Paralelo

Page 30

29

A crítica especializada multifacetada em Tranquility Base Hotel & Casino Diógenes de Barros Desde seu surgimento, no século XIX, a crítica especializada passou por tantos processos de transição quanto as obras de arte que se propõe a discutir. Sempre acompanhando movimentos culturais, as resenhas críticas se caracterizaram pelas várias maneiras de escrita e reflexão sobre produtos culturais. Seja num ensaio pessoal, sociológico, ou puramente técnico, a crítica apresenta várias facetas na construção de um comentário. Charles Baudelaire, autor e crítico francês, dizia que a arte e o pensamento sobre ela deveriam ser “parciais, apaixonados e políticos”. Já o brasileiro Jean-Claude Bernardet, ao abordar o Cinema Novo, afirmava que o crítico tinha como função “esclarecer as relações existentes entre o filme e a sociedade”. Além disso, o escopo técnico e profissional também é considerável no meio. As análises podem conter simplesmente um estudo dos aspectos técnicos típicos da mídia abordada, não dando tanta ênfase a pontos teóricos/sociológicos. Obras que dividem opiniões muitas vezes refletem ainda mais a gama de formas interpretativas de textos reflexivos. É o caso de “Tranquility Base Hotel & Casino”, sexto álbum da banda britânica Arctic Monkeys. Lançado no começo de maio de 2018, o disco apresentou uma sonoridade distinta de composições anteriores do grupo, e causou opiniões diversas entre fãs e até mesmo na imprensa.

Divulgação

é base de críticas gerais, que refletem todos os aspectos apresentados anteriormente, como na resenha do site Omelete, que destaca o álbum como “enigmático, difícil e decididamente revolucionário”. Outra faceta é apresentada em “Arctic Monkeys: Por que Alex Turner mudou em novo disco?”, do portal Escuta Essa Review, com enfoque nas escolhas pessoais do vocalista da banda, Alex Turner. Por último, o escopo técnico é a base do vídeo “Arctic Monkeys mandou bem em ‘Tranquility Base Hotel & Casino’? ”, do canal Tá na Capa, da plataforma YouTube. Hotel e Cassino no Omelete

É de praxe começar uma crítica considerando as últimas reflexões de um artista, ainda mais no contexto atual da banda inglesa. “Eu ficaria preocupado se nada tivesse mudado, principalmente porque faz cinco anos desde o último álbum”. A escolha apresenta o contexto do disco resenhado, como ele enfrenta a antipatia do público e a estranheza Bem avaliado ou não, o LP dos ingleses por partir de efeitos não antes explora-


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.