Julho, e mostra o rebuliço da nossa cidade e a sua expansão para outra margem.

A fotografia seguinte tirei-a na nostálgica Sintra, por também ser um ponto importante da Grande Lisboa e porque aquela via férrea especificamente tem um enquadramento e beleza únicos, muito apreciada na minha família; “ levando à via férrea os que se vão, felizes “.

A velha Sé, outro ponto emblemático da cidade “a vista das prisões , da velha Sé, das cruzes“

Os bancos de namoro, espalhados pela nossa Lisboa, aqui fotografados no jardim do Príncipe Real “com os bancos de namoro e exíguas pimenteiras“. A cidade actual, eclética e moderna.

A Fotografia seguinte foi tirada aos candeeiros da rua, quase tão antigos, como a nossa cidade, que iluminam as ruas e as montras enlutadas “ uma paixão defunta! Aos lampiões distantes enlutam -me, alvejando as ruas elegantes, curvadas a sorrir as montras dos ourives“

Pelas nossas ruas, não só floresce o comércio e surgem a cada esquina padarias e lojas de roupa e moda (fotografias tirada na baixa chiado “de uma padaria exala-se, inda quente…” e “casas de confecções e modas resplandecem “) , como infelizmente, e cada vez mais vemos pessoas sem recursos, que se limitam a viver da caridade dos que podem e esperar por um dia melhor (“pede- me sempre esmola um homenzinho idoso…”fotografia tirada junto à Sé de Lisboa mas podia ter sido em tantos outros sítios da cidade.

Para ilustrar o último verso escolhi a frase “por baixo os portões! Que arruamentos“ e tirei uma fotografia a uma casa apalaçada em Belém e perto desta casa, encontrei cães de rua e imaginei que ao cair da noite quando tudo pior se define e parece sombrio, poderiam de facto parecer mais assustadores do que cães vádios ( “ cães de rua que parecem lobos“ editei a preto e branco para transmitir a falta de contraste e de definição que acompanha a noite escura)

Por fim a última fotografia, tirada aos guardas do palácio de Belém (os únicos guardas que me permitiram tirar fotografias) e que representa os agentes de segurança que protegem a cidade e os seus representantes “e os guardas que revistam as escadas, caminham de lanterna e servem de chaveiros“

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