LUZALBA
DANIELA DA SILVA FERREIRA
Luzalba (Daniela S.F. - 1988) é uma artista visual, professora e investigadora artística licenciada em Design e Pós-Graduada em Belas Artes: Escultura. Através da sua experiência profissional, colaborou com diversos artistas e instituições tais como Danh Vo, The Danish Foundation, Lee Ufan, Paulo Bruscky em colaboração com Nara Roesler Gallery, Fondazione Prada e Electa | Mondadori, entre outros.
As suas obras vão das artes visuais, design, escultura ou performance até antigas técnicas de impressão. Na sua investigação, elementos naturais (animais, primitivos), rituais antigos assim como referências científicas misturam-se para criar uma nova visão de arte.
Residente no Algarve, atualmente as criações de Luzalba focam-se na cultura do mar, explorando e catalogando os recursos locais. A missão é prestar uma especial homenagem às tradições marítimas portuguesas e às suas (futuras) comunidades.
FISH PRINTS
Impressão de peixes
2020 - até ao presente Impressão directa do peixe fresco
Tinta preta de choco (ou lula); Tecidos recuperados de hotéis (lençóis, entre outros)
Campo de notas com descrição/detalhes da espécie marítima carimbo artesanal
Dimensões à escala do peixe
Este é um projecto artístico focado na documentação, divulgação e preservação das tradições piscatórias e espécies marítimas da Costa Atlântica Portuguesa.
Tem como missão a de nos consciencializar acerca dos mares e suas artes, promovendo a sua sustentabilidade e conservação.
O processo artístico envolve a impressão directa de peixes capturados através da pesca artesanal local. O método de gravura utiliza o peixe fresco, que uma vez preparado, é coberto por tinta, nomeadamente tinta de lula ou choco. Após esse processo, é utilizado o decalque em tecido de algodão, gravando as formas e texturas originais do animal. Cada série de peixes é limitada a um máximo de 3/4 impressões. No final, os peixes são limpos e aptos para consumir, não havendo qualquer desperdício.



NFT-Fish (preservação digital de peixes)


Catálogo digital, 2022 - presente
Peixe-porco detalhes, 2022 87 x 65 cm

GAMBO O primitivo
2015
Escultura, instalação sonora
Registo dos sons de acasalamento projectados através das narinas/rosto
Gambo representa um ser híbrido, dualista, de braços artilhados. Respira flexibilidade e aparenta calma. Continua a ser um eterno praticante do mistério da dualidade.
A identidade (rosto) da artista vem mais uma vez representada como parte humana nessa partilha de existência.
Co-Existência que abraça e luta com louvor por entre árvores, ramos ou apenas entre os seus similares. Na esperança de acasalar, de fazer perdurar a sua essência (sobrevivência).
Aqui com os seus restos, celebrando essa experiência.
Cornos de veado e retrato d’artista em gesso 100 x 95 x 75 cm

TRANS-ETERNAL
Identidade Transcendental projecto
2015/2016
Escultura/instalação; performance
Auto-retrato em gesso, moldura em madeira, vidro, taxidermia
Serie de 3: Urania, Albi (57 x 39 cm) e Elma Minax (62 x 38 cm)
Performance, duração 45’min.
Esta obra surge de um relatório voraz que se estabelece com o mundo, físico e metafísico. Reproduz uma fusão lenta, mas inexorável, da identidade que leva ao nascimento de seres autônomos, separados e coexistentes.
Aproveitando-se um do outro, parte humana e animal encontramse, unificam-se, e compartilham o mesmo espaço e oxigênio, tornando-se parte do mesmo sangue.
O resultado é a criação de um personagem humano com características animais, possuído pelas mesmas. Trans-Eternal é uma manifestação mitológica com uma história, uma personalidade e uma capacidade de acção capaz de substituir o tempo.

HOLLY UNCTION
O mistério da salvação
2016
Escultura/instalação
Corno de carneiro, almofada de algodão, estrado metálico para cama, pedra, fios de cobre, 100 x 75 x 30 cm
Um leito de morte. (Uma pausa). Uma luz. Tudo branco, tudo eterno. O motor que nos nutre, reforma-se. E dá-se o batismo do fogo. Contudo, continuamos aqui, como um resto físico útil apenas para seres não racionais e instintivos. E o mistério da nossa elevação passa a ser a nossa salvação.
Em sintonia com o título, nós possuímos o poder sagrado de nos curar, de viajar no nosso profundo e encontrar as fontes necessárias para nos mantermos vivos. Mas quando não estamos conectados à “tomada elétrica” que nos fornece esse alimento, morremos. Mas não absolutamente.
“É esse o objetivo desta obra. Questionar-nos sobre a origem do nosso cordão umbilical, aquele que nos permite crescer e combater. Porque acredito que existem outros tipos de junções para a nossa permanência. Podemos sempre tentar despir o nosso inconsciente e deitar-nos num leito luminescente, aclarado por nós mesmos.”


INDOMADA I & II
Indomável projecto
2016
Performance, fotografia, vídeo, escultura/instalação
Indomada I
Vídeo hd 4’34’’ col. créditos: Gabriele S. Buzzanca e Lisa Stefani Restos de argila verde utilizada na performance, lua cheia 26 de Novembro 2016 (Veneza,IT)
Indomada II
Vídeo hd 2’47’’ col. créditos: Maria Elena Fantoni; Corno como instrumento musical, vestido de seda
No primeiro cenário, os elementos presentes identificam-se por uma árvore, uma lua histórica e um corpo, possuído por uma alma inquieta e coberto por uma verdade orgânica, chamada argila. Esta, verde e fria, deixa-se secar sob o olhar atento dos mundos que a criaram e que a ainda protegem.
No segundo cenário, ouvem-se rumores que saem de uma janela próxima ao acto performático. São sons de uma ópera que passa numa televisão sem espectadores, e que se amplificam fora dos seus muros. Aproveitando tal benção, vesti o meu melhor vestido e segurei aquele que foi o instrumento musical usado para contemplar e oferecer o meu reconhecimento aos ventos e aos céus que me atendiam.
Tal como o título refere, Idomada é um projecto indómito, não submisso. As suas directrizes seguem estradas sui generis, as quais designo como pesadelos surpreendentes e ausentes de medo. Elas reflectem as raizes pagãs da existência, e manifestamse através de rituais místicos e animistas, que procuram um acordo com todas as formas identificáveis de natureza.
Estas obras fazem parte do projecto de investigação:
Manifestações Pagãs na arte contemporânea


Argila (restos da perfomance) fotografia digital 20 x 20 x 20 cm / 40 x 30 cm




UMBANDA
La Numina projecto
2017
Performance, fotografia, vídeo, escultura/instalação
Performance, duração 8’30’’min.
Fotografia digital
Impressão papel algodão, 30 x 40 cm
Série de 4 vídeos hd, col.
Créditos: José Torres
Como processo de criação, comunicação e de transmissão intemporal de valores, o projecto Umbanda manifesta-se através da atividade humana e da sua condição e presença em território natural inexplorado.
Através de quatro actos perfomativos e um resultado escultórico, este projecto insiste em desvendar os confins entre o corpo e a paisagem, tornando-os complementares.
Inspirado no termo do latim numina, que significa a potência divina que permeia todas as coisas vivas e todos os elementos naturais, Umbanda pretende ser um arquétipo capaz de explorar e descortinar as manifestações de origem pagãs, pesquisando e analisando várias práticas filosóficas (metafísicas), religiosas (animistas e primitivas), mágicas e culturais utilizadas na cultura pagã e activas no território nacional, assim como as suas influências.
Estas obras fazem parte do projecto de investigação: Manifestações Pagãs na arte contemporânea



LUZ SANTANA
O’SOL projecto
2017-218
Performance, fotografia, vídeo, escultura/instalação
Escultura em madeira dourada e metal Colagens em papel, folha de ouro
Performance, duração 1h’30’’min.
Créditos: Electricidade Estética
Luz Santana é um projeto inspirado na lenda de folclore brasileira intitulada Mãe de ouro e consiste numa performance que se realizará tendo como base uma estrutura circular à escala humana de cor dourada refletora.
Como projeto, o mesmo será posteriormente executado em vários momentos e em vários contextos geográficos, com o objetivo de explorar os diversos efeitos de luz natural, como o nascer e o pôr-do-sol e o seu enquadramento no objeto de performance.
Contextualização-o no ciclo a Noite de Lua Azul, este primeiro momento tem como principal foco a sua iniciação: a sua
Aparição . Deste modo dá-se o nascimento do projeto, respeitando o seu conceito Mãe: uma luz que surge na noite e que guia e protege, dando assim o inicio ao projeto e ao seu ciclo natural de exploração.







MOLEOSOPHY
Carta Celestial projecto PRÉ THE BODY CONSTELLATIONS
2016-2017 Performances, ilustração e instalação
Performance, duração 16’00’’min., em colaboração com João Desmarques Guitarra portuguesa, agulhas de acupuntura, fios de algodão
Moleosophy (nævus+sophia [Lat.]) é uma pseudo-ciência centrada na análise, observação e interpretação de marcas corporais e de nascença (como nevos, sinais, entre outros) praticada em muitas sociedades ao longo da história.
Celestial Chart (cælesti+littera [Lat.]) é um mapa do céu noturno usado desde tempos antigos para identificar e localizar estrelas, constelações e outros objetos astronômicos.
Performance
Conectando os sons experimentais da guitarra portuguesa do músico João Desmarques e as constelações tatuadas no corpo da artista, compostas pelos seus sinais e marcas corporais, esta performance brinda à navegação entre dois mundos imateriais e sensoriais, onde o céu se estende ao corpo e o som à inventividade do devaneio.
Performance detalhes
Créditos: Susana Valadas





THE BODY CONSTELLATIONS
Constelações corporais projecto
2011- até ao presente (em pausa) Investigação, elaboração de um novo Método terapêutico
As Constelações Corporais são um modelo inovador de terapia que utiliza os sinais corporais, cicatrizes e pontos para criar um novo conceito de auto-representação.
Através do processo, o nosso corpo se transforma no nosso céu e as suas marcas, nas nossas estrelas.
Para encontrarmos essas conexões únicas e dar vida às nossas constelações, precisamos de nos descodificar.
Através de um algoritmo que re-cria um teste psicotécnico, juntamente com um dicionário de animais, este método consegue construir uma quase infinita combinação de constelações, baseadas na nossa personalidade.
Entre pontes, da ciência para a astronomia, confrontando a fenomenologia existencial e os métodos psico-terapêuticos, este projecto expande-se a novas dinâmicas criando múltiplas perspectivas artísticas e pessoais.

Constelações ilustração e tatuagens processo investigação



Cartas,
mapas e algoritmos processo investigação

A vida, a morte e essa mútua celebração
“Cresci com o luxo de saber sacrificar e celebrar a vida de um animal. Era alimento, como a batata ou a couve: só morria uma vez. Dava trabalho, sujava muito, mas alimentava a familia toda. Era um ritual ou só um sábado depois de fazer o pão. Cresci assim e sem saber, a minha arte também”.

PRÉMIOS
Menções
- Fundação Bevilacqua La Masa 2014 - atribuição de atelier de artista e bolsa de investigação | Colectivo Anemoi - Veneza, IT
- Obra selecionada e premiada no concurso - Cerâmica na Arte Contemporânea, Museo Carlo Zauli - Faenza, IT
- Bolsa de colaboração académica superior | 2013 Academia de Belas Artes de Veneza , IT
- Artrepreneur - Printmaking 2021 - USA
RESIDENCIAS ARTÍSTICAS
+ outras colaborações profissionais
- 2023 EcoSuites Art Residency, Halkidiki, Greece
- 2017 Tracce Di Passaggio, Ruffrè-Mendola, Val di Non, Trento, IT
- 2016 Belligerent Eyes | 5K Confinement, colaboração performativa, Fondazione Prada, Ca’ Corner della Regina, Venezia, IT
- 2015 LIVER, Malga di Vervò, Val di Non, Trentino Alto Adige, IT
- 2014 Artist in Residence da Fundação Bevilacqua La Masa, Atelier S. Cosma e Damiano, Veneza, IT
- 2014 Cerâmica na Arte Contemporânea, Museo Carlo Zauli, Faenza, IT
- 2012 até 2017 Bienal de Veneza (diversos países)
- 2016 Festival de Cinema Veneza: Mondadori Electa
EXPOSIÇÕES
Seleção
2023 Ocean’Art - Global Ocean, Marina de Cascais, curadoria Alvaro Cardoso
2023 EcoSuites Art Residency Exhibition, Halkidiki, Greece, curadoria Alex A. Tsolakis
2021/2022 Surf Filmfestival- Art Exhibition, Eiriceira, curadoria de Annika Von Schütz
2021 Simpósio de Padrão, Ossos do Ofício, Alcobaça, curadoria de Denize Egger
2020 Promontorium Sacrum, Studio Coração, Vila do Bispo 2018 Art e Cultura, Boeira Garden Hotel, Vila Nova de Gaia 2017 Tracce di Passaggio, Salone Imperiale del Passo Mendola, Trento, curadoria Federico Sepi
2016 Aseptanimus, Céu de Vidro, Parque D. Carlos I, Caldas da Rainha, curadoria Nicola Henriques
2016 27th Onion City Experimental Film and Video Festival, Chicago, USA, curadoria director do Chicago Filmmakers, Josh B. Mabe
2015 FluxBooks: “From the Sixties...”, Palazzo Tito, Veneza, curadoria Giorgio Maffei e Patrizio Peterlini
2015 L’arte sposa la natura, Casa Marta, Coredo, Trentino Alto Adige, curadoria Luca Marignoni


2014 Exposição Final de residência Atelier Bevilacqua La Masa, Galeria da Fundação BLM de San Marco, Veneza, curadoria Rachel D’Osualdo 2014 Panta Rei. Everything changes | Marble vs ceramic, Museu Cívico do Mármore, Carrara, curadoria Federica Forti
2014 Museo Carlo Zauli a Palazzo Ferniani, Palazzo Ferniani, Faenza, curadoria Cristina Casadei e Matteo Zauli
2014 Une Dimanche de la vie, CasaBianca, Bologna, curadoria Gino Gianuizzi
2014/2013 #Open 5/ #Open 6, Magazzino Sale Docks, Punta della Dogana, Veneza, curadoria S.a.L.e Docks comittee
EDUCAÇÃO Superior
- Licenciatura em Design Cerâmica e Vidro, IPL-ESAD | PT 2011
- Pós-graduação Artes Visuais: escultura, Academia Belas Artes Veneza | IT 2015