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FICHE TECHNIQUE Concessionaire

REDACTION ET STUDIO 1, rue Vasco de Gama - 94460 Valenton PROPRIÉTÉ/EDITION José Gomes de Sá - cont nº 128 275863 DIRECTION Directeur de la publication Lídia Sales lidiasales@gmail.com DIRECTEUR EXECUTIF Guilherme Gomes de Sá REDACTION António Delgado Carlos Gonçalves Clarisse de Albuquerque Cristina Semblano Daniel Bastos Joana Inês Moreira Joaquim Alberto Luis Gonçalves Miguel Vidal Nuno Cabeleira Paulo Pisco Reitor Nuno Aurélio Ricardo José Victor Ferreira Wilker Alves Tel. +33 6 24 19 16 65 PHOTOGRAPHE Victor Roriz COORDENADOR PV 2017 Armindo Gameiro DIRECTION COMMERCIAL Gomes de Sá gomesdesa50@gmail.com Tél. + 33 6 18 44 74 55 SERVICE FINANCIER Amparo Conseil AGENT AU PORTUGAL Inês Madeira Tél. +351 911 975 544 RÉALISATION João Cazenave - joao@cazenave.pt WEB DESIGNER António Campos IMPRESSION Lisgráfica Tiragem: 20 000 ISSN:1968-6366 I.N.P.I. Nº NATIONAL 08/3550245 ERC 126 147

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crónica da direcção

Avenida D. João II, 16 - 2º esq. · 1990-095 Lisboa - Portugal

Datas

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á dias, que por muitos anos que vivamos, ficam na nossa memória e assim irá ficar na minha o dia 24 de março de 2017. Organizado por um grupo de amigos, alguns deles com quem convive-

mos todos os dias, fomos alvo duma surpresa inesquecível.

Lembrarem-se de reconhecer o nosso trabalho foi comovente mas também um desafio, fazermos mais e melhor é agora a nossa meta.

Foi há 43 anos que Portugal viveu uma revolução, a Revolução dos Cravos trouxe esperança aos portugueses, liberdade, reuniu famílias e acabou uma guerra para onde muitos jovens partiam e donde alguns não regressavam.

Também em abril, os soldados portugueses que morreram na Batalha de La Lys são homenageados todos os anos, por várias entidades que se deslocam ao cemitério de Richebourg. É já no dia 6 de maio que os 10 troféus Português de Valor 2017 vão ser entregues em Boticas. Mais uma vez, sublinho, que o júri é soberano e que é de uma reunião entre os elementos que saem os vencedores. Chantal da Costa, José Trovão, Josefina Rodrigues e Mapril Baptista votaram no dia 14 de abril e decidiram quem são os premiados.

Boticas e Chaves foram os locais escolhidos para cinco dias de convívio e partilha e também descoberta, dum cantinho de Portugal que merece ser visitado.

Lídia Sales — lidiasales@gmail.com 1

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| SUMÁRIO

01 crónica da direcção Datas 04 especial PV Portugueses de Valor 2017 12 especial PV Boticas, uma terra genuína 18 especial PV Chaves, Capital termal e romana

26 grande entrevista Eurodeputado José Manuel Fernandes

38 política 25 de abril sempre!

52 política Presidente da República visitou Viana do Castelo onde o motivo foi os jovens

60 sociedade Directores da Lusopress foram homenageados por membros da Comunidade Portuguesa

86 sociedade Quinta da Pacheca - Edição Especial Tony Carreira” 130 feiras, festas, associações e solidariedade Bruxelas - 16 empresas portuguesas marcaram presença na Feira Seafood Expo Global 138 empresas e empresários Grande Entrevista ao Empresário Domingos Silva

142 empresas e empresários Grupo luso-francês DSA festejou 30 anos de existência

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| ESPECIAL PV2017

Lusopress organiza “Portugueses de Valor 2017” no Norte de Portugal Pelo sétimo ano consecutivo, o meio de comunicação social português sediado em França vai homenagear compatriotas que se distinguiram nas mais diversas áreas.

A edição dos “Portugueses de Valor 2017” irá realizar-se em Chaves e Boticas entre os dias 5 e 9 de maio. O programa para os cinco dias já está definido e reserva uma mão cheia de novidades.

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odos os anos o grupo de imprensa radicado em França reúne 100 histórias de portugueses espalhados pelo mundo num só livro. Muitas personalidades são completamente desconhecidas no seu

próprio país, dão a conhecer o seu percurso pela primeira vez, mas desempenham um trabalho único em Portugal ou além-fronteiras. Através da Web TV e da revista distribuída mensalmente pela Diáspora, a Lusopress dá a conhecer o caminho destes portugueses até ao sucesso e conta como vingaram fora ou dentro do país. Há sete anos que publica o livro “Portugueses de Valor” e organiza uma gala para a atribuição de prémios.

Este ano não será excepção e o evento terá lugar no Salão do Restaurante Rio Beça, em

Boticas, no próximo dia 6 de maio a partir das 20h00. Dos 100 portugueses presentes no livro, apenas dez irão receber o troféu da Lusopress e a decisão final está a cargo de um júri composto por alguns vencedores das edições anteriores. Chantal Costa, José Trovão, Josefina Rodrigues e Mapril Baptista são empresários, residem em França e são os jurados deste ano. Juntamente com a Directora da Lusopress e Presidente do Júri, Lídia Sales vão entregar os prémios aos “Portugueses de Valor 2017”.

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| ESPECIAL PV2017

Júri

Chantal da Costa

José Trovão

Josefina Rodrigues

Mapril Baptista

A eleição realizou-se no dia 14 de abril às 17 horas nos escritórios da Lusopress em Paris

Para além deste evento, que é considerado o ponto alto do fim-de-semana, a iniciativa também vai incluir outras actividades dedicadas ao norte de Portugal e apresenta um programa extenso. Depois da chegada ao

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Aeroporto Francisco Sá Carneiro na sexta-feira, dia 5 de maio, os convidados podem visitar a Régua, seguindo-se um almoço na Quinta da Pacheca. No sábado, dia 6 de maio, está prevista uma visita aos arredo-

res de Chaves antes do jantar de gala da Lusopress. No dia seguinte o grupo poderá conhecer Boticas, nomeadamente Vilarinho Seco, uma das mais bem conservadas aldeias barrosãs. A região transmontana

Os “Portugueses de Valor” já se realizaram em Paris, na Costa Alentejana em Tróia, em Viana do Castelo, em 2015 viajaram até aos Açores e no ano passado o evento realizou-se em Leiria.

preserva ainda as características mais tradicionais e os convidados poderão apreciar as construções arcaicas, a traça antiga e desfrutar do ambiente e da vida em comunidade seguida pela aldeia. No dia 8 de maio o grupo segue para Viana do Castelo, onde está programado um almoço na Quinta da Presa, seguindo-se uma visita ao Forte de Valença. Por último, no dia 9, os “Portugueses de Valor” visitam a Quinta Aveleda situada em Penafiel, fazem um pequeno passeio pela Ribeiro do Porto e despedem-se da Invicta a partir do Porto de Leixões.

Os momentos mais marcantes A Lusopress organiza os “Portugueses de Valor” desde 2011. A gala reúne muitas pessoas vindas dos mais diversos pontos do mundo, por isso, o meio de comunicação social procura escolher todos os anos um destino em Portugal diferente, dando a conhecer durante um fim-de-semana essa região.

Os “Portugueses de Valor” já se realizaram na Costa Alentejana em Tróia, em Viana do Castelo, em 2015 viajaram até à Ilha dos Aço-

res e no ano passado o evento realizou-se em Leiria. Muitos emigrantes atravessam continentes para participar nesta iniciativa e várias entidades como Embaixadores, Cônsules e membros do governo procuram marcar presença e reconhecer assim o trabalho da Diáspora Portuguesa. Na gala realizada no Coliseu Micaelense em Ponta Delgada estiveram presentes o então Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia do Governo

dos Açores, Fausto Brito e Abreu e o Presidente da Câmara de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro. O autarca destacou o dinamismo que o evento trouxe à ilha e aplaudiu a iniciativa da Lusopress: “Os Portugueses de Valor estão espalhados pelo mundo inteiro, mas hoje a projecção atlântica de Portugal está concentrada nos Açores, em Ponta Delgada. É uma honra puder canalizar a partir deste ponto a importância da portu-

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| ESPECIAL PV2017 galidade, a importância dos portugueses e é com um enorme gosto que recebemos este evento na nossa cidade”, referiu.

No ano passado, quando a gala se realizou no Teatro José Lúcio em Leiria, o Secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, deu as boas-vindas à comitiva na Sala VIP do Aeroporto de Lisboa. O membro do governo é leiriense e até chegou a confirmar a sua presença na noite da entrega dos prémios, mas como soube que não ia faltar, foi receber os “Portugueses de Valor” no momento em que chegaram a Portugal. “Leiria em muitos momentos dependeu da relação que tinha com as comunidades no estrangeiro.

Nos anos 80 e 90 a nossa economia regional vivia da relação com a população que tinha emigrado e, está provado que vários investidores que estamos a receber neste momento têm origem até nos emigrantes portugueses”, sublinhou durante a recepção. “Nós não temos salas VIP para tantos milhões de portugueses, mas eu acho que todos os emigrantes deviam ser recebidos nesta sala quando chegam a Portugal. Eu sou filho e neto de emigrantes, por isso, sei do que estamos a falar. É importante Portugal transmitir que eles são bem-vindos e os emigrantes não são só bem-vindos para investir. Portugal há muitos anos que pede o investimento da nossa diáspora, mas eu acho que também é muito importante dizer que temos orgulho no que eles fizeram porque muitas vezes os dirigentes deste país não disseram as vezes que foram necessárias”, referiu em entrevista à Lusopress.

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O encontro com o Presidente da República Também em 2016 e pela primeira vez o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acolheu a iniciativa da Lusopress. Inicialmente estava programado os “Portugueses de Valor 2016” serem recebidos nos jardins do Palácio de Belém, mas o mau tempo pregou uma partida e foi preciso alterar a recepção para o Museu Nacional dos Coches. O edifício histórico estava em perfeita harmonia com o momento e durante quase 15 minutos Marcelo elogiou o trabalho desenvolvido pelos milhares de portugueses espalhados pelo mundo, salientou este projecto da Lusopress e fez referência ao dinamismo do Director José Gomes de Sá. “É com o maior gosto que vos recebo nesta que também é a vossa casa e que me associo à prestigiada iniciativa da Lusopress “Portugueses de Valor 2016”, disse no início do encontro. O Chefe de Estado recordou o “passado glorioso” patente no museu, celebrou “o presente de luta” protagonizado por todos os portugueses e emigrantes e encarou o futuro, olhando para os mais jovens que vivem no estrangeiro e “mantêm a esperança num Portugal cada vez mais universal”. “Desde a tomada de posse enquanto Presidente da República que tenho procurado ser o Presidente de todos os portugueses, daqueles que votaram em mim e daqueles que não votaram, daqueles que estão próximos e daqueles que estão longe, aproximando também os milhões que vivem no estrangeiro. Eu quero ter ao longo do mandato um em-

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penho particular em procurar valorizar as nossas comunidades”, afirmou.

Este ano ainda não está confirmada a sua presença na gala, mas o Presidente já manifestou novamente o seu “apoio e admi-

ração pela iniciativa da Lusopress realizada em prol das comunidades espalhadas pelo mundo”. O grupo de imprensa quer “unir os portugueses” e este ano volta a juntá-los no norte de Portugal. L

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Boticas, uma terra genuína Boticas tem o encanto próprio das terras transmontanas. O seu território estende-se desde o rio Tâmega até à Serra das Alturas e das Serras de Melcas e dos Marcos até às serras do Leiranco e Pastoria. O concelho apresenta uma beleza virgem, com paisagens de cortar a respiração, praticamente intocáveis. A Gastronomia agrada a gregos e a troianos, as águas minerais são uma verdadeira dádiva e a população é orgulhosa das suas origens e tradições.

No mês de Maio, entre os dias 5 e o dia 9, os Portugueses de Valor vão viajar até esta região do interior de Portugal, por isso, este mês a Lusopress levanta um bocadinho o véu e dá a conhecer melhor este património.

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s 10h30 da manhã já o sol escaldava no Castro do Lesenho. Com três linhas de muralhas, o Castro ficou conhecido pelo achado de quatro estátuas de guerreiros Calaico-lusitanos. Daquele ponto era possível apreciar um verdadeiro manto verde, com apenas algumas casas localizadas nos vales. A imagem é real, mas naquele momento parecia um quadro pintado a óleo. No meio do chão estavam ainda alguns fardos de palha que despertaram a nossa atenção. “Há muitas pessoas que vêm para

aqui apreciar o pôr e o nascer do sol. Passam aqui a noite e aproveitam assim alguns momentos em contacto com a natureza”, diz-nos um senhor. De facto, ali respirávamos o verdadeiro ar puro da Montanha e era inevitável não ser invadido por uma sensação de tranquilidade. Seguimos em direcção à aldeia Vilarinho Seco, mas pelo caminho foi preciso fazer algumas paragens. Cruzámo-nos com um guardador de cabras, com um suinicultor e ainda passámos por um senhor que estava a trabalhar no campo. Nesse mo-

mento, decidimos sair do carro e ouvir a história que estava por detrás daquele chapéu.

“Estou a virar o feno porque ainda está um bocadinho verde. Virámos com a máquina ontem, mas hoje ainda está verde”, vai explicando Fernando Silvino, enquanto descansa à sombra de uma árvore. Já tem uma máquina que faz aquele trabalho mais rápido, mas Silvino garante que não há nada como o método tradicional. “Nós ainda gostamos de fazer as coisas à moda antiga, de fazer à mão. Até é uma maneira de fazer mais exer-

cício”, afirma sorrindo. Apesar de ter emigrado, regressou para Boticas há 4 anos e voltou também para os campos, onde ajuda o irmão. Na família, trabalharam sempre todos na agricultura. Ainda hoje têm quintais para terem as suas próprias colheitas, mas lamenta com alguma mágoa o facto de os jovens já não seguirem o mesmo caminho.

“Os jovens agora preferem estudar e não querem tanto trabalhar na agricultura. Eu compreendo porque a vida no campo é difícil, é muito dura, mas faz falta e eu gosto muito”.

De facto mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas Boticas continua a ser um dos concelhos onde a população se dedica mais à agricultura. O território é predominantemente rural e as terras são bastante favoráveis ao cultivo. O Presidente da Câmara Municipal, Fernando Queiroga, lembra que é importante manter viva esta actividade e tem dado alguns apoios nesse sentido.

“Eu quero que as pessoas voltem à terra, que voltem a cultivar porque nós temos um clima excelente e temos terrenos maravilhosos para produções agrícolas. Neste momento estou a apostar muito mesmo nos incentivos financeiros, na instalação de jovens agricultores para que se fixem no concelho de Boticas e não tenham que sair”, disse em entrevista à Lusopress.

“Quem não cuida da sua história, não a merece” No sopé da serra de Alturas do Barroso, encontrámos Vilarinho Seco, uma das mais bem conservadas aldeias barrosãs. Percorrendo as ruas pitorescas, fizemos uma verdadeira viagem pelo tempo. A região transmontana preserva ainda as características mais tradicionais, por isso, não faltam espigueiros em

granito, as casas ainda conservam a pedra e os telhados de colmo, típicos de outros tempos. No principal largo da aldeia, é possível ainda apreciar o tanque onde os animais se vão saciar, o cruzeiro e a capela. Por cima da principal rua da aldeia passa um arco, uma passagem superior que liga as habitações às cortes do gado e, para além disso, a aldeia ainda hoje utiliza o forno comunitário para cozer o pão. Estas características singulares

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e esta vida em comunidade é algo que o actual autarca quer também privilegiar e promover. Fernando Queiroga afirma que são “muito rígidos em questões urbanísticas” para “não descaracterizar a identidade” da região. “Vilarinho Seco foi uma aldeia que teve um projecto intervencionado de fundos comunitários para preservar efectivamente aquela traça antiga. Eu costume dizer que quem não cuida da sua história, não a merece. A nossa história é esta e nada melhor que afirmá-la”, diz o autarca à Lusopress.

Chegada a hora do almoço, era praticamente obrigatório comer a famosa carne barrosã.

Abel Barroso tinha um nome que inspirava confiança na matéria, por isso, fomos comer ao Restaurante Rio Beça que gere em Boticas. “Este restaurante nasceu de uma forma espontânea. Nós tínhamos um, ele foi crescendo, fizemos obras, mas chegámos à conclusão que continuava a ser pequeno. Daí surgiu a ideia de construir este aqui, maior e com mais condições de trabalho. Depois criámos também a parte da hotelaria para complementar”, conta o proprietário. Abel Barroso também já trabalhou na agricultura. Aos 18 anos emigrou e esteve a trabalhar na restauração no estrangeiro. Aos 26 anos não aguentou as saudades de casa e voltou para Boticas, onde abriu o primeiro restaurante. Hoje pode-se dizer que conhece o produto desde o cultivo até ao prato porque para além de cozinhar, também produz e nós podemos comprovar que é de facto de boa qualida-

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de. “Nós ainda continuamos a trabalhar na agricultura porque nós abastecemos o restaurante com produtos agrícolas que nós mesmos produzimos”, afirma. O empresário admite que Boticas é uma terra do interior onde “ainda continua a ser difícil viver”, mas reconhece que têm sido alcançados alguns progressos, sobretudo ao nível do turismo.

“Eu quero gente no meu concelho” Fernando Queiroga fica contente quando ouve elogios sobre a paisagem de Boticas, mas quer mais do que isso para o seu concelho.

“Se nós não fizermos nada, daqui por 30 anos o concelho de Boticas será uma reserva de caça, será um sítio magnífico para as pessoas virem cá passar férias e eu não quero isso. Eu quero gente no meu concelho”, disse à Lusopress.

Quando assumiu funções em 2013, baixou significativamente o preço por metro quadrado da zona industrial e deu incentivos financeiros às empresas de acordo com os postos de trabalho criados. “Não é que queira cá grandes empresas porque pode até ser um drama social com o encerramento de algumas unidades, mas se criar cinco, seis, sete postos de trabalho, já consegue fixar aqui a população e depois a dinâmica económica vai naturalmente surgindo. Temos sentido esse feedback, essa aceitação da nossa política e obviamente que estou satisfeitíssimo”, sublinha.

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“São os meus embaixadores” “Aproveitando o repto da Lusopress para receber a gala dos Portugueses de Valor, quero dizer que tem dois objectivos aderir a esta iniciativa. O primeiro é mostrar que estou atento e que tenho gratidão por esta gente, quero que esta recepção seja interpretada por todos como um gesto de simpa-

tia por quem muito fez, e muito faz, por este concelho. São os meus embaixadores porque investem cá, falam bem do nosso concelho e convidam pessoas para vir cá. Em segundo lugar, sei que há pessoas que vêm de outros concelhos e nós queremos mostrar-lhes o nosso concelho”, completa o edil que felicita a Lusopress porque não esquece quem está a viver fora de Portugal. L

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Chaves – Capital Termal e Romana Contornos bélicos desenharam aquilo que é hoje um recanto único em Portugal. Por entre inúmeras batalhas e outras tantas vitórias, a cidade de Chaves apresenta-se ao mundo como um lugar repleto de vestígios que são símbolo da presença de muitas civilizações pré-históricas. Palco escolhido para acolher a gala dos Portugueses de Valor 2017, que se realizará de 5 a 9 de Maio, a Lusopress veio conhecer e divulgar as riquezas da cidade transmontana através do Presidente da Câmara Municipal de Chaves.

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ontes, vales e o rio Tâmega são sinónimo de um espaço que mantem uma relação privilegiada com a água e o bem-estar. “As nossas águas minerais são extraordinárias. O concelho de Chaves tem uma quantidade e uma diversidade de águas minerais um pouco ímpar no território nacional”, defende António Cabeleira, Presidente da Câmara Municipal de Chaves. Designada como Aquae Flaviae, nome atribuído pelos romanos, a cidade flaviense tem no seu esplendor águas termais

que a nível europeu fazem furor.

Com toques pitorescos, a cidade de matriz romana abre as portas ao mundo e apresenta as suas mais-valias. “Em relação aos romanos temos a jóia da coroa, um ícone, conhecido a nível nacional e internacional, que é a ponte romana de Chaves”, indica o Presidente. Para além deste marco deixado pelos romanos e fazendo uma alusão a tempos mais próximos, Chaves ostenta no seu território particularidades que despertam o interesse a quem visita a capital romana. A

Torre de Menagem, do tempo de D. Dinis.

Um espaço museológico que expõe os antepassados deste recanto transmontano, ou seja, o Museu da Região Flaviense. “Temos dois fortes seiscentistas associados à guerra da Restauração, do tempo do D. João IV”, explica o edil referindo-se ao Forte de São Francisco e ao Forte de São Neutel. “Mas também vale como conjunto patrimonial o nosso centro histórico. É muito arrumadinho na sua matriz romana”, sublinha António Cabeleira. Inaugurado recentemente, o

Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso oferece aos seus visitantes tudo aquilo que representou a vida de um arquitecto e pintor que nasceu em Chaves. O Golf em Vidago, as termas espalhadas pelo concelho, o próprio Casino que se encontra logo na entrada da cidade, entre outros. Todos estes lugares fazem parte do cartão-de-visita da cidade e são motivo da grande afluência de turistas motivados pela história e pela contemporaneidade deste lugar com características únicas.

A nível de gastronomia e para adoçar o apetite ao leitor, a cidade flaviense expõe nos seus pratos iguarias únicas. Em simbiose com as paisagens características do concelho também faz eco, a nível nacional, o menu de degustação que Chaves proporciona aos seus visitantes. O tradicional cozido à portuguesa que confeccionado neste recanto colado a Espanha ganha outro sabor

quando há a junção do conhecido fumeiro transmontano. Por outro lado, e não menos aconselhável, a posta quer seja de vaca mirandesa ou de barrosã torna-se num ex-libris gastronómico para o apetite de quem visita Chaves. De conhecimento nacional, o Pastel, o Folar e o Presunto de Chaves são exemplos de produtos que simbolizam a alma flaviense e, ao mesmo tempo, impulsionam a economia local. Outras tantas re-

ferências fazem parte da cozinha tradicional transmontana. Fica aqui um apanhado geral daquilo é uma combinação saudável e que é apanágio da cidade flaviense, isto é, a relação que resulta da natureza paisagística com a natureza gastronómica.

Beneficiando de uma privilegiada localização, a antiga cidade romana acolhe milhares de visitantes tornando-se num convite para os empresários que queiram chegar

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além-fronteiras. “Toda a empresa que faça exportação por via terrestre, Chaves tem a melhor localização do país. É a localidade portuguesa que mais perto fica da fronteira com França. Quem se instalar cá para produzir qualquer que seja o produto que se destine ao mercado europeu, nós temos os melhores acessos”, conclui o edil.

Saltando para o aspecto desportivo, o Grupo Desportivo de Chaves é outra referência da terra. O facto de se encontrarem na Primeira

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Liga de Futebol torna-se num factor importante de promoção do território flaviense, uma vez que a partir do desporto rei conseguem entrar em todos os pontos do país.

Ainda a propósito da vertente do turismo, o Município de Chaves tem uma relação de proximidade com França. “Temos uma geminação francesa e estamos em vias de ter mais do que uma”, evidencia António Cabeleira falando da geminação com Talence e uma que está para breve com Angoulême.

Ao acolher a Gala dos Portugueses de Valor 2017 perguntamos ao Presidente qual a mensagem que quer deixar aos portugueses que figuram na lista de excelência. “Fiquem cá mais do que estas jornadas da Lusopress e descubram Chaves nas suas múltiplas facetas”, completa.

Termina assim o nosso roteiro turístico, contando com a ajuda do Presidente, que explica e evidencia o facto de Chaves ser considerada como capital romana e termal. L

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| EMPRESAS E EMPRESÁRIOS

Telegare Uma janela aberta sintonizada em Portugal

A Telegare de instalação e reparação de antenas já está em Saint-Maur-de-Fosses desde 1968.

Acompanhou a passagem da televisão a preto e branco para cores, e passou da moda dos écrans pesados até aos Lcds. É uma casa histórica e pertence desde 2000 ao português Fernando Silva. O empresário natural de Chaves emigrou para França ainda jovem e começou a trabalhar neste ramo pouco tempo depois.

Em 2000 comprou o espaço e actualmente partilha os comandos da empresa com a mulher.

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im para França em 88. Comecei a trabalhar noutro ramo, depois nos anos 90 é que enveredei por esta área. Já faz 25 anos que trabalho neste sector. Eu já tinha feito uma pequena formação de electricidade em Portugal e como sempre gostei de fazer este trabalho procurei até estar empregado”, explica o flaviense Fernando Silva.

A viver em França desde os seus 20 anos, o electricista admite que depois de estar durante seis anos a estudar com padres em Portugal decidiu emigrar porque procurava algo diferente. “Tinha um amigo que estava a viver cá e pedi-lhe para me dar boleia para este país. Mal cheguei fiquei a gostar desta realidade e hoje considero a França um dos melhores países do mundo”, reforça o proprietário, que hoje trabalha por conta própria fruto do seu empenho e dedicação.

Quando chegou a França não existiam canais portugueses, mas Fernando Silva conse-

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guiu colocar Portugal em directo em Paris.

Nos anos 90, nasceu a RTP Internacional e a Telegare foi das primeiras empresas a fazer

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| EMPRESAS E EMPRESÁRIOS

instalações de televisão por cabo. Os portugueses puderam assim assistir às notícias e aos programas nacionais. “Eu quando vim para cá praticamente só se ouvia a rádio e só nos anos 90 é que começou a Rtp Internacional. Fiz muitas instalações deste canal para os portugueses e mais tarde da Sic Internacional”, confessa Fernando.

Pioneiros na instalação da TV Cabo portuguesa, a Telegare nos anos 2000 proporcionou aos portugueses residentes em frança a

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possibilidade de acompanhar o dia-a-dia de Portugal através da televisão, facto que antes não era possível.

De acordo com o empresário só em França há 800 mil pessoas ligadas a Portugal. A Telegare levou as informações do país até Paris e colocou Portugal à distância de um clique no comando da televisão. “Já fizemos cerca de 11 mil contratos à TV Cabo”, afirma o flaviense.

Graças ao trabalho e à vocação de Fer-

nando Silva, milhares de portugueses emigrados em França tiveram a oportunidade de ver a sua terra em directo. A palavra “saudade” é algo que define a diáspora portuguesa presente em França, no entanto, o ecrãn que espelha a realidade portuguesa tem contribuído para amenizar esse sentimento. O trabalho da Telegare tem sido reconhecido e o objectivo passa por continuar a servir quem paira no mercado francês. L

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| GRANDE ENTREVISTA

Eurodeputado José Manuel Fernandes

“Se a União Europeia perder a Alemanha ou a França acaba”

José Manuel Fernandes foi eleito Eurodeputado em 2009, reeleito em 2014 e desde então tem-se destacado na União Europeia pelas melhores razões. Em 2016 foi eleito Eurodeputado do Ano na categoria de Assuntos Económicos e Monetários e foi considerado o português mais influente no Parlamento Europeu, segundo um estudo desenvolvido pela ‘VoteWatch Europe”. O Eurodeputado integra o Partido Popular Europeu, é o coordenador e porta-voz do grupo na Comissão dos Orçamentos e tem assumido sucessivamente um trabalho de relevo na definição dos orçamentos anuais da UE. Depois de março ter ficado marcado pelo arranque do Brexit, numa grande entrevista o eurodeputado social-democrata falou sobre o futuro da União Europeia depois do divórcio com o Reino Unido. José Manuel Fernandes lembra que somando todos os estados-membros, a economia da União é maior que a dos Estados Unidos e da China em várias medidas.

O Brexit deve mudar isso, mas o eurodeputado lamenta que não sejam valorizadas as conquistas 26 do projecto europeu.

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arço ficou marcado pelo Atentado no Reino Unido, precisamente dias antes de arrancar o Brexit. Esta saída do país da União Europeia à partida para salvaguardar os seus interesses e a segurança, poderá provocar precisamente o oposto?

Será uma utopia pensar que o terrorismo, que o combate à fraude e à evasão fiscal numa economia que está completamente desmaterializada é possível combater com o modelo que existia, com as fronteiras e com a soberania. Eu acho que há uma série de atentados que teriam sido evitados se as polícias tivessem partilhado informações, se tivesse havido coordenação e isso é absolutamente essencial. Só se consegue ganhar o combate contra o terrorismo se houver essa partilha, se houver essa coordenação e se no mínimo as polícias falarem entre elas. Só se houver uma lógica de conjunto é que nos conseguimos defender melhor, defender os nossos valores e combater problemas comuns. Se alguém pensa que consegue fechar-se está redondamente enganado e temos verificado isso. Eu diria que aí a União faz a força e o “orgulhosamente sós” enfraquece-nos.

Um dos argumentos do Brexit e que mais me chamou a atenção foi o facto de dizerem que vivemos numa Europa com dois pesos e duas medidas. Uma Europa que tolera por exemplo as violações do limite do défice da Alemanha e da França, mas que rejeita em Portugal. É um argumento válido e também acredita que falta unanimidade?

Há estados-membros que têm muito mais força do que outros, mas as regras têm que ser iguais para todos. Fala-se também nesta Europa de dois pesos, duas medidas, duas velocidades, mas as velocidades serão sempre diferentes e depende também do ponto de onde olhamos para o conjunto da União Europeia. Essa ameaça que referiu, por exemplo, das sanções para Portugal pelo não cumprimento do défice não chegou a ser executada, até porque nós impusemo-nos também no Parlamento Europeu e fizemos aí um trabalho importantíssimo para que não fosse avante. Também verificamos que na Europa por vezes se procura fazer uma divisão entre os virtuosos e os pecadores, entre os do norte e os do sul. Esta afirmação esteve bem presente naquela frase inaceitável do Líder do Eurogrupo, Dijsselbloem, que procurou passar a ideia que os povos e os estados-membros do norte estavam a ser solidários e os do sul estavam a gastar dinheiro em excesso “em mulheres e álcool”, acho que foi a frase infeliz que lhe saiu. Mas é uma frase que revela também uma outra distinção que se faz muitas vezes entre os contribuintes líquidos e os beneficiários líquidos na União Europeia. Há paí-

Nós temos deputados e deputadas como a Marine Le Pen que é paga pelo Orçamento da União Europeia, procurando acabar com a União Europeia, ou seja, ela está a ser paga pelo Orçamento da União para procurar destruí-la

ses que põem mais dinheiro do que aquilo que retiram, são os chamados contribuintes líquidos. Esses têm esse discurso muitas vezes e olham para os outros como os que estão a beneficiar, como aqueles que retiram mais dinheiro do que o que põem. Portugal põem em cada 100 euros 1,2 e retira o triplo, às vezes quatro euros. A Alemanha e a França colocam 38% do Orçamento só os dois, ou seja, em cada 100 euros, 38 são de alemães e de franceses. É normal também por isso e por causa da forma como está organizado que eles tenham mais força. Eu costumo dizer muitas vezes que quem paga o jantar, depois escolhe o restaurante e às vezes até a ementa e é isso que por vezes estes discur-

sos acontecem. Mas eu acho que a União Europeia tem sido solidária com países como Portugal e nem sempre valorizamos isso.

Nós recebemos entre 2014 e 2020 do Orçamento da União 11 milhões de euros por dia, ou seja, garantimos esse envelope financeiro. São outros povos, outros contribuintes que estão a ajudar o nosso desenvolvimento precisamente para procurarmos aproximar os Estados-Membros e também as regiões, mas ainda há muito a fazer e ainda há muitos muros a destruir e que começam agora a reaparecer. Como disse François Mitterrand “o nacionalismo é a guerra” e infelizmente estamos a voltar a ter nacionalismos que nos prejudicam a todos.

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| GRANDE ENTREVISTA

Os jovens têm oportunidade de ter contacto com a diferença, com o outro, com outras culturas e eles podem chegar à conclusão que essas diferenças não nos enfraquecem, tornam-nos mais fortes

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Por falar em discursos nacionalistas e fascistas, no mês em que se assinalou o Dia Internacional da Mulher ouvimos um eurodeputado polaco dizer no Parlamento Europeu que as mulheres deviam ganhar menos. Pensa que ainda há um longo caminho a percorrer para atingir a igualdade de género?

Felizmente há uma maior participação das mulheres. Nós defendemos por exemplo uma maior participação das mulheres em cargos nas empresas e nas empresas até cotadas em bolsa, mas nós nunca vamos impedir de um ou outro tanto dizer asneiras seja onde for e estamos a falar de pessoas que foram eleitas. Nós temos gente no Parlamento Europeu como esse deputado, que é um não inscrito, disse essas barbaridades e já fez a saudação Nazi no Parlamento, mas foi eleito pelo seu respectivo país. O orçamento da União Europeia no fundo está lhe a pagar e não consegue evitar que ele diga disparates desse tipo. Mas também temos deputados e deputadas como a Marine Le Pen que é paga pelo Orçamento da União Europeia, procurando acabar com a União Europeia, ou seja, ela está a ser paga pelo Orçamento da União para procurar destruí-la. Esse senhor Polaco disse esses disparates, mas depois os radicais de esquerda, não nessas questões, mas por exemplo em questões orçamentais, em questões como o Euro, em programas para as empresas e para os jovens fazem o mesmo. Os radicais de esquerda e de direita votam da mesma forma, votam contra e ambos também querem a desagregação da União Europeia. Você vê também partidos

em Portugal que defendem a saída do país do Euro sem mostrarem os custos que isso teria para a economia, para as famílias, ou seja, a instabilidade que gerava. Eu acho que um discurso desses não representa o Parlamento. Há ali discursos que são xenófobos, racistas e esse discurso do eurodeputado polaco vai para além de tudo isto. É um insulto às mulheres e eu até diria que é um insulto contra a dignidade humana. Eu costumo dizer que não há verdadeiros finlandeses, nem verdadeiros americanos ou holandeses. Se olharmos para o Trump, ali está o verdadeiro americano e se olhar até muitas vezes para o discurso da senhora Le Pen, ela fala dos verdadeiros franceses, mas eu acho que nós somos todos verdadeiros humanos e temos todos a mesma dignidade. É nesta perspectiva que eu defendo que os valores têm que ser protegidos ainda que haja gente com radicalismos, mas que não representam o espírito europeu, nem ainda a maioria do Parlamento Europeu.

Uma coisa é certa: Partidos que veiculam tudo aquilo que acabou de dizer, ou seja, a xenofobia, que são contra a emigração e a União Europeia, estão a subir cada vez mais em termos até de militantes. Em França vamos ter Eleições Presidenciais e o Partido de Marine Le Pen precisamente aparece na primeira volta em destaque. Há ou não preocupação por parte da União Europeia em termos globais face a esta situação política actual?

Há uma grande preocupação até porque nós temos um modelo na União Europeia em

que ficamos quase reféns de eleições nacionais. Eu não tenho a mínima dúvida que se a Marine Le Pen ganhasse as eleições acabava a União Europeia. Sente-se isso. Começava obviamente pela saída do Euro e acabava a União Europeia.

Ela disse em Lille que tirando a França da UE, a União Europeia está morta…

E é verdade… Se a União Europeia perder a Alemanha ou a França acaba porque eles são os dois motores. Este é um projecto que não faz sentido sem a França e a Alemanha porque eles até foram os dois principais motivos que levaram ao nascimento da União Europeia. Os egoísmos nacionais, os nacionalismos e o ódio em relação ao outro vão aumentando e foram também o motivo do Brexit. O Brexit foi também baseado no ódio em relação ao outro ainda que algo camuflado. Foi baseado no nacionalismo, no cada um por si, nos orgulhosamente sós. Já disse que me impressiona muito que nós não valorizamos as nossas conquistas, desde logo a paz que damos como absolutamente adquirida. Depois estamos numa outra situação em que os moderados têm que estar a caminho da beatificação como eu costumo dizer, já próximos da santidade, e os radicais podem fazer tudo que nada lhes acontece. O Fillon cometeu o erro de dar à esposa e aos filhos um emprego na altura em que era deputado, portanto, foi penalizado nas sondagens. A senhora Marine Le Pen tem que devolver centenas de milhares de euros ao Parlamento Europeu que foram

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| GRANDE ENTREVISTA

usados indevidamente, mas nas sondagens não se passa nada. Aquilo que eu temo é que quando dermos conta seja tarde porque se nos desagregarmos, eu não tenho grandes dúvidas que vamos voltar a ter aqui grandes confusões e as grandes confusões acabam em guerra. Não tenho dúvidas e aliás tenho essa convicção.

O seu trabalho tem sido muito virado para a juventude e nos últimos anos os montantes disponíveis para a juventude foram aumentados em cerca de 40%. Recentemente defendeu também um programa para os jovens viajarem na União Europeia através de um passe interrail. Fez algum interrail pela Europa e considera que isso é essencial para haver mais tolerância entre as diferentes culturas?

Eu nunca fiz um interrail, mas defendo esse programa para que jovens de todos os estados-membros, de todas as regiões, sobretudo aqueles que têm até mais dificuldades, possam conhecer outras culturas, possam conhecer e praticar outras línguas, possam sentir a cidadania e o espírito europeu e para isso esse contacto é essencial. Eu quanto mais saio de Portugal e saio todas as semanas, mais valorizo o meu país, mais valorizo a nossa gastronomia porque eu acho que o mundo global não é incompatível com as nossas raízes, as nossas tradições. O slogan “Unidos na diversidade” está bem construído porque quanto mais nos abrimos, mais podemos reforçar até aquilo que é genuinamente nosso e devemos fazê-lo. Os jovens têm oportunidade de ter contacto com a diferença, com o outro, com outras culturas e eles podem chegar à conclusão que essas diferenças não nos enfraquecem, tornam-nos mais fortes. É natural do Minho e sei que procura sempre apelar a mais sensibilidade para os territórios de menor densidade. Tomando Portugal como exemplo, que vive muito do Litoral, também acha que deve privilegiar cada vez mais o interior e não pensar que o resto é paisagem?

O discurso que temos na União Europeia devemos praticá-lo em Portugal. Na Grande Área Metropolitana de Lisboa e Grande Área Metropolitana do Porto em 5% do território temos mais de metade do PIB e mais de 40% da população portuguesa. Portugal recebe

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esquecer do crescimento inclusivo e isso significa que não podemos deixar ninguém para trás, nem esquecer nenhum território.

Combater as disparidades regionais tem que estar na nossa acção, mas os montantes que Portugal recebe, esses tais 11 milhões de euros por dia, a gestão deles depois fica nas mãos das autoridades nacionais. Estas entidades nunca deveriam esquecer que se recebemos estes montantes é porque há territórios mais pobres que não podem ficar fora do envelope financeiro e que têm de ter acesso facilitado aos respectivos apoios.

Foi autarca durante vários anos. O que levou desse papel até à União Europeia?

A proximidade. Um político que está distante da realidade nunca consegue tomar as melhores decisões. Quando vou com os pescadores naqueles barcos pequeninos à sardinha ou ao polvo, eu fico a perceber as dificuldades e que eles são amigos do ambiente para lhe dar este exemplo. É sustentável e nós devemos defender esta pesca artesanal. Quando contacto com os jovens ou com as organizações, fico a perceber quais são os problemas que existem e quais são as melhores soluções, por isso, eu mantenho sempre essa proximidade.

Tenho uma máxima de não voltar a um sítio onde já fui muito feliz, portanto, não voltaria à Câmara Municipal de Vila Verde muitos fundos e, se falarmos do norte, é a região mais pobre do país e, quando a média da União Europeia é 100, o norte está com 62 e, sendo 100 a Média da União Europeia, Lisboa está com 112. Durante a distribuição dos fundos devemos puxar por todos e sobretudo por aqueles que mais precisam, ajudando os territórios que têm mais dificuldades. O objectivo da coesão social, territorial e económica é essencial. Eu defendo o crescimento inteligente com investigação e inovação, o crescimento sustentável com eficiência, sustentabilidade, reutilização e uma economia circular, mas depois nunca nos podemos

Sei que procura ir todos os fins-de-semana até à sua terra. Gostaria de voltar a viver e a trabalhar no município ou já tem outros horizontes?

Tenho uma máxima de não voltar a um sítio onde já fui muito feliz, portanto, não voltaria à Câmara Municipal de Vila Verde. O que farei a seguir não sei porque nunca programei a minha carreira política, por isso, é impossível da minha parte saber o que é que vou fazer a seguir, mas é possível saber o que não vou fazer e aí, sei que voltar à Câmara de Vila Verde não voltaria, ainda que tenha sido uma experiência absolutamente espectacular, onde tenho grandes recordações, às vezes até saudades, mas isto não é contraditório da afirmação que faço. Não voltarei a estar a Presidente porque também, como eu costumo dizer, está-se, não se é. Não se é Presidente de Câmara, está-se a Presidente de Câmara, não se é deputado, está-se a deputado e são missões diferentes, mas ambas nos preenchem. L

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Presidente da República visitou Bruxelas no primeiro aniversário dos atentados Março também ficou marcado pela visita de Marcelo Rebelo de Sousa à capital da União Europeia. O dia escolhido para visitar as instituições europeias e a Bélgica não foi ao acaso e o Presidente da República Portuguesa quis fazê-lo no dia em que se assinalou um ano sobre os atentados de Bruxelas. Marcelo Rebelo de Sousa depositou uma coroa de flores no monumento evocativo, foi recebido em audiência pelo Rei Filipe da Bélgica e encontrou-se com os três Presidentes das Instituições comunitárias. A Lusopress deslocou-se até ao coração da Europa e acompanhou a visita oficial de Marcelo à Bélgica.

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dia começou cedo e logo durante a manhã Marcelo teve um breve encontro com o Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. Depois o Presidente da República quis prestar homenagem às vítimas do terrorismo e foi o primeiro Chefe de Estado a colocar uma coroa de flores no monumento evocativo - que tinha sido inaugurado horas antes - na Petite Rue de La Loi, perto da Comissão Europeia. Perante um grupo de bombeiros, o presidente expressou condolências e deixou uma mensagem pelo socorro prestado às vítimas, manifestando “o respeito e a gratidão de todos os portugueses a todos aqueles e aquelas que foram vítimas dos atentados”. Em declarações aos jornalistas, Marcelo salientou que “não houve vítimas portuguesas, mas é como se tivesse havido portuguesas e portugueses mortos e feridos porque aqueles de inúmeros países que foram vítimas eram e são nossos irmãos”.

Os atentados cometidos pelo autoproclamado Estado Islâmico no Aeroporto Internacional de Bruxelas e na estação de metro de Maelbeek foram os mais graves de sempre em território belga, tendo causado 32 mortos e cerca de duas centenas de feridos.

“Em termos de fraternidade europeia e universal, nunca os esqueceremos”, adiantou Marcelo Rebelo de Sousa, evocando as vítimas “de atentados contra a liberdade, a paz, a democracia, a fraternidade tanto na Europa como no mundo”. O chefe de Estado lembrou ainda que “a Europa fez-se, as Comunidades Europeias fizeram-se, a União Europeia fez-se para construir a paz, a paz na Europa, a paz no mundo”. “Essa é a mensagem virada para o futuro. Não é apenas homenagear aqueles que partiram, mas é comprometermo-nos a lutar pela paz no futuro da Europa e do mundo”, declarou.

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| POLÍTICA belga, Marcelo destacou a importância do país para Portugal e voltou a transmitir a sua solidariedade para com o povo do país.

A visita do Presidente às instituições europeias também ficou marcada pelas declarações do Presidente do Eurogrupo. Em entrevista a um jornal alemão, o holandês Dijsselbloem acusou o Sul da Europa de desperdício de dinheiro em “copos e mulheres” durante a crise que conduziu ao resgate financeiro de países como Portugal, Grécia ou Espanha. Desde então a indignação dos países visados foi em crescendo e o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, pediu a demissão do líder do Eurogrupo. Logo no início do dia em Bruxelas, o Presidente subscreveu as duras críticas do governo e contou com o apoio dos Presidentes das Instituições Comunitárias.

“Eu sobre isso neste momento, em que há valores tão mais importantes do que isso, o que eu poderei dizer é que já foi tudo dito pelo senhor ministro dos Negócios Estrangeiros. E quando ele falou, falou em nome do Estado português. Portanto, como Presidente da República portuguesa, eu não posso senão subscrever o que ele disse”, declarou.

Depois da homenagem às vítimas dos atentados, o Presidente foi recebido pelo Rei Filipe da Bélgica, a quem transmitiu que “não foi por acaso” que escolheu este dia para estar em Bruxelas e aproveitou o momento para sublinhar as relações entre os dois países. A Bélgica continua ser um dos principais destinos das exportações, um dos maiores investidores externos em Portugal e onde reside uma considerável Comunidade Portuguesa. Durante o encontro com o monarca

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Em Bruxelas Marcelo Rebelo de Sousa encontrou-se com os três Presidentes das Instituições comunitárias. Falando numa conferência de imprensa após um encontro com o Presidente da República, o italiano Antonio Tajani que está à frente do Parlamento Europeu também salientou que os comentários de Jeroen Dijsselbloem são “inaceitáveis” e manifestou total apoio. “Os valores europeus são baseados no respeito mútuo e ninguém tem o direito de ofender qualquer nação ou povo com comentários racistas ou sexistas. Eu rejeito veemente os comentários do Presidente do Eurogrupo. Eles são inaceitáveis para mim”, afirmou. “Agora, mais do que nunca, é importante ultrapassarmos preconceitos e estereótipos”, disse Tajani, acrescentando que “chefiar o Eurogrupo é uma enorme responsabilidade, especialmente considerando o impacto da crise financeira nas vidas dos cidadãos”. Os portugueses, disse ainda “fizeram enormes sacrifícios durante a crise económica, não tem sido fácil, tem sido mesmo difícil, mas graças à sua coragem e orgulho, estou convencido de que o pior já passou”.

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“Nós somos diferentes mas somos unidos” Ao seu lado, Marcelo Rebelo de Sousa criticou os comentários divisionistas, sublinhando que a Europa neste momento precisa de “declarações de união”. O chefe de estado português, sem referir explicitamente o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou que “não faz sentido fazer qualquer tipo de comentário que divida a Europa”. “Não há Europa do sul, do leste, do oeste e do norte. Nós somos diferentes mas somos unidos. Neste momento precisamos é de declarações que sublinhem a nossa união, não as nossas divisões”, declarou em inglês. Marcelo também aproveitou a presença na União Europeia para elogiar o compromisso dos portugueses com o projecto europeu e os sacrifícios realizados durante os últimos anos. “Os portugueses, com os seus sacrifícios, durante cinco anos, quase seis anos mostraram o quanto acreditam na Europa, controlando e reduzindo o défice”. “Nós sentimos fraternidade”, sublinhou. No final, o Presidente do Parlamento Europeu anunciou que vai visitar Portugal brevemente durante dois dias e o Presidente da República Portuguesa agradeceu a amizade. “Eu estou pronto para trabalhar com a Comunidade de Língua Portuguesa. O mesmo para o sul da América com o Brasil em particular. Nós partilhamos laços históricos e culturais, nós partilhamos os mesmos valores e aspirações. Juntos, com Portugal, temos que reforçar a nossa relação com a América Latina, realizando negociações com o Mercosul, criando uma forte economia e uma política líder. Obrigado pelo convite para visitar o seu país. Eu estarei em Portugal não só um dia, mas dois dias para uma ligação forte entre o Parlamento Europeu, Portugal e os seus cidadãos”, anunciou Tajani.

“O que Dijsselbloem parece ter dito não reflete o que ele pensa” Já ao final da tarde, na Comissão Europeia, Jean-Claude Junker preferiu não alimentar a polémica em torno do Presidente do Eurogrupo e disse acreditar que as palavras “que o senhor (Jeroen) Dijsselbloem parece ter dito” sobre os países do sul da Europa “não reflectem o seu pensamento profundo”. “Relativamente às declarações que o presi-

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dente do Eurogrupo fez, e tendo em conta que o primeiro-ministro português, o meu amigo António (Costa), acaba de nos convidar a pedir ao senhor Dijsselbloem que se demita, gostaria de dizer numa frase que acredito que aquilo que o senhor Dijsselbloem parece ter dito não reflecte o que ele pensa no fundo”, declarou. Numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, antes de um encontro bilateral e de um jantar de trabalho na sede da Comissão Europeia em Bruxelas, Juncker, ao ser questionado sobre as polémicas declarações do presidente do Eurogrupo, que levaram o Governo português a pedir o seu afastamento do cargo, preferiu sublinhar o respeito e amizade que sente pelos países do sul e por Portugal em concreto. “E quanto aos países do sul, e nomeadamente o meu querido Portugal, ao longo dos anos, enquanto presidente do Eurogrupo e presidente da Comissão, sempre testemunhei em relação a Portugal uma amizade que é inabalável”, disse.

Durante o encontro, o Presidente da Comissão Europeia salientou também a longa amizade que tem com Marcelo Rebelo de Sousa e destacou a integração da Comunidade Portuguesa residente no seu país de origem. “No Luxemburgo, no país de onde eu venho, a Comunidade Portuguesa é muito importante. Os nosso amigos portugueses representam perto de 20% da população luxemburguesa e eles estão muito integrados. Eu digo muitas vezes aos meus colaboradores que os portugueses do Luxemburgo são de uma categoria especial porque na rua eles paravam-me e diziam “primeiro-ministro há muitos estrangeiros no Luxemburgo”, por isso, eu achava isso um sinal extraordinário de integração, até um pouco irreflectido”, recordou Jean-Claude Junker sorrindo durante a Conferência de Imprensa.

Nesta passagem por Bruxelas, o Presidente almoçou com jornalistas estrangeiros, esteve reunido com os eurodeputados portugueses e jantou com os comissários europeus. Desde que iniciou o seu mandato, que esta é a 22.ª deslocação ao estrangeiro de Marcelo Rebelo de Sousa, tendo uma das primeiras sido uma visita ao Parlamento Europeu em Estrasburgo há precisamente um ano, em abril de 2016. L

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25 de abril sempre!

Para celebrar o quadragésimo terceiro aniversário da Revolução dos Cravos, o restaurante «Les Jardins de Montesson» acolheu pela quarta vez o «Jantar da Liberdade». Em 2013 foi tomada a iniciativa por vários membros da Comunidade Portuguesa de Paris e tinha como objectivo comemorar a liberdade lusitana em terras gaulesas. O primeiro jantar, que inicialmente reuniu 18 pessoas, teve este ano de recusar algumas participações após ter obtido um grande sucesso.

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uís Gonçalves, um dos organizadores desses jantares comemorativos, já estava em França em 1974 quando ocorreu a Revolução. “Fiquei muito frustrado de não viver a revolução do interior, portanto, agora tento comemorar, relembrar o 25 de abril”

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Entre jantar e cantigas emblemáticas, partilharam-se histórias e momentos marcantes, mantendo-se a memória do dia 25 de abril.

Foi recordada a forma como viveram a ditadura Salazarista e os pontos de vista pós

revolucionários. Alguns participantes no jantar contribuíram ou viveram esse dia de maneira diferente. Uns eram apenas crianças, outros estavam presos e alguns estavam nas colónias portuguesas.

Ricardo José Rodrigues, jornalista na Rádio Alfa, estava em Luanda (Angola) no dia 25 de abril de 1974 com os seus pais que tinham emigrado, “organizámos logo manifestações a favor da democracia em Angola […] vivi uma espécie de guerra civil com os movimentos de

libertação de Angola”. De facto, a derrubada do regime fascista abriu as portas para a liberdade das colónias em África. Alguns portugueses ainda eram crianças ou nem tinham nascido quando aconteceu a Revolução dos Cravos e Rogério Vieira, um dos organizadores, explicou que « queria que os jovens tomassem conhecimento do que aconteceu no dia 25 de abril. “Foi preparado por jovens, eu também fiz parte disso e posso dizer que não há nada pior que a falta de liberdade. Nada pode funcionar sem liberdade”.

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Paulo Pisco, Deputado do PS, afirma que deve ser comemorado esse dia para que se possa transmitir às gerações presentes e futuras tudo o que o 25 de abril significou e as grandes e profundas transformações que provocou em Portugal, “o 25 de abril é o momento em que Portugal e os portugueses seguiram um novo rumo e nós temos o dever de manter”.

No final do jantar, como já é habitual, foram distribuídos os famosos cravos, um dos símbolos da liberdade em Portugal. O jantar de comemoração foi um momento de partilha para que jamais seja esquecido essa data tão importante da história portuguesa.

Foi dito durante o jantar “nunca devemos esquecer, hoje, amanhã e sempre o 25 de abril”.

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96 anos do PCP

Entrevista a Rui Braga, membro do Secretariado do Comité Central do Partido Na semana em que o PCP assinalou 96 anos de existência, a Lusopress esteve à conversa com Rui Braga, membro do Secretariado do Comité Central do Partido. No passado dia 26 de março, a Organização em França do Partido Comunista Português organizou um Encontro-Debate em Nanterre para assinalar o aniversário do PCP e Rui Braga foi o principal convidado. Aos 40 anos é operário em Vila Franca de Xira e é o mais recente membro do Secretariado do Comité Central. Foi eleito há menos de quatro meses e passa a ter o “pelouro” da Emigração. Esta foi a primeira vez que se deslocou ao estrangeiro nestas funções e deu uma entrevista à Lusopress

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eio até Paris para participar numa iniciativa do PCP em Nanterre. Como é que surgiu a oportunidade de participar neste evento em França?

O convite surgiu no âmbito das iniciativas regulares que o partido tem feito, esta em concreto em torno do 96° aniversário do nosso Partido. Quando me colocaram o convite foi com muito gosto que aceitei até porque é uma forma de nos estarmos perto da nossa Comunidade, dos portugueses que nomeadamente nos últimos anos, fruto das políticas seguidas em Portugal, se viram obrigados a emigrar e a procurar sustento fora do seu país de origem. Uma vez que aqui em França temos uma das maiores Comunidades, também é uma forma do partido chegar, demonstrar a sua solidariedade para com aqueles que se viram obrigados a partir em busca de melhores condições de vida, mas também aprofundarmos e conhecermos melhor os problemas com que os nossos emigrantes se debatem.

Falou aqui dos portugueses que se viram obrigados a sair do país por causa da austeridade. Nota que actualmente, nomeadamente graças a este acordo que houve à esquerda, já há uma nova motivação para os portugueses regressarem a Portugal ou ainda é muito cedo para isso acontecer?

Foram cerca de 500 mil portugueses, na imensa maioria jovens licenciados, doutorados ou com mestrados feitos que se viram obrigados a sair do país. Aliás o convite até surgiu do primeiro-ministro da altura, Passos Coelho, que incentivou os jovens portugueses a saírem da sua zona de conforto e a procurarem o ganha-pão noutras paragens, acenando com o Eldorado. Foram muitos os jovens que fizeram precisamente isso. Esta política teve uma virtude para o governo de então, é que os números do desemprego foram efectivamente baixando, mas nós achamos que não é esta a forma de resolver os problemas do nosso país. Nós não desvalorizamos tudo aquilo que já se conseguiu e

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Nós não desvalorizamos tudo aquilo que já se conseguiu e conseguiu-se muito. Se hoje formos a Portugal, o salário mínimo não aumentou para os 600€ como o PCP queria, mas aumentou e o que sabíamos era que se o governo do PSD e do CDS tivesse continuado, a perspectiva não era aumentar

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conseguiu-se muito. Se hoje formos a Portugal, o salário mínimo não aumentou para os 600€ como o PCP queria, mas aumentou e o que sabíamos era que se o governo do PSD e do CDS tivesse continuado, a perspectiva não era aumentar. As pensões não aumentaram consoante aquela que foi a nossa proposta, mas aumentaram e o que sabíamos era que se o governo do PSD e do CDS continuasse, havia uma proposta inclusive apresentada em Bruxelas para que fossem cortados mais setecentos milhões nas pensões, ou seja, há aqui uma inversão da política que foi feita. Eu não tenho ainda resposta para a sua pergunta, mas o que posso dizer é que os níveis de desemprego continuam ainda muito elevados para aquilo que é a nossa perspectiva. Nós temos hoje um desemprego em Portugal na casa dos 10, 12% e consideramos excessivo. Os salários que se praticam hoje em Portugal estão muito abaixo da média europeia. Por exemplo, estão muito abaixo do salário mínimo em França que

segundo sei anda na casa dos 1500, 1600 €, mas em Portugal temos um salário mínimo de 575 € e os preços, se nós fizermos este comparativo, andam ela por ela, por isso, perante essa pergunta, eu não tenho uma resposta em concreto. O que posso dizer é que toda esta geração que saiu, nós vamos pagar muito caro porque, se tínhamos uma nova geração com conhecimento e que permitia modernizar o país, começamos a perdê-la e ela está a criar raízes noutros pontos do mundo.

Lusopress: Houve um pacto, um acordo à esquerda, mas não houve uma coligação.

Porque é que acha que não foi possível fazer essa coligação? Ainda discordam em muitos pontos cruciais da política?

Na posição conjunta está tudo aquilo onde foi possível chegar a acordo com o PS. Foram vários pontos e não se esgotam. Agora em questões de fundo o PS não se consegue libertar dos constrangimentos, nem das im-

posições da União Europeia. Nós consideramos que um país como o nosso não pode continuar a pagar oito mil milhões de juros de dívida todos os anos, valor esse que daria para pagar aquilo que é canalizado para o Serviço Nacional de Saúde e para o ensino por exemplo, e que um país como o nosso não pode continuar a ter estes níveis de endividamento só com os juros da dívida. Nós consideramos que é necessário, que é útil uma verdadeira discussão sobre a questão da dívida, sobre a questão do Euro, mas esta não é a posição do PS. A União Europeia diz que para a Caixa Geral de Depósitos ser recapitalizada, têm que fechar uma série de balcões, têm que fazer vários despedimentos de trabalhadores, têm que rever as suas condições, transportando para aquilo que é a banca pública as condições que são da banca privada e nós não estamos de acordo com isto. Se nós não estamos de acordo com isto e dizemos não, a União Europeia diz que então não há recapitalização para a Caixa Geral

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| POLÍTICA recebido os fundos suficientes, como a política seguida é uma política errada. Pretende-se transportar para o país de acolhimento essa responsabilidade, deixando o Estado Português de ter essa função e passando a Língua Portuguesa a ser ensinada numa escola como outra língua qualquer, não assegurando o Estado português essa responsabilidade como até à meia dúzia de anos o fazia e essa precisamente é a nossa proposta. Nós achamos que a Língua também é uma forma de não nos desligarmos das nossas raízes e, para além das verbas que estão canalizadas serem insuficientes, a política seguida também é uma política inversa àquilo que nós defendemos.

de Depósitos e isto mostra a necessidade que há-de romper com os constrangimentos da União Europeia. Quando nos dizem que não é possível, nós sabemos que em outros países, porventura fruto daquilo que hoje também é correlação de forças da União Europeia, é possível fazer certas e determinadas coisas. É preciso às vezes também ter a vontade e a firmeza política para afrontar quem de direito e essa não tem sido até ao momento a vontade do PS e, por isso, torna muito difícil nalgumas questões ir um pouco mais longe como nós pretendíamos que se fosse.

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Falando precisamente da Caixa Geral de Depósitos, que é um banco muito importante para os portugueses residentes no estrangeiro. Para o PCP seria importante que a Caixa permanecesse do lado do Estado e que não fossem efectuadas muitas alterações ao seu sistema?

Está mais do que provado que para defender os interesses de Portugal e termos um verdadeiro banco que seja posto ao serviço do país, o banco ou é público ou então não é

nacional e isso tem sido demonstrado pelas outras experiências todas que temos tido com BES, com BPI, com todos esses bancos onde em anos e, desculpe a expressão, de “vacas gordas” o lucro foi sempre para o privado e depois, quando se deu a bancarrota, quando foi preciso pagar os prejuízos, os prejuízos transformaram-se em públicos e todos nós tivemos que pagar os desmandos da banca privada. Naturalmente que a preocupação destes bancos nunca foi defender os interesses do país, como não poderia ser tendo a sua génese na matriz privada. Eles foram sempre em busca de mais lucro e nós entendemos que não é este o papel que a banca pública deve ter. A Caixa Geral de Depósitos tem um papel chave naquilo que deve ser a banca pública ao serviço do país e, por isso, nós entendemos que a Caixa não deve ser privatizada.

Lusopress: Voltando às Comunidades Portuguesas. Como o PCP vê o actual Sistema de Ensino da Língua Portuguesa no estrangeiro e as recentes alterações que têm sido feitas?

Na nossa opinião, não só o ensino não tem

As eleições também são um factor diferenciador entre os portugueses que vivem em Portugal e os portugueses que vivem no estrangeiro, sendo muitas vezes as Comunidades Portuguesas marginalizadas. Também defendem o recenseamento automático como o Bloco de Esquerda?

Nós nesse capítulo temos propostas, nomeadamente que o recenseamento possa ser feito não de forma automática, mas que haja uma agilização, uma facilitação do recenseamento da Comunidade Emigrante, como por exemplo através de notificações via postal. Uma das questões que nos colocam e que também temos conhecimento é que toda a informação que os emigrantes necessitam para se recensear, só é dada pelos funcionários que estão nas Embaixadas ou nos Consulados, não havendo por exemplo da parte do governo como nós defendemos uma campanha de recenseamento que elucide os problemas, que dê respostas e soluções para resolver esse problema.

Neste momento o Rui é membro do Secretariado do Comité Central, mas já faz parte do PCP há muito tempo. Como é que surgiu a sua ligação com o Partido?

O meu pai é comunista e eu sou militante há cerca de 20 anos. Eu comecei a trabalhar mais ou menos nessa idade, apesar de até aí ter feito alguns trabalhos esporádicos durante as férias de verão para arranjar alguns trocos, mas a sério com um contrato de trabalho só comecei a trabalhar a partir dos meus 18, 19 anos e fui sempre operário.

Desde cedo percebi aquilo que era a relação entre explorados e exploradores e a determinada altura, pertencendo eu à classe dos explorados, achei que este era o partido que defendia melhor os meus interesses, por isso, foi natural a minha adesão ao Partido Comunista Português. Este partido não me protege. Este partido dá-me os instrumentos, as armas para compreender melhor esta sociedade e que me ajudarão, juntamente com outros, a lutar pela sua transformação. L

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PSD lançou novo Núcleo na Flandres No passado dia 7 de abril, a Secção do PSD/Bruxelas apresentou à Comunidade um novo Núcleo na Flandres através de um jantar-convívio em Ostende. No evento participou o Deputado eleito pelo círculo eleitoral da Europa, Carlos Gonçalves, o Presidente da Secção do PSD/Bruxelas, Bruno Pereira Lagos e ainda o Vice-Presidente da Secção, Victor Alves Gomes. Esta nova estrutura está a ser dinamizada principalmente por Jorge Afonso, um português radicado em Ostende, e a sua apresentação pública contou com vários membros da Comunidade Portuguesa da Flandres.

“O

que me motivou a criar este Núcleo na Flandres e este evento hoje na cidade de Ostende foi o facto dos emigrantes se sentirem desunidos neste momento”, afirma Jorge Afonso durante a noite de lançamento do novo Núcleo.

“Sentimo-nos completamente discriminados na Flandres. Parece que há portugueses de primeira e portugueses de segunda e o que eu defendo é que somos todos portugueses.

Somos todos emigrantes”, lembra. De acordo com Jorge Afonso, há mais de 17.000 Portugueses inscritos na Embaixada e residentes na Flandres, fora os que não estão inscritos.

Esta forte Comunidade, ainda distante da Capital da Bélgica, justifica a abertura de um Núcleo do PSD na zona que é considerada o pulmão económico da Bélgica e uma das regiões mais ricas da Europa.

A Secção do PSD/Bruxelas nasceu em 1975 e é presidida actualmente por Bruno Pereira Lagos. Um dos objectivos do Presidente é precisamente “chegar mais perto das bases, das Comunidades Portuguesas que estão instaladas na Bélgica”, por isso, defende a criação

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de mais núcleos espalhados pelo país, mas para já fica-se por este. “Não era em Bruxelas que poderíamos alargar rapidamente, era espalhando pelo país. Este passo para nós é simbólico, vale o que vale, mas é o primeiro passo na Flandres que nós damos”, afirma.

“Abrimos uma testa de ferro, começamos a ter as pessoas a chegar mais depressa até

nós com os problemas e os anseios que têm e queremos começar a passar essas informações para a imprensa, para o governo e, se tudo correr bem, vamos tentar abrir mais um ou dois núcleos ainda, mas não é no imediato”, sublinhou em entrevista à Lusopress.

“A ideia é trazer o PSD para junto das Comunidades” Apesar do PSD existir há vários na Bélgica, de acordo com o Vice-Presidente da Secção, Victor Alves Gomes, “é a primeira vez que o partido lança uma iniciativa deste género e vai até ao encontro das pessoas”. “Nós tínhamos militantes da Flandres que vinham até Bruxelas, mas agora a ideia é trazer o PSD para junto das Comunidades”, afirmou durante o jantar em Ostende. Para o Deputado Carlos Gonçalves, também presente no evento, “as Comunidades Portuguesas têm todo o interesse em organizar-se também politicamente porque é fundamental que a sua participação cívica e política, tanto no país de acolhimento como em Portugal, possa aumentar”. “Normalmente quando se fala da

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política das Comunidades, fala-se das Comunidades das Capitais, mas é verdade que existe uma identidade própria na zona da Flandres e era fundamental que um Partido como o nosso, que é um partido muito próximo das Comunidades, tivesse aqui uma estrutura organizada”, disse-nos. “Quem ganha com isso é a Comunidade Portuguesa que se sente representada pelo menos numa área política”.

Um dos problemas que os portugueses residentes nesta região enfrentam está ligado com o Sistema Consular. O Consulado Honorário de Antuérpia deixou de funcionar quando o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas era o social-democrata José Cesário, mas a Secção do PSD/Bruxelas acusa a sua falta e lamenta o facto de ainda não terem sido tomadas medidas para corrigir ou acalmar a situação. “O governo do PSD fechou este Consulado, mas este governo não o reabriu”, sublinhou Victor Alves Gomes. “O Consulado de Antuérpia diz-me muito porque

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o meu pai é emigrante em França e, quando em Paris ele não conseguia resolver os seus problemas, ele veio tratar dos seus documentos no Consulado de Antuérpia em 1968. O Consulado foi fechado, continua fechado, mas temos que pensar em soluções para o futuro”. Para o Vice-Presidente da Secção do PSD/Bruxelas a solução passa por “reforçar os Consulados Honorários”, “reforçar Bruxelas para que possam ter eventualmente equipas móveis” ou “eventualmente pôr em Flandres, como existe em França, um Consulado especial como o de Nice”.

Para além do jantar organizado num Centro Desportivo de Ostende, nos arredores da cidade belga, Jorge Afonso organizou também um momento de distracção e convidou Serena, a jovem artista luso-descendente que foi à meia-final do concurso “The Voice Kids” na Bélgica. Serena cantou e encantou a plateia e o seu mini-concerto já terminou depois da meia-noite. De acordo com Jorge Afonso, este foi apenas o primeiro de muitos eventos que pretende organizar, unindo os portugueses da Capital aos portugueses de Ostende. L

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Presidente da República visitou Viana do Castelo onde o motivo foi os jovens Viana do Castelo acolheu o Presidente da República num momento dedicado aos mais jovens.

No âmbito do 15º encontro nacional de associações juvenis, que decorreu durante três dias, no centro cultural de Viana, o Professor Marcelo Rebelo de Sousa discursou para uma plateia repleta de jovens. A inclusão dos mais novos na política, a educação e a cidadania foram os temas debatidos num encontro promovido pela FNAJ.

A

capital do Alto Minho foi palco de uma reunião de associações juvenis provenientes de vários pontos do país. O encontro foi promovido pela Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ) e contou com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo. Para os jovens, este acontecimento foi um exercício de cidadania que teve o objectivo de incutir valores que apelam a uma maior interacção dos adolescentes com a vida social e política.

Pela primeira vez, enquanto Chefe do Estado, Marcelo Rebelo de Sousa visitou Viana do Castelo, e ao mesmo tempo, proporcionou aos mais jovens o momento mais aguardado do evento que durou três dias. Após presidir uma sessão institucional, o Presidente da República sublinhou a importância destas iniciativas. “É a maior reunião de juventude concebível em Portugal. Com jovens de to-

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das as associações, de todo o país. Com uma representação geográfica, em termos de género, em termos de actividade, dinâmica na vida comunitária muito diferentes. Tudo isto acontece num ritmo impressionante. Este encontro é o culminar de um conjunto de actividades por todo o país, ao longo do ano.

Isto significa o dinamismo dos jovens em Portugal”, salienta.

A sessão institucional dirigida aos jovens contou com o Presidente da República, o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, o Ministro da Educação, o Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, e por fim, o Presidente da FNAJ. “Diria que é de uma enorme importância o encontro nacional das associações Juvenis, que no fundo congrega hoje todo o trabalho que associações fazem no seu quotidiano.

Eu, com modéstia à parte, posso falar disso

com propriedade, uma vez que neste ano que tenho como Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, visitei muitas associações pelo país e sei a importância que têm, como por exemplo, a fixação dos jovens no interior e a empregabilidade”, defende João Paulo Rebelo.

Com os olhos postos no futuro, Viana do Castelo é hoje uma cidade que apela ao turismo e à fixação dos jovens no seu território. Sendo o palco escolhido para o evento, o Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo mostrou-se satisfeito. “É o 15º encontro nacional das associações de jovens e é também um espaço onde nós vamos ter aqui uma grande reflexão sobre o futuro do nosso país. Estamos muito contentes por receber este evento em Viana do Castelo porque representa também o reconhecimento do trabalho das nossas associações juvenis,

mas sobretudo a oportunidade de acolhermos jovens de todo o país e termos cá o Presidente da República”, afirma. Aproveitando o momento da entrevista à Lusopress, o edil vianense também falou de outro momento que dignifica a cidade de Viana. “Estou certo que vamos conseguir organizar e acolher todos aqueles portugueses que estão fora do país e que são embaixadores de Portugal.

São realmente portugueses de valor, mas o mais importante é que sintam bem cá e quem sabe que possam investir em Viana do Castelo”, acrescenta José Maria Costa.

A presidir a Federação Nacional de Associações Juvenis, Júlio Oliveira também deu o seu parecer. “Hoje é um dia muito importante para nós porque contamos pela segunda vez com o Professor Marcelo Rebelo de Sousa.

Este é um sinal claro que os jovens portugueses que estão nas associações juvenis estão a

desenvolver um trabalho meritório”, confessa o Presidente da FNAJ. Para os jovens presentes neste encontro, o momento foi assinalado com grande entusiasmo. A representar os países de língua oficial portuguesa, o jovem Henrique Luís confessa que este encontro foi uma oportunidade não só de interagir com a comunidade portuguesa, mas também com jovens que são de outros países de Europa. Já na opinião de Luciana Silva, presidente de uma associação juvenil de Gondomar, este encontro é importante porque incute nos jovens os valores do associativismo que muitas vezes estão esquecidos.

Terminou assim um momento dedicado à juventude que vibrou com a participação do Presidente da República. Em jeito de conclusão, o Chefe do Estado lançou um apelo aos mais novos incitando-os a usar a energia que

têm para se tornarem cidadãos exemplares.

Ao longo do discurso proferido, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou a importância da tecnologia existente nos dias de hoje e incentivou os jovens a fazer o exercício de pensar no que é que podem fazer pelo país, e não no que o país pode fazer por eles. Em declarações à Lusopress, o Presidente também não esqueceu os emigrantes portugueses.

“Os nossos emigrantes são tão portugueses como os que vivem em Portugal, e em muitos casos são até mais pelas dificuldades que têm em estar longe do seu país”, concluiu. L

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Entrevista ao Deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro

“Não é tempo de ficarmos satisfeitos com o que fizemos, é tempo de sermos exigentes em relação àquilo que é preciso fazer”

No passado dia 23 de abril, o deputado português José Soeiro esteve em Bruxelas para participar na “Assembleia de Abril” que decorreu no espaço “Les Halles de Schaerbeek”.

Durante 11 dias, o evento reuniu 25 oradores e artistas vindos de três continentes diferentes, 60 estudantes de várias escolas superiores artísticas e, claro, muitas ideias e debates construtivos sobre a democracia e as actuais liberdades. A “Assembleia de Abril” trouxe à tona temas como a questão da dívida grega, a falta de consenso na era da austeridade ou a complexa construção democrática no Mali. Já José Soeiro falou sobre a actual situação política em Portugal. Aos 33 anos, é um dos deputados mais jovens em Portugal, tendo sido inclusive candidato à Câmara do Porto nas eleições autárquicas de 2013. Actualmente, na Assembleia da República e na bancada do Bloco de Esquerda, procura lutar pelo “fim da precariedade”, pela “justiça social”, tendo levado até para o Parlamento uma pedra da calçada. É que José Soeiro quer alertar para a necessidade de alterar a idade da reforma para os portugueses com carreiras longuíssimas e trabalhos pesados.

O mês de abril combina perfeitamente com o seu espírito, com o seu olhar para o mundo, por isso, a Lusopress esteve à conversa com o deputado para assinalar 56 a data da liberdade.

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oje foi orador na iniciativa “Assembleia de Abril” realizada no espaço “Les Halles de Schaerbeek” em Bruxelas. Como é que surgiu o convite para integrar este grupo e reflectir com estes jovens?

Eu conheci o moderador, Olivier Neveux, através de um outro amigo. Depois a relação foi se aprofundando porque tínhamos outros interesses e outras coisas em comum, nomeadamente porque o Olivier também é um activista, um militante em França com quem me identifico muito na reflexão, quer sobre o teatro, quer sobre a política e, portanto, como ele é uma das pessoas que está envolvida na organização destes encontros, falou-me sobre a possibilidade de vir aqui falar sobre a experiência de Portugal, do contexto político português e da solução política que existe neste momento no país. Eu fiz essa partilha durante este encontro e estive com jovens que também estão aqui a fazer um trabalho de crítica e um trabalho teatral.

Esta semana é especial, sobretudo para Portugal uma vez que se assinala o 25 de abril e o Dia da Liberdade. Pode-se dizer que a paz e as liberdades que eram dadas como garantidas na Europa estão a ficar em causa?

Se nós olharmos para o modo como o projecto europeu foi de certa forma sequestrado pelo poder financeiro e por poderes e instituições não eleitas, nomeadamente o

Banco Central Europeu, e o condicionamento que existe por parte de instituições não eleitas das escolhas que são feitas em cada país, vemos a pressão que tem existido até em relação às escolhas portuguesas, apesar disso não pôr em causa a solução política e o caminho que neste momento se está a seguir em Portugal e que é de ruptura com a lógica de austeridade do governo precedente.

Se nós olharmos para o modo como a União Europeia tratou em geral a questão dos refugiados e, se nós olharmos para o modo como a Extrema Direita e as ideias xenófobas têm ganho espaço no contexto europeu, claro que nós vemos uma ameaça às liberdades

em várias vertentes. Por outro lado também há movimentos que lhe resistem, também há contra-tendências e também há experiências alternativas como aquela que se procura desenvolver em Portugal. Elas mostram que existem soluções e não temos que ficar condenados a escolher entre uma irracionalidade de regras europeias que condicionam as políticas sociais e uma resposta a essa irracionalidade com a irracionalidade da xenofobia, do ódio, da política do medo. Portanto, parece-me que há e tem que haver um campo alternativo que ganhe força e é um pouco esse o trabalho que nós fazemos em Portugal.

Falou precisamente das imposições da União Europeia. O Bloco de Esquerda celebrou um pacto com o PS, mas as questões europeias continuam a ser sempre um motivo de desacordo dentro do acordo. Porquê?

Portugal está a reverter aquilo que foram as políticas de austeridade e enfrenta uma pressão em relação a temas da União Europeia que são de justiça tão básica como é o aumento do salário mínimo. Há regras da União

Europeia que condicionam e não permitem que esta solução política possa ir mais longe no caminho da justiça social, recuperação de rendimentos e sobretudo de uma política económica alternativa, capaz de ter um nível de investimento público que recupere de forma mais significativa o emprego e de ter margem para investir na qualificação dos serviços públicos e na resposta às necessidades sociais da população. Há uma tensão que resulta de existirem regras europeias, tratados europeus que condicionam as escolhas democráticas em cada país e, portanto, a nossa tensão com o Partido Socialista tem também a ver com isso. Parece-me que para nós

Não é tempo de ficarmos satisfeitos com o que fizemos, é tempo de sermos exigentes em relação àquilo que é preciso fazer

aprofundarmos o caminho que temos vindo a construir de recuperação de rendimentos, para nós aprofundarmos o caminho de investimento nos serviços públicos, não podemos ter uma política de obediência a regras europeias e, sobretudo, ao modo como na Europa se tem vindo a proteger o autoritarismo do sistema financeiro em relação aos países.

Parece-nos que é preciso discutir numa lógica de desobediência a essas regras porque elas são negativas e põem em causa aspectos e necessidades essenciais do nosso país e de outros países também.

Durante a sua intervenção em Bruxelas falou também da emigração jovem que se registou no país. Portugal tem vindo a verificar melhoramentos ao nível do défice e a própria esperança dos portugueses também já aumentou, mas será suficiente para estancar essa “fuga de cérebros”?

Há um sinal que é importante. A grande vaga de exílio económico, ou seja, de emigração forçada pela ausência de oportunidades, nomeadamente de emprego em Portugal, parece ter estancado e até haverá num ou noutro caso fenómenos de algumas pessoas que estarão a regressar a Portugal. O problema é que só se reverte isso, por um lado, com uma

política que seja capaz de criar mais emprego, distribuindo o trabalho que existe e, depois, temos que ter consciência que há pessoas que tendo começado a construir a sua vida noutro país, também dificilmente interrompem esse percurso. Foi uma sangria muito prejudicial para Portugal porque saíram muitas pessoas do país, saíram nomeadamente muitos jovens, saíram pessoas cujas competências, as qualificações, a experiência e a inteligência poderia estar neste momento a ser utilizada também em Portugal. As pessoas têm todo o direito de fazer a sua vida onde quiserem e a mobilidade é uma conquista importante, mas é preciso garantir que quem quer ficar no país, quem quer viver no país e ter uma vida com dignidade, com direitos, com emprego e com estabilidade, não tem de sair por razões económicas. Eu acho que isso é importante e passará muito também pela possibilidade de nós termos uma política capaz de criar emprego. É verdade que no último ano o desemprego tem diminuído em Portugal, até com um ritmo que não se via há décadas. Foram criados mais 100 mil

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postos de trabalho e isso são notícias positivas, mas ainda estamos muito aquém daquilo que é preciso porque continuamos a ter quase meio milhão de desempregados, continuamos a ter mais de metade desse meio milhão de desempregados sem protecção do desemprego e, portanto, temos um caminho imenso para fazer em termos de emprego e de justiça social em Portugal. Eu acho que iniciamos esse caminho, mas não é tempo de ficarmos satisfeitos com o que fizemos, é tempo de sermos exigentes em relação àquilo que é preciso fazer.

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Por falar em justiça social, referiu também no seu discurso a idade da reforma em Portugal. No país, a idade da reforma para pessoas que trabalham desde os 14, 15 anos acaba por criar situações complicadas e até levou uma pedra para o Parlamento para simbolizar esse trabalho. Pensa que será possível alterar a idade da reforma brevemente ou ainda há um longo caminho a percorrer pisando essas pedras precisamente?

Nós estamos neste momento a discutir isso com o governo. Temos estado nas últimas semanas a discutir uma solução que permita fazer justiça a quem começou a trabalhar muito cedo, a quem teve a sua infância sacrificada, ou seja, a quem começou a trabalhar com condições que nós hoje consideraríamos trabalho infantil. A nossa proposta é que todas as pessoas que começaram a trabalhar e a descontar antes dos 16 anos tenham direito a reformar-se sem penalizações por um lado. Por outro lado queremos garantir que quem tem mais do que 40 anos de descontos, ou seja, quem tem uma vida inteira de descontos, tenha uma antecipação da idade da reforma que permita reformarem-se sem penalizações. Uma proposta que colocámos em cima da mesa foi a possibilidade de antecipar um ano a reforma por cada ano para além dos 40 de descontos. A proposta inicial do governo não respondia a estas necessidades, mas entretanto o próprio governo já começou a corrigir a sua proposta e passou nomeadamente os 48 anos de descontos para os 46. Nós achamos que ainda há caminho para fazer, ou seja, que a proposta do governo tem que ser capaz de integrar de forma mais expressiva as preocupações da esquerda. Nós temos inclusive propostos mecanismos de financiamento e temos mostrado a nossa abertura para, no contexto do Orçamento de Estado de 2018, discutir fontes alternativas de financiamento da Segurança Social que permitam fazer agora estas alterações e, portanto, estamos ainda neste processo. Ele ainda não está concluído, mas a nossa preocupação é garantir que este ano as pessoas já terão condições de reforma muito mais favoráveis do que aquelas que têm neste momento. Para dar um exemplo, alguém

O voto dos emigrantes tem estado também no centro do debate. Uma das propostas do Bloco era o recenseamento automático e recentemente foi anunciado pelo Secretário de Estado das Comunidades que vai ser posto em prática. Pode-se dizer que foi uma vitória neste caso?

Sim, era uma proposta que nós tínhamos feito.

Parece-nos que garantir a participação política das Comunidades Portuguesas que estão fora do país é essencial e, desde logo, para que os problemas das Comunidades Portuguesas tenham expressão e sejam considerados. Tudo o que puder facilitar essa participação política, tudo o que puder suscitar a participação política nomeadamente das Comunidades Portuguesas, acho que deve ser feito e esse é um debate que também tivemos e que neste momento se traduz na possibilidade de concretizar essa medida. Nós esperamos que ela seja efectivamente concretizada porque há ainda outras coisas a trabalhar nesse nível.

Houve uma degradação objectiva dos serviços que podem beneficiar a Diáspora em termos da representação diplomática, dos Consulados, dos serviços públicos, da educação, da presença da língua com 40 anos de descontos que se reformasse antecipadamente aos 60, hoje pode ter penalizações que chegam quase a 50% da sua reforma para o resto da vida e isto não é justo, não é aceitável e acho que é isto que se pretende alterar. Não sabemos ainda exactamente em que termos porque estamos no meio dessa discussão, mas tentaremos ir o mais longe possível.

Também considera que a participação cívica da Diáspora ainda está muito aquém do que seria esperado?

Há formas e espaços de participação, há nomeadamente experiências editoriais e de Comunicação Social que são formas de participação da Comunidade Portuguesa, mas certamente há muita coisa ainda a fazer, quer do ponto de vista das políticas públicas, quer das próprias formas de organização das pessoas e essas não cabe apenas ao Estado determiná-las, ainda que seja necessário uma política pública que assegure a acessibilidade dos serviços do Estado e programas nomeadamente ao nível do ensino, ao nível da circulação da cultura, por isso, eu acho que há ainda muito caminho para fazer. Houve uma degradação objectiva dos serviços que podem beneficiar a Diáspora em termos da representação diplomática, dos Consulados, dos serviços públicos, da educação, da presença da língua e, portanto, essa degradação é preciso reverter e sobretudo pensar o que é preciso fazer para além da reversão do que foi degradado. É um deputado jovem, de esquerda, mas como é que descobriu os valores de esquerda e essa ideologia entrou na sua vida?

Há sempre um momento de descoberta. É óbvio que o modo como nós vamos construindo o que somos depende de muitas coisas. Depende do contexto em que somos educados, da nossa socialização na escola, de quem vamos conhecendo ao longo da vida, dos livros que vamos lendo, das músicas que vamos ouvindo e, portanto, é a combinação disso tudo, daquilo que nos vai fazendo e que nos molda.

Eu de facto descobri muito cedo que era de esquerda, sobretudo por causa da preocupação e indignação perante situações de injustiça e isso moldou definitivamente a minha vida. L

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Directores da Lusopress foram homenageados por membros da Comunidade Portuguesa

No passado dia 24 de março mais de 100 pessoas encheram a Sala D. Antónia na Pastelaria Canelas e participaram numa homenagem aos Directores da Lusopress. A ideia para o jantar partiu de vários amigos do casal. Há dois meses decidiram unir forças e lançaram esta iniciativa. Em 2005 José Gomes de Sá e Lídia Sales saíram de Portugal e criaram o seu próprio meio de comunicação social dedicado à Diáspora Portuguesa em França. No passado dia 24 de março, os papéis inverteram-se e foi a vez da Comunidade reconhecer o trabalho do casal.

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surpresa foi planeada ao milímetro e os Directores da Lusopress, José Gomes de Sá e Lídia Sales, foram até à Pastelaria Canelas em Pierrefite-sur-Seine sem saber o verdadeiro propósito da festa.

Pensavam que iam participar numa noite dedicada aos carros de alta competição, mas quando ouviram a mensagem do Presidente da República perceberam que tinham sido enganados pelos amigos. “Este é um casal unido, persistente, lutador, um casal ao qual Portugal tanto deve através da Comunicação Social, através da sua preocupação de reunir precisamente portugueses ilustres dos diversos cantos do mundo, o que faz todos os anos e continuará a fazer no futuro”, disse Marcelo Rebelo de Sousa durante o seu discurso enviado em vídeo. “Hoje que o casal é homenageado, eu estou com os dois, estou convosco homenageantes também a agradecer tudo o que foi feito, tudo o que está a ser feito e tudo o que será feito a pensar em Por-

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tugal”. Depois desta mensagem perceberam que a noite não seria dedicada aos rallys, mas os holofotes viraram-se para o casal pelo motor que têm representado para as Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo.

Depois das palavras do Presidente da República, seguiram-se os depoimentos de vários amigos e familiares do casal. José Gomes de Sá e Lídia Sales emocionaram-se várias vezes durante a noite e no final quiseram partilhar este reconhecimento e homenagem com os colaboradores da Lusopress. “Vocês embrenharam-se completamente no trabalho que estão a fazer e as pessoas reconhecem o vosso empenho. Eu às vezes até pergunto à minha mulher como é que é possível vocês não baixarem os braços, mas é verdade que é assim que nós conseguimos fazer qualquer coisa na vida e é assim que qualquer empresa de Comunicação Social ou não Comunicação Social tem que funcionar nos dias de hoje. Vocês merecem tudo e aquilo que nos fizeram a vós o devemos porque nós somos a face, vocês são a retaguarda. Eu sou um indivíduo que gosta de surpreender, mas hoje fui verdadeiramente surpreendido, por isso, muito obrigada a todos”, disse José Gomes de Sá aos jornalistas da Lusopress já no final da homenagem. Ao seu lado estava Lídia Sales, ainda a recompor-se da “surpresa enorme”. “A festa foi muito bonita e posso dizer que foi tudo muito bem organizado com muito segredo porque acho que deve ter sido difícil tantas pessoas guardarem um segredo tão bem guardado. Eu ainda não estou bem em mim, ainda estou um bocado surpreendida com tudo”, referiu.

“Eles têm levado o nome de Portugal bem alto” De facto, mais de 100 pessoas guardaram segredo, encheram a sala D. Antónia e participaram na homenagem aos Directores da Lusopress. Há dois meses Armindo Gameiro, Armindo Freire, Joaquim Barros e Ricardo José tiveram a ideia para este jantar e decidiram unir forças. Em 2005 José Gomes de Sá e Lídia Sales saíram de Portugal para ir à procura de portugueses. Queriam uni-los, fazer ouvir a sua voz, dar a conhecer os seus problemas, mas também as suas conquistas. Muito para lá da fronteira encontraram uma nova pátria.

A pátria da emigração, a pátria da saudade, uma pátria que se construiu em terras de França. Hoje continuam a unir esses portugueses, continuam a divulgar os seus passos e as metas alcançadas através do seu próprio meio de comunicação social. No passado dia 24 de março os papéis inverteram-se e foi a vez da Comunidade reconhecer o trabalho do casal que está à frente da Lusopress.

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“Eu acho que correu muito bem”, disse Ricardo José. O jornalista da Rádio Alfa foi um

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dos organizadores do evento e a apresentação da noite esteve a seu cargo. “O evento foi espontâneo e isso é que é importante. Foi feito com sensibilidade e foi feito com um carinho por parte deste homem e desta mulher que realmente têm levado o nome de Portugal bem alto através da Comunicação Social. Hoje as pessoas de diferentes quadrantes, de diferentes actividades profissionais e de diferentes camadas sociais estão mais unidas. Há mais trocas de informação entre todos e isso é muito bom para a Comunidade Portuguesa. Nós somos também um porta-estandarte de Portugal no estrangeiro e isso é que é importante”, sublinhou já no final da noite. Para além das medalhas e dos diplomas que reconheciam o trabalho em prol das Comunidades Portuguesas, o casal recebeu ainda duas camisolas do Sporting assinadas pelo Presidente do Clube, Bruno de Carvalho, e uma viagem de limousine até ao “Moulin Rouge”. Joaquim Barros é benfiquista ferrenho, mas pela amizade decidiu esquecer esta paixão por uns segundos e agarrou o equipamento do outro clube da Segunda Circular para oferecer. “Sou benfiquista de raiz, de coração, mas o símbolo da amizade foi muito mais importante”, disse-nos. “Nós tentámos fazer qualquer coisa simples, humilde, mas verdadeiramente sincera. Por uma vez nós tentámos inverter os papéis e colocar em destaque as pessoas que normalmente estão do outro lado da câmara e do outro lado do holofote”, afirmou o empresário residente em França.

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“São referências incontornáveis desta Comunidade” A noite contou com a presença do Embaixador José Moraes Cabral, do Cônsul Geral de Portugal em Paris, António Moniz e ainda do deputado do PS eleito pelo Círculo Eleitoral da Europa, Paulo Pisco. José Moraes Cabral discursou durante a noite, sublinhou que se tratava de uma “magnífica iniciativa” e agradeceu o empenho e o trabalho dos Directores da Lusopress em prol das Comunidades Portuguesas. “Temos todos uma grande dívida de gratidão para com o José Gomes de Sá e a Lídia Sales. Eles são referências incontornáveis desta Comunidade”, sublinhou. Já o Cônsul António Moniz reconheceu mais uma vez o valor do casal que organiza todos os anos os “Portugueses de Valor” e garantiu que vai procurar atribuir um reconhecimento ao casal em Portugal junto da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas. “Eu estou convencido que a proposta irá vingar. Terá que seguir os trâmites habituais, mas vou avançar com certeza. Por outro lado, eu gostaria de dizer que é uma grande honra estar aqui presente hoje nesta homenagem. O senhor Gomes de Sá e a Lídia desenvolveram um grande esfor-

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| FEIRAS, FESTAS, ASSOCIAÇÕES E SOLIDARIEDADE

ço quando chegaram a Paris para puderem a pouco e pouco serem conhecidos na Comunidade. Eles conseguiram a união de muitos portugueses e acho que essa obra ainda vai continuar”, disse António Moniz.

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O jantar servido pela Pastelaria Canelas contou com um bolo especial oferecido pelo casal Antónia e Carlos Gonçalves e ainda apresentou a actuação do cantor português Dario Ribeiro no cardápio. A noite não foi mesmo dedicada aos rallys como Lídia Sales e José Gomes de Sá pensavam, mas de facto eles não tiram o pé do acelerador. Em Maio a Lusopress voltar a unir os portugueses e realiza pelo sétimo ano consecutivo a iniciativa “Portugueses de Valor”. L

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Ministro da Educação assinou um acordo de cooperação bilateral em França Aprender português como língua estrangeira é uma possibilidade para os alunos do 1.º ciclo em França desde o início do ano lectivo. A opção já chega a nove mil alunos, mas de acordo com o Ministro português o programa irá estender-se aos ciclos posteriores. No passado dia 28 de março foi assinado mais um acordo de cooperação bilateral para as políticas educativas e do ensino da língua em França. De acordo com o Ministro da educação de Portugal, Tiago Brandão Rodrigues e a sua homóloga francesa, Najat Vallaud-Belkacem, esta medida coloca o português no mesmo patamar de visibilidade de línguas já oferecidas no sistema de ensino francês, como o inglês, o espanhol ou o italiano.

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novo acordo assinado pelo Ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues e pela sua homóloga, a Ministra da Educação Nacional, do Ensino Superior e da Investigação, Najat Vallaud-Belkacem pretende estabilizar e promover “as condições necessárias para uma mais intensa e profícua cooperação mútua relativa às políticas educativas de ambos os países, particularmente no domínio do ensino da

língua”. De acordo com Tiago Brandão Rodrigues “é um acordo que fazia falta aos dois países”. “Nós tínhamos um acordo dos anos 70 para a cooperação científica, tecnológica e ao contrário de muitos países, Portugal não tinha um Acordo no âmbito da língua para colaborações mais concretas” disse à Lusopress o Ministro.

“Acima de tudo, este Acordo lança as bases para que juntamente com o Governo

francês, o ensino do português possa ser fortalecido aqui em território francês, assim como o francês em Portugal possa sair reforçado. Além disso, é importante para haver cooperação no intercâmbio entre os professores, para haver cooperação também nesta dimensão cultural tão importante nos dois países que têm ligações fortes e Comunidades num ou noutro país tão presentes”.

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Os dois Ministros já tinham assinado, em julho do ano passado, um Acordo de Cooperação para que o ensino do português em França tivesse uma nova perspectiva. “Eu tenho uma memória sempre difícil desse mês por causa do Euro de Futebol onde Portugal derrotou a França é certo, mas apesar disso, estou contente que a nossa cooperação educativa e cultural avance”, afirmou sorrindo a homóloga francesa Najat Vallaud-Belkacem. Felizmente neste jogo da Língua Portuguesa não existiram derrotados e Portugal e França saíram a ganhar. Depois do acordo assinado no verão pelos Ministros da Educação de Portugal e França, o ensino do português passou a integrar o dispositivo EILE - que consiste no Ensino Internacional de Língua Estrangeira. No passado dia 28 de março, os dois ministros visitaram também a escola primária da Rua de Saint-Jacques, onde já se ensina e aprende português nesse âmbito. De acordo com os ministros, a integração do ensino do português neste dispositivo, coloca o ensino da língua no mesmo patamar de visibilidade de línguas já oferecidas no sistema de ensino francês como o inglês, o espanhol ou o italiano, sendo que a disciplina passou a estar aberta a todos os alunos e não apenas aos alunos

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de origem lusófona. “É mesmo algo ambicioso que permite ao português inscrever-se como o inglês, o alemão, o espanhol no nosso sistema escolar francês”, sublinhou a Ministra francesa. “Vai permitir ao português instalar-se verdadeiramente como uma língua estrangeira em todo o lado no nosso sistema escolar francês, estar aberto a todas as crianças e compreender famílias não portuguesas, mas que podem estar interessadas neste ensino”.

Neste momento aprender português como língua estrangeira é uma possibilidade para os alunos do 1.º ciclo em França desde o início do ano lectivo. A opção já chega a nove mil alunos, mas de acordo com os ministros o programa irá estender-se aos ciclos posteriores. “Agora nós asseguramos que esta língua viva possa ser ensinada no conjunto da escola Primária e que os alunos possam continuar com certeza as aulas de Português no Collège (Segundo Ciclo em Portugal, aprendendo também o inglês a partir da 6ème, por isso, é mesmo uma forma de reforçar a nossa aprendizagem de línguas vivas estrangeiras, tentando que ela tenha vantagens e possibilidades de línguas”, explicou Najat Vallaud-Belkacem aos jornalistas. “Eu acho

que o português, tendo em conta os laços de amizade entre a França e Portugal, é uma língua que vai ser cada vez mais escolhida e não somente pelas crianças de famílias portuguesas, mas mais largamente”.

15 mil alunos aprendem português em França Segundo os números avançados pelo ministro, há neste momento em França 15 mil alunos a aprender português, nove mil dos quais ao abrigo do EILE, e que terão agora a oportunidade de dar continuidade à aprendizagem da língua nos anos seguintes. De acordo com o Ministro da Educação português, até aqui “a língua portuguesa era vista como uma língua da Comunidade”, mas agora vai para além disso. “É uma língua de trabalho internacional e faz com que toda a Comunidade Portuguesa em França e todos os que vivem em França possam ter acesso à língua portuguesa”. Com estas alterações, a avaliação do português conta para o boletim escolar, os professores da disciplina foram integrados na equipa pedagógica da escola e passarão a ser avaliados em França como os demais professores. De acordo com os últimos dados divulgados, a rede de escolas francesas conta com 88 professores, ape-

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nas mais dois do que no ano lectivo anterior, mas o Ministro espera aumentar este número brevemente.

“Nós temos professores portugueses cá e cada vez há mais professores franceses também a formarem-se e a terem a sua aptidão pedagógica para puder ensinar português.

Esse é um caminho que está a ser feito. Obviamente que a procura e o facto de o português estar equiparado cada vez mais às outras línguas que aqui existiam com uma oferta como o espanhol, o inglês ou o alemão , vai fortalecer necessariamente, vai fazer com que muitos filhos de emigrantes portugueses ou de segunda ou terceira geração possam encontrar no português uma das suas línguas de eleição, mas também faz com que todos aqueles que têm acesso ao sistema de ensino em França possam encontrar no português uma língua, uma forma de aumentarem as suas competências linguísticas e com isso teremos necessidade de ter mais professores vindos de Portugal, mas também acredito professores que terão nas Universidades Francesas a formação adequada para puder ensinar português”, afirmou Tiago Brandão Rodrigues.

O acordo assinado apesar de estar muito centrado no ensino da língua, prevê também a cooperação em matérias como o intercâmbio, a formação e a certificação de professores. Na Escola Primária da Rua de Saint-Jacques vários alunos franceses e luso-descendentes já beneficiam das alterações introduzidas durante o último ano lectivo e, no final, os dois Ministros ofereceram ainda mais livros para lerem. Em português claro. L

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artigo publicado no jornal Público do dia 21 de abril de 2017

Paulo Pisco Deputado do PS eleito pelas Comunidades

Le Pen, os portugueses e a Europa Uma vitória de Le Pen seria uma tragédia para a França, para a vasta comunidade portuguesa e para a Europa

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de desintegração. Com uma campanha muito emotiva assente no medo da imigração, na recuperação da soberania contra Bruxelas, favorável à saída da União Europeia, a primeira vítima do “Brexit” acabou por ser o próprio Reino Unido, tal como certamente acontecerá com a França, se for pelo mesmo caminho.

epois das vitórias do referendo na Suíça “contra a emigração em massa”, no Reino Unido para sair da União Europeia e de Donald Trump nos Estados Unidos, ninguém pode fi car descansado a pensar que Marine Le Pen não tem hipótese de ganhar as próximas eleições presidenciais em França.

Uma vitória de Le Pen seria uma tragédia para a França, para a vasta comunidade portuguesa de todas as gerações, para a Europa e, por consequência, para o equilíbrio do mundo.

Tal como relativamente a outros populistas e nacionalistas, também a Frente Nacional (FN) apresenta um conjunto de ideias simplistas, tanto em matérias económicas como sociais e, sobretudo, de emigração, a sua maior força de atração. Economicamente são insustentáveis, como muitos especialistas têm referido, particularmente a defesa da saída do euro, que conduziria a uma brutal desvalorização dos rendimentos e dano na competitividade das empresas; ou o aumento do valor das pensões e a redução da idade para atingir a reforma.

Já em termos de emigração, as propostas chegam mesmo a ser desumanas, como o

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A equação é simples. Se Le Pen conseguisse tirar a França da União Europeia, então todos os cidadãos comunitários perderiam os direitos de cidadania que agora têm, passando a ser tão estrangeiros como qualquer cidadão de um país terceiro. E estão nesta situação várias centenas de milhares de portugueses, ou seja, milhares de pais e avós que hoje têm os seus filhos e netos com dupla nacionalidade, criando um conflito insustentável na sociedade francesa. impedimento da reunifi cação familiar ou as expulsões em massa.

Vemos hoje mais claramente como a aventura irresponsável do referendo no Reino Unido atingiu o país, agora mergulhado na incerteza, tenso, dividido, com uma pesada fatura económica às costas e em sério risco

É a pertença à União Europeia que garante aos cidadãos portugueses em igualdade de circunstâncias os direitos de cidadania assentes na liberdade de residir, de trabalhar e de ter negócios, bem como de ter direitos políticos, designadamente a possibilidade de votarem e de serem eleitos nas eleições municipais e para o Parlamento Eu-

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| CRÓNICA

ropeu. E, claro, como a FN junta as questões de soberania com as securitárias, regressariam as fronteiras e os inerentes constrangimentos burocráticos para pessoas, bens e serviços. Morria a liberdade de circulação, uma das maiores aquisições civilizacionais do projeto europeu. Pior: a própria União Europeia deixaria de fazer sentido sem a França.

Le Pen advoga precisamente o mesmo que os “brexiteiros”, os suíços de extremadireita ou os trumpistas, que é “a França e os franceses primeiro”, sem se preocuparem com as consequências económicas e sociais, nem com a destruição do projeto europeu, que nasceu da morte e das ruínas da Segunda Guerra Mundial. É terrível que quem hoje defende o fim da União Europeia se tenha esquecido que ela foi criada precisamente para que não voltasse a haver guerras no continente e para que os povos pudessem viver e prosperar em paz e cooperação.

Portanto, é paradoxal e incompreensível que haja muitos portugueses ou cidadãos de origem portuguesa em França que aderem à FN, que façam parte das suas listas municipais, que defendam as suas ideias.

Parece mesmo que a proximidade da FN dos portugueses tem servido de cortina de

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fumo para fazerem crer que o partido não tem nada contra os europeus comunitários, para o que contribuiu a projeção que tem o facto de os membros da FN terem como a sua “cantina” um restaurante português mesmo frente à sua sede, em Nanterre.

Como dizia recentemente o historiador israelita Zeev Sternhell, a verdade é que a FN está pouco preocupada com os direitos fundamentais dos cidadãos. Está é preocupada com os direitos dos franceses e principalmente dos de linhagem, daqueles que se revêem nos mitos de resistência e patriotismo criados em torno de fi guras como Vercingétorix, Joana d’Arc, o rei Clovis ou Napoleão.

As ideias da direita extremista estão bem enraizadas em França, mesmo que ao longo da história apenas tenham sido seguidas por minorias, com diferentes manifestações mais ou menos expressivas em diversos períodos do século XX. Mas a sua estrutura ideológica está consolidada e, num tempo de acelerada transformação económica global e de desconfi ança em relação à política e às instituições, o nacionalismo que a sustenta emerge facilmente para dar conforto a todos os deserdados da sorte, aos que perderam os empregos e rendimentos ou

se sentem inseguros por causa da presença de estrangeiros ou da ameaça terrorista. O extremismo fraturante de Le Pen pai surge agora embrulhado em respeitabilidade pela fi lha Marine.

Os líderes da extrema-direita são também eles paradoxais. Nascidos das elites, contestam as elites políticas e económicas em nome de um povo do qual sempre estiveram separados, jurando a sua proteção num mundo fechado e conservador. Querem o regresso das fronteiras, da segurança contra os estrangeiros e dos valores morais algures entre a pátria e a religião. Não hesitam em pôr as pessoas que vivem numa mesma sociedade umas contra as outras, criando assim os bodes expiatórios de que precisam para mobilizar os seus aderentes, puxando pelos seus instintos mais básicos.

Numa palavra, seria muito importante que os portugueses em França não se deixassem iludir com a raposa que é a FN que se esconde por debaixo da pele de cordeiro e que se lembrassem que quem melhor os pode proteger é uma União Europeia forte, aberta, democrática e defensora dos direitos dos cidadãos, na recusa do racismo, da xenofobia e dos atentados aos direitos fundamentais. L

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| FEIRAS, FESTAS, ASSOCIAÇÕES E SOLIDARIEDADE

Mais de 500 pessoas participaram na Gala da Associação de Beneficência Franco-Portuguesa A festa da Associação de Beneficência FrancoPortuguesa (Association de Bienfaisance Franco-Portugaise em francês) já se realiza há 28 anos - desde 1989 - e no passado dia 25 de março voltou a reunir mais de 500 pessoas no Ginásio Colette Besson em Montfermeil.

A Associação tem apoiado várias causas desde a sua formação.

Graças ao seu trabalho já foi possível oferecer aparelhos para hospitais, cães de guia, cadeiras de rodas ou ambulâncias para bombeiros e centros de saúde.

Este ano os fundos vão viajar até à Ilha da Madeira.

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odos os anos Manuel Oliveira vai até às empresas, bate à porta das casas de vários portugueses e entrega pessoalmente os convites para a gala anual.

Esta proximidade tem resultado e o jantar é considerado um dos maiores eventos de caridade da Comunidade Franco-Portuguesa.

“Nós vamos pessoalmente ao encontro das pessoas porque assim falamos melhor e até parece que há uma reunião familiar. As pessoas veem o que nós estamos a fazer, simpatizam, concordam com aquilo que nós dizemos e dão-nos uma ajuda muito favorável. É graças a isso que nós temos dado muitos apoios”, diz-nos momentos antes de subir ao palco. Manuel Oliveira foi um dos fundadores da Associação no final da década de 80. Para além da empresa que criou na área da construção civil, foi também Conselheiro Municipal em Raincy. Não satisfeito e observando as dificuldades da Comunidade Portuguesa residente em França, decidiu criar esta associação juntamente com alguns amigos. Os jantares de gala começaram “a partir de uma “brincadeira”, mas quase 30 anos depois já são um caso sério de solidariedade

e servem para dar vários apoios que mudam a vida de muitas pessoas.

Os membros da organização são praticamente os mesmos desde a sua formação.

Pode-se dizer que a família da Associação de Beneficência vai aumentando, mas não muda de pilares. Manuel Oliveira, Luís de

Jesus e Manuel Jorge são incansáveis e não param um segundo nas noites da gala. Passam dias a fio juntos para organizar a festa e naquela noite já sabem que só vão para casa de madrugada. Depois do jantar, conseguimos conversar com os três e saber melhor como surgiu esta iniciativa. Contaram-nos que na realidade quando começaram a orga-

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| FEIRAS, FESTAS, ASSOCIAÇÕES E SOLIDARIEDADE

nizar esta gala, queriam reunir portugueses e franceses em torno da mesma causa. Apesar da Comunidade Portuguesa continuar em larga maioria, as Autarquias e Câmaras francesas também são solidárias e todos os anos cedem o espaço para apoiar a organização do jantar. “Nós temos aqui hoje o Maire de Montfermeil que nos dá a sala e todos os anos tentamos fazer as festas em câmaras vizinhas”, disse Luís de Jesus. “No ano passado foi em Raincy, para o próximo ano ainda não sabemos, mas poderá ser em Courbon, portanto, eles são solidários com a nossa acção e por isso nós temos sempre as salas de graça”, concluiu. No jantar estavam vários autarcas, deputados portugueses e franceses, destacando-se também a presença do Maire de Pavillons-sous-Bois, Philippe Dallier, que manifestou a vontade de dar o seu apoio para o próximo evento. “Eu convido-os com muito gosto. No próximo ano, se eles quiserem organizar a gala em Pavillons-sous-Bois receberei com um grande prazer”, disse em declarações à Lusopress.

O Maire mostrou-se “impressionado pela solidariedade que existe no seio da Comunidade Franco-Portuguesa” e salientou a importância deste evento para “encontrar e conversar com várias pessoas da região”.

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A Associação tem apoiado várias causas desde a sua formação. Graças ao seu trabalho

já foi possível oferecer aparelhos para hospitais, cães de guia, cadeiras de rodas ou ambulâncias para bombeiros e centros de saúde.

“Nós vamos dando os nossos apoios conforme as necessidades que aparecem. Quando nós vemos que as pessoas necessitam verdadeiramente, o caso é estudado e nós procuramos ajudar”, afirmou Manuel Jorge, também membro da Associação. Brevemente Manuel Oliveira irá até à Ilha da Madeira e vai conhecer o destino dos próximos donativos.

Durante a viagem “vai restituir umas camas para doentes e umas cadeiras de rodas para pessoas deficientes”, mas lembra que estes apoios ainda são poucos e não chegam para satisfazer todas as carências. “Aquilo que nós estamos a fazer, tendo em conta as necessidade que existem, não é muita coisa, por isso, é que estamos sempre com vontade de ajudar. O dinheiro não é nosso, é de quem nos ajuda e, quando nós fazemos viagens, somos nós que pagamos as desloca-

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ções porque a Associação não paga viagens a ninguém. A Associação é para dar dinheiro às pessoas que precisam”, sublinhou. “É uma segunda casa e uma família que encontrei” No passado dia 25 de março estiveram presentes vários autarcas de França, os Deputados portugueses eleitos pelo Círculo Eleitoral da Europa, Carlos Gonçalves e Paulo Pisco e ainda o Cônsul Geral Adjunto de Portugal em Paris, João Melo Alvim. Durante o evento todos elogiaram o percurso desta Associação histórica e o trabalho realizado em prol da Comunidade. Já no final do jantar e, a partir de um pequeno dossier distribuído pelas mesas, a organização deu a conhecer as contas e as ofertas realizadas desde a sua criação. Manuel Jorge lembrou que as pessoas que participam no jantar são fiéis e muitas “já respondem presente” há vários anos.

“Nós só podemos agradecer-lhes porque se isto se realiza, não é só graças a nós. Nós temos a ideia e a vontade de realizar, mas sem fundos não podemos fazê-lo”, afirmou.

Ao longo dos últimos 28 anos, “a Associação de Bienfaisance Franco-Portugaise já apoiou várias causas”, e passou a ser “uma segunda casa” para os seus fundadores e uma família solidária no seio da Comunidade. “É uma segunda casa e uma família que encontrei”, diz-nos Manuel Oliveira. “É uma família grande e eu nunca imaginei ir tão

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longe com a Associação. Quando começámos, partimos de uma brincadeira e nunca julgávamos chegar tão longe. Felizmente as pessoas confiaram no nosso trabalho, aceitaram-nos em casa, receberam-nos como família e obrigaram-nos a continuar com esta Associação. Eu só espero que não acabe aqui porque eu já tenho uma certa idade, por isso, gostava de arranjar pessoas ainda mais competentes para continuarem com o que nós já fizemos”, afirmou. Ao seu lado estava Luís de Jesus, que entrou para a Associação mais tarde. Luís costuma dizer que “apanhou o comboio em andamento”, mas nunca abandonou a carruagem. “Hoje

sinto-me orgulhoso por sermos os intermediários de pessoas de boa vontade. Graças a este trabalho, percebemos que há muitas pessoas solidárias e que estão dispostas a ajudar seja lá quem for”.

Hoje os principais membros querem dar continuidade ao projecto, passar a pasta a uma nova geração e dar um novo futuro à Associação de Beneficência Franco-Portuguesa.

Enquanto esse momento não chega, Manuel Oliveira, Luís de Jesus e Manuel Jorge vestem a camisola desta equipa solidária e procuram responder às necessidades mais urgentes. L

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“Quinta da Pacheca - Edição Especial Tony Carreira”

A Quinta da Pacheca e o cantor Tony Carreira deram início a um projecto inovador.

De uma casa histórica na produção de vinhos à voz romântica mais conhecida de Portugal, nasceu um vinho tinto, Reserva 2014, designado com o nome do cantor português.

Aproveitando o dia mundial do livro, as duas entidades escreveram uma nova página onde constou uma nova marca de vinho e a ajuda à Associação Bagos D´ouro.

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roduzido a partir das castas Touriga Nacional, Touriga França e Tinta Roriz vinificadas pelo método tradicional em lagares de granito e estagiado em barricas de carvalho francês”, é a informação que está estampada nas garrafas de vinho tinto, Reserva 2014,designadas Tony Carreira. Em resultado das boas relações que mantém com os proprietários da Quinta da Pacheca e o facto de ser um assumido apreciador de vinhos, Tony Carreira tem a oportunidade de ver espelhado o seu nome numa garrafa de vinho e com um sabor adequado ao seu gosto particular.

Num dia de muito calor e com um vista privilegiada para o Douro, a Quinta da Pacheca reuniu alguns convidados e fez a apresentação do novo vinho. O evento contou com a

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presença da figura mediática, Tony Carreira, que se juntou aos proprietários da Quinta para apresentarem e falarem um pouco sobre a novidade que já está no mercado. “É um dia muito especial porque são dois nomes muito conhecidos, tanto em Portugal como em França. É um vinho com uma grande qualidade, feito pela nossa equipa de enologia e representa uma grande amizade entre nós proprietários da Quinta e o Tony Carreira. É uma grande novidade porque é a primeira vez que associamos o nome de um cantor a uma garrafa de vinho”, afirma Maria do Céu Gonçalves, proprietária da Quinta da Pacheca. Na opinião de Paulo Pereira, também proprietário da Quinta, este acontecimento é um marco importante. “Temos um embaixador internacional que vai apresentar o nosso vinho e isso é importante.

Um grande cantor com uma grande quinta só pode dar sucesso e um grande vinho. O vinho é muito bom porque o Tony é uma pessoa muito exigente”, defende.

Directamente da metrópole parisiense para a pacata zona do Douro, Joaquim Batista, proprietário da rede de restaurantes Pedra Alta, também marcou presença neste dia onde manifestou com agrado a iniciativa.

“Estou aqui pela Maria do Céu, uma grande amiga de longa data”, refere o empresário.

O novo vinho Tony Carreira foi aberto pelo próprio que pôde degustar a sua qualidade.

A par desta parceria entre as duas entidades, houve também uma vertente solidária. A Associação Bagos D´ouro, que tem o objectivo de ajudar as crianças e jovens da Região do Douro, vai contar com a ajuda de uma parte das vendas que vai reverter a seu favor. “Sinto-me muito feliz porque eu gosto de vinhos e há uma relação de amizade que mantenho com os proprietários da quinta há alguns anos. Através desta iniciativa estamos a ajudar uma instituição e isso

é muito bom. Todo este clima justificou este fim e nada tem a ver com a parte comercial.

Em relação ao vinho, posso dizer que mesmo gostando de branco e rosé considero-os como refresco. Para mim, vinho mesmo, é o tinto. Para os emigrantes, aliás eu sou um português do mundo, se tiverem a oportunidade de provarem este vinho, espero que gostem”, confessa Tony Carreira.

Portugal e França na edificação do vinho, na realidade do cantor e foi assim uma maneira da Quinta da Pacheca presentear o cantor mais conhecido de Portugal que já assinala 30 anos de carreira profissional. L

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Cívica e Albufeira estiveram no Salão de Autarcas de Île-de-France O Salão de Autarcas de Île-de-France voltou a instalar-se no Paris Event Center entre os dias 28 e 30 de março. Centenas de empresas estiveram presentes, incluindo muitos empresários e autarcas portugueses. A Associação dos autarcas de origem portuguesa, Cívica, participa neste salão há 11 anos e procura estabelecer uma ponte entre os Presidentes de Câmara e os empresários portugueses radicados em França. Este ano a organização também fez uma parceria com a cidade de Albufeira e pela primeira vez uma região estrangeira deu a conhecer as suas valências neste Salão.

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Presidente da Associação, Paulo Marques, já é um veterano neste certame e a Cívica é uma presença fiel. Em Porte de La Villette procurou mais uma vez mostrar a capacidade interventiva dos Portugueses na região, nomeadamente através das eleições. “Imensos autarcas e membros da Cívica estiveram presentes, foram perto de 50 autarcas durante os três dias, para alimentarem a informação sobre a participação cívica e política dos portugueses na grande Região de Paris”, afirmou em entrevista à Lusopress. Entre os dias 28 e 30 de Março, a organização dinamizou vários eventos no seu espaço e procurou levar vários visitantes do Salão de Autarcas até ao seu stand.

Todas as manhãs era servido um Cocktail Lusófono, foi realizada a apresentação da Banda Desenhada sobre a participação dos mais novos nos Conselhos Municipais das crianças e dos jovens, foram exibidos vídeos da Cívica e imagens do portal civica.fr e, por último, a Associação participou como membro do júri do primeiro Troféu dos Conselhos Municipais das crianças e jovens.

O Salão de Autarcas abriu pela primeira vez as portas em 1997, tem duas décadas de história e é organizado pela “Association des Maires d’Île de France” (AMIF). É um ponto de encontro entre autarcas e empresas de construção, energia, ambiente, novas tecno-

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logias, segurança, entre outras áreas. Muitos portugueses fazem parte do mundo empresarial em França, mas também há muitos autarcas luso-eleitos. Neste momento a AMIF representa as 1.297 autarquias da região e organiza todos os anos este certame, onde se realizam importantes trocas de informações. De acordo com Paulo Marques, “50% do mercado económico é dado pelas autarquias, onde há bastantes luso-descendentes que são autarcas, Presidentes de Câmara e alguns deputados”, por isso, durante os úl-

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timos 11 anos, a organização tem apoiado e esclarecido vários empresários portugueses que querem entrar neste segmento de mercado francês. “Nós recebemos imensos pedidos de esclarecimentos de empresários para puderem saber como é que funciona a intervenção económica nas nossas autarquias e nós tentamos sempre dar resposta”, sublinhou.

A primeira cidade europeia no Salão de Autarcas de Île-de-France Este evento já se realiza há 21 anos, mas foi a primeira vez que contou com a presença de uma cidade europeia, neste caso de um destino bem português: Albufeira. A presença da cidade algarvia no salão partiu de um protocolo que a Cívica tem com o Município.

Em Paris procuraram dar a conhecer ainda mais a região e até o Presidente de Câmara embrenhou-se nessa missão. “O Presidente da Câmara de Albufeira esteve presente, já convidou vários Presidentes de Câmara a

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irem a Albufeira e também convidou a Cívica para a sua visita de estudo passar pela cidade este ano. Efectivamente estaremos a partir do próximo dia 29 de outubro dois dias em Albufeira e depois iremos para a parte mais institucional para Lisboa”, referiu Paulo Marques. Em 2016 o mercado francês

teve um crescimento de 41% no número de dormidas na região em relação ao ano anterior e a França passou a ocupar o sexto lugar na lista dos mercados com mais dormidas na hotelaria tradicional do Algarve. “O objectivo aqui é fazer uma promoção personalizada, uma acção de charme junto do mercado

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francês e particularmente junto deste segmento que são os Presidentes de Câmara de Île-de-France”, disse Alexandre Cabrita, Técnico de Turismo da CM de Albufeira em entrevista à Lusopress. “A nível de mercado francês, nós temos contabilizadas no último ano cerca de 9 mil dormidas. Neste momento a França já é o nosso quarto maior mercado, para além dos mercados tradicionais, é um mercado importantíssimo para nós e, como tal, há que cimentá-lo e ao mesmo tempo procurar desenvolvê-lo”, sublinhou.

De acordo com o Presidente da Cívica, “os autarcas franceses da Île-de-France mandam mais de 150.000 Franceses por ano a Portugal com viagens organizadas pelas autarquias. No salão situado no Paris Event Center “procurou puxar a brasa à sardinha algarvia” e divulgar ainda mais a região do sul do país. A Associação Cívica

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começou em 2001 e reunia cerca de uma centena de autarcas. Em 2008 já tinha perto de 2.500 e desde 2014 já tem mais de 4.000 autarcas em todo o território francês. Em 2006, a Cívica passou a integrar o Salão de Autarcas d’Île-de-France e essa presença tem permitido ter ainda mais candidatos e desenvolver muitos encontros posteriormente.

“A Associação Cívica é para nós um parceiro incontornável porque nós temos eleitos que são franco-portugueses, por isso, surgiu a ocasião graças ao Paulo Marques e ao Conselho de Administração da Cívica de criar uma parceria”, afirmou Sophie Rigault, Directora Geral da AMIF. “Nós participámos numa viagem de estudo que se realizou no ano passado, no mês de outubro e que foi organizada pela Cívica e pela Câmara de Lisboa. Os eleitos tiveram a possibilidade de descobrir uma

cidade muito bonita, um bom país e de ter encontros muito interessantes sobre o plano institucional, por isso, permitiu-nos descobrir como se passa fora, quais são as competências, as colectividades e como os eleitos gerem o quotidiano e os problemas dos habitantes”, referiu. Este ano, o programa da Visita de Estudo será diferente, mas já começa a ficar definido.

Sabe-se agora que a Associação Cívica e a Câmara Municipal de Albufeira vão propor uma visita dos Autarcas Franceses ao Concelho de Albufeira, durante a próxima viagem de estudo da Cívica, a realizar-se de 29 de outubro a 1 de novembro.

No que toca ao Salão de Autarcas de Île-de-France, recebe uma média de 20 mil visitantes e é um ponto de passagem obrigatório para muitos autarcas e empresários.

Regressará a Porte de La Villette já no próximo ano. L

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Um certame com selo português Nos últimos anos, há uma cidade metropolitana da região de Paris que tem acolhido uma feira com produtos de excelência.

Com o objectivo de unir a comunidade portuguesa e, ao mesmo tempo, mostrar o que de melhor se faz em Portugal, a Feira de Produtos Portugueses partiu para mais uma edição.

Com vários municípios portugueses representados, o certame decorreu com muita animação e a união foi visível entre as pessoas que visitaram a feira.

Testemunhas do evento que impulsiona a economia portuguesa, o Secretário de Estado das Comunidades e o Cônsul Geral de Portugal em Paris, participaram na abertura da 14ª edição.

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Associação Recreativa e Cultural dos Originários de Nanterre (Arcop) são os responsáveis pela organização da Feira de Produtos Portugueses. Uma iniciativa que fala português e que traduz essencialmente os produtos endógenos das regiões que completam o mapa de Portugal. “É uma romaria que já se realiza há 14 anos. Em relação aos municípios que têm vindo a participar no nosso evento, nós tentamos trazer sempre localidades diferentes só que estamos um pouco reduzidos ao espaço que temos.

No entanto, ainda temos quatro câmaras que estão a participar este ano pela primeira vez”, afirma Manuel Brito, Presidente da Arcop, confessando que espera atingir 12 mil visitantes nos três dias do evento.

Cerca de duas dezenas de municípios compuseram o certame e os autarcas quiseram viajar até França para sublinhar as qualidades que cada município apresenta. A participar pelo 12º ano consecutivo, a Câmara de Ponte da Barca já é um cliente habitual da feira . ”É

sempre para nós um gosto muito grande estarmos presentes numa iniciativa desta natureza. Esta deve ser a maior concentração de emigrantes portugueses”, salienta o edil do município de Ponte da Barca, António Vassalo Abreu. Para o Presidente da Câmara de Vila Verde, António Vilela a participação neste evento é muito positiva. “Temos todo o gosto em estar aqui. Além de promovermos o nosso país e a nossa terra também ficamos aqui a conhecer muitas coisas”, adianta. Pela primeira vez em Nanterre, a Câmara de Paredes de Coura veio apresentar os seus produtos. “Nunca tivemos a tradição de participar neste evento. Por insistência de muitos amigos de Paredes de Coura, que diziam que era

uma falha imperdoável não estarmos presentes, decidimos participar e uma vez presentes será para continuar”, diz Vítor Paulo Pereira, Presidente da C.M. Paredes de Coura. Directamente de Ribeira de Pena, o seu Presidente também manifesta a sua opinião. “Isto é de facto um encontro de família e queremos voltar a participar”, acrescenta Rui Vaz Alves.

Praticamente a participar desde as primeiras edições, o município de Montalegre também não faltou a esta romaria. “É uma presença que se impõe derivado ao imenso respeito que temos pela nossa comunidade”, afirma Orlando Alves, Presidente da C.M. Montalegre. Da terra que tem a caça como modo de vida, Macedo de Cavaleiros também mar-

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cou presença e fez-se representar pelo seu Vice-Presidente. “É um ambiente agradável e onde há o sentimento da portugalidade. Há muitos cidadãos de Macedo de Cavaleiros que trabalham aqui nas imediações de Nanterre e da grande região de Paris. É sempre com enorme apreço que estamos nestes encontros”, confessa Carlos Barroso. “Eu tenho uma boa expectativa porque isto é uma zona onde há muitos emigrantes de Vilar Flor. Como nós temos excelentes produtos quisemos vir cá e estamos com uma representação alargada com sete produtores”, conclui o Presidente Vilaflorense Fernando Barros.

Com um carácter de união e paixão pelas raízes portuguesas, esta romaria proporciona aos emigrantes uma aproximar às suas origens. “É a primeira vez que estou aqui, mas já conheço esta iniciativa há muito tempo.

Estou aqui com muito gosto, com muitos autarcas e com o Sr. Cônsul Geral para conhecer e para com a nossa presença ajudar a valorizar e a divulgar esta iniciativa. As autarquias são fundamentais na promoção, na valorização e no desenvolvimento das regiões e territórios”, defende José Luís Carneiro, Secretário de Estado das Comunidades. “Eu gostei muito de vir cá o ano passado e percebi logo que era uma feira de grande relevo para a nossa comunidade e também para a nossa economia. Este ano viemos com uma delegação reforçada e acho que é uma recompensa aos nossos produtores, expositores e aos nossos autarcas poderem contar com o Se-

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cretário de Estado”, conclui António Moniz, Cônsul Geral de Portugal em Paris.

Termina assim mais uma edição levada a cabo pela Arcop que promete continuar a unir, no seio de Nanterre, a alma da diáspora portuguesa. L

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No congresso anual da Civica o assunto principal foi a cidadania A Associação de Autarcas de Origem Portuguesa em França, a Civica, realizou o seu congresso anual de 2017. Sob o olhar atento de Napoleão Bonaparte, o encontro teve lugar numa das salas do Palácio dos Inválidos e serviu para elucidar os luso-eleitos quanto à sua actuação politica.

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ão já 15 anos que fazem parte do percurso que a Civica tem vindo a traçar.

Com o claro intuito de proporcionar uma educação de cidadania e promover uma maior interacção cívica aos luso-eleitos, a associação tem vindo a desenvolver mais reuniões que tem ajudado os autarcas portugueses.

Os autarcas portugueses eleitos, residentes em França, tiveram a oportunidade de enriquecer o seu portfólio político. A Civica levou a cabo mais uma iniciativa que visa reunir o maior número de pessoas ligadas à política francesa mas que falam português. Ao longo da Assembleia-Geral foi colocado em cima da mesa o balanço do último ano da associação.

A apresentação de um novo portal que consiste numa banda desenhada e, por outro lado, valores como cidadania e a educação foram os temas debatidos com o objectivo de criar uma coesão entre os eleitos “Foi um ano de trabalho. O que nos anima de 2016 para 2017 é a educação dos mais jo-

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vens. Vamos distribuir uma banda desenhada já em Setembro deste ano, cujo objectivo é dar informação através das personagens Léa e do Hugo. São irmãos que vão falar sobre como participar no Concelho Municipal de Crianças e de Jovens”, explica Paulo Marques, Presidente da Civica.

“Eu acho que este congresso tem a ver com algo que é fundamental na vida de uma comunidade no estrangeiro, que é a participação cívica e política. Os portugueses que vivem neste país, muitos deles já são franceses, são importantes para a vida social e económica. Todo o trabalho desta associação, ao longo de 17 anos, tem sido para motivar os portugueses à sua implementação na vida politica”, reforça Carlos Gonçalves, Deputado PSD. Por sua vez, e também presente no congresso, o Deputado do PS também manifesta o seu agrado em relação a estas iniciativas “Todas as organizações que podem dar um contributo para a promoção da cidadania devem ser acarinhadas. Neste

caso, a Civica tem um papel importante porque faz a promoção da cidadania e também com a sua acção tem promovido uma aproximação a Portugal e França”, realça Paulo Pisco.

Já na opinião de Maria Dias, autarca na região parisiense, a visão sobre este congresso é favorável uma vez que ajuda os portugueses eleitos a saberem melhor agir na sua vida politica. Entre os presentes a opinião foi unânime e para a autarca Nathalie Fordelone este dia também foi especial “As ideias principais são a educação cívica e os interesses pelas novas eleições. É muito interessante”, confessa.

Mais uma vez a Civica reuniu os autarcas e proporcionou momentos de reflexão e formação. Criar uma maior proximidade dos edis com as suas áreas municipais e incentivar a união, entre os mesmos, tem sido o estandarte da associação que representa e ajuda mais de 4 mil portugueses eleitos em França. L

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Batalha de La Lys e soldados portugueses da Grande Guerra foram homenageados em França No passado dia 22 de abril, o ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, presidiu no Cemitério Militar de Richebourg e no Monumento aos Mortos de La Couture, na região de Nord-Pas-de-Calais no norte de França, às cerimónias do 99.º aniversário da Batalha de La Lys e de homenagem aos militares portugueses que participaram na I Guerra Mundial em França. A Lusopress acompanhou o evento e ficou também a saber como estão a correr os preparativos para assinalar o centenário no próximo ano.

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odos os anos, em abril, Richebourg e La Couture recebem esta homenagem organizada pelas autoridades portuguesas com a estreita colaboração das autoridades francesas. Este ano a cerimónia arrancou no cemitério militar português de Richebourg, palco da batalha ocorrida a 09 de abril de 1918, onde estão sepultados 1861 soldados portugueses. Depois de uma intervenção religiosa, foram depositadas coroas de flores oferecidas por várias entidades portuguesas e francesas, cantados os dois hinos nacionais, realizadas algumas alocuções e foi ainda assinado o livro de honra. O cemitério de Richebourg é exclusivamente português. Dos soldados sepultados, 238 são desconhecidos, provenientes de outros cemitérios franceses de Le Touret, Ambleteuse e Brest, de Tournai, na Bélgica, e também os corpos de prisioneiros de guerra mortos na Alemanha.

A Batalha de La Lys foi a maior derrota militar portuguesa depois de Alcácer Quibir. No dia 9 de abril de 1918, enquanto faziam um render de tropas, os militares portugueses comandados pelas forças britânicas, foram surpreendi-

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dos por um ataque alemão que acabaria por conquistar La Lys e depois as terras altas da Flandres, tomando Ypres e o monte Kemmel já na Bélgica. Este ano, a cerimónia e a homenagem aos soldados perdidos em combate foi prestada mais tarde em França por motivos de

agenda, mas esta data nunca é esquecida em Richebourg e La Couture. A recordar a presença portuguesa na Primeira Guerra Mundial em França, há ainda o monumento de La Couture do escultor português António Teixeira Lopes, inaugurado a 10 de novembro de 1928. Também no dia 22 de abril, uma hora mais tarde, nessa localidade vizinha, houve uma segunda cerimónia em frente ao monumento, novas alocuções, nomeadamente do Maire de La Couture e uma deposição de coroas de flores.

Também presente, o Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, afirmou que “este episódio deveria servir para reflectir sobre o actual momento vivido no mundo”.

Em entrevista à Lusopress, Azeredo Lopes afirmou que “a preparação das Forças Armadas modernas não é um luxo”, mas sim “um dever num contexto instável e de forte ameaça”. Em França, durante a cerimónia de homenagem aos combatentes portugueses que morreram há 99 anos na Batalha de La Lys durante a Grande Guerra, o Ministro referiu que “Portugal provou que está sem dúvidas e ambiguidades ao lado dos seus aliados” e manifestou

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| SOCIEDADE

total apoio à França, um dia depois de mais um atentado e em véspera de eleições. “Continuamos a ser um aliado credível e solidário, seja num quadro bilateral ou de organizações internacionais, como a ONU, NATO e União Europeia. Somos um Estado amigo e aliado de França como fomos em 1917”, acrescentou.

O Ministro referiu também que os ataques terroristas mais recentes “querem incutir o medo, sobretudo, de existirmos como sociedade livres e plurais” e deixou uma mensagem de força e coragem durante o seu discurso.

“São ataques que nos querem destruir”, afirmou. “Não vão evidentemente consegui-lo, mas também é verdade que hoje a defesa dos países, a nossa defesa, se faz também através da aceitação de que os combatentes hoje não são muitas vezes os tradicionais, mas são tão ou mais perigosos do que o que aqueles que no passado nós combatemos”, sublinhou.

José Alberto Azeredo Lopes afirmou ainda que em 2018, no centenário da Batalha de La Lys, “a representação a um nível português será muito elevada”.

Os preparativos para o centenário João Marques, o Presidente da União Franco-Portuguesa de Richebourg desde 1990, ajuda a preparar as cerimónias anuais evocativas da histórica Batalha de La Lys e faz a articulação com as autoridades francesas. Este ano já começou a idealizar o evento que irá assinalar o centenário e espera receber o Presidente da República português durante as comemorações de 2018. “Nós começámos e agora não conseguimos parar”, diz-nos em frente ao Monumento de La Couture. “A nível francês temos uma reunião no próximo dia 6 na Mairie de Richebourg e queríamos fazer algo diferente, com maior força no próximo ano. Quando o nosso Presidente esteve no ano passado no cemitério, eu estava em Portugal infelizmente, mas ele prometeu ao Maire de Richebourg estar presente no próximo ano e, portanto, eu tenho essa esperança e gostaria que fizéssemos uma grande cerimónia porque assinalam-se os 100 anos da Guerra e estamos a ver com as Associações francesas se conseguimos unir tudo e fazer algo mais impactante”, referiu em entrevista à Lusopress.

Imigrante em França há mais de 40 anos e Presidente da Associação há 27, João Marques gostaria de dar continuidade a estas iniciativas

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através das gerações mais jovens e não quer deixar esta data cair no esquecimento. “Mesmo hoje estive a falar com o meu filho porque ele já me tem acompanhado e eu espero que quando eu não puder, ele continue com esta cerimónia porque nós não podemos esquecer isto”, referiu. O Presidente da Liga dos Combatentes, Chito Rodrigues, também sublinhou a importância de passar o testemunho aos mais novos. De acordo com o Tenente-General, “a Liga dos Combatentes é uma instituição perene” e tem inclusive “um programa” dedicado à “passagem do testemunho. “Como viu hoje aqui, dois netos foram levados a colocar flores”, afirmou em declarações à Lusopress. “A Liga dos Combatentes tem 113 núcleos espalhados pelo país e pelo estrangeiro, alguns deles em França e hoje 50% dos dirigentes da Liga dos Combatentes são já jovens que fizeram operações de paz e humanitárias, capacetes azuis e não só, portanto, nós estamos a passar o testemunho”, sublinhou no final da cerimónia.

A história do Herói Milhões Também presente nas homenagens no norte da França estava o Presidente da Câmara de Murça, José Maria Garcia da Costa. O município, para além de estar geminado com La Couture no âmbito da Batalha de La Lys, está também a organizar uma série de actividades comemorativas para assinalar o centenário.

No passado dia 9 de abril “foi inaugurada uma exposição com o espólio militar em colaboração com o Museu Militar”, lançaram “um livro de um Tenente Coronel também natural do Concelho e que imortalizou todos aqueles que nasceram em Murça e que participaram na Primeira Guerra Mundial” e o autarca pretende lançar um programa comemorativo que só terminará no dia 9 de abril do próximo ano

e terá como ponto alto a apresentação da casa do Soldado Milhões devidamente reabilitada.

Aníbal Augusto Milhais foi um soldado raso que combateu na Primeira Guerra Mundial e ganhou fama quando se bateu sozinho contra os alemães para ajudar à retirada das forças aliadas. Foi em abril de 1918, durante a Batalha de La Lys (Flandres), e os seus actos de bravura valeram-lhe a mais alta condecoração militar nacional, a Ordem de Torre e Espada. Na sua terra natal, no concelho de Murça, distrito de Vila Real, todos conhecem a história do jovem analfabeto e pobre, um franzino com pouco mais de metro e meio de altura, que desobedeceu às ordens de retirada e ficou para trás, sozinho e abrigado numa trincheira, a disparar contra o inimigo. Milhais acabou por ficar conhecido como o soldado Milhões, um epíteto que nasceu com o elogio do seu comandante, Ferreira do Amaral: “Tu és Milhais, mas vales milhões”. Depois de morrer aos 75 anos em Valongo, a aldeia que adoptou o nome de Milhais em sua homenagem, que deu ainda o nome “Herói Milhões” a uma rua, quer agora recuperar a casa onde viveu. O imóvel foi doado à Câmara de Murça que, segundo disse o presidente José Maria Costa, quer ali criar um “espaço de memória” e de homenagem.

Já em França, o Cemitério Militar Português, sob jurisdição do Estado português está preservado, tem além da bandeira de Portugal, várias referências simbólicas, como o escudo nacional, a cruz latina ou um altar de pedra onde estão inscritas as províncias portuguesas - Algarve, Alentejo, Beira Baixa, Beira Alta, Minho, Douro e Trás-os-Montes. No próximo ano, Richebourg e La Couture receberão novamente esta homenagem, mas a cerimónia promete ser maior para fazer jus ao seu centenário.

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| FEIRAS, FESTAS, ASSOCIAÇÕES E SOLIDARIEDADE

Uma gala que significou uma ajuda directa ao coração das crianças Todos os anos, o Lions Club Montfermeil – Coubron realiza uma gala. No ano 2017 cumpriu-se o ritual e foi o momento dos membros da associação se unirem e confraternizarem.

Serviços humanitários e comunitários estão na gene do grupo que muito tem feito para ajudar quem mais precisa. A gala teve a particularidade de coincidir com o 100º aniversário dos Lions Internacional

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m todos os capítulos escritos pelos nossos antepassados sempre se notabilizaram e imortalizaram feitos que correspondem a bonitas epopeias. Ligados a estes momentos marcantes, que preconizaram alterações comportamentais até a um nível mundial, estão nos bastidores nomes que fazem eco em qualquer parte do mundo. Quis a história da humanidade, algures por 1917, conhecer aquilo que foi um sonho de um empresário natural de Chicago.

Melvin Jones tinha o objectivo de alargar as preocupações meramente profissionais ao campo das causas sociais. Com base nesta filosofia de vida nasceu a Associação Internacional do Lions Club que tem como premissa ajudar e promover o bem-estar de quem mais precisa. Por todo o mundo estão

espalhadas várias associações e o Lions Club Montfermeil-Coubron é mais um exemplo desta realidade que privilegia a fraternidade e a união organizando todo o tipo de iniciativas.

Com a Hashtag “Weserve”, a gala dos Lions foi assinalada como um momento de festa e Montfermeil uniu-se para aplaudir mais uma iniciativa que visa ajudar quem mais precisa.

A gala teve a particularidade de ser realizada num momento em que coincidiu com os 100 anos de existência da Associação Internacional dos Lions Club. “Esta noite esperamos receber 750 pessoas. Este ano vamos atingir o recorde do clube, mas esperamos repetir o mesmo número no próximo ano para ajudar as crianças que precisam”, explica Michael Thuniere, Presidente dos Lions Montfermeil-

-Coubron.

A gala teve lugar num pavilhão de Montfermeil onde não faltou boa comida e boa música para os convidados que marcaram presença. “Os donativos desta noite serão para as crianças com deficiências. Fazemos baptismos de voos há três anos e este ano vai ter lugar em Lognes e depois em Portugal, Mirandela”, realça o Presidente do Clube que desenvolve acções no Hospital e num lar de idosos em Montfermeil, entre outras.

Fazer o bem com um sorriso no rosto faz parte da associação. Durante a gala que organizaram esteve sempre presente esse espirito entre os membros. “Estou um pouco surpreendido em ver tanta gente e sei que muitos vieram de muito longe. Maior parte das pessoas que estão aqui têm uma vida

complicada e não é fácil deslocarem-se para estarem presentes. Aproveito este momento para agradecer a todos. Este ano em associação com o Rotary esperamos ajudar entre 700 a 1000 crianças”, afirma Mapril Baptista, membro dos Lions. Por sua vez, Mário Martins, também membro da associação confessa que está feliz com mais uma iniciativa.

“Hoje mais uma vez conseguimos encher esta sala. Reservamos 98 mesas com 10 lugares e isso equivale a 980 pessoas presentes.

Nós apercebemo-nos realmente que os portugueses são muito solidários e os eventos que realizamos são prova disso”, conclui. A juntar a estas declarações, Fernando Costa, da associação Rotary sublinha a importância de haver pessoas que permitam realizar estas iniciativas. Bem conhecido da realidade portuguesa, e mais concretamente dos amantes do futebol, o antigo profissional da bola e jogador do Benfica marcou presença nesta acção e não passou despercebido. “É um privilégio muito grande poder estar cá hoje. Eu tive a oportunidade de conhecer o

projecto e é maravilhoso ter condições de ajudar as pessoas menos favorecidas. É o meu segundo ano cá e espero continuar por muitos anos”, confessa Valdo.

Cada vez mais as ajudas multiplicam-se e o sentimento de dever cumprido esteve estampado no rosto de quem veste a camisola. Ao longo da noite não faltaram músicos que deram cor ao evento e a noite terminou

assim animada, onde o público correspondeu à altura.

No pavilhão Besson, a meta foi alcançada e a magia espalhou-se às mais de 800 pessoas presentes na gala que foram responsáveis pela angariação de mais de 70 000 mil euros.

Um número redondo que irá significar mais ajudas e ainda o motivo de abraçar novas merecidas causas. L

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| FEIRAS, FESTAS, ASSOCIAÇÕES E SOLIDARIEDADE

ABP regressou na semana da gastronomia da Rádio Alfa

A língua de Camões registou mais um momento de valorização. Uma academia bem portuguesa, uma gastronomia de selo português e uma testemunha que viu de perto todo este acontecimento, o conhecido Vasco da Gama. A Academia do Bacalhau de Paris realizou um novo encontro e foi sinónimo do primeiro evento sob o comando de Fernando Lopes.

No passado mês de Março, na sala Vasco da Gama, 238 pessoas deram cor à iniciativa, e ao mesmo tempo, puderam assinalar a 15ª edição da Semana da Gastronomia Portuguesa.

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ão vários os momentos de convívio que são organizados pela Academia do Bacalhau de Paris. Considerada das maiores associações da diáspora portuguesa, o grupo de luso-portugueses realiza várias iniciativas que visam enriquecer laços de amizade entre os membros e também a ajuda em causas sociais e humanitárias. Desta feita, a sala Vasco da Gama, em Valenton, encheu-se de comadres e compadres para acolher mais um momento de união que coincidiu com o festival da gastronomia portuguesa. Esta ocasião ficou marcada também por ser a primeira iniciativa realizada pelas mãos de Fernando Lopes, actual Presidente da ABP. Bacalhau como desígnio da Academia e Bacalhau como iguaria escolhida para saciar o apetite dos compadres e comadres que marcaram presença. A fragância destes manjares típicos logo se propagou à sala e o ambiente era de plena harmonia.

Responsáveis pela degustação gastronómica, os restaurantes Torres e Tentações da Montanha uniram a arte de cozinhar à volta apenas de uma iguaria, o bacalhau. “Temos

um bacalhau feito no forno com azeite e alho, um gratinado de bacalhau com bechamel, uma açorda de bacalhau, um bacalhau à Torres, um bacalhau do Barroso, um bacalhau transmontano, um bacalhau de Boticas, e por fim, um bacalhau do norte de Portugal. São 8 formas diferentes de confeccionar o baca-

lhau e é esta a nossa surpresa para as pessoas que estão aqui hoje”, explica Fernando Torres, do restaurante Torres.

Deu-se assim início a uma tertúlia recheada de ingredientes que deixaram água na boca. “É um evento extraordinário, de amigos. A proporção da Academia do Bacalhau, nos úl-

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| FEIRAS, FESTAS, ASSOCIAÇÕES E SOLIDARIEDADE

timos anos, teve uma grande evolução e isso deve-se à forma como tem sido gerido pelos antigos presidentes. Pessoalmente sinto-me muito feliz pela primeira vez, na sala Vasco da Gama, e com um Presidente eleito há poucos dias que é o meu filho”, afirma Armando Lopes, membro da associação.

Ao longo desta iniciativa novos padrinhos e comadres foram apadrinhados. Entre os elementos, a comadre Júnior Kelly de Sousa deu dinamismo ao espirito de solidariedade que está imbuído na cultura da associação.

Com a ajuda do supermercado “Saveurs du Portugal”, foi possível comprar doces ajudando assim quem mais precisa. “É muito importante ajudar e pôr em prática a nossa portugalidade. Sinto-me feliz por ser uma nova comadre. Os doces que estão à venda hoje à noite foram feitos por jovens da academia ABP Júnior”, refere a nova comadre.

“A Academia do Bacalhau resume-se a três valores essenciais. Uma delas é claramente a amizade e a confraternização que me parece fundamental. A segunda é a solidariedade e é por isso que esta instituição existe e a terceira é a portugalidade que permite uma ligação ao nosso país”, refere Carlos Gonçalves, deputado do PSD, que não faltou a este momento.

Já nas palavras do novo rosto da ABP o orgulho e a satisfação foram evidentes. “Quando somos muitos a trabalhar no mesmo sentido os resultados estão à vista. Tenho muito orgulho em ter esta noite com a plateia que aqui marcou presença”, explica Fernando Lopes, Presidente da ABP. Cumprindo o ritual do “Gavião de Penacho”, a academia viveu mais um dia de confraternização. L

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| CRÓNICA

Livres pensamentos S

em dúvida alguma que estamos a viver um momento particular.

Temos vindo a assistir a um clima bastante sombrio e preocupante nos domínios da política e da sociedade em França. Está uma atmosfera agitada e mesmo electrizante do lado da classe política e que tem contaminado a própria população. Tem sido um continuar de propósitos e de enredos que pela sua natureza « sui generis » muito tem contribuído para desvalorizar e pôr em causa o crédito e a confiança que as pessoas depositam na política e nos seus representantes.

Na verdade, parece estarmos perante a falência anunciada do sistema político que tem vigorado nos últimos anos em França e, por tabela, em idênticos moldes nos outros países ocidentais. É certo que os partidos tradicionais se envolveram num sem número de problemas e, em relação a um deles, temos vindo há vários dias a assistir à sua implosão. Tudo isto leva a que uma parte das pessoas deixem de acreditar nas receitas que muitos políticos oferecem quando se candidatam a potenciais cargos de alto nível e de responsabilidade do Estado. Eles, que ao passarem pelo governo, falharam nas políticas que decidiram pôr em aplicação.

Muito recentemente os principais partidos de direita e de esquerda

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Comendador António Nuno Cabeleira

resolveram fazer primárias para escolher o seu candidato a Presidente da República, o que é um «modus operandi» de louvar e o mesmo até honra a própria democracia. No decorrer destes processos, através do jogo democrático, a maior parte dos candidatos que tiveram responsabilidades em governos anteriores, acabaram por serem chumbados nas primárias, daí resultando surpresas com as quais pouca gente contava. Até as sondagens se enganaram. E isto porquê ?

As pessoas sentindo-se traídas voltam-se agora para os extremos ou para candidatos contrários a políticas de «establishment», que não deram bons resultados, o que é bem compreensível.

As eleições para o PR estão a cerca de poucas semanas, e os candidatos que resolveram continuar o combate, agarrados às suas convicções e na tentativa de chegar à mais alta responsabilidade do Estado, multiplicam as suas deslocações, os debates e os comícios a fim de angariar potenciais eleitores que decepcionados se encontram ainda indecisos.

Visto o estado de decadência a que chegou a democracia nos países ocidentais, por falta de uma boa terapia política que os responsáveis

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| CRÓNICA

não souberam encontrar a tempo para combater os grandes males, o que está agora a acontecer em França e também noutros países não é de admirar, ao ponto das pessoas se queixarem do facto da maioria dos partidos se encontrarem desconectados da realidade da vivência das populações.

de alguns, uma grande trapalhada, que inevitavelmente trará graves consequências à própria democracia. Ela ficará mais frágil e acabará, ao mesmo tempo, por ir reforçar o pensamento de todos aqueles que, por vários motivos, deixaram de acreditar nos partidos políticos e se passaram para o campo dos abstencionistas.

Neste país, como se estivéssemos perante uma marcha fúnebre, tem-se vindo a assistir à morte dos dois grandes pilares da 5a. República francesa que se encontram neste momento desarticulados e em plena decomposição. O PS por um lado fruto da sua conduta durante e sobretudo nos últimos cinco anos, e os Republicanos por outro lado devido a práticas de corrupção, de alguns responsáveis, utilizadas para arranjar dinheiros mesmo para proveito próprio, práticas que são imorais aos olhos de muita gente.

Entretanto, em relação a um dos candidatos uma coisa é certa, querer ser Presidente da República contra ventos e marés, numa negação total de práticas contrárias à moral e de simples avidez pelo dinheiro, não parece ser, a meu ver, uma boa solução.

Os partidos tradicionais habituados a marchar na corda bamba, como verdadeiros equilibristas, vigiando por um lado a reacção da população que pode ser perigosa e por outro sem grande vontade nem poder para contrariar os desígnios da alta finança, acabaram por se sentar em cima de barris de pólvora que agora estão prestes a rebentar.

Foi uma pré-campanha alucinante. E a campanha oficial que está a decorrer caracteriza-se por ser ainda pior dado as revelações de fraudes que surgem quase diariamente e as contradições de várias figuras políticas que dão o dito por não dito traindo a honra e proferindo declarações, um verdadeiro atropelo à democracia. O facto de não se respeitar a maioria leva a situações graves que não se compreende e que poderão ser punidas logo que a possibilidade se apresente.

E assim, a bom ritmo, se vai notando uma certa confusão e, no dizer

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Mas por enquanto aqui em terras de França, ainda a procissão vai no adro. Até ao fim de todo este processo de campanha eleitoral, a até chegarmos ao momento crucial, o resultado apurado nas urnas, muita água correrá no Sena.

A democracia é um sistema político que se baseia nas liberdades e direitos fundamentais dos cidadãos. É um sistema que assegura a liberdade de imprensa, de manifestação, de associação e que permite tantas coisas como lutar contra o que está mal na sociedade.

E sobretudo tem a virtude de acautelar ou de impedir de recair em sistemas ditatoriais de esquerda ou de direita.

E, agora na presença do ressurgimento cada vez mais acentuado de ideias políticas de sectarismo exacerbado propagadas por determinado partido, as pessoas deviam de pensar que, mais vale prevenir do que remediar, como diz o velho ditado.

Entretanto, daqui até à hora do resultado final vamos esperar e seguir com atenção o desenrolar de todos este processo mantendo, no entanto, uma certa esperança e otimismo que é bem salutar. L

Société familiale créée en 1988 spécialisée dans les travaux de réhabilitation et d’entretien du patrimoine pour les plus importants bailleurs sociaux.

Lauréat du Prix MONITEUR National et Région IDF de la construction « Catégorie second œuvre » Président : Christine FERNANDES DUCROT Directeur Général : David FERNANDES Directrice du pôle entretien : Sandra ALVES

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Mais de 300 produtores de vinho português estiveram na Prowein em Düsseldorf A maior feira de vinhos do Mundo regressou a Düsseldorf entre os dias 19 e 21 de março e reuniu mais de seis mil expositores de 60 países. Este ano Portugal reforçou a sua presença e apresentou mais expositores do que nos anos anteriores. O país tem um importante interesse no panorama internacional, continua a registar um crescimento consistente no mercado alemão, por isso, na Alemanha as empresas deram a conhecer os seus artigos e exportaram também as paisagens de Portugal. A Lusopress viajou até Düsseldorf e conta-lhe como correu o evento.

O

cenário era a Prowein, a maior feira de vinhos do mundo e à nossa volta tínhamos 350 produtores de vinhos portugueses. Cada stand proporcionava uma experiência diferente através da degustação de vinhos e trazia uma história especial na bagagem. Stephen Christie, por exemplo, apaixonou-se pelo Douro há vários anos e decidiu seguir a rota inversa da emigração portuguesa. O francês criou uma empresa familiar e está no sector do Vinho do Porto há mais de duas gerações. “Eu sou um emigrante realmente”, diz-nos junto ao stand. “O meu pai é inglês, a minha mãe é belga, eu nasci em França e estou em Portugal desde 1979”. Nesse ano, Stephen Christie arrancou com o vinho do Porto, mas o projecto da Quinta e da Christie’s Wines é mais recente e começou apenas em 2011 com vinhas de média-alta qualidade.

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“Nós não entramos na competição de vinhas low-cost”, sublinha. “Esse não é o nosso negócio porque eu acho que os vinhos do Porto são únicos, têm que ser bem vendidos, bem trabalhados e os vinhos do Douro são exactamente a mesma coisa. O Douro é uma região bastante complicada e difícil de trabalhar, é tudo feito à mão, não há máqui-

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nas ou muito poucas, por isso, tem que ser compensado o trabalho dos produtores”, sublinha. Apesar de ser francês, o produtor é completamente apaixonado pela Invicta e criou um projecto de alma e coração. A Quinta Dona Mafalda da Christie’s produz anualmente aproximadamente 30. 000 litros de vinho num total de 7 hectares de vinha e, durante o certame, conseguiram realizar contactos com clientes dos Estados Unidos, Alemanha ou Holanda.

Percorrendo os corredores da Prowein, encontrámos várias empresas portuguesas de diferentes regiões do país, divulgando as suas marcas e procurando reforçar a sua presença no mercado externo. A histórica “Quinta da Pacheca”, por exemplo, já participa neste certame há algum tempo. Em

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Düsseldorf procura receber “os clientes habituais”, mas também realizar “novos contactos de outros mercados” onde ainda não estão presentes. A Quinta é uma das mais conhecidas propriedades do Douro, tendo sido das primeiras a engarrafar vinhos com a sua marca. A mais recente história desta propriedade funde-se com a Diáspora Portuguesa. Em 2012, dois empresários portugueses radicados em França investiram na aquisição da histórica Quinta da Pacheca e agora têm mais projetos em vista por todo o país. Paulo Pereira e Maria do Céu Gonçalves são emigrantes portugueses, mas investiram nas suas raízes e ajudaram a colocar produtos nacionais no carrinho de compras dos franceses. Em pouco tempo conseguiram que um vinho da “sua” quinta no Douro entrasse na carta de um dos melhores restauran-

tes de Paris e construíram uma história de regresso, de sonhos que se transformaram em negócios. Para além da venda de vinhos, a Quinta situada em Lamego também desenvolve o enoturismo e garante que o seu ex-libris é o “The Wine House Hotel”, uma das mais conhecidas unidades de “turismo de charme” do Douro e tem sido alvo de várias distinções a nível internacional. De acordo com o Director Comercial presente na Prowein, Nuno Costa, na Quinta da Pacheca “o enoturismo e os vinhos caminham sempre lado a lado”. “É sempre muito importante convidar os nossos clientes e parceiros já de algum tempo ou novos a visitarem o nosso enoturismo no Douro porque é uma forma diferente de conhecerem também a nossa casa e de puderem também promover os nossos vinhos nos seus países”, sublinhou.

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“Nós queremos mostrar ao mundo que em Portugal sabemos fazer qualidade” Mesmo em frente ao stand da Quinta da Pacheca, encontramos o espaço da Quinta de Lemos, por isso, partimos da região Douro em direcção à Região do Dão. A quinta que nasceu há cerca de 15 anos entre quatro serras - Estrela, Caramulo, Buçaco e Nave na região vitivinícola do Dão, tem 3 mil oliveiras, colmeias para produção de mel e 25 hectares de vinha. Todos os anos faz chegar ao mercado nacional e internacional 100 mil garrafas e Pierre de Lemos garante que para o objectivo da empresa, esta meta é mais do que suficiente. “Nós desenvolvemos muito bem o mercado do Canadá, temos uma óptima relação com as empresas “Ferreira”, que é para mim o melhor restaurante do mundo - é um restaurante português que se chama “Ferreira Café” e que se encontra em Montréal. Na Bélgica também temos boas relações, até porque eu sou metade belga, metade portuguesa. A Alemanha funciona muito bem, na Ásia nós começamos um pouco, mas como eu digo, nós temos 100 mil garrafas e o nosso objectivo é ter 20 países e 25 mil garrafas por país”, referiu.

O pai de Pierre, Celso de Lemos, é natural de Viseu e há 35 anos fundou a marca Abyss & Habidecor, fabricante de tapetes de casas de banho, roupões e toalhas de felpo que o Wall Street Journal considerou, em tempos, serem “as melhores toalhas do mundo”.

Apesar do sucesso alcançado com os tecidos de linho, algodão e caxemira, decidiu lançar-se à terra para criar uma quinta com vinhos de elite. Hoje pode-se dizer que a filosofia e a qualidade seguida nos tecidos estende-se aos vinhos. O filho garante que a Quinta só trabalha com castas de “qualidade” e procura promover “a paisagem do país”. “Como disse nós estamos num pla-

nalto que se encontra entre quatro canais de montanha. Encontra-se a três quartos de hora do Oceano Atlântico e a três quartos de hora da montanha, por isso, é prático. No mesmo dia vocês podem fazer esqui e surf e isso é extraordinário”, afirmou sorrindo.

“Nós queremos mostrar ao mundo que em Portugal sabemos fazer qualidade, sabemos desenvolvê-la e partilhá-la e é isso que tentamos fazer”.

Partindo do Dão até ao Alentejo encontrámos a Casa Agrícola Alexandre Relvas. A Herdade alentejana está presente na Feira Prowein desde 2004. Já vieram mais de dez vezes até Düsseldorf e no dia 21 de março já estavam a planear a presença para 2018. A empresa está muito focada na exportação, está presente em mais de 35 países, exporta cerca de 70% da sua produção e na Prowein conseguiram realizar ainda mais contactos com outros destinos. “Os principais mercados de distribuição da Herdade de São Miguel são do Benelux, portanto, Bélgica,

Holanda, um bocadinho menos o Luxemburgo. Na Bélgica os nossos vinhos podem ser encontrados nas lojas Delhaize, na Holanda também trabalhamos bastante e esta feira serve para ver esses clientes actuais e para tentar abordar novos clientes, novos mercados onde ainda não estamos presentes”, referiu Alexandre Relvas.

“O vinho é um ser vivo em garrafa”

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A poucos quilómetros de Évora, a Casa Agrícola Alexandre Relvas abre as portas também ao enoturismo e convida a desfrutar do tempo na boa companhia dos vinhos.

Garantem que em época de vindimas, a azáfama é grande, mas uma das melhores formas de saber mais ou, até mesmo, participar no processo de produção é visitar o seu espaço e conhecer o clima propício do Alentejo. “Eu costumo dizer que o vinho é um ser vivo em garrafa. Todas as vindimas têm características diferentes e o Alentejo

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é uma região onde é fácil fazer bom vinho porque a qualidade da fruta é muito boa. O Alentejo tem mais de três mil horas de sol por ano e isso permite que a fruta amadureça de uma forma especial, de uma forma quente e é muito importante para nós levar o sol dentro de cada uma das garrafas que vendemos”, sublinhou.

Para a Aveleda a presença na Prowein também é imperativa uma vez que “o maior mercado em termos de volume é precisamente o da Alemanha”. Neste momento, os vinhos da marca estão presentes em 70 países, mas os “mercados core” continuam

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a ser França, Canadá ou Brasil também muito graças à Diáspora Portuguesa. “O mercado da saudade é e será sempre uma porta de entrada nos países, uma representação e no caso de França é muito importante para o nosso negócio, sendo que também já estamos com uma presença bastante significativa nos meios de distribuição massiva”, afirmou Gustavo Monteiro, o Director Comercial da Empresa presente na feira. A Quinta Vale d’Aldeia é um projecto mais recente, situado nos arredores de Meda e ainda não chega a tantos pontos, mas os vinhos da marca já estão presentes em mais de 20 países diferentes e são a prova viva que para

os néctares portugueses é fácil entrar no mercado internacional. “Nós já vendemos para mais de 20 países diferentes. Os países mais importantes são neste momento o Brasil, a China, mas temos também países como a Bélgica, como a Alemanha e como a Suíça ou a França que são muito importantes e nos quais já temos uma boa representação”, afirmou José Reverendo Conceição da Quinta Vale d’Aldeia.

Durante três dias a Prowein recebeu 58 500 visitantes, registando aumentos entre 3 e 6% relativamente à edição anterior. O evento regressa a Düsseldorf em 2018, entre os dias 18 e 20 de Março. L

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Alfyma esteve presente na Feira Passenger Terminal Expo em Amesterdão Cadeiras que oferecem massagens relaxantes antes de um voo, robots ou equipamentos que facilitam o check-in do passageiro antes do embarque são apenas alguns exemplos das inovações que estiveram expostas em Amesterdão entre os dias 14 e 16 de março.

Este ano a Feira Passenger Terminal Expo realizou-se no Centro de Convenções da cidade holandesa e reuniu mais de 200 empresas da indústria dos aeroportos. O certame realiza-se todos os anos numa cidade diferente e é considerado um dos eventos mais importantes do sector aeroportuário. A exposição reuniu companhias de todos os pontos do mundo e tinha também uma empresa gerida por portugueses em França. A Alfyma voltou a marcar presença no evento e aproveitou o momento para divulgar as suas inovações aos clientes habituais e aos novos interessados. A Lusopress visitou o stand e esteve à conversa com David Silva.

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o ano passado o Salão Passenger Terminal teve lugar na Alemanha, mas este ano festejou duas décadas de história na cidade mais visitada da Holanda.

Mais de 200 empresas deram a conhecer os seus materiais e equipamentos a vários aeroportos, apresentando artigos que vão desde as cadeiras até aos painéis de informação dos voos. Neste momento a principal inovação da Alfyma, uma empresa gerida por portugueses radicados em França, é um equipamento que permite o retorno automático dos tabuleiros. Este artigo já foi colocado no Aeroporto de Lisboa, mas a companhia está a competir num concurso para colocar o mesmo tipo de sistema noutros aeroportos do país. “Neste momento estamos a concorrer para uma oferta de 21 linhas - 13 em Lisboa, quatro em Faro e quatro no Porto em opção. Nós ganhá-

mos uma oferta em janeiro para o Aeroporto de Nantes e também para o Aeroporto de Roissy Charles de Gaulle para quatro linhas no Satélite 6 do Aeroporto”, afirmou David Silva em entrevista à Lusopress. “É uma moda, um artigo que todos os aeroportos precisam e eles querem saber como é que podem tê-lo”.

A Alfyma está focada na inovação, procura não ficar atrás das principais empresas concorrentes e também quer apostar na exportação para as suas origens. O jovem luso-descendente David Silva “acredita que Portugal é uma boa aposta” e espera desenvolver novos projectos em território luso. “Eu acho que o melhor país para fazer a exportação da Alfyma é Portugal porque nós somos portugueses e temos uma empresa lá. Nós tentamos fazer a exportação primeiro em Portugal

e vamos ver agora nos próximos meses se conseguimos ganhar esse caderno de encargos porque também não é fácil trabalhar no país. De qualquer forma, estamos a responder a várias ofertas como é o caso de uma no Aeroporto de Toulouse por exemplo, para o Aeroporto de Nice e queremos pôr em todos os Aeroportos produtos da Alfyma”, afirmou.

David nasceu em França, mas os pais são portugueses, por isso, também tem a nacionalidade do país e procura estabelecer boas relações com as suas origens. Para além dos negócios em Portugal a Alfyma criou recentemente uma parceria com uma companhia italiana que pretende avançar para o mercado francês e têm boas perspectivas para o futuro. “Neste momento em Paris estão se a realizar vários concursos que precisam de

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grandes empresas. Dado o nosso tamanho, nós não conseguimos responder a todos os concursos e, sendo esse um concurso enorme, uma empresa italiana pediu-nos para nós respondermos em parceria com eles porque eles também precisam de um apoio local francês para puder seguir o cliente do Aeroporto de Paris. Nós tentámos então fazer essa parceria com a empresa italiana e penso que é positivo porque ela está presente em todos os Aeroportos do mundo”, sublinhou.

A feira Passenger Terminal Expo arrancou em 1998, crescendo ano após ano até se converter num dos eventos mais influentes na selecção de fornecedores para os sistemas dos aeroportos. Amesterdão foi o lugar escolhido para assinalar a vigésima edição. À semelhança do que fazem noutros certames, a Alfyma ofereceu os tradicionais pastéis de nata e produtos portugueses aos visitantes, utilizando também a gastronomia portuguesa como foco de atenção. “Nós temos aqui algumas especialidades de uma Casa Portuguesa que se chama “Casa Bocage” e está em Amesterdão. Quando nós vamos a algum país, tentamos sempre encontrar um português que faça especialidades para dar a conhecer os nossos produtos aos nossos clientes e aos contactos que temos nas feiras. Eu acho que é um produto que na Alemanha ou em Amesterdão as pessoas não conhecem muito bem e às vezes até param só por causa dos Pastéis de Nata, mas nós conseguimos captar a sua atenção e mostrar também o que a empresa faz”, disse-nos David Silva.

Empresa esteve presente no 10º Reencontro Internacional das Parcerias Público-Privadas em Paris A Alfyma tem registado aumentos consideráveis todos os anos e procura marcar presen-

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com eles”, afirmou Ângelo Silva à Lusopress no decorrer do certame.

ça em vários salões e encontros empresariais.

Uma semana depois de David Silva ter viajado até Amesterdão para participar no Salão Passenger Terminal, o pai, Ângelo Silva, esteve em Paris no 10° Reencontro Internacional das Parcerias Público-Privadas (Rencontres Internationales des PPP em francês). Entre os dias 22 e 23 de março, vários empresários e actores públicos franceses e estrangeiros encontraram-se no Pavilhão Dauphine em Paris, “procurando desenvolver negócios no domínio privado ou governamental”. Este ano o Gabão foi o país convidado de honra e a Alfyma procurou reforçar, através da sua presença, as relações com o continente Africano. “Este salão está mais virado para África e como nós já temos referências em Marrocos, estamos a tentar chegar ao resto do continente africano para investir lá juntamente

Neste momento a Alfyma tem 210 funcionários, 16 agências e está a criar uma fábrica para produção em Portugal, nos arredores do Aeroporto do Porto. A empresa já existe desde 1974, tem registado uma forte expansão e, de acordo com o Presidente “o último volume de negócios foi de 36 milhões de euros, mas Ângelo Silva espera “duplicar a facturação” dentro de três anos através de uma estratégia assente na exportação e inovação.

“Nós temos muitas referências em França, mas queremos levar mesmo este produto para fora do país. Eu venho agora do Irão, passei lá oito dias e recebi muitas propostas de negócio para o Irão”, afirmou. Neste momento a empresa também está a investir numa inovação que irá permitir a reutilização e o reaproveitamento de pneus, tendo já recebido fundos do Governo Francês para avançar com o projecto nos próximos anos. “É uma invenção feita pela Alfyma de pirólise e serve para os pneus, mas pode ser utilizada noutros produtos. Nesta invenção nós metemos um enrolar de pneus dentro, tiramos petróleo, tiramos carvão preto, gás e depois podemos fazer electricidade ou calor”, explicou Ângelo Silva. “Eu creio que isto vai ser um produto mundial porque não envolve poluição nenhuma. O governo francês tem apoiado este projecto e recebemos agora cerca de 2 milhões de euros para avançarmos precisamente”, acrescentou. A Alfyma já tem 90 patentes espalhadas pelo mundo, incluindo na América, no Canadá, no Brasil e até na China, onde espera trabalhar mais brevemente.

Apesar dos investimentos que a empresa tem realizado, o retorno tem sido visível e Ângelo Silva mostra-se optimista. “Felizmente é uma aposta ganha e eu nunca faço nada sem ter a certeza que vou a ganhar”, concluiu. L

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Bruxelas

16 empresas portuguesas marcaram presença na Feira Seafood Expo Global Todos os anos a capital da União Europeia recebe uma das maiores feiras da Indústria do Pescado.

A “Seafood Expo Global” reúne compradores e vendedores dos quatro cantos do mundo e celebrou 25 anos de existência em 2017. Entre os dias 25 e 27 de abril 1.800 empresas de 79 países diferentes apresentaram as suas especialidades em Bruxelas, tendo como principal objectivo conquistar o mercado externo.

Portugal não foi excepção e a ALIF levou 16 empresas portuguesas. Na bagagem trouxeram o melhor pescado português e no centro da Europa encontraram um mar de oportunidades

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“Seafood Expo Global” é o maior certame mundial no sector da pesca e dedica-se à comercialização dos produtos desde 1992. Este ano, em Bruxelas, comemorou 25 edições apresentando, de acordo com os organizadores, um maior espaço de exposição, Espalhados em mais de 38.350 metros quadrados estiveram 73 pavilhões nacionais e regionais, apresentando os seus produtos e equipamentos inovadores. Países como a Costa Rica, Chipre, Mianmar, Roménia e Venezuela estrearam-se nos corredores do certame e deram a conhecer pela primeira vez no coração da Europa as suas potencialidades. Já Portugal mostrou ser um verdadeiro veterano

nestas andanças e apresentou 16 empresas portuguesas no seu stand, perfeitamente integradas no mercado externo. Quem o diz é a Associação da Indústria Alimentar pelo Frio (ALIF) que organiza o evento desde 2001 e tem assistido ao aumento do comércio externo desde o primeiro ano.

Manuel Tarré é o Presidente da Associação e da Gelpeixe e, durante a exposição, esteve à conversa com a Lusopress, revelando como os números da Balança Comercial falam por si.

“Estes certames de uma forma geral são sempre promissores. Não só galvanizamos os contactos com os clientes já habituais,

como abrimos outros clientes”, afirma em entrevista à Lusopress. “Se bem que o mercado está maduro, mas há sempre oportunidades de melhorarmos o que temos vindo a fazer e de colocarmos as exportações portuguesas, que já ultrapassaram os mil milhões no que diz respeito a toda a fileira do pescado, colocarmos ainda a crescer mais”, referiu. Há dez anos, as exportações portuguesas no sector das pescas representavam menos de 300 milhões de euros, mas em 2015 atingiram a fasquia dos mil milhões de euros e esses números são motivo de regozijo para quem vive do mar. Em Bruxelas estiveram muitas empresas cuja Balança Comercial está para lá de positiva, apresentan-

do até destinos de exportação insólitos.

De acordo com a Directora de Marketing do Grupo Rui Costa Sousa, Ana Gamelas, até a marca “Senhor Bacalhau” da empresa exporta para a Noruega e tem um cliente fiel na terra do produto. Já estão presentes em 36 países, apresentando “uma lista bastante extensa”, mas quando chega o momento de enumerar os destinos, este é definitivamente “o mais insólito”. “Para co-

vez, Portugal esteve presente com um pavilhão próprio, recebeu a visita da Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino e do Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário e procurou encontrar novos mercados e clientes.

As sete empresas privadas presentes no certame representam um terço do volume de negócios na transformação de pescado em Portugal, valendo cerca de 350 milhões de euros e empregando 1.431 pessoas. De

acordo com Manuel Tarré, essas empresas encontraram na América do Norte “áreas de interesse de mercados diferentes”, um ambiente “mais internacional” e prometeram voltar certamente ao continente americano.

Já em solo europeu, as relações continuam e são cada vez mais sólidas. De acordo com o Presidente da ALIF, em Bruxelas conseguem ter “contactos de todo o mundo, dos cinco continentes”, mas têm “um impacto muito grande dentro do que é a Europa” e “a maior parte dos negócios que surgem na Expo da Bélgica “são com entidades e empresas sediadas dentro do continente europeu”.

O sector da transformação de pescado em Portugal gera um volume de negócios anual de 1.087 milhões de euros, tendo reforçado a exportação nos últimos anos. Também é considerado um dos mais produtivos, com uma eficiência média por trabalhador de 66.800 euros, acima da média da União Europeia (58.000 euros), com uma predominância de emprego de mulheres (mais de 65%) e de PME (acima dos 98%). No quadro de parceria com o sector, está também presente a Docapesca, empresa pública

meçar, nós estamos presentes também na Noruega porque o Grupo Rui Costa Sousa é constituído por sete empresas e duas delas estão na origem de onde vem grande parte da nossa matéria-prima e, portanto, lá temos uma estação de recepção de pescado e começamos parte do processo de cura do produto também na Noruega. Terminamos o processo nas nossas fábricas em Portugal, em Gafanha da Nazaré, e, a partir daí, exportamos para todo o mundo. A maior incidência está no Brasil, Angola, os ditos mercados da saudade onde existem grandes Comunidades Portuguesas e noutros países, incluindo até mesmo a Noruega.

Por mais irónico que possa parecer, conseguimos ter um cliente na Noruega que nos compra bacalhau demolhado e ultra-congelado”, afirmou Ana Gamelas em entrevista à Lusopress.

A aposta no continente americano Esta vontade de conquistar novas rotas de vendas reflecte-se também na presença de Portugal neste tipo de feiras. Para além desta aposta fiel em Bruxelas, em março o país esteve também na “Seafood Expo - North America 2017” que se realizou em Boston, nos Estados Unidos da América. A Seafood – Boston é considerada a maior mostra de pescado e indústria transformadora de produtos da pesca na América do Norte, contando com cerca de 1.200 expositores, oriundos de 40 países, entre grossistas, importadores/ exportadores, transformadores, fabricantes de maquinaria e aquacultura. Pela primeira

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responsável pelas Lotas do Continente. Em Bruxelas também estiveram representados no stand e, de acordo com a Presidente do Conselho de Administração, Teresa Coelho, “a Docapesca faz um balanço muito positivo” de 2016 e tem ainda perspectivas mais optimistas para o futuro.

A sustentabilidade do sector “Nós achamos que este ano ainda pode ser melhor do que o ano passado porque a senhora Ministra do Mar no último Conselho de (TAC) - Totais Admissíveis de Capturase quotas conseguiu um resultado absolutamente extraordinário para Portugal e para o Sector das Pescas, com uma maior quantidade em termos de toneladas, mas também com melhores espécies, ou seja, em espécies que normalmente são mais valorizadas em lota temos uma quota muito maior como é por exemplo o caso do tamboril, o que para nós significa que provavelmente o ano de 2017 será tão bom ou melhor do que 2016”, referiu. De acordo com Teresa Coelho, a actual Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, está focada na “sustentabilidade do sector” e a Docapesca está a procurar desenvolver “um conjunto de projectos” que irão precisamente trabalhar nesse sentido. “A senhora Ministra do Mar preocupa-se muito com a sustentabilidade em três dimensões:

ambiental, económica e social e para isso deu orientações à Docapesca para implementarmos um conjunto de projectos que a seu tempo divulgaremos no sentido de garantirmos a sustentabilidade do Sector da Pesca”, afirmou. “Ela tem persistido em determinadas matérias como a inovação, a investigação científica que nos permitem ter perspectivas para o mar muito melhores. De facto é um trabalho contínuo, um trabalho de equipa que sentimos que é cada vez mais sólido e mais robusto”, sublinhou a Presidente do Conselho de Administração da Docapesca.

Já Manuel Tarré da ALIF, em Bruxelas lamentou a legislação apertada que é imposta ao sector e afirmou que gostaria de ver este ramo desburocratizado, sobretudo por parte das instituições europeias.

“Cada vez temos mais burocracia, cada vez temos mais normas e penso que às vezes vemos Bruxelas como um ponto de dificuldades e não um ponto de facilidades.

Deveríamos mudar essa orientação para termos uma legislação mais clara, mais objectiva e que defenda nitidamente os interesses da Indústria da pesca, mas também de toda a economia nacional”, afirmou em entrevista à Lusopress.

Portugal tem tido uma presença continuada e cada vez mais significativa em feiras ligadas ao pescado e produtos transformados como a SISAB (Lisboa), SIAL (Paris), SEAFOOD (Bruxelas), CONXEMAR (Vigo), ALIMENTARIA (Barcelona) e FEIRA de ANUGA (Alemanha), em parceria entre as empresas portuguesas do sector, a Docapesca e organizações de produtores. De acordo com as empresas e as entidades do sector, esta presença tem-se reflectido no aumento das exportações, da promoção dos produtos portugueses e no aumento do valor da economia do mar, por isso, é uma aposta para manter. No próximo ano, a “Seafood Expo Global” regressa a Bruxelas entre os dias 24 e 26 de abril de 2018. L

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| EMPRESAS E EMPRESÁRIOS

O Salão Mundial do Turismo 2017 superou as expectativas na 42ª edição 96 horas passaram a correr para os amantes de viajar. O Salão Mundial do Turismo abriu as portas e teve lugar no centro de convenções Porte de Versailles, em Paris. City Breaks, tendências e inovação, Enoturismo, cruzeiros, entre outras atracções, foram o ex-libris de uma das feiras turísticas mais conhecidas do universo.

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odos os anos, o Salão Mundial do Turismo reserva aos visitantes muitas surpresas. Este ano não fugiu à regra e a 42ª edição voou para mais um capítulo. Realizar um turismo de memória e de História relembrando a Primeira Guerra Mundial foi o tema apresentado pela organização.

Portugal está na moda e segundo a Organização Mundial do Turismo é um dos 20 maiores destinos do mundo. A par desta realidade, vários recantos do nosso país estiverem representados na feira e foram um convite para aguçar o apetite a quem aprecia a arte de viajar. “ Ir para fora cá dentro” faz cada vez mais sentido e a Lusopress foi perceber o porquê.

“Nós estamos cá para apresentar Albufeira e tudo aquilo que Albufeira tem para oferecer aos visitantes de certame.

Albufeira hoje é a capital do turismo em Portugal e faz todo o sentido estarmos aqui representados num certame com esta dimensão”, defende Rui Justo, Presidente da Associação de Turismo de Albufeira. Da cidade algarvia para a realidade do choco frito, Setúbal também publicitou as suas riquezas. “Setúbal não é só choco frito, atenção. No entanto, é o melhor peixe do mundo por causa das nossas plantas subaquáticas e da nossa temperatura da água. Estamos aqui para mostrar os nossos golfinhos, as nossas praias, a cultura, a gastronomia e nós temos tudo”, conta Júlio Cordeiro, do turismo de Setúbal. Do sudoeste da costa portuguesa, a ilha da Madeira também não podia faltar e apresentou propostas turísticas com desporto à mistura. “Nós estamos aqui a promover os eventos de corrida, aqueles eventos que se fazem todo na ilha da Madeira, e nós achamos que é uma boa forma de conciliar a parte desportiva com a parte do lazer turístico”, afirma Nuno Gonçalves, da Associação de Atletismo da Madeira. Continuando no arquipélago, Maria José da Associação de Promoção da Madeira sublinha que têm uma oferta muito variada, que vai desde o céu até ao mar. “É uma questão de escolha. Temos a Madeira conhecida pela montanha e temos todas as actividades de terra, desde os passeios a pé, canyoning, BTT, etc”, realça.

Outra proposta interessante é a de Luís Coelho, da empresa A2Z, que faz um convite ao mundo para descobrir Portugal a pé e de bicicleta. “Queremos que as pessoas descubram os aspectos autênticos do nosso país”, conclui.

Com as portas abertas ao mundo, o Salão mundial do Turismo termina para balanço e prepara assim a próxima edição que será em 2018. Um convite a conhecer outras realidades, outras culturas e estar a par da história da humanidade serviu de mote para este momento completamente turístico.

Da nossa parte é tudo, tenha o prazer de viajar. L

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| CRÓNICA

Daniel Bastos

A emigração de médicos portugueses D

entro dos novos movimentos da emigração portuguesa, cada vez mais marcada pelo aumento do número de emigrantes com o ensino superior, a saída para o estrangeiro de profissionais de saúde ao longo dos últimos anos tem ocupado um lugar de crescente relevo na percentagem dos grupos socioprofissionais que vivem fora do país.

Um dos grupos mais conhecidos na área da saúde, cujos profissionais têm optado por trabalhar no estrangeiro, é o dos enfermeiros, que perante a falta de trabalho e de contratos precários, têm encontrado nos chamados países ricos as oportunidades que não conseguem entrevir em Portugal. Em 2013, ano em que saíram do nosso país 128 mil emigrantes, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

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(OCDE), apontava que só no Reino Unido trabalhavam mais de um milhar de enfermeiros portugueses, e na Bélgica cerca de duas centenas.

Esta considerável saída de profissionais de saúde nos últimos tempos está ainda a ser engrossada pela emigração de médicos portugueses. Em 2014, segundo registos da Ordem dos Médicos, emigraram 394 médicos lusos, sendo que ano seguinte a mesma entidade que regula a prática médica em Portugal registou a saída de 475 médicos.

O Reino Unido, a França, a Espanha, assim como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, encontram-se no rol de nações que têm captado as preferências dos clínicos portugueses que procuram exercer a atividade médica no estrangeiro.

As razões da emigração de médicos portugueses, sobretudo médicos de família,

entroncam-se nas dificuldades que vários jovens clínicos enfrentam para fazer a especialidade, na degradação das condições de trabalho, na demora dos concursos e nas diferenças entre ordenados, e é reveladora da falta de visão estratégica que perpassa a sociedade portuguesa.

No mínimo, é um contrassenso assistir ao aumento da emigração de médicos recém-formados, cuja formação básica individual custa aos contribuintes portugueses cerca de 100 mil euros, quando há vagas para médicos por preencher no interior dos país e um estudo recente de investigadores da Universidade do Porto (ISPUP) sustenta que a falta de médicos de Saúde Pública em Portugal, juntamente com o envelhecimento dos atuais profissionais da especialidade, coloca em risco a qualidade de serviços à população. L

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| EMPRESAS E EMPRESÁRIOS

Grande Entrevista ao Empresário

Domingos Silva Domingos Silva cresceu em Viana do Castelo, mas com apenas 14 anos foi trabalhar para Angola. Em Luanda foi funcionário da Coca-Cola e adquiriu uma formação que contribuiu para o desenvolvimento da sua actividade empresarial. Apesar de ter começado apenas como vendedor, Domingos foi evoluindo até assumir o cargo de Relações Públicas na empresa.

Depois do 25 de abril regressou a Portugal e foi obrigado a recomeçar do zero, sem grandes conhecimentos na sua terra natal. Em 1974 surgiu a oportunidade de entrar no sector do mobiliário e decoração, dando o primeiro passo para a criação dos Móveis Carla.

Actualmente a empresa faz móveis por medida, apresenta um design com linhas modernas e tem uma grande variedade de artigos, capazes de decorar uma casa desde o princípio até ao fim. Para além das três lojas em Portugal, a empresa também aposta no mercado da emigração e tem um espaço situado em Brie-Comte-Robert. Numa grande entrevista, a Lusopress ficou a conhecer o percurso do empresário vianense.

O

s Móveis Carla começaram em 1974, já têm um percurso longo, mas você não começou a trabalhar logo neste ramo.

Qual foi o seu primeiro trabalho e como é que surgiu o interesse por esta área?

Quando eu saí da escola, fui trabalhar porque achava que era preciso dinheiro lá em casa. O meu pai nessa altura estava em Angola, mas teve um problema de saúde, por isso, eu resolvi ir trabalhar para ajudar a minha mãe.

Quando fiz, 14 anos fui para Angola e comecei a trabalhar com uma profissão muito humilde.

Fui crescendo, fui arranjando conhecimentos na área das línguas, depois tirei a carta aos 18 anos e entrei para a Coca-Cola como vendedor, mas saí de lá como Relações Públicas e fui evoluindo sempre. Em 1974, por causa do fim da Guerra Colonial, eu regressei para Portugal.

O 25 de abril ainda era recente e foi muito difícil para mim conseguir arranjar um bom trabalho porque não tinha facções políticas, nem tinha conhecimentos uma vez que tinha deixado Portugal quando ainda era um rapazinho.

Nessa altura eu fui trabalhar para as feiras e hoje posso dizer que as coisas correram muito bem. Ganhei algum dinheiro e, um ano depois, apareceu-me a oportunidade de entrar no mobiliário. Aí eu fiz uma opção e larguei as louças e os artigos de decoração que vendia nas feiras e comecei a dedicar-me aos móveis.

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Actualmente os Móveis Carla já são uma empresa conceituada, especialmente na região do Minho, mas para quem não conhece o vosso trabalho, quais são as vossas principais especialidades?

Nós fazemos móveis de decoração de interiores, temos fabrico de cozinhas, temos todo o tipo de roupeiros feitos de acordo com a me-

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| EMPRESAS E EMPRESÁRIOS

dida dada pelo cliente e temos depois a parte de decoração que, desde que o cliente solicite, nós fazemos tudo. Até acabamos agora de mobilar completamente um hospital e foi tudo fornecido por nós, desde a cama hospitalar até à cortina. Nós também colocamos o produto na casa do cliente sem ele precisar de pagar o transporte. As pessoas escolhem na loja aquilo que querem e nós colocamos na sua casa sem custo de deslocação. Aliás, se repararem, nós temos afixado nas nossas lojas que o transporte para toda a França, Suíça e Luxemburgo é completamente gratuito.

Precisamente por falar nessa presença em França, na Suíça e no Luxemburgo, chegámos à nossa próxima questão. Para além das lojas em Portugal, vocês também têm um espaço em França. Como é que arrancou esta aposta no mercado da Diáspora?

Nós já tínhamos conhecimento sobre o mercado francês, mas nunca tínhamos uma presença física lá. Nós viajávamos várias vezes por ano para França, mas eram viagens de um

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mês e era muito difícil para os meus colaboradores e para o meu filho que acompanhava essas entregas estarem um mês fora de casa.

Com a abertura deste estabelecimento em França, criámos infra-estruturas para puder satisfazer semanalmente a nossa clientela.

Nós escolhemos Brie-Comte-Robert porque tínhamos a informação que aquela zona tinha muitos portugueses, eu também já tinha conhecimento de algumas famílias que lá viviam e que eu visitei algumas vezes e, portanto, surgiu a oportunidade. O espaço que hoje lá temos e a localização veio ao encontro das nossas necessidades, por isso, ainda continuamos lá e para quem nos quiser fazer uma visita em França, nós estamos em Brie-Comte-Robert.

O seu objectivo neste momento é crescer também em território francês?

Eu não quero crescer muito porque começa a não haver tempo para tudo. Eu queria era dar mais visibilidade à nossa empresa e puder servir clientes que por vezes estão distantes e não podem ou não sabem dirigir-se à nossa loja. A loja em França tem 600m2 e eu não posso mostrar aquilo que era o meu desejo, ao contrário das lojas em Portugal. Por exemplo, a nossa loja e a sede onde nos encontramos neste momento é um espaço com 2500m2. Eu comecei por uma loja pequena com 90m2, mas depois fui abrindo lojas noutros espaços. Apesar disso, hoje posso dizer que tanto vendemos numa loja maior como numa loja mais pequena.

Para além da parte mais comercial, também projecta e faz alguns móveis com o seu gosto ou passa essa pasta a outras pessoas da sua confiança?

Até há três anos eu fazia e projectava de acordo com o meu gosto e com a minha forma

de pensar, aconselhando-me sempre muito com a minha mulher porque ela foi sempre o meu pilar. Hoje os meus filhos também dão uma opinião, principalmente a Carla, que é a minha filha mais velha e está muito vocacionada para a decoração. Eles gostam de me acompanhar e não quiseram seguir nenhum curso superior. Viam o trabalho que eu fazia e achavam que também era isto que eles queriam fazer, por isso, trabalham connosco. Eu costumo dizer que estou pronto para morrer porque sei que deixo isto em boas mãos.

Hoje pode-se dizer que é um homem feliz com o trabalho que encontrou?

Eu acho que só descobri aos 27 anos aquilo que me dá alento, a minha vocação. O mo-

biliário é uma área que me fascina porque envolve a descoberta do design, das cores e acaba por ser um desafio que fazemos a nós mesmos. Nós fazemos uma aposta em determinado produto que nós gostamos e achamos que o nosso cliente também vai gostar e, quando há êxito e felizmente tem havido êxito nesse campo, é muito saudável. É uma grande felicidade escolher uma profissão e ver que as coisas correm muito bem.

Para terminar, nós sabemos que os Móveis Carla estão presentes em Portugal, mas também no estrangeiro. Qual é a mensagem que tem para os portugueses espalhados pelo mundo?

Eu espero que a vida lhes continue a sorrir porque são pessoas com quem eu lido há quase 40 anos. Sei que são pessoas de muito trabalho, pessoas de honra, pessoas que não viram as costas aos problemas, por isso, eu espero que eles continuem a ser assim.

Desejo-vos realmente muita saúde e, quando vierem a Viana do Castelo, recebo-vos de braços abertos. L

Eu acho que só descobri aos 27 anos aquilo que me dá alento, a minha vocação.

O mobiliário é uma área que me fascina porque envolve a descoberta do design, das cores e acaba por ser um desafio que fazemos a nós mesmos

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Grupo luso-francês DSA festejou 30 anos de existência A DSA foi criada em 1987 e é dirigida pelo empresário português Arlindo dos Santos.

Actualmente o grupo é considerado um líder em França no mercado do revestimento e renovação de fachadas, dando trabalho diariamente a 650 pessoas.

No passado dia 31 de março, a companhia entregou medalhas de honra a quatro funcionários da empresa pelo trabalho realizado ao longo do tempo e, no dia 21 de abril, assinalou 30 anos de existência, inaugurando as novas instalações em Massy.

Os dois eventos tiveram lugar na nova sede situada nos arredores de Paris e reuniram vários trabalhadores, clientes e fornecedores. A Lusopress acompanhou o aniversário e a entrega dos prémios e conta-lhe agora a história desta empresa com raízes portuguesas.

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festa arrancou às 12h00 em ponto.

No passado dia 21 de abril, o parque de estacionamento da empresa foi a pista escolhida para o evento e, no lugar dos carros, existia uma grande tenda virada para as novas instalações da DSA. Durante o cocktail servido no exterior, todos os convidados tiveram a oportunidade de contemplar o novo edifício da companhia situada perto do Aeroporto de Orly, em Massy. A poucos quilómetros de distância vários aviões aterravam ou descolavam, rasgando os céus de Paris e, durante o aniversário, muitos clientes e trabalhadores recordaram com

conversas paralelas “o voo” de Arlindo dos Santos até ao sucesso. O Presidente do grupo cresceu no norte de Portugal, no Concelho de Vale de Cambra, mas tal como muitos portugueses, veio para França ainda jovem.

Em abril de 1987 decidiu fundar uma empresa, aventurou-se por conta própria e fundou a DSA. Em 30 anos a empresa de construção cresceu muito, mas Arlindo dos Santos não mudou praticamente. Continua a ser o mesmo homem “humilde”, “honesto”, que deixou o país para procurar melhores condições de vida. No dia em que assinalou o aniversário da sua empresa, vários amigos

fizeram questão de sublinhar o seu “trabalho” e “personalidade”, recebendo até uma visita inesperada.

Depois de abraçar todos os convidados, Arlindo contou-nos emocionado que o seu antigo patrão, o chefe que deixou há 30 anos,

culdades nos projectos e é preciso mesmo encontrar empresas que estejam à nossa escuta e que respondam às nossas ideias”, conta-nos. “Eu encontrei sempre na DSA resposta e isso faz com que a nossa parceria dure mais de 25 anos. Nós já trabalhámos juntos em Paris, em Marselha, em Bordéus,

balha com uma grande equipa e, quando nós estamos por dentro, sentimo-nos em casa. É agradável sentirmo-nos assim quando trabalhamos com uma empresa há tanto tempo”, acrescenta. O trabalho da DSA abrange tanto os materiais convencionais como o gesso, a pintura ou o tijolo, mas também técnicas mais modernas como o isolamento térmico ou a renovação energética. Durante o aniversário, Jacques Le Gall da empresa Kaufman A Broad sublinhou também esta polivalência da companhia, afirmando que é importante para os promotores “encontrar uma companhia capaz de gerir os diferentes tipos de fachadas”, sendo a DSA uma das raras casas que implementou esse trabalho na perfeição.

A “humildade” como alma do negócio Para além dos clientes e trabalhadores, no aniversário também estiveram presentes alguns fornecedores como é o caso de Carlos Ferreira da empresa de materiais de construção CFM. “Nós fornecemos algum material para as obras que eles fazem e, por isso, são grandes clientes nossos, amigos e o seu

foi visitá-lo e também lhe deu os parabéns pessoalmente. “É sinal que eu fui correcto com ele ou corretíssimo porque devem existir poucas pessoas que fazem isso. Eu nunca lhe tirei clientes e o meu orgulho é esse. Este dia é muito bonito para os meus filhos e para os meus empregados, mas para mim o facto de o meu patrão vir cá 30 anos depois é muito importante. Eu acho que é assim que se vê a honestidade e como as pessoas são correctas”, afirma o empresário em entrevista à Lusopress. Na entrada da tenda existiam umas letras garrafais que anunciavam os “30 anos da DSA”. Arlindo ia tirando fotos com os convidados nesse espaço, sorrindo e conversando com amigos de longa data.

Serge Epinat, por exemplo, afirmou que já conhecia o empresário e o seu trabalho há mais de 25 anos. A DSA trabalha para a Nexity Apollonia, a maior promotora imobiliária em França, sendo parceiros fiéis com um currículo extenso. “Às vezes nós temos difi-

um pouco por todo o lado em França, onde a DSA também criou estruturas”, sublinha.

Neste momento, a empresa fundada por Arlindo dos Santos dedica-se essencialmente à criação de fachadas em construções, ao isolamento térmico exterior e à renovação interior e exterior, destacando-se a qualidade na prestação dos seus serviços.

“A fachada é o que nós vemos numa construção. É o que sobressai mais para as colectividades e para os clientes, por isso, é importante que nós estejamos presentes e que tenhamos parceiros fiáveis”, sublinha Serge Epinat. “Eu conheço Arlindo há muito tempo. Conheço a sua história, a sua família, os seus amigos e o seu país porque graças a ele tive a sorte de descobrir Portugal e o que eu aprecio profundamente é que Arlindo tem um respeito enorme pelas pessoas. Ele tra-

Presidente, o Arlindo, é um exemplo para a nossa Comunidade e para os nossos empresários”, afirma. De acordo com Carlos Ferreira, quando começou a trabalhar com a DSA, a empresa não tinha esta dimensão, mas o seu dirigente batalhou sempre, conseguiu atingir este patamar, mas manteve a “humildade” e a “personalidade” que poucos líderes têm. “Quando eu conheci o Arlindo, ele ainda andava na construção e ajudava muitos funcionários. Hoje o trabalho dele já não é esse, mas também não põe uma gravata, nem se distancia dos seus trabalhadores. Ele tem uma honestidade incrível”, sublinha.

Os 30 anos do Grupo DSA também tiveram direito a um dj, um ecrã especial para tirar fotografias e, no final, foi servido um bolo enorme. Arlindo dos Santos soprou as velas ao lado dos dois filhos, ficou visivelmente

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emocionado com a ovação que recebeu, disse-nos que nunca pensou chegar tão longe, mas também não quis definir novas metas. “Eu quero levar a DSA o mais longe possível, mas é muito difícil prever até o dia de amanhã”, afirmou sorrindo. “Um cliente nunca é um dado adquirido e hoje, mais do que nunca, há muita concorrência, isso faz parte da lógica, mas se hoje eles estão aqui presentes é porque ainda tenho algum valor”, concluiu. Os dois filhos, Juliette e Roméo dos Santos já se preparam para agarrar o testemunho do pai. Querem dar “continuidade ao projecto da família” e, durante a festa, fizeram um discurso, sublinhando “o orgulho” que têm em Arlindo dos Santos.

Juliette foi trabalhar para a DSA depois de ter tirado um Mestrado em Finanças e actualmente é coordenadora financeira da empresa. Já Roméo dos Santos está mais focado na projecção do grupo e pretende levar a DSA até “novos segmentos”, alargando as suas competências.

Grupo entregou medalhas de honra a quatro funcionários

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Ainda antes da inauguração das novas instalações e do aniversário do grupo, no passado dia 31 de março Arlindo dos Santos entregou medalhas de honra a quatro funcionários. “Nós premiámos os funcionários que estão cá há mais tempo”, afirmou o empresário em entrevista à Lusopress. “Alguns já tinham recebido nos anos anteriores, mas como fizeram uma pausa e estiveram em

Portugal durante um ano, perderam este reconhecimento da casa. Para o próximo ano vai ser ainda melhor porque vamos entregar entre 15 a 20 medalhas, ou seja, vai ser mesmo um camião cheio delas”, disse-nos sorrindo.

Dos quatro funcionários homenageados, três eram de Portugal. José Magalhães, Armando Fernandes e José Almeida emigraram para França e há mais de 20 anos encontraram na DSA “a estabilidade” que procuravam, aprendendo a trabalhar “com uma qualidade de construção especial”. Já Marie France Cafiot acompanhou

o crescimento da empresa a partir da secretária e, no momento em que recebeu a medalha, não conseguiu esconder a emoção.

“Eu vi toda a evolução da sociedade e eu partilhei todos os problemas com o senhor Dos Santos. No início nós não éramos muitos, mas depois evoluiu e eu vi o crescimento da empresa até se tornar no que é hoje. Eu estou muito orgulhosa porque eu admiro o facto de ter estado lá, de ter visto e de ter ajudado muito. Eu participei, por isso, estou feliz por ter apoiado o senhor Dos Santos a tornar-se no empresário que é hoje”, afirmou depois de ter sido homenageada.

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Em 1987 Arlindo dos Santos começou com apenas três empregados determinados e com vontade de avançar. Com o tempo, o negócio evoluiu e actualmente o empresário é Presidente do Grupo DSA. “Foi sempre uma empresa séria”, disse Armando Fernandes, um dos portugueses homenageados durante a festa. “A DSA cresceu muito graças ao trabalho dos funcionários, mas sobretudo graças ao nosso chefe que teve vontade, cabeça e muita coragem para progredir”, sublinhou. Com mais de 600 colaboradores e uma estrutura que poucos atingem, este grupo reúne actualmente um portfólio composto por 10 empresas que cobrem todo o território francês. José Magalhães começou a trabalhar na DSA “pouco tempo depois de ter chegado a França”. Diz-nos que foi o próprio patrão, o senhor Dos Santos que o convidou para trabalhar e, dada a confiança e a reputação da empresa, a proposta foi irrecusável. “Agora já é quase uma segunda casa para mim porque estou há 22 anos aqui. A empresa está sempre a crescer e isso

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é bom para toda a gente”, referiu José Magalhães, segurando o reconhecimento oferecido pelo empresário. Ao seu lado estava José Almeida, um funcionário que também entrou para a DSA na década de 90. Começou como pintor, mas hoje confessa “que faz um pouco de tudo”. “No início éramos poucos, mas com o tempo começaram a aumentar os trabalhadores e o trabalho também”, disse-nos.

“Os empresários não são nada sem os funcionários” No passado dia 31 de março, o empresário também recordou como foi evoluindo até atingir este patamar. “A empresa começou com três empregados e hoje somos 650 no grupo. Com os artesãos e com toda a mão-de-obra somos mais ou menos 900 e eu acho que conseguir este resultado em 30 anos é muito bom. Pouco a pouco fomos subindo a montanha, penso que agora o mais difícil já está feito e só é preciso estabilizar”,

afirmou Arlindo dos Santos. O empresário cumprimentou todos os funcionários quando chegou à Cerimónia de Entrega das Medalhas e, em entrevista à Lusopress, disse que procura sempre estar próximo dos seus colaboradores. “Foi sempre a minha política porque os empresários não são nada sem os funcionários. Eu faço a minha parte e o meu dever é dar-me bem com todos”, sublinhou.

Em 2004 a empresa abandonou a sede localizada na comuna de Cachan, no departamento Val-de-Marne, e mudou-se para Chilly-Mazarin. Actualmente o grupo tem novas instalações situadas em Massy, nos arredores de Paris e várias agências espalhadas pela França. Para além da sede, a DSA tem uma agência em Roquefort-la-Bédoule, uma Comuna próxima de Marseille, em Eysines, a poucos quilómetros de Bordéus, e ainda em Toulouse. Já no próximo ano, o Presidente Arlindo dos Santos quer voltar a partilhar os sucessos do grupo com os funcionários e irá entregar 15 medalhas no total. L

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Há mais motivos para provarem os “Sabores de Portugal” em Achères No passado dia 3 de abril foi inaugurada a nova loja “Saveurs du Portugal” em Achères.

Esta casa criada por uma família portuguesa radicada em França já existe na localidade há 14 anos, desde 2003, e é reconhecida pelos emigrantes portugueses e pelos franceses pela “qualidade” e “variedade” dos produtos nacionais. Este ano decidiram procurar um local mais amplo e mudaram-se para uma zona comercial de Achères. No meio dos supermercados e lojas francesas destaca-se também agora um espaço com “Sabores de Portugal”, comprovando assim “a verdadeira integração dos portugueses” em França.

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nquanto o Maire d’Achères, Marc Honoré, e o Cônsul Geral de Portugal em Paris, António Moniz, cortaram a fita da nova loja “Saveurs du Portugal” ao lada da família, Ramiro Alves, a esposa Maria Adelaide dos Reis Lobo e o filho Silvino recordaram certamente o caminho percorrido para chegar até aquela meta. Ramiro, por exemplo, passou grande parte do seu percurso profissional ligado ao comércio, mas confessa que nunca pensou ter uma loja daquela dimensão num local de tanto destaque. Natural de Chaves e emigrado em França desde os 12 anos, nos anos 80 foi parar às Galerias Lafayette e fez parte do quadro comercial da empresa durante vários anos.

Hoje lembra que aquela “foi uma grande escola profissional” e deu-lhe as bases ne-

cessárias para gerir o trabalho que tem hoje.

“Foi aí que eu fiz o meu percurso todo, onde evoluí e essa experiência permitiu-me iniciar esta actividade”, afirma. Em 2003 o Flaviense quis criar o seu próprio negócio e abriu uma grande loja de produtos portugueses chamada “Saveurs du Portugal” juntamente com a família, situada em Achères.

Quando começou, confessa que era difícil trazer todos os sabores de Portugal até França. “O meu filho mais velho, o Nicolas, quando nós começámos até perguntou como podíamos encher o espaço porque era muito grande”, conta-nos sorrindo, mas Ramiro nunca baixou os braços, lançou-se à estrada e começou a trazer “as últimas novidades de Portugal” até à região Île-de-Fran-

ce. “Em 2004 comprei um camião, ia até Portugal e trazia as novidades. Até os próprios fornecedores me perguntavam onde é que eu tinha encontrado aqueles produtos, mas eu lá encontrava. Começava à procura e tudo o que havia de novidade no mercado eu trazia para cá”, recorda. A qualidade e o carinho que aplicava no seu trabalho foi chamando a atenção dos portugueses, mas também dos franceses residentes na cidade e, rapidamente, os “Sabores de Portugal” começaram a andar nas bocas do mundo. Literalmente. Este ano, o espaço que parecia grande no início, fez-se pequeno e a família Alves precisou de procurar novas instalações em Achères.

A nova loja tem um espaço mais moderno,

situado também em Achères, mas manteve a apresentação cuidada, tipicamente portuguesa e a qualidade que caracterizou sempre o trabalho da empresa. “Fica num ponto comercial estratégico. A outra estava mais escondida, mas nesta temos um factor muito importante que é realmente o estacionamento e, para além disso tudo, os clientes aqui encontram todos os produtos que procuram porque temos uma gama ainda maior”, afirmou Ramiro Alves. Ao seu lado estava Silvino Alves, o filho mais novo que irá assumir os comandos da casa. Durante a inauguração, fez um discurso emotivo, aplaudido várias vezes pelos presentes e, no final, mostrou-se radiante pelo resultado alcançado. “Estou muito feliz por ver aqui tanta gente a apoiar a nossa loja”, disse à Lusopress. “Foi uma casa criada pela família, mas dá-nos um prazer enorme ver o nosso projecto crescer”. Neste momento, a loja “Saveurs du Portugal” dá trabalho a 16 funcionários, mas de acordo com o jovem poderá ser preciso recrutar mais pessoas brevemente.

Os factores que se destacavam na loja anterior foram mantidos nas novas instalações e um deles foi precisamente a decoração. Na casa “Saveurs du Portugal” sempre sobressaíram detalhes como o carrinho de bois a servir de vitrine para os produtos portugueses e pormenores como esse continuam bem patentes no novo espaço. Para além do tradicional bacalhau, dos enchidos, dos azeites e dos produtos agro-alimentares, a nova loja tem uma grande variedade de vinhos, uma churrascaria com uma dimensão maior,

servindo frango assado, leitão à bairrada assado num verdadeiro forno a lenha e várias refeições para um almoço ou jantar em família. A mulher, Maria Adelaide dos Reis Lobo, disse que “este espaço era um sonho da família” e foi “óptimo realizá-lo com os clientes e amigos”.

A inauguração contou com a presença de centenas de convidados. O Maire d’Achères e o Cônsul de Portugal em Paris cortaram a fita vermelha e subiram ao púlpito improvisado para destacar este “exemplo de integração da Comunidade Portuguesa”. “Eu conheço a Loja “Saveurs du Portugal” há muito tempo porque eles estão instalados há 14 anos em Achères. A família Alves é muito conhecida e nós temos uma importante Comunidade Portuguesa na nossa região.

Eu creio que foi a primeira Comunidade de Achères, por isso, é sempre um grande pra-

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zer inaugurar uma boutique desta natureza e eu desejo um grande sucesso”, afirmou Marc Honoré em entrevista à Lusopress.

Apesar da oferta de lojas de produtos portugueses ser cada vez mais crescente, de acordo com o Cônsul António Moniz “ainda há lugar para outros empresários” e durante o seu discurso incentivou “mais iniciativas semelhantes”. “Como nós sabemos há cada vez mais franceses que vão a Portugal, que passam a conhecer aquilo de bom que nós temos para oferecer, há também muitos franceses que residem em Portugal e, portanto, todo este intercâmbio e todas estas trocas são muito saudáveis tanto para nós como para França”, afirmou.

“Receber os clientes com um sorriso no rosto é o nosso lema” O reitor Nuno Aurélio também participou na cerimónia de inauguração e benzeu o espaço no final. Durante o seu discurso sublinhou a importância do “progresso económico”, mas também do “progresso social” e apelou à solidariedade no comércio. “Quando nós pensamos que 30% daquilo que se compra, daquilo que se produz, daquilo que se tem em casa de alimentos é desaproveitado ou é pura e simplesmente deitado ao lixo e há pessoas que têm grandes carências alimentares, penso que também é necessário um apelo não apenas ao sucesso económico, mas também ao progresso da nossa solidariedade e desta preocupação pelo bem comum”, disse em entrevista à Lusopress.

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Para acolher as centenas de convidados que marcaram esta inauguração, estava um grupo de cavaquinhos e o convívio durou até bastante tarde. “Receber os clientes com um sorriso no rosto” foi sempre o lema da loja “Saveurs du Portugal” e os gerentes garantem que vai continuar a ser no novo espaço. Os Sabores de Portugal podem ser encontrados na Avenue Wolfgang Amadeus Mozart em Achères. L

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Alimentos de Portugal – A tradição e a inovação no mercado francês Alimentos de Portugal – Tradição e Inovação foi o tema escolhido para um dia dedicado à gastronomia portuguesa. Da província tradicional que dança o fandango para Paris, o AgroCluster Ribatejo trouxe até ao mercado francês uma diversidade de produtos agro-alimentares tipicamente portugueses. O objectivo é claro e o propósito é ainda mais esclarecedor, isto é, colocar no coração dos franceses a nossa tão estimada gastronomia.

Ao longo do evento, o Ministro da Economia marcou presença e sublinhou a importância destas iniciativas.

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omeçou cedo o dia dedicado à alimentação portuguesa. Logo pela manhã, em pleno centro de Paris, os aromas das iguarias confeccionadas pelo Chefe Pedro Lemos espalharam-se à capital francesa.

Na “Ecole des gourmets”, o cozinheiro que ostenta uma estrela Michelin usou a sua arte e apresentou com inovação um showcooking que contagiou quem assistia ao delicioso momento.

“Sou conhecido por ser um dos jovens chefes que não tem receio de usar técnicas mais tradicionais ou produtos mais regionais. Eu acho que é preciso muita promoção, mostrar às pessoas que estamos confiantes, que acreditamos no que fazemos e obviamente que com os conhecimentos que temos vindo a adquirir é uma prova consolidada que o nosso produto é bom”, afirma o Chef Pedro Lemos.

Quem também não faltou a este dia português em plena montra parisiense foi Victor Ferreira. Ligado às lides gastronómicas, o habitual cronista da Lusopress deixou rasgados elogios a Pedro lemos. “Este jovem Chef vê-se que acredita nos valores da nossa cozinha. Eu identifiquei-me muito com ele porque apresentou receitas que já escrevi para a Lusopress”, sublinha.

Presente no momento da demonstração de pratos tipicamente portugueses, o Agrocluster Ribatejo, empresa responsável por esta iniciativa, fez-se representar pela sua direcção. “O que nós queremos é vender os produtos das empresas que pertencem ao Agrocluster através de acções como estas.

Aquilo que fizemos aqui através de um chefe quer dizer que obviamente temos condições

óptimas para valorizar as nossas matérias-primas. Esta tarde iremos ter uma mostra de produtos que pode ser sinónimo de alargar as nossas vendas não só ao mercado da saudade”, realça Paulo Marques, Director do Agrocluster do Ribatejo.

Após a hora do almoço foi a vez de saltar para o Consulado de Portugal. Desta feita teve lugar um showroom que foi apresen-

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tado ao público com 100 produtos característicos da nossa realidade. Pelas mãos das empresas portuguesas foram apresentados alguns produtos inovadores, entre os quais - Refeições prontas, barras energéticas, vinagres de figo e de mel, sumos de tomate, de cenoura, entre outros. Presente neste evento, o Ministro da Economia marcou presença e sublinhou a importância destas iniciativas. “É muito importante mostrar os produtos portugueses à França, assim como evidenciar cada vez mais esta ideia, que está cada vez mais firmada junto da comunidade portuguesa, que é que os produtos portugueses são produtos de altíssima qualidade.

Vimos aqui vários compradores franceses que estão já a descobrir os nossos produtos e isso foi uma das coisas mais interessantes.

Nos bastidores da organização deste dia, Tiago Martins da Caticom falou à Lusopress.

“O objectivo da Caticom é mesmo de levar os produtos portugueses o mais longe possível. Tínhamos aqui distribuidores, restaurantes e várias lojas portuguesas que demonstraram os seus produtos aos franceses”.

Conclui.

O Agrocluster Ribatejo em parceria com a Nersant, financiados pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional Regional do Alentejo foram os responsáveis por este dia gastronómico que serviu para internacionalizar junto dos franceses uma das nossas maiores riquezas económicas. L

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“É uma aventura humana que vale a pena ser vivida ” De 1998 até aos dias de hoje passaram praticamente 20 anos. Uma passagem longa que para Nelson Ferreira significa uma consolidação do seu percurso profissional. Consultor financeiro de profissão, a sua carreira ganhou ascendência na Império, mas o auge foi quando em 2005 se aventura sozinho. Nelson puxou dos galões e pelas próprias mãos criou a CourtiPrêts, em Saint-Maur des Fossés. Já lá vão 11 anos que fazem eco na sua carreira e que, segundo o próprio afirma, não tem horizontes.

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os finais de 2005, início de 2006 criei a estrutura e a nossa especialidade é a intermediação bancária”, indica Nelson Ferreira. O nome CourtiPrêts é curto e pode suscitar algumas dúvidas, no entanto, o jovem consultor explica o nome que a empresa ostenta no mercado e faz também uma apresentação daquilo que é a realidade do seu mundo profissional.

“Concretamente é simples. A nossa actividade é poder oferecer a qualquer cliente que necessita, um acompanhamento financeiro.

Qualquer pessoa que procura comprar um imóvel e um crédito, o nosso trabalho é ir ao encontro das melhores soluções financeiras para o projecto do cliente. Através dos vários parceiros bancários, hoje em França, temos cerca de 70 parcerias bancárias. Consoante o perfil do cliente, cada um dos nossos consultores tem por obrigação analisar cada caso e nós depois indicamos qual a melhor solução financeira em termos de juros e seguros”, explica.

Como em qualquer área de negócio, a dedicação e o empenho são factores de distinção. A CourtiPrêts é uma marca a ter em conta e Nélson tem a trabalhar consigo todos os elementos necessários a uma resposta rápida e eficaz aos seus clientes. Nos bastidores da empresa, Nelson Ferreira divide o seu espaço com profissionais especializados. “95%

da nossa equipa vêm todos do ramo bancário”, afirma o consultor. Por outro lado, e para uma resposta mais abrangente, a CourtiPrêts apresenta na sua equipa elementos ligados à área dos seguros, do apoio jurídico e do notariado.

Sendo uma empresa moderna e que acompanha as tendências do mercado, a CourtiPrêts reúne mensalmente com as equipas para acompanharem diariamente as normas financeiras que estão constantemente a ser alteradas. Todo este processo de interacção permite à casa ser cada vez mais fiel na resposta que dá aos seus clientes.

Para o consultor financeiro, Paris é óptimo para o desenvolvimento da actividade. A multiplicar vantagens, o negócio caminha a passos largos e Nélson Ferreira é o rosto da satisfação por poder viver no seu dia-a-dia a sua ambição e aptidão. O bom ambiente dentro da empresa é o cartão-de-visita desta casa que fala essencialmente português.

“Paris e arredores representam cerca de 12 milhões de pessoas”, afirma Nelson demonstrando a vantagem de trabalhar na região parisiense.

Dar uma resposta rápida ao cliente e um acompanhamento único, proporcionado por uma equipa especializada, são as vantagens da CourtiPrêts que têm como objectivo cimentar-se cada vez mais no mercado

francês. “15 anos nesta casa são sinónimo de uma grande aventura, com muito esforço e trabalho. Hoje sinto uma grande satisfação com os resultados que nós obtivemos. É uma aventura humana que vale a pena ser vivida”. L

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A Parcialfinance chegou a França A 8 de Abril no Chalet de la Porte Jaune em Paris, teve lugar a apresentação das actividades da Parcialfinance France, na presença de uma centena de convidados, clientes, representantes da Banca, companhias de Seguros, Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa e ainda dos parceiros ADONIS AVOCATS e Cartório Notarial do Dr. Nuno Monteiro. www.parcialfinance.com

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m simultâneo foi também apresentado o novo Condomínio privado «Praia da Granja Résidence» do promotor imobiliário José Neves Construções SA, destinado exclusivamente aos clientes do Grupo Parcialfinance.

Fernando Graça, fundador do Grupo, após 15 anos ao serviço da Império França e 3 como director comercial na Império Suíça decide criar em 2000 a Parcialfinance Suisse. Desse primeiro passo até 2016, ano de abertura em França, houve ainda tempo para expandir as actividades para Portugal, Luxemburgo e Bélgica. Actualmente cerca de 20’000 clientes confiam a gestão do seu património ao grupo Parcialfinance.

Enquanto mediadora financeira a actuação estende-se á área seguradora, bancária e imobiliário, tendo ainda uma actividade de exploração de empreendimentos turísticos no Algarve.

A Parcialfinance define-se como uma empresa de emigrantes para emigrantes, tendo muito orgulho nas suas origens e mantendo-se fiel às mesmas ao longo dos anos, por essa razão e pela responsabilidade social que lhe é reconhecida, sempre esteve muito

perto das actividades associativas, desportivas, culturais e económicas das comunidades portuguesas.

Pese embora a vocação do grupo ser o apoio às comunidades portuguesas, em 2013 foi criado em Lisboa um departamento especializado para responder ás necessidades de clientes estrangeiros, que nestes últimos anos tem investido fortemente em Portugal. Este departamento trata dos pedidos chegados do estrangeiro não só através das empresas do Grupo na Suíça, Luxemburgo, Bélgica e França, mas também através de parcerias estabelecidas com agências imobiliárias locais, nas quais também se incluem agências francesas, propondo-lhes um serviço «clés en main» no apoio á instalação dos seus clientes em Portugal. Fazem parte destes serviços o tratamento administrativo, questões jurídico-fiscais, selecção de investimentos, acompanhamento dos clientes nas suas visitas a Portugal, processo de escritura e em todos os aspectos daí decorrentes.

A abertura das actividades em França acontece no seguimento lógico da abertura nos outros países francófonos onde as comunidades portuguesas tem uma forte implan-

tação, e por outro lado é o regresso natural de Fernando Graça ás suas origens profissionais, tendo por isso um peso simbólico muito especial. Como o próprio defende, as empresas «são pessoas» e por esse motivo os projectos empresariais estão sempre dependentes de se encontrarem as pessoas certas para os lugares certos e depois articular toda a vida das empresas em torno dos valores e da cultura das mesmas, criando equipas profissionais, competentes e exigentes no serviço a prestar aos clientes.

Filipe Pereira, proprietário da Golden Assurances, junta-se á Parcialfinance e torna-se o seu director geral em França. À semelhança do que acontece nos outros países, o objectivo em França passa pela criação de uma rede comercial de profissionais e aproveitar o grande potencial de sinergias possíveis com outras entidades e parceiros que comunguem dos mesmos valores e formas de estar na profissão.

A Parcialfinance mantém o actual escritório da Golden Assurances, no 28 Rue de Saint Maur -75011 Paris e abre a partir de Maio um novo espaço no 28 Rue Chapsal – 94340 Joinville Le Pont (ao lado do RER). L

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A doce ternura dos 50

Atingir os 50 anos é algo que merece ser assinalado. No passado mês de Março, António Faria de Castro foi o aniversariante e para celebrar este momento especial reuniu familiares e amigos. Com um sorriso no rosto, os convidados preencheram os lugares respectivos no pavilhão que acolheu a festa e foram parte integrante daquilo que representou uma noite especial, num dia único, para o novo cinquentenário.

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esde muito novo o empresário da cidade vimaranense adquiriu o espirito do conhecido D. Afonso Henriques.

Ao longo da sua vida, as conquistas têm sido muitas e o percurso é cada vez mais notável. Nomeado para os Portugueses de Valor 2017,“Faria” - como é apelidado pelos amigos – viveu um data especial ao assinalar 50 anos de vida. Amigos, familiares e colegas de trabalho não faltaram a esta ocasião, num momento que foi assinalado com pompa e circunstância.

“50 anos representam mais um ano. É uma idade que está apenas na cabeça e assinalo este momento com o mesmo espirito que fiz 30 ou 40 anos. A vida continua e tenho sempre ambições. Continuar a trabalhar, ter amizades e viver momentos como este, é muito importante. Quando tenho pessoas que vêm de Portugal de propósito para o meu aniversário. Os clientes que deixam o seu trabalho para estarem aqui. A minha entidade patronal que está aqui presente.

Não há palavras que descrevam este mo-

mento”, confessa António Faria de Castro, visivelmente orgulhoso. Em França há 10 anos, o aniversariante é empresário no ramo alimentar e hoje agradece a sua projecção à mulher, aos filhos e aos seus pais.

União, amizade e convívio pintaram a noite que registou os 50 anos de António Faria. A Lusopress esteve presente na festa e testemunhou que à mesa não faltou o apetite, na pista o som determinou os passos da dança, e no coração da figura incontornável o palpitar dos 50 anos bateu com alegria. L

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Jovem Notário com espírito empreendedor Nuno Silva Monteiro nasceu em França e fez o seu percurso académico em terras gaulesas. 5 anos a estudar direito e com especialização em direito Notarial culminaram na entrega do diploma de Notário. Terminou o curso em 2007 e logo em 2012 depois de dois anos como estagiário, Nuno é hoje um dos sócios-gerentes no cartório de Boissy-Saint-Léger. Portugal e França são duas realidades diferentes, mas nas mãos do Notário ganham apenas um sentido. O que a lei dita, Nuno direcciona e comunica.

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ou notário aqui no Cartório “SCP Fircowickz Badufle Monteiro” que representa os nomes dos três sócios gerentes. Hoje em dia o estatuto de notário em França é particular. Somos oficiais públicos porque somos nomeados pelo Ministério da Justiça, mas exercemos a nossa actividade de forma liberal”, explica Nuno Monteiro.

Internamente o Cartório de Boissy-Saint-Léger é composto por três sócios onde cada um desempenha a sua especialidade. A promoção imobiliária com promotores de vendas de bens novos e processos de divórcios corresponde à área dos outros gerentes. No caso de Nuno, o Direito Internacional Privado e o Direito Patrimonial da Família são a sua vocação.

“Ou seja, ajudar os clientes a proteger o seu património”, explica o notário.

Apesar de jovem, o notário português agrega no seu percurso uma experiência considerável.

Hoje em dia a vocação profissional é uma mais-valia e na profissão de Nuno esta realidade também não foge à regra. “Apesar de um diploma, é preciso ter vocação para exercer esta profissão. É uma área onde estamos mesmo em contacto com os nossos clientes, vamos ajudá-los em projectos muito importantes da vida. Seja na escritura de compra e venda, na construção de sociedade, numa doação aos filhos e até na redacção de um testamento. É preciso ter vocação porque acompanhamos os nossos clientes em momentos importantes como estes”, explica.

A trabalhar na região de Paris, Nuno Monteiro confessa que sente um grande orgulho quando na sua realidade profissional tem o privilé-

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| EMPRESAS E EMPRESÁRIOS

gio de se relacionar com os emigrantes portugueses podendo assim ajudá-los. Portugal e França tornam-se nas áreas de influência onde divide os trabalhos. Questionado sobre quais são as diferenças entre as leis portuguesas e francesas, Nuno responde: “Por exemplo, a nível de sucessão, a lei francesa é um pouco diferente. Quando não existe testamento e se os filhos forem comuns, o cônjuge tem direitos.

Ou seja, a lei francesa ajuda nesse sentido”.

Por sua vez, a lei portuguesa não padece dos mesmos benefícios e o Notário como trabalha com as duas realidades europeias estabelece assim um paralelismo, chegando à conclusão que a lei do país de Napoleão Bonaparte, neste caso, oferece mais condições aos seus habitantes.

Com uma mentalidade empreendedora, Nuno é um exemplo de profissionalismo e confessa qual é a receita para se ter sucesso. “O meu modelo foi sempre os meus pais. Chegaram a França como emigrantes com o objectivo de trabalhar. A força que nós (portugueses) temos é a nossa boa vontade e a qualidade do trabalho”, realça.

Diferenciarem-se da concorrência e serem cada vez melhores é a filosofia que está espelhada na estrutura do Cartório de Boissy-Saint-Léger e que é bem evidente na postura e maneira de ser de Nuno Monteiro. L

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| RESTAURANTE DO MÊS

Les Jardins de Montesson

Reportagem de Victor Ferreira

Neste dia de sol do mês de abril, a Lusopress foi à descoberta do restaurante Les Jardins de Montesson, na cidade do mesmo nome.

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ituada na margem direita do rio Seine e na Região Île de France, nela se realiza desde 1936 a festa do “Pâté à la Carmen” na segunda semana de setembro, com fogo-de-artifício, desfile de carros alegóricos e jogos. É uma pequena e linda Cidade, para a qual muitas famílias burguesas parisienses emigraram nos anos 70, por aí encontrarem uma qualidade de vida melhor que a azáfama da grande metrópole lhes oferecia.Este facto aumentou substancialmente a população e deu-lhe uma conotação burguesa que dura até aos nossos dias.

“Passado glorioso” A planície de Montesson ficou na história por ter sido aqui, que o Inventor Romano Traian Vuia em 16 de março de 1906 realizou o primeiro voo mecânico: “após uma aceleração de 50 metros, descolou a 1 metro de altura sobre 12 metros de distância, provando assim, ser possível fazer voar um aparelho mais pesado que o ar”.

“A Leziria ribatejana de França” Mais tarde neste verde prado com um micro-clima excepcional e muita água, foi criada uma zona agrícola mais precisamente a actividade hortícola com uma larda produção de legumes e saladas, mais concretamente as famosas alfaces de Montesson.

“A pedra para construir Paris” Nas galerias naturais subterrâneas formadas pela extração da pedra para as construções parisienses, foram instaladas plantações do célebre cogumelo de Paris conhecido no Mundo da gastronomia.

“Os portugueses em Montesson” Foi graças a esta actividade campesina que uma importante Comunidade Portuguesa se instalou nesta cidade transmitindo-lhe uma forte presença cultural através das associações folclóricas e desportivas, participando assim no seu desenvolvimento económico e sócio- cultural.

“O Restaurante do mês”

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Les Jardins de Montesson, que o casal Raul Nora, naturais do conselho de Bragança dirige há 14 anos, é o restaurante que a Lusopress elegeu este mês.

Quisemos conhecer a trajectória profissional do Chef Raul e a razão por que escolheu esta cidade para se estabelecer, ficámos a saber que a sua atracção pela cozinha, nasceu jun-

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to dos Pais e que despertou definitivamente com o serviço militar, onde foi cozinheiro.

Formado por Grandes Chefes no antigo Hotel Torralta de Bragança onde trabalhou, foi com eles que descobriu os valores e a riqueza da cozinha e pastelaria portuguesas. Seduzido pela Arte de bem cozinhar e pelos sabores dos nossos cozinhados, era com prazer que respirava os aromas dos nossos legumes, ervas, especiarias e doces, que o levaria a abraçar com paixão esta maravilhosa profissão.

“O Amor da sua vida” Veio para França, para se juntar com o amor da sua vida, a Noémia que o esperava de braços abertos e para nunca mais voltarem a separar-se.

Desde logo nasceu a ideia de abrirem um restaurante, para que o Raul não deixe apagar a chama da sua grande paixão :”cozinhar”. É o que se chama um Casal que se completa: na vida privada e profissional, a Noémia deixou a sua profissão de secretária para acompanhar o marido e o Chef Raul, elabora e confecciona as receitas na cozinha que a Noémia serve religiosamente aos convivas.

“Servir não é transportar” Neste restaurante, servir é um complemento da confecção de uma receita culinária, a Noémia transmite ao cliente o prazer que o Chef Raul sentiu ao prepará-la, o que é muito

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diferente dos que, só transportam os pratos da cozinha para a mesa e não sentem a emoção de quem os preparou.

“O cheiro da terra nas unhas” O Chefe Raul só trabalha com produtos de qualidade e confessou-nos privilegiar os pequenos produtores portugueses, que ele mesmo procura e a quem compra directamente, soubemos que os enchidos vêm da Aldeia de França do Concelho de Bragança e que serve a posta Mirandesa no seu restaurante. Tem a exclusividade de um pequeno produtor de vinho do Douro superior “ Ade-

ga Grambeira” que produz uma cuvé grande reserva e um segundo vinho reserva.

Degustámos o vinho de mesa Val de Pedro 2011 do mesmo produtor e que foi servido graciosamente no jantar “da Liberdade” organizado por um grupo de amigos para celebrar o 25 de abril de 74. Este vinho tem qualidades gustativas e tem uma relação preço- qualidade muito interessante. É esta relação com os produtores que vivem com os odores: da terra, dos animais e da vinha nas mãos que motiva este Casal a servir aos seus clientes o que encontra de melhor no mercado.

A equipa do La Montagne

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culinárias o azeite “português” e muitas iguarias da nossa terra.

A sua grande ambição é de fazer descobrir aos seus clientes franceses (50% da sua clientela) a qualidade dos nossos produtos e as virtudes dos sabores da Cozinha Portuguesa.

“Os doces da casa” Provámos e gostámos muito do pudim da casa e do molotof, mas se preferir pode pedir uma composição de frutas da época. A carta de vinhos é de muito bom registo, mas se quer um conselho deixe-se guiar pela Noémia, que certamente lhe vai encontrar o vinho que convém para acompanhar a sua refeição.

“A Alma Portuguesa” O restaurante é espaçoso e confortável, as toalhas e guardanapos são em tecido, a decoração é de bom gosto e o acolhimento caloroso. Ficámos agradavelmente surpreendidos pela higiene deste restaurante em geral, mas com uma nota muito especial para a cozinha.

Em função das disponibilidades, são organizadas noites de fado, durante as quais um menu especial é proposto aos clientes.

“Festeje os acontecimentos importantes” Sabia que?

Se desejar festejar um aniversário, organizar a boda de casamento, reunir um grupo de clientes ou amigos à volta de um tema gastronómico, o Casal Raul Nora está a sua disposição para elaborar e adaptar a melhor proposição à sua exigência.

Animação musical possível.

Victor Ferreira, Noémia e o chef Raúl

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“As especialidades” O Chef Raul prefere cozinhar peixe, nomeadamente a cataplana de marisco e o bacalhau à moda da casa, mas tem uma grande afeição pela Posta Mirandesa que considera uma das melhores carnes do mercado, gosta

muito de confeccionar refugados por constatar que é nesta alquimia de elementos que se libertam melhor os sabores da nossa rica cozinha, exemplo da carne de porco à alentejana. Utiliza para as suas preparações

O restaurante Les Jardins de Montesson Tel: 01 30 71 59 85 www.lesjardinsdemontesson.com 29,Boulevard de la République 78360 Montesson Desejamos-lhe uma boa descoberta, um bom apetite e até à próxima.

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“A nossa boa e rica cozinha portuguesa”

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ara continuar a nossa já longa viagem ao reino das especiarias, hoje vou vos falar do zimbro (genièvre) que é muito conhecido desde a antiguidade pelas suas virtudes medicinais e aromáticas,mas raramente utilizado na nossa cozinha como especiaria.

“Lendas e histórias sagradas” “Debaixo do pé de zimbro, quem nunca esteve lá” o Profeta do fogo Elias.

Crónica de Victor Ferreira

sementes no interior. A temperatura para a secagem não deve ultrapassar os 35 graus para não provocar a evaporação do óleo nelas existente, após a secagem ficam com uma cor acastanhada e do tamanho de uma ervilha.

O aroma das bagas do zimbro é agradável; o seu sabor açucarado e resinoso, faz lembrar o do pinheiro, deixa na boca uma ligeira sensação de calor e de picante.

“A sua utilização na culinária”

“Planta mágica”

Os primeiros escritos encontrados sobre o zimbro e a sua aplicação como medicamento, datam do ano 1550 antes de Jesus Cristo.

Nas antigas: Grécia e Roma, queimavam a madeira de zimbro para extrair o óleo que serviria para a preparação dos corpos antes do cérémonial fúnebre e queimavam a sua rama para afugentar os demónios e os espíritos malignos.

Os Romanos acreditavam que esta árvore os protegia,existem lendas em que o zimbro é apresentado como um guardião, segundo uma delas; a Sagrada Família para esconder o seu bebê, se teria abrigado debaixo dos ramos de um zimbreiro ao fugir do rei Heródes.

O aroma e o sabor das bagas espalham-se à medida que são cozinhadas ou maceradas por isso, devem ser colocadas no princípio das preparações para lentamente provocar a sua eclosão e espalhar os sabores.

Os Escandinavos são o povo que mais utilizam o zimbro na cozinha, particularmente para as marinadas de carnes: caça, vaca, porco e aves.

No norte da França são os pâtés e alguns enchidos que são por ele perfumados.

Na Alemanha e na Região da Alsace, juntam-se as bagas inteiras na chucrute e nos cozinhados fortes para auxiliar a sua digestão. É uma especiaria que pode ser associada ao alho, á cebola e ao alecrim para a preparação de molhos,recheios ou caldos que são muito apreciados no acompanhamento de peixes, carnes e as aves “particularmente o pato recheado”.

“As bagas e o óleo de zimbro, perfumam o Gim”

“ origem e espécies” “Zimbro, Zimbreiro, Juniperus ou Sabina”

O seu nome tem raíz Indo- Europeia e significa “ junco”,é uma árvore da família dos ciprestes muito parecida com o pinheiro, cresce na natureza selvagem na Europe e na América, mas as bagas dos que são cultivados para o comércio vêem principalmente da Europa do Leste “Hungria”.

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As bagas nascem verdes e quando chegam á maturidade “ três anos” tornam-se pretas-arroxadas, são muito carnosas e têm três

O zimbro faz parte da família das especiarias aromáticas e é muito utilizado para perfumar os alimentos,as bebidas e os cosméticos, os rebentos das folhas quando ainda muito tenros, podem ser consumidos misturados nas saladas, as bagas servem a aromatizar: o vinho, a cerveja, as aguardentes e o martini, mas foi o Gim e o licor de Genebra que o fez conhecer no mundo inteiro como um aromático e digestivo.

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“As suas virtudes medicinais” É um Antioxidante Combate edemas, o acido úrico e infeções pulmonares Benéfico para o sistema renal Trata os diabetes “baixando a glucose no sangue” Combate a Artrite e a gota Alivia as crises de Reumatismo Facilita a digestão Estimula o apetite e tem efeito diurético.

Aconselhado durante a gravidez e o parto

“Curiosidades” Sabia que?

Segunda a lenda, quem comer uma baga de zimbro por dia, nunca será vítima de doença.

Na Europa pensava-se que o fumo da sua madeira queimada, desinfectava os locais das vítimas das pestes.

Mastigar uma baga, procura uma sensação de frescura e combate o mau hálito.

Se colocar algumas bagas na água quente do seu banho, alivia as dores reumatismais.

“ O zimbro no seu jardim “ É uma árvore que não gosta de sombra nem estar acompanhada, mas não precisa que se ocupem dela,pode-se utilizar as sementes na terra, mas será necessário esperar dois a três anos antes de as ver rebentar, o melhor é comprar uma pequena árvore e planta-la na terra, sozinha e ao sol.

Os rebentos tenros das suas folhas, depois de secos, pode ser utilizadas para fazer chá.

Em Trás os Montes plantavam um zimbro á entrada das quintas para afugentar a má sorte. L

Receita do mês

Costeletas de porco, em leito de espinafres e batatas, com molho de zimbro para 4 pessoas 1,200 kg de carré de porco 16 bagas de zimbro 2 dente de alho 1 cebola e raminho de alecrim 20 gramas de manteiga 1 copo de vinho branco 2 dcl. de azeite 1 dcl. creme líquido 1 colher de sopa de mel Uma pitada de sal 0,400 de batata 600 g de espinafres Meta o forno a 200 graus com a função pré-aquecido. Coloque o carré de porco temperado de sal,numa assadeira untada de azeite e cubra com a manteiga derretida, juntes-lhe o ramo de alecrim e leve ao forno 20 minutos.

Retire a assadeira,junte as bagas de zimbro e o alho esmagados, a cebola picada e regue com o vinho branco.

Baixe o forno a 170 graus e ponha a assar durante cerca de uma hora. (ou menos ao seu gosto) Deve de vez em quando,deve regar o carré com o molho. Entretanto prepare as batatas em rodelas e os espinafres salteados.

Preparação do molho

Retire o molho da assadeira e passe no passador, ponha numa caçarola em lume brando, junte o mel mexa bem, junte o creme e mexa até obter um molho homogéneo.

Apresentação

Corte o carré em quatro partese coloque uma, em cima dos espinafres no meio do prato (ver foto) Disponha as batatas às rodelas em toda a volta e ponha o molho entre as batatas e os espinafres.

Decore com um ramo de alecrim e algumas bagas de zimbro.

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Recomendo para acompanhar o carré de porco o vinho tinto “Encostas do vale Godinho” (Adega Alveirão).

Espero que goste, bom apetite e até á próxima.

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| REPORTAGEM

Uma jovem luso-francesa com mãos de ouro Precisamente em Junho de 2016, Leiria viu abrir na sua cidade um espaço que está a fazer crescer água na boca em todos os cantos do país.

A Sabores D´ Avenida ainda não completou um ano no mercado e já conquistou o título de melhor pastelaria de Portugal. Rosa e Cecília são as protagonistas desta história e ao participarem no programa da Sic “Best Bakery” saíram do anonimato e saltaram para as luzes da ribalta. Para conhecer melhor a história da mãe e filha que dão vida a este negócio, a Lusopress veio até ao distrito leiriense testemunhar a realidade desta família.

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ecília Cardoso, 23 anos, pasteleira de profissão e nasceu em França. Uma apresentação fugaz da jovem pasteleira que tem a correr nas suas veias a arte da confecção de bolos e outros produtos.

A irreverente artista é criativa por natureza e rigorosa por imposição do dia-a-dia. Apaixonada pelo que faz e pela vida, Cecília confessa que veio para Portugal por decisão de um antigo namorado, algo que resultou no concretizar de um sonho, ou seja, ter a sua própria pastelaria e por outro lado, poder mostrar em Portugal a arte que aprendeu em terras gaulesas.

Embora se encontre numa fase prematura da vida, Cecília vai somando capítulos que já indiciavam um caminho de sucesso. Empenho e dedicação estão no coração da jovem pasteleira que desde cedo tem os seus horizontes definidos. “Aos 14 anos já não queria andar na escola. Apesar de poder fazer os estudos não quis e um dia ao passar em frente a uma pastelaria adorei o que vi na vitrina.

Adorei o cheiro dos croissants quentinhos e foi mesmo assim. Fui fazer um estágio de três dias, adorei e comecei”, realça.

Da conceituada Escola Ferrandi, em França, para a montra portuguesa, Cecília Cardoso

traz para a montra do seu estabelecimento produtos que traduzem a sua aptidão pela doçaria francesa e pela sua capacidade de reinvenção na hora de conjugar sabores diferentes. “A nossa especialidade é o mil-folhas e os portugueses adoram porque é crocante e leva um creme assim muito ligeiro de baunilha. Temos o Mendigo, um caramelo salgado com frutos secos e uma base de chocolate. A nível de pastelaria francesa temos os Macarons, os Éclairs e outros. Também temos o Pastel de nata e a Bola de Berlim” salienta. Ainda na montra do Sabores D´ Avenida é possível sentir os aromas da tão

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| REPORTAGEM

(...) “é um orgulho ver todo o trabalho da minha filha.

Uma verdadeira artista.

No momento em que trabalhamos não há mãe e filha e na vida profissional somos empregadas, sócias e patroas. É assim que tem funcionar”

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apetitosa baguete francesa. “Temos o pão francês, a baguete francesa. A massa é feita da maneira francesa”, explica a artista.

Outra particularidade que a carismática pastelaria oferece nos seus bastidores é o facto de a Cecília dividir o seu negócio com a mãe. Rosa Marques emigrou para França aos 13 anos onde permaneceu por 35 anos.

Contrastando com a maior parte dos casos, Rosa regressou à sua terra origem e hoje tem a felicidade de acompanhar a filha no desenvolvimento da sua arte. “Para mim é um orgulho ver todo o trabalho da minha filha. Uma verdadeira artista. No momento em que trabalhamos não há mãe e filha e na vida profissional somos empregadas, sócias e patroas. É assim que tem funcionar”, confessa.

Ao entrar no espaço da pastelaria, é visível o troféu que Rosa, Cecília e o funcionário Telmo ganharam num programa realizado pela Sic. “Best Bakery” foi realizado em 2016 e propôs aos participantes trabalhar em seis peças típicas de pastelaria e no final confeccionar um Bolo de Casamento. O resultado superou as expectativas e o primeiro lugar significou a vitória no concurso e os clientes vêm hoje de todo o lado. “Participamos por brincadeira. Uma cliente minha viu o spot na televisão a dizer que estavam abertas candidaturas para o programa e enviei um email para me candidatar. Mais tarde ligaram-me porque gostaram da minha candidatura, gostaram da minha história, dos meus bolos, do meu espaço, etc. Foi mesmo assim, foi por pura brincadeira porque não estava no meu foco participar. Hoje temos clientes vindos de várias partes de Portugal e muitos emigrantes que nos felicitam”, confessa Cecília.

Para a família empreendedora a meta será estender os diferentes sabores que proporcionam a outras avenidas. Cecília aproveitou o momento final da entrevista para dizer que quer continuar a crescer e dar formação aos portugueses, uma vez que “a pastelaria aqui é muito reduzida”. ”Quando tiverem

a oportunidade de passarem cá venham conhecer os meus produtos, que faço com muito amor e carinho. Vão ser muito bem recebidos”, termina Cecília, com um sorriso

no rosto, fazendo um repto a todos os emigrantes que queiram visitar o espaço que conjuga a arte e a jovialidade de Cecília ao lado maduro e tranquilo de uma mãe. L

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| CONSULTÓRIO JURÍDICO

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António Delgado Advogado

Alguns conselhos úteis para quem pretende vender um imóvel

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á apresentei neste espaço algumas orientações que deverão estar presentes na compra de um imóvel em Portugal. Agora é altura de dar alguns conselhos para quem tenciona vender um prédio, seja ele urbano (casa, loja, etc) ou rústico (terrenos, quintas ou herdades, etc).

Uma das primeiras dúvidas que surge nestas situações está relacionada com o preço a pedir pelo imóvel. Sabemos que, na maior parte das vezes, é difícil encontrar um valor adequado e justo para a venda. Nesta parte, aconselhamos que faça um Estudo de Mercado, devendo gastar algum tempo a pesquisar (em sites de imobiliárias, por exemplo) imóveis semelhantes ao que tem para venda e na mesma zona. Depois, basta encontrar uma média dos preços destes imóveis para ficar com uma ideia da realidade.

Se o seu imóvel for uma casa ou terreno, faça uma limpeza e algumas intervenções antes de o colocar à venda para

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que se torne mais agradável e apelativo aos olhos do potencial comprador que o for visitar.

E porque a imagem conta muito, aposte em fotografias de qualidade. Se quiser colocar um anúncio na internet ou enviar para alguém, tente tirar fotos profissionais de diferentes divisões e ângulos da casa ou do terreno para valorizar melhor o seu imóvel. Também é importante identificar bem a localização e a existência de serviços, transportes, comércios e tudo o que possa interessar na sua envolvente.

Na hora de divulgar a intenção de vender o imóvel, utilize os recursos que tem ao dispor na internet. Hoje em dia, há imensos sites e plataformas de venda de imóveis onde poderá inserir os anúncios.

Finalmente, assegure-se de que tem disponível toda a documentação relacionada com o imóvel. Do ponto de vista legal, verifique se o mesmo está registado, se tem a área e confrontações correctas,

se não existe qualquer ónus, qual o valor do imposto (IMI), etc. Este aspecto é muito importante. Se faltar algum elemento essencial ou detalhe de última hora, poderá ficar em causa a conclusão do negócio. É importante referir que, caso exista algum princípio de entendimento para a conclusão do negócio, há sempre a possibilidade de se avançar para a celebração de um contrato promessa de compra e venda. Trata-se de um mecanismo através do qual uma das partes (designada promitente-vendedor) promete vender e a outra parte (promitente comprador) promete comprar o imóvel pelo valor que for estabelecido, havendo a possibilidade de ser efectuado um pagamento a título de sinal que será tido em conta quando for feita a escritura ou acto que titule a compra e venda. No fundo, o contrato promessa funciona como uma garantia ou uma salvaguarda para quem vender e para quem comprar, sendo um instrumento bastante utilizado nos negócios imobiliários e não só. L

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Lusopress

| HORÓSCOPO CARNEIRO ( 21/3 a 20/4 )

Vá à luta! Entre em acção agora e faça perguntas depois, porque você é um líder nato, sempre o primeiro e nunca temeroso de ir sozinho.O seu sentido de missão faz você impulsivo, algumas vezes imprudente (mas sempre bravo) nas suas acções. A sua maneira de agir é “não pense muito a respeito, aprenderemos a fazer no caminho!!”

TOURO ( 21/4 a 20/5 ) Temos aqui a real paciência, pronto para responder aos desafios do mundo e construir algo sólido; qualquer teoria tem que ser posta em prática: assim é Touro. Touro é disposto a ouvir os outros, ouvir as dicas, perceber as pistas, reflectir sobre elas e construir sobre estas informações. Os outros acham-no gentil, firme, e, quase sempre, afável. O Touro percebe as coisas necessárias e prepara o ambiente para trazê-las à existência.

O Touro torna o seu campo fértil. Um ouvido atento e pronto.

GÊMEOS ( 21/5 a 20/6 ) Você ama investigar, procurar, e explorar. Você também é comunicativo por qualquer meio: falando, escrevendo, nos meios de comunicação... mesmo quando faz amor. Sempre indo além do convencional: para o que quer que seja novo, excitante, e picante.

CARANGUEJO ( 21/6 a 20/7 ) Você é uma pessoa muito sensível que depende de sentimentos e intuição para se virar na vida.

Possuindo um grande bom senso, você é sempre pratico e pé-no-chão – cuidando e protegendo a todos como um pai ou uma mãe. A segurança é muito importante para você ( em todos os sentidos ).

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LEÃO ( 21/7 a 22/8 ) Você é extrovertido, sempre entusiástico, optimista, e generoso. Sempre o líder, se não o centro de qualquer grupo, é impossível ignorar suas fortes emoções.

Você é orgulhoso de si mesmo e de suas conquistas. Dramático e feliz de simplesmente estar vivo, você é caloroso de coração, sociável e independente.

VIRGEM ( 23/8 a 22/9 ) Você tem uma natureza compassiva.

Interessado em servir os outros, você se preocupa pelo bem estar deles.

Você gosta de tomar conta de tudo ( dos mínimos detalhes ), e é sempre útil, salvando, consertando e restaurando. Acredita na conservação de tudo. Você se sente bem sendo responsável e ajudando os outros.

BALANÇA (23/9 a 22/10 ) Suas palavras chave são responsabilidade, e relacionamento – responsabilidade é a habilidade de responder ( eu diria responder com prestatividade).É capaz de se encontrar a si mesmo nos outros, nos relacionamentos, mais do que estando sozinho – espelha-se nos outros. Você tem a capacidade de ser pacífico, calmo e imperturbável.

Um génio para lidar com as pessoas e fazê-las agir, você é um estrategista nato.

ESCORPIÃO (23/10 a 21/11 ) Sabe como dizer “não” e ficar sem, se for necessário. Intenso e algumas vezes como que possuído por uma força sem controle, você é capaz de ver através do coração das coisas. Raramente interessado em refinamentos.

Pode ser bem magnético, mesmo selvagem às vezes, tem um instinto de sobrevivência bem acurado.

SAGITÁRIO (22/11 a 21/12 ) Sempre extrovertido, franco, e mesmo rude às vezes indo directo ao assunto ( você não é de rodeios ).

Sempre em movimento, você é um viajante no mundo e na mente – filosofia e religião.

Aberto, amigável, e bem visto pelo publico, você pode gostar de desporto e actividade física.

CAPRICÓRNIO (22/12 a 20/1 ) Você tem uma visão clara das coisas e vê o que fazer. Feliz quando no controle, você desfruta lidando com coisas praticas.

Não muito emotivo você é objectivo, sistemático, e confiável - disciplinado. A vida é um negócio sério e você é um grande provedor, sempre vendo adiante. Você é social e prático.

AQUÁRIO (21/1 a 19/2 ) De mente aberta, democrático, entusiástico, e tem um senso de missão bem definida.

Acima de tudo você é progressista e gosta de pôr em prática aquilo que for bom para todos.

Seu altruísmo pode parecer com frieza. Sente-se em casa com pessoas de diferentes culturas, pessoas, e outras terras, você adora trabalhar com e em grupos.

PEIXES (20/2 a 20/3 ) É aquele que suporta o sofrimento, está apto para suportar um monte de injúrias pelas suas crenças e ideais. Neste sentido você é orientado para o futuro. Você é intuitivo e sente-se em casa com as coisas psíquicas e psicológicas. Tem um grande senso místico também.

Não se deixe abater pelas suas dores e dores alheias; erga-se e lute !!!

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