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DEZEMBRO 2023 | JORNALISMO DE DADOS

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S N E V O J E R T N E O A RELAÇÃ E A CAMISINHA Dados, motivos e questionamentos

TRANSEI SEM CAMISINHA! E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA? E AGORA?

UMA REPORTAGEM DE ALUNOS DE JORNALISMO

Cláudia Vilemar

Luiza Hidalgo

Luiza Pavim

Mariana Haubert

Orientação: Carlos Guimarães

amiga, bom dia, tá viva? guria tu sumiu ontem de noite, tu foi aonde?

ai amiga fui pra casa do rafa!! ele apareceu na pressa lá no barzinho, acabei esquecendo de dar tchau

ihhhh, e passou bem a noite?

🌚 simm, rolou amiga

🙃

keeeeelly kelly, pelo menos usaram ne?

camisinha?

lógico né

😳😳

transei sem camisinha, e agora?!

transei sem camisinha, e agora?!

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Bem-vindo(a) ao Chat SXT Nós somos um chat automatizado online especializado em tudo que envolve sexo: dúvidas, métodos de proteção e muito mais.

Contamos com a ajuda de diversas fontes especializadas no assunto para atender à todas as suas dúvidas, bem como depoimentos pessoais anônimos de diversas pessoas e dados de pesquisas.

No que podemos te ajudar hoje?

Pergunta 1

Chat, eu transei sem camisinha com um ficante, o que será que pode acontecer?

elly você está entre o índice de jovens que não usam camisinha no Brasil e no Rio Grande do Sul. De acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, jovens e adolescentes deixaram de usar preservativos durante a relação sexual. Ainda, 60% dos jovens acima de 18 anos não usam camisinha em nenhuma de suas relações.

No estado do RS, que, em conjunto com Porto Alegre, são líderes nos casos de Aids e outras doenças desde a década de 90. Em 2019 foram registradas mais de dez mil mortes por Aids no Brasil, sendo o Rio Grande do Sul o segundo colocado no ranking em que

A CADA 100 MIL HABITANTES, 7,6 PESSOAS CONTRAEM O VÍRUS DO HIV. E, em junho de 2023, através de estudos do Projeto Atitude realizado em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), afirma que os casos de HIV têm prevalência em cidades da Região Metropolitana, e, também nesta pesquisa foram apontados dados que apresentam o estado em situação de epidemia de HIV.

A PARTIR DOS DADOS PODE-SE OBSERVAR QUE OS JOVENS DIMINUÍRAM O USO DE CAMISINHA. MAS, P OR QU Ê?

Mapear tais informações é complexo, contudo, alunos de jornalismo da ESPM de Porto Alegre desenvolveram uma enquete, buscando sanar essa dúvida.

A partir das respostas de jovens de 18 a 25 anos residentes de Porto Alegre e região, foi possível entender um pouco do porquê o uso de preservativo caiu entre o público. Entre os índices mais altos estão o fato de sentir desconforto ao usar a camisinha com 20,5%. Também com 20% tem-se a não consideração da importância do preservativo, e, liderando as respostas, 43,6% confiam em seu parceiro e, por isso, não fazem o uso da proteção.

CONFIO NO MEU PARCEIRO – 43,6% NÃO ME SINTO CONFORTÁVEL – 20,5% NÃO CONSIDERO IMPORTANTE – 20,5% MEU PARCEIRO(A) NÃO GOSTA – 7,7% NÃO SEI UTILIZAR – 10,3 OUTRO MOTIVO – 33,3%

EU SEI, KELLY, OS NÚMEROS ASSUSTAM, NÃO É?

1.000.000 de pessoas contraíram infecções sexualmente transmissíveis no Brasil em 2019

Você disse que transou sem camisinha com a mesma pessoa em duas situações distintas e está com dúvidas do que pode acontecer.

Relações sexuais, sejam elas orais ou envolvendo penetração, podem provocar doenças. Em 2019, cerca de 1 milhão de pessoas contraíram infecções sexualmente transmissíveis no Brasil, de acordo com dados levantados pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde. Neste estudo, ainda, consta que 0,6% da população com 18 anos ou mais afirmou ter diagnóstico com este tipo de doença.

Para a Médica Infectologista, Letícia Marques, há dificuldade em conversar com a juventude sobre ISTs desde a época escolar.

De acordo com ela, a maioria dos adolescentes não conhece alguém que tem ou já teve infecções sexualmente transmissíveis, fazendo com que os jovens vivam num

mundo paralelo

achando que “que ninguém tem doença sexualmente transmissível.”

COM O NÚMERO DE JOVENS USANDO CAMISINHA CAINDO, O OPOSTO SE VÊ EM RELAÇÃO AOS DIAGNÓSTICOS DE ISTS. Com a falta de conscientização da população juvenil, ainda em época de escola, adultos se tornam irresponsáveis acerca do uso de preservativos e, de forma perigosa, acha que “isso nunca vai acontecer comigo”.

Letícia acredita que é preciso falar sobre o assunto desde cedo, nas escolas, principalmente, e não tornar este tema uma forma de gerar pânico, mas conscientizar sobre o que são ISTs e sobre a testagem.

A médica alerta também sobre o uso de camisinha, a qual é distribuída pelo SUS, e como mesmo com esse acesso gratuito, muitas pessoas nunca nem usaram este método de proteção.

FALA-SE TAMBÉM sobre a falta de conhecimento sobre o que de fato são ISTs, e qual a diferença entre DST. Pois bem, criei um esboço para você, Kelly, para tentar explicar essas diferenças. Vou lhe apresentar uma tabela com exemplos das ISTs mais conhecidas, de acordo com o GOV, além de alguns sintomas mais comuns e medidas de prevenção, assim como de tratamento.

Porém, atento a importância de consultar seu médico regularmente, e, com uma vida sexualmente ativa é essencial realizar testagens em caso de suspeitas e sempre utilizar métodos de proteção.

Vamos lá?

DIFERENÇA ENTRE DST

IST

O termo "DST" foi mais comumente utilizado no passado

O termo "IST" é uma abordagem mais abrangente e atual.

Reflete a ideia de que a presença de uma infecção sexualmente transmissível resulta em uma doença manifesta.

Reflete a compreensão de que uma pessoa pode estar infectada e transmitir uma infecção mesmo na ausência de sintomas visíveis.

Historicamente, a ênfase estava na presença de sintomas ou sinais evidentes da infecção.

Reconhece que nem todas as infecções resultam em uma doença clinicamente aparente.

O termo "Infecções Sexualmente Transmissíveis" (IST) é considerado mais inclusivo, uma vez que abrange uma variedade de infecções que podem ser transmitidas sexualmente, mesmo na ausência de sintomas ou doenças manifestas.

PRINCIPAIS ISTS

HPV

HERPES GENITAL

GONORREIA

HIV/AIDS

HEPATITES BEC

O HPV, ou Papilomavírus Humano, é um grupo de mais de 200 vírus que afetam pele, mucosa oral, genital e anal. A vacinação é uma prevenção eficaz, gratuita pelo SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de pessoas de 15 a 45 anos com HIV, transplantados e pacientes oncológicos.

A transmissão ocorre principalmente por contato direto com a pessoa infectada. Os tipos de vírus podem causar lesões em várias partes do corpo. O tipo 1 provoca herpes facial, concentrado na boca, nariz e olhos. Já o tipo 2 afeta a região genital, ânus e nádegas. Embora algumas pessoas não apresentem sintomas, entre 13% e 37% da população infectada manifesta a doença.

Essa infecção está entre as principais causas de Doença Inflamatória Pélvica e infertilidade em mulheres. Durante a gravidez, pode prejudicar permanentemente a saúde do bebê. Segundo a OMS em 2022, houve um aumento de pelo menos 15% na resistência aos antibióticos em comparação a 2017.

O HIV, vírus causador da aids, compromete o sistema imunológico, resultando em riscos à saúde. Sem tratamento, a aids pode ser fatal.

Aproximadamente um milhão de pessoas no Brasil vivem com HIV atualmente.

A Hepatite B, um dos cinco tipos no Brasil, muitas vezes é assintomática e diagnosticada décadas após a infecção, quando surgem sinais de doenças hepáticas.

O vírus está associado a mais de 21% das mortes por hepatites entre 2000 e 2017. A Hepatite C, atingindo o fígado, torna-se crônica em 60% a 85% dos casos, evoluindo para cirrose em cerca de 20%.

A vacinação é uma medida eficaz para prevenir a infecção por alguns tipos de HPV. Consultar um profissional de saúde regularmente é importante para monitorar a saúde sexual.

O Herpes Genital, causado pelos vírus HSV-1 e HSV-2, apresenta sintomas como lesões genitais, bolhas, coceira e dor. O HSV-1 pode provocar herpes labial. Embora não haja cura, antivirais podem aliviar sintomas.

O uso de preservativos reduz a transmissão, e é crucial evitar contato durante surtos.

Consultar um profissional de saúde para diagnóstico e plano de tratamento é essencial.

A Gonorreia manifesta-se com sintomas como dor ao urinar, secreção genital, dor abdominal e sangramento entre períodos em mulheres.

A prevenção envolve o uso de preservativos. O diagnóstico é feito por exames, e o tratamento consiste em antibióticos prescritos pelo médico. É fundamental notificar e tratar os parceiros sexuais para evitar a propagação da infecção.

O HIV, vírus causador da AIDS, muitas vezes não apresenta sintomas imediatos. Quando ocorrem, podem incluir febre, fadiga e dor de cabeça. À medida que a infecção progride para AIDS, podem surgir infecções oportunistas e doenças relacionadas, como pneumonia.

As Hepatites B e C podem inicialmente não apresentar sintomas. Quando ocorrem, podem incluir fadiga, dor abdominal, e icterícia. A transmissão ocorre por contato com sangue ou fluidos corporais infectados.

Medidas preventivas incluem o uso de preservativos, testagem regular para diagnóstico precoce e adesão a terapias antirretrovirais (TAR). As TAR são fundamentais para controlar a replicação do vírus, preservar o sistema imunológico e melhorar a qualidade de vida.

Medidas preventivas envolvem a vacinação para Hepatite B, práticas seguras como o uso de preservativos, e evitar compartilhamento de objetos cortantes. O tratamento varia, mas medicamentos antivirais são frequentemente prescritos.

A detecção precoce, o acompanhamento médico regular, e o estilo de vida saudável são cruciais para o manejo dessas hepatites.

SINTOMAS E MEDIDAS

O HPV geralmente é assintomático, mas pode causar verrugas genitais. Essas verrugas podem aparecer nos órgãos genitais, ânus, boca ou garganta, com uma aparência de couve-flor.

Em alguns casos, o HPV pode levar a alterações celulares, detectáveis por exames como o Papanicolau.

Mas entre meu grupo de amigos, é comum não usar camisinha! Achei que era assim com todo mundo...

Infelizmente esse comportamento é muito comum, Kelly - segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), só

22% DE PESSOAS MAIORES DE 18 ANOS utilizam preservativos em todas as relações sexuais. 59% dos entrevistados afirmaram não usar nenhuma vez, e 17,1% usam às vezes.

Esses dados confirmam que o sexo desprotegido é, sim, comum entre os jovens. Sobre o assunto, a médica infectologista relata que a baixa adesão dessa população aos métodos de proteção é um grande problema atual. “O jovem, apesar de ter acesso muito mais assim a conteúdos, a informação... Ele não tem mais aquele medo, ele acha que o HIV está muito distante.”

Mas isso não está tão ligado à falta de conhecimento ou informação, mas sim outros motivos:

e que eu “A maior dificuldad com vejo de conversar [...] é jovens sobre ISTs tência de encontrar uma resis negacionismo.”

Ou seja, mesmo com a informação e dados na palma da mão, muitos jovens adultos ainda nem sequer conversam sobre o uso de preservativo.

Entre pessoas heterossexuais, um fator importante nessa discussão é o uso da pílula anticoncepcional.

Não é raro ouvir a justificativa “Já tomo anticoncepcional, não precisa usar camisinha”, vindo tanto de mulheres quanto de homens. Ou seja, existe o medo de engravidar, mas, ao mesmo tempo, há uma ideia de que a IST é um problema distante.

“Eles [os jovens] têm o interesse de saber sobre pílula anticoncepcional, sobre pílula do dia seguinte. Mas quando a gente fala ainda de infecção, é um tabu, é algo que a pessoa... não tem, não tem aquela, aquela... necessidade, de achar que precisa, acha que é uma realidade muito distante, que nunca vai acontecer com ela.”

Além de deixar todo o peso da “proteção” sob a mulher, essa mentalidade acaba dando margem para a contração de doenças e infecções. Pra deixar bem claro: mesmo tomando remédio, a camisinha continua sendo indispensável! Só ela protege das ISTs e também previne gravidez.

Mesmo em um relacionamento monogamico, é importante continuar usando, principalmente se o casal não se testa com frequência.

“Eu tomo pílula há anos e confio no meu parceiro”, “Nem eu sei [o porquê não uso camisinha], só não usamos. Talvez por ser mais prazeroso”, “Mais prazeroso para ambos os lados”, “Namoramos há um tempo já e por conta disso não usamos” são algumas das respostas obtidas na enquete realizada por alunos de Jornalismo sobre o uso de camisinha entre jovens de 18 a 25 anos em Porto Alegre e região metropolitana. Com isso, podemos perceber que são vários os motivos para não usar...

MAS SERÁ QUE ELES FAZEM SENTIDO MESMO?

Com tudo isso que eu li agora, fiquei confusa! Se é tão importante assim, por que será que ele não quis usar? Será que tem alguma coisa errada comigo?

NÃO, NÃO E NÃO! Ei, Kelly, relaxa! Não tem nada de errado com você, eu garanto. Como conversamos antes, existem diversos motivos que podem levar alguém a não querer usar a camisinha, vem que vou te ajudar a entender qual pode ser o seu!

Segundo os resultados da nossa enquete (que a gente já te mostrou lá em cima!), a principal razão para que jovens não usem métodos de prevenção é a confiança no parceiro, mas, como era só um ficante, talvez não seja o caso, né?

Então, vamos para as próximas razões! Entre as razões mais comuns entre nossos entrevistados, estavam a falta de conforto e a ideia de que não é importante!

Um entrevistado anônimo inclusive nos contou que sente que o

SEXO É MAIS PRAZEROSO PARA AMBOS OS LADOS QUANDO NÃO SE USA CAMISINHA. Mas será que isso é verdade?

A sensação de redução do prazer geralmente não é culpa do preservativo. Ela pode estar ligada a escolha errada do tamanho, a alguma alergia ao material padrão (látex), a má colocação da camisinha ou até a alguma insegurança. Ou seja, todos são fatores que podem ser resolvidos! O ideal é que você sente e converse, puxa esse assunto e abre o jogo - às vezes, pode ser que ele não converse sobre isso com ninguém e precise de um incentivo para se abrir.

A psicóloga Marlene Teresinha Luz comenta que a questão de não falar sobre sexo tem muito a ver com gênero. Segundo ela, as meninas e as mulheres falam muito sobre assunto, se juntam em roda e conversar abertamente sobre sexualidade e tudo que a envolve, mas, o mesmo dificilmente acontece com os homens: “Porque eles têm que ser ‘garanhão’, têm que se garantir. E, mesmo que não seja bom, tem que falar como se estivesse.”.

do o buscan m s e m , P.S.: Se ses a um des d a c r a t r , conse o seguir d o m ô c o in fatores, onsultar c l a e id ja talvez se se conferir a r a p o kum médic Um chec ! o t r e c está tudo né? cai mal, a c n u n up

Essa falta de diálogo pode causar diversos bloqueios e dificultar a clareza na hora de se relacionar.

Outro tópico que não podemos ignorar é o quanto a camisinha pode ser vista e interpretada como ofensa.

(absurdo, mas é isso mesmo!).

João 23 anos Estagiário Homem Cis Homossexual

João (nome fitício), um dos jovens entrevistados, contou que já até cancelou date porque o parceiro não queria usar camisinha e se sentiu ofendido quando ele sugeriu. “Tem pessoas com as quais é mais natural falar sobre isso, mas que pra maioria, principalmente entre os homens homossexuais, é um tópico sensível. As pessoas ficam desconfortáveis”.

Então, de ixa a gen te reitera r aqui: ca não tem n misinha ada a ver com suje ira ou desconfia nça!

Na contramão do que parece ser um padrão entre os homens, Eduardo (nome fictício) nos conta que entende a importância de conversar sobre sexo: “Acho que quanto mais normalidade falar sobre sexo e, nem só de camisinha, mas sobre o que tu gosta, o que tu prefere... Tratar com naturalidade, traz benefícios tanto contra o controle da disseminação das ISTs quanto o melhor prazer na relação!”

Eduardo

25 anos Estudante Homem Cis Héterosexual

Mas, também não podemos esquecer de uma porcentagem menor dessa pesquisa: 10,3% daqueles que não usam proteção relataram que não sabe utilizar a camisinha ou outro método. A médica Letícia ressalta que, apesar de muita informação disponível sobre o assunto, falta um pouco de incentivo externo: “Eu acho que falta muito é que as escolas e o próprio Ministério da Saúde foquem, conversem sobre o HIV! Porque continua sendo um tabu, uma doença cheia de estigma.”. Conforme a médica, a falta de conhecimento sobre o HIV e outras ISTs também é um fator altamente influente na decisão de não usar camisinha e de não pesquisar mais sobre o assunto.

Enfim, existem diversos motivos que podem levar a decisão de não usar, mas, o mais importante é lembrar que não tem nada de errado com você, Kelly!

Chat, e quando eu for transar com uma mulher, eu preciso usar camisinha?

Por mais que não haja a possibilidade de gravidez quando a relação sexual acontece entre pessoas que são do mesmo sexo, o risco de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis ainda se faz – e, em algumas situações, muito! - presente.

Quando o sexo acontece entre duas mulheres, alguns cuidados também precisam ser tomados

PRA SE PROTEGER DURANTE O SEXO E FICAR TRANQUILA, É PRECISO LEVAR EM CONSIDERAÇÃO TRÊS FATORES:

aso é e não, nem nesse c isinha m a c a d ir g fu l e ív s pos elly! ela é a resposta, K

O contato entre vulva e dedos ou vulva e brinquedos

O contato entre duas vulvas

O sexo oral, com o contato entre vulva e boca

Não precisa pirar ou ficar nervosa porque não sabe como se proteger em todos esses casos, Kelly!

A gente te explica

sta i l a i c e p s e o l e S de qualidade!

Usar brinquedos sexuais, além de ser muito comum, pode ser uma prática muito prazerosa! Mas, nem mesmo ela vem livre de alguns cuidados básicos que é importante ter pra garantir a tua saúde. De acordo com a médica e infectologista Letícia Marques, o mais importante na hora de usar brinquedos sexuais é não os compartilhar com ninguém e mantêlos limpos, tudo pra evitar infecções.

Mas, como lavar esses brinquedos? te conta: te n e g a , o ic n ã p Sem “É importante lavar e higienizar eles de forma correta: água, sabão, álcool. Tentar logo após o uso já realizar a higienização, não esperar”, a médica nos contou.

Mas, só a higienização não é o suficiente!

Tem alguns outros cuidados que tu também precisa ter: Não utilizar o mesmo brinquedo em diferentes orifícios na hora H!

E, se for usar os dedos, é importante se certificar de que não tenha nenhum corte ou ferida neles! Se tiver, isso pode causar infecção de HIV e/ou hepatite.

SEXO VULVA-VULVA Quando o sexo vulva-vulva, onde há o contato entre duas vulvas, entra em cena, a especialista Letícia também adverte sobre os cuidados necessários: “Quando faz o sexo entre vulvas, acaba por ter o contato das mucosas; se tiver alguma ferida, alguma lesão, ou tá as vezes no início do ciclo menstrual ou no final, que tenha esse contato com sangue, a infecção pelo hiv e hepatite (...) é de baixa incidência.”

Porém, muito s riscos aind a se fazem prese ntes, ela adv erte: “Existe muito o risco de sífilis, clamídia, gonorréia, hpv, herpes, tricomaníase, bastantes ISTs mesmo. Não é um sexo seguro.”

2

Nesses casos, a orientação é sempre realizar o preventivo, nos contou a médica: “O que a gente sempre orienta é procurar ginecologista, fazer preventivo, mesmo só fazendo sexo vulva-vulva, é importante que toda mulher faça preventivo.” i fazer a v e u q o ã enetraç p a ó s é o “Nã o útero, d o l o c o n sões você ter le então é importante que toda mulher, independente de orientação sexual, ou homem trans, passem pelo ginecologista para fazer exame de rotina, porque aí se tiver uma lesão, se tiver qualquer alteração, vai ser imediatamente tratado.”

MAS E NO SEXO ORAL, COMO FAZ PRA CUIDAR? Num primeiro momento, tu pode até achar que o sexo oral não tem perigo nenhum: e é aí que tá o primeiro erro!

r? e c e t n o c a e d o Mas, o que p

:

to n u s s a o n a t s li ia o Letícia, espec

Segund

“O risco de hiv e hepatite é baixo. Não é zero, mas é muito baixo. Agora, existe risco de hpv, herpes, clamídia, que o sexo oral pode acontecer... sífilis, pode transmitir. E a orientação que a gente sempre passa é usar métodos preventivos.”

Sem pânico, Kelly!

Existem duas opções de preservativos que tu pode usar na hora do sexo oral: o Dental Dam, que é uma folha de látex, ou a própria camisinha masculina.

Separamos duas ilustrações pra tu entender melhor como cada um funciona nessas horas!

1

Dental Dam

O Dental Dam é uma folha de látex que pode ser usada na hora do sexo oral! Basta posicioná-la como mostra a imagem ao lado.

Camisinha masculina

A camisinha masculina também é uma opção na hora do sexo oral.

Pra usá-la, basta seguir as instruções ilustradas aqui ao lado!

2

A médica ainda reforça: “Lembrando: insulfilme ou papel-filme, que é aquele filme que vem no rolo e a gente enrola comida, ele não serve como essa proteção de barreira, porque ele é muito poroso e muito fino.

Então não adianta, tem que ser mesmo esse Dental Dam ou a camisinha mesmo, aberta. E isso assim, (...) não é só mulher quando fizer o sexo oral, o homem quando faz o sexo oral na mulher também tem que ser feito isso.”

Bora se proteger e não entrar pra nenhuma estatística, né Kelly?

E falando em estatística...

Tu sabia que a maioria das mulheres lésbicas tendem a não usar camisinha, apesar de todas as ISTs que podem ser contraídas?

A Sara (nome fictício) contou pra gente que várias pessoas que ela conhece não usam a camisinha, por acreditarem que não vão contrair nenhuma doença - por não estarem “nem aí”, como a própria Sara comentou. Segundo ela, as pessoas do seu círuclo preferem se testar em busca de ISTs, do que preveni-las.

Sara, 20 an0s Gênero: mulher cis Sexualidade: lésbica

O João também nos contou, quando conversou com a gente, que, nos meios e lugares que ele frequenta, ele percebe que muitos homens homossexuais acabam não usando a camisinha pois tem o hábito de tomar PrEP, a Profilaxia Pré-Exposição. Esse método consiste em tomar comprimidos antes de ter a relação sexual, como uma forma de se prevenir contra o HIV. Ele contou que sempre usa camisinha, afinal, a PrEP não protege contra todas as ISTs.

É por tudo isso Kelly, que é muito importante sempre se manter bem informada e protegida, independente da pessoa com quem tu decidir te relacionar.

Além de, claro, re alizar regularmente todo s os exames, pra se certificar de qu e está tudo bem!

ais um m m e t ia íc t e L ta A infectologis recado pra ti :) “Qualquer pessoa sexualmente ativa, não interessa se namora, se é casado, se é solteira, se tem múltiplos parceiros, orientação sexual, gênero, nada! Toda pessoa que tem uma vida sexual ativa tem que se testar de 6 em 6 meses, ou quando tem as exposições de risco, mas eu falo que, pelo menos, essa rotina dos 6 em 6 meses.”

DIANTE DO DESAFIO enfrentado pela sociedade em conter a disseminação das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), torna-se cada vez mais evidente a necessidade de abordagens abrangentes e eficazes. O panorama revela não apenas um preocupante baixo índice de utilização de preservativos, como também aponta para a carência de organizações especializadas e a democratização do acesso a essas estruturas e à informação.

Quebrar esse padrão exige um esforço conjunto e multifacetado. O JORNALISMO emerge como uma ferramenta fundamental, conduzindo a informação às áreas com maiores índices de ISTs. A educação inclusiva, especialmente ao tratar abertamente de temas relacionados à sexualidade nas escolas, representa outro ponto crucial.

NÃO HÁ UMA FÓRMULA MÁGICA NEM UM CHAT MILAGROSO

que ensinará a forma correta de se proteger nas relações. Contudo, o caminho para uma mudança positiva reside na saúde, nos recursos e na informação. Esses elementos precisam ser disseminados de maneira acessível a todos, quebrando barreiras e superando estigmas.

9

Ao ouvirmos o relato de indivíduos surpreendidos pela falta de informações sobre ISTs, destacamos a urgência de ações coordenadas. A ausência notável de propagandas e debates sobre HIV nas escolas reforça a necessidade de foco e investimento, seja por parte das instituições educacionais ou do Ministério da Saúde.

Um exemplo promissor surge no projeto implementado no Rio Grande do Sul, evidenciando que a criação de Comitês Executivos Intersetoriais pode ser uma estratégia eficaz.

Coordenado pela Secretaria da Saúde e composto por diversos setores da sociedade civil, o projeto visa a eliminação da transmissão vertical de HIV e sífilis, prevenção de novas infecções, redução da mortalidade e o fortalecimento da sociedade civil. É imperativo que a sociedade se una para enfrentar esse desafio de maneira abrangente. O compromisso com a informação, educação e a promoção da saúde é a chave para alcançarmos um futuro em que a disseminação das ISTs seja controlada e a estigmatização dessas condições seja substituída pelo respeito.

VOCÊ SABE TRANSAR COM SEGURANÇA?

Vamos descobrir o que você aprendeu com essa reportagem!

Ao ter uma relação sexual eu sempre:

Se transo sem camisinha me preocupo com:

Exijo o uso da camisinha;

Doenças sexualmente transmissíveis e possível gravidez.

Prezo pelo prazer e não pela proteção, mas converso com a pessoa antes para saber sobre possívies ISTs;

Meu maior medo é engravidar, mas sobre IST me informo com o parceiro antes.

Não penso em nada, só deixo rolar.

Gravidez! Acho difícil pegar alguma doença, penso que isso não vai acontecer comigo.

Em uma situação hipotética você transou sem proteção, o que você faz?

Observo se terei algum sintoma, consulto meu/minha médico(a) e faço testagens para ISTs. Parto para outra, mas fico de olho em possíveis sintomas.

Vida que segue, talvez me protejo na próxima.

Se a pessoa que vou ter relações não quiser usar proteção e eu sim, eu: Não faço o ato porque minha proteção vem em primeiro lugar.

Busco uma solução que seja boa para ambos, mas entendo se a pessoa não quiser usar proteção.

Entendo e respeito, até porque sem é mais gostoso.

Se você está em uma relação monogâmica, sobre a camisinha, você: Ainda uso proteção, e prezo pelo cuidados dos dois lados; Às vezes usamos, às vezes não, depende do momento; Confio no meu(a) parceiro(a), só usamos se for necessário.

As ISTs, você já ouviu, estudou ou procurou se informar sobre?

Lembro de estudar na escola, e, percebendo a relevância, me informei por conta própria; Aprendi na escola mas na época não dei atenção, hoje em dia sei sobre pelo o que ouço dos outros; Sei pouco sobre o assunto, e não me informo por fora.

Sobre essa reportagem, você considera que: Sabia um pouco sobre o que li aqui, mas com certeza aprendi bastante e usarei esse conhecimento na minha vida sexual.

Expandi meus conhecimentos sobre o assunto, especialmente sobre ISTs e talvez leve em consideração algumas informações.

Não sabia muita coisa que li aqui, aprendi um pouco mas gosto do jeito que pratico sexo e não pretendo mudar tão cedo.

VOCÊ SABE TRANSAR COM SEGURANÇA? Descubra o resultado aqui!

Mais

Mais RESPONSÁVEL

De acordo com suas respostas, você tem o perfil responsável, ou seja, você preza por sua saúde e proteção. Desta forma, você acredita que se proteger contra doenças sexualmente transmissíveis é essencial para ter uma relação sexual gostosa, que ao mesmo tempo é segura.

Parabéns! Você cuida de si mesmo e ainda protege os outros com quem se relaciona.

Continue assim!

DESCUIDADO Se seu perfil é descuidado, então talvez seja necessário buscar mais informações sobre sexo seguro.

Usando proteção você cuida de si e do outro, prevenindo ISTs, garantindo relações sexuais seguras.

Você está no caminho certo, mas precisa estar mais atento(a) sobre a importância do uso de proteções na hora do ato.

LEMBRE-SE

Mais IRRESPONSÁVEL Suas respostas levaram você até o perfil de irresponsável. Você não se cuida na hora do sexo ao não usar proteção e nem depois porque não observa possíveis sinais de ISTs. Sendo assim, você pode contrair doenças sexualmente transmissíveis e ainda transmitir tais doenças para seus(as) parceiros(as).

Fique mais atento(a), se informe e melhore seus atos.

Seja mais responsável consigo e com outros, o prazer é ótimo mas a saúde é essencial.

O resultado do quiz não representa 100% a realidade.

Mas, se mantenha atento e não se esqueça que sua saúde vem em primeiro lugar e preze também pela segurança dos outros. É de extrema importância consultar seus médicos, e sendo sexualmente ativo, realizar testagens para prevenir ou tratar ISTs.

OBRIGADO POR SE INFORMAR PELO CHAT SXT.

ATÉ UMA PRÓXIMA! E CUIDE-SE! Esta foi uma reportagem desenvolvida pelas alunas de jornalismo Cláudia Vilemar, Luiza Hidalgo, Luiza Pavim e Mariana Haubert.

O trabalho foi orientado pelo professor Carlos Guimarães para a disciplina de Jornalismo de Dados.

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