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OLHARES
from LusiNews n.º57
Bem-estar animal no foco desta inovação ATLAS – sistema de transporte de aves vivas e de abastecimento ao centro de abate
O centro de abate da Lusiaves, na Marinha das Ondas, foi dotado de um novo sistema de transporte de aves vivas e de uma profunda reformulação do cais de espera, criando melhores condições para as aves e para os colaboradores que aí trabalham.
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O Grupo Lusiaves continua a investir na melhoria do sistema de transporte de aves, substituindo a tradicional utilização de jaulas por um sistema com recurso a contentores de gavetas, com mais espaço para as aves, tanto em altura como em área de superfície. Os contentores apresentam uma estrutura especialmente concebida para possibilitar a visualização e acesso direto às aves, de modo a agir de acordo com as necessidades. O design característico das gavetas, que encaixam funcionalmente umas nas outras, assegura maior ventilação e facilidade de manuseamento tanto na apanha, carga e transporte, como na descarga no centro de abate. O sistema integra ainda equipamentos que automatizam o desempilhamento, conduzem as gavetas com as aves para os devidos locais e asseguram uma higienização completa e segura de todos os materiais usados. Tudo isto diminui substancialmente a necessidade de manusear as aves e reduz o tempo em que elas se encontram em deslocação e espera.
De acordo com o administrador Carlos Caldeira “este sistema foi testado e concluiu-se ser o mais eficaz para dar resposta aos diversos desafios que era necessário enfrentar: as exigências de garantir o bem-estar animal de acordo com os padrões em vigor e proporcionar melhores condições de trabalho aos colaboradores que asseguram a apanha, o transporte de aves e atividade de pendura”.
A introdução deste novo sistema foi acompanhada de uma intervenção no cais do centro de abate, melhorando o ambiente térmico e a iluminação do espaço em que as aves se encontram e diminuindo o seu tempo de espera nesse espaço. As diversas melhorias tiveram como resultado baixar consideravelmente o índice de mortalidade, reforçando, deste modo, o empenho em respeitar as políticas de bem-estar animal.

Com a implementação deste novo sistema procurou-se, antes de mais, assegurar um nível elevado de bem-estar animal. O equipamento proporciona às aves um maior conforto durante o transporte, diminui a necessidade de as manipular, reduz os níveis de stress dos animais e, consequentemente, minimiza a probabilidade de lesões provocadas ao longo de todo o processo.
Paralelamente, este sistema contribui também para melhores condições relativas à saúde e bem-estar dos trabalhadores. Ao exigir menos esforço humano no transporte das aves e no abastecimento do centro de abate, facilita o trabalho dos cola-

boradores, de tal forma que ele pode ser realizado com mais conforto e maior eficácia no desempenho.
As condições de higiene que são conseguidas com este sistema beneficiam não só as aves, mas tornam também possíveis melhores condições de saúde para as pessoas que intervêm no processo.

Com estas inovações consegue-se ainda uma maior eficiência em todo o processo, a diversos níveis: na quantidade de aves transportadas em condições otimizadas, na diminuição do consumo de água, na qualidade final do produto alimentar, na redução de emissões de CO2 e na Certificação do BEA pelo referencial Welfare Quality.
O Grupo Lusiaves pretende estender este sistema a outras empresas do Grupo, uniformizando, assim, os padrões de qualidade e segurança deste processo.
A INTRODUÇÃO DESTE NOVO SISTEMA DIMINUI O TEMPO DE ESPERA


Integração através da língua portuguesa Colaboradores de nacionalidade estrangeira aprendem a língua portuguesa com o apoio do Grupo Lusiaves

Com o objetivo de facilitar a inclusão social e profissional dos colaboradores provenientes de países estrangeiros, o Grupo Lusiaves, em parceria com o Alto Comissariado para as Migrações, organiza cursos de formação certificada de língua portuguesa.
Os cursos têm uma duração de 150 horas e permitem atingir o nível A2 de português como língua não materna. Na Marinha das Ondas, o curso foi lecionado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional da Figueira da Foz, nas instalações do Salão Paroquial da mesma localidade. Em Pardilhó, o curso realizou-se através do Centro Qualifica, de Estarreja, e em parceria com a Junta de Freguesia de Pardilhó, que disponibilizou uma sala para as aulas.
São 150 os colaboradores que, nas edições de 2021 e na anterior, frequentaram estes cursos. Embora o Grupo Lusiaves conte com cidadãos de mais de 20 países, participam sobretudo cidadãos das nacionalidades mais representadas nas unidades de Marinha das Ondas e Pardilhó, provenientes do Nepal, Bangladesh, Índia e Uzbequistão.
Segundo João Malho, do Departamento de Recursos Humanos, «a aprendizagem da língua portuguesa, através destes
cursos, permite, antes de mais, uma adequada integração dos colaboradores nos seus postos de trabalho, mas também possibilita as relações interpessoais, em ambiente laboral ou social; é ainda um elemento fundamental para a integração destes cidadãos na comunidade onde estão inseridos». Estes cursos visam facilitar a integração dos cidadãos estrangeiros, tanto na esfera social como na esfera profissional. Os conteúdos lecionados permitem que a barreira da comunicação se dilua, facilitando e promovendo a interação entre todos. A nível profissional, esta medida tem impacto na promoção da igualdade de oportunidades, no acolhimento e integração dos colaboradores nas empresas e nos respetivos postos de trabalho, e no clima organizacional, uma vez que possibilita o diálogo e a participação.
Do “Namastê” ao “Olá” — Dois casos de integração pela língua
Para conhecer a experiência de quem faz este percurso de aprendizagem, ouvimos dois colaboradores, que, no seu país de origem, tinham ouvido falar de Portugal no contexto do futebol e por causa de Cristiano Ronaldo. Ambos chegaram sem saber português.
Rupak Devkota veio, há 7 anos, do Nepal e trabalha, há 6 anos, na Lusiaves. Vive com a mulher e o filho na Marinha das Ondas. Diz que, graças ao curso de língua portuguesa, consegue perceber melhor o que lhe é pedido no trabalho, mas também «falar no trabalho, conviver com os amigos, combinar as coisas necessárias». Confessa que, no início, quando ia às compras tinha de apontar o dedo para indicar o que queria. Agora já consegue pedir, usando a palavra. Reconhece que ainda precisa de praticar muito e aconselha os que passam por situações semelhantes à sua a aprender a língua portuguesa.
Também Samjana Khatri se mudou há 6 anos do Nepal para Portugal. Vive na Marinha das Ondas com o marido e o filho. Antes de integrar a empresa Lusiaves trabalhou na agricultura, noutra região do País. Tal como Rupak, a primeira aprendizagem do português aconteceu através destes cursos proporcionados pelo Grupo Lusiaves. Recorda que quando chegou nem sabia dizer “olá”. Diz que saber português tem sido de grande utilidade, «para conversar, para ir ao hospital, ir às compras». Salienta que o trabalho em equipa exige comunicar em português e que gosta de ajudar outras pessoas que chegam a Portugal sem saber a língua portuguesa.
Catarina Ferreira, do Departamento de Recursos Humanos, realça o facto de Samjana colaborar como intérprete para os colegas que não compreendem ainda este idioma. O facto de compreender diversas línguas asiáticas é de grande auxílio no acolhimento de colaboradores dessas áreas e na sua formação inicial. Samjana e Rupak recordam a novidade que foi aprender palavras novas, sobretudo os termos para designar os familiares. Tão importante como aprender português tem sido conhecer os hábitos culturais deste País. Foi curioso para eles, por exemplo, o facto de em Portugal se saudar, com “olá” ou “bom dia”, mesmo uma pessoa que não se conhece. No seu país de origem, saúda-se, com “namastê”, apenas pessoas que são conhecidas.

Ambos reconhecem que aprender a língua portuguesa foi decisivo para uma maior qualidade de vida. Agora que fala português, diz Samjana: “gosto mais e é mais fácil viver aqui”.