Residência Olga Baeta

ResidĂŞncia

OLGA BAETA

Alexander, Iara, Patricia.

Localização Rua Gaspar Moreira, 271 – Bairro Butantã, São Paulo/SP

Imagem 01

Imagem 02

Terreno:

456m² (16x28,5m), retangular, plano, meio de quadra, frente leste.

1

2

Contexto

do local de implantação

A residência foi projetada e construída em um bairro horizontal com residências de classe alta e muito verde.

Projetada para os clientes Olga e Sebastião Baeta Henriques.

Imagem 03

Cronologia

Clientes Sebastião Baeta e Olga Bohomoletz

Eugênio adquire o imóvel

1957

1995

3

A casa é posta a venda

Vilanova/ Partido comunista

Olga B. tia avó cunhada de A. Bucci

Eugênio Bucci/ (irmão de Angelo) procuram terreno SP 1994

Angelo Bucci reforma 1998

Arquiteto Original

João Batista Vilanova Artigas

4

Arquiteto paranaense, nascido em Curitiba no ano de 1915.

Formou-se na Escola Politécnica da USP. Fundador e professor na FAU-USP.

Adotou o estilo da escola paulista, também chamada escola brutalista de São Paulo dentro do modernismo.

Imagem 04

a construção

“Na década de 50, achei que era necessário mudar a tipologia da casa paulistana. Tratava-se de modificar a divisão interna espacial da casa da classe média paulistana, que necessitava se atualizar em relação às modificações sociais que se processavam em nosso país.” (ARTIGAS, 2003, P. 217, apud ALMEIDA, 2013, p. 60).

1957

Relação público x privado – baixo portão.

Proposta de inserção de todo o programa em um único bloco.

Definição da estrutura como elemento expressivo e caracterizador do partido.

O edifício se desfaz no ar!

Imagem 05

Imagem 06 - 1958

5

a construção estrutura

Pilar inclinado Telhas de barro

Imagem 06

Viga-parede Pilares/pórtico Escora central

6

Imagem 08

Viga-parede (empena cega)

- Pilares das extremidades incorporam as vigas-paredes; - Vigas-paredes com trecho de 4,5m em balanço; - Pórtico central, não tem viga-parede, então adiciona-se a escora para sustentar a cobertura inclinada; - Escora colapsou, no lugar colocaram um pilar.

Concreto Formato vertical da forma de madeira (ligação com as casas curitibanas de madeira)

6 pilares = 3 pórticos Em laranja os pilares Imagem 07

Imagem 09

Garagem Circulação vertical Cozinha Sala de estar/jantar

Escritório 1m acima do térreo, aberto criando relação com o restante dos ambientes, forma lúdica (estúdio)

Superior

programa

Escritório

Térreo

a construção

Banheiros Circulação vertical Dormitórios

integração de ambientes

7

Dormitório (serviço) Serviço

Meia altura

Imagem 10

a construção partido

A força do partido não está apenas na estrutura, mas também na relação com o lote.

Fachada sul com fechamento em vidro, promovendo continuidade visual e prolongamento do espaço para fora da estrutura.

8

Partido Poético: ampliar o interior e reagir ao exterior

Fachada Sul

Imagem 11

Imagem 12

Arquiteto da Reforma

Angelo Bucci

9

SPBR arquitetos

A reforma da residência foi liderada por Angelo Bucci, na época ainda estava no escritório MMBB. Buscou na muito bem o intenção de momentos residência.

Imagem 13

reforma, demarcar antigo do novo, na não confundir os da história da

a reforma 1998

“Segundo a definição de Brandi, o restauro é ação de caráter cultural, oposta àquelas derivadas de razões fundamentalmente pragmáticas, que se transforma em ato históricocrítico, alicerçado na análise da relação dialética entre as instâncias estética e histórica de uma dada obra. Fundamenta-se, pois, no reconhecimento que se faz da obra de arte em seus aspectos materiais, figurativos e documentais.” Kühl, 2007.

novos volumes de argamassa armada na inclusão de novos ambientes

complemento dos pisos internos

eliminação de pilar metálico e de 3 pilares ocultos

novo desenho para áreas externas

instalação da escora metálica

recuperação de esquadrias e repintura

10

a reforma 1998

OBJETIVO PRINCIPAL – restaurar o conceito original da estrutura da casa.

11

térreo

superior Imagem 14

a reforma

Alteração dos ambientes

12

térreo

superior Imagem 14

a reforma

Alteração dos ambientes

13

térreo

superior Imagem 14

a reforma

Alteração dos ambientes

14

térreo

superior Imagem 14

a reforma

paredes construídas

intervenções

“ Deverá ser sempre e facilmente reconhecível; mas sem que por isso se venha a infringir a própria unidade que se visa a reconstruir. Desse modo, a integração deverá ser invisível à distância de que a obra de arte deve ser observada, mas reconhecível de imediato, e sem necessidade de instrumentos especiais, quando se chega a uma visão mais aproximada ” (BRANDI, 2004, p.47) As paredes novas

superior

térreo Imagem 15

Imagem 16

15

a reforma

paredes construĂ­das

16

Imagem 16

a reforma

paredes construĂ­das

17

sala de estar

sala de estar/jantar

dormitório cozinha serviço

lavabo

sala de lavabo jantar

cozinha serviço

banheiro

Imagem 17

a reforma

paredes construĂ­das

18

Imagem 17

a reforma o piso

... por sorte ainda existia a Ladrilar, que é a mesma fábrica que fez aquele ladrilho hidráulico...(AGELO BUCCI, 2011, apud ALMEIDA, 2013, p. 94).

19

Brandi Técnica Tratteggio

Teoria da restauração ...qualquer eventual integração, mesmo se mínima deverá ser identificável de modo fácil...para pinturas, a técnica do tratteggio com aquarela se diferencia por técnica e por matéria da pintura integral.

a reforma

... a casa dos seis pilares é o que sempre se diz ... o pórtico central sem as empenas era um absurdo sem a escora prevista, tinha que ter outro pilar... E ele estava lá, mas escondido...(AGELO BUCCI, 2011, apud ALMEIDA, 2013, p. 181).

retirada dos pilares “intrusos”

Imagem 18

20

a reforma a escora

“Por que querer fazer a casa mais autentica do que a casa que você encontrou?”

Viollet-Le-Duc

21

(AGELO BUCCI, 2011, apud ALMEIDA, 2013, p. 94).

Imagem 19

Imagem 20

a reforma

Artigas pensava nesse espaço, como um espaço de descanso, com uma extensão direta do patamar da escada que liga o pavimento térreo ao superior. Foi o que se manteve durante a reforma, porém com alterações no nível que diminuiu para melhorar a drenagem e na vegetação do entorno.

as áreas externas

Imagem 22

Imagem 21

Imagem 23

22 1

a reforma

as áreas externas

23 1

Imagem 25

Mudanças no paisagismo e acréscimo do portão vermelho.

Imagem 24

Imagem 26

a reforma

esquadrias e pinturas Imagem 29

Sobre a questão da mudança das tonalidades das cores adotadas na repintura, Bucci comenta que foi devido às limitações técnico-financeiras:

Imagem 27

“Ela tinha originalmente as cores...a gente seguiu o que estava original e parte do que estava na casa a gente encontrou era muito alterado.[...]Mas era muito trabalhoso porque tinha que remover 24 todo o revestimento. Então a gente acabou deixando a pintura acrílica, mesmo, mas com as cores perto do original.” Angelo Bucci

Imagem 28

análise

da intervenção

Porque se torna necessária a restauração/intervenção na Residência?

O projeto se tornou um divisor de águas para o arquiteto Artigas que a partir dele foi buscar uma linguagem própria que viria a ser muito importante posteriormente tornando-se estilo recorrente e difundido na arquitetura paulista. Um marco na trajetória de Artigas.

Conforme Carlos Eduardo Comas escreve em “Ruminações recentes: Reforma/Reciclagem/Restauro”: Todo edifício construído é um patrimônio no sentido lato de herança, legado e riqueza. Um patrimônio pode se desvalorizar. A reforma se faz para que o patrimônio continue valorizado. A reforma requalifica a forma.

“Projetar, hoje, é atuar cada vez mais no lugar já edificado.[...]Assim, paradoxalmente, o arquiteto contemporâneo se afasta da especialização excessiva e adquire o velho e saudável status de um ofício ligado a solução de problemas, interpretando as necessidades ou a alma de uma comunidade, de um lugar. Desta forma, a atuação no contexto histórico só terá algum significado à medida que possa dialogar com o presente, e o projeto será mais ou menos eficaz enquanto capaz, na sua concepção, de responder à contemporaneidade implícita a toda intervenção arquitetônica.”

José Artur D’Aló Frota Imagem 30

análise

da intervenção

O objetivo da restauração conforme BRANDI, 2004:

“A restauração deve visar ao restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, desde que isso seja possível sem cometer um falso artístico ou um falso histórico, e sem cancelar nenhum traço da passagem da obra de arte no tempo.”

• As intervenções não são apenas técnicas. É uma atuação que só tem significado se dialogar com o presente, respondendo a contemporaneidade.

• •

É necessário “ler o tempo” – entende-lo.

Fazer as partes do passado interagirem com o presente.

• E de maneira que seja uma concepção

aberta se caracterize por um processo evolutivo.

Imagem 31

que

Lista de Imagens Imagem Capa – Localização satélite Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/haus/arquitetura/o-centenario-do-mestre-artigas/ Acesso em: 25 mai. 2017.

Imagem 01 – Localização satélite Fonte: Google Maps. Acesso em: 25 mai. 2017.

Imagem 02 – Planta de Situação Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/10807888/residencia-olga-baeta Acesso em: 25 mai. 2017.

Imagem 03 – Foto Bairro Butantã Fonte: http://www.ademilar.com.br/blog/onde-morar/butanta-muito-mais-bairro-cobras/ Acesso em: 26 mai. 2017.

Imagem 04 – Foto Villanova Artigas Fonte: http://arquiteturaurbanismotodos.org.br/vilanova-artigas/ Acesso em: 25 mai. 2017.

Imagem 05 – Fachada Residência Olga Fonte: http://comover-arq.blogspot.com.br/2012/04/casa-olga-baeta-vilanova-artigas-e.html Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 06 – Fachada Residência Olga Fonte: Artigo Arquitetura Paulista Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 07 – Diagrama de Pilares Fonte: Dissertação de ALMEIDA, 2013. Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 08 – Corte Residência Fonte: http://comover-arq.blogspot.com.br/2012/04/casa-olga-baeta-vilanova-artigas-e.html Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 09 – Foto pilar Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/ Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 10 – Plantas da residência Fonte: http://comover-arq.blogspot.com.br/2012/04/casa-olga-baeta-vilanova-artigas-e.html Acesso em: 26 mai. 2017.

Imagem 11 – Foto Abertura Sul Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/ Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 12 – Foto Abertura Sul Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/ Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 13 – Foto Angelo Bucci Fonte: http://escoladacidade.org/bau/arquitetura-paulistana-bucci/ Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 14 – Plantas pré e pós intervenção Fonte: http://comover-arq.blogspot.com.br/2012/04/casa-olga-baeta-vilanova-artigas-e.html Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 15 – Diagramas da intervenção Fonte: Dissertação de ALMEIDA, 2013. Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 16 – Paredes novas. Fonte: http://comover-arq.blogspot.com.br/2012/04/casa-olga-baeta-vilanova-artigas-e.html Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 17 – Plantas da intervenção. Fonte: Dissertação de ALMEIDA, 2013. Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 18 – Diagrama da retirada dos pilares. Fonte: Dissertação de ALMEIDA, 2013. Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 19 – Projeto nova escora. Fonte: Dissertação de ALMEIDA, 2013. Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 20 – Foto de vista da escora. Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/ Acesso em: 27 mai. 2017.

Lista de Imagens Imagem 21 – Vista externa da residência. Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/ Acesso em: 31 mai. 2017.

Imagem 22 – Vista externa da residência. Fonte: httpshttp://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/ Acesso em: 25 mai. 2017.

Imagem 23 – Vista interna da residência. Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/ Acesso em: 26 mai. 2017.

Imagem 24 – Fachada antiga da residência. Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/ Acesso em: 25 mai. 2017.

Imagem 25 – Fachada depois da reforma, com o portão. Fonte: http://www.google.com.br Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 26 – Imagem do portão vermelho da reforma. Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/ Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 27 – Vista frontal.Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/. Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 28 – Imagem das cores da residência. Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 29 – Representação do pintor Mondian. Fonte: http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=403/ Acesso em: 27 mai. 2017.

Imagem 30 – Fachada dos quartos. Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/Acesso em: 26 mai. 2017.

Imagem 31 – Imagem de parede da intervenção. Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/reforma-casa-olga-baeta-2/ Acesso em: 27 mai. 2017.

Referências ALMEIDA, Apoena Amaral e. Intervenção em patrimônio arquitetônico moderno: um estudo de três casas paulistas. 2013. 245 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-04072013-090039/pt-br.php>. Acesso em: 27 mai. 2017.

PETROSINO, Mauricio Miguel. João Batista Vilanova Artigas - residências unifamiliares: a produção arquitetônica de 1937 a 1981. 2009. 478 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-16032010-090950/pt-br.php>. Acesso em: 27 maio 2017.

FIORIN, Evandro. ARQUITETURA PAULISTA: A POSTURA POLÍTICA NA OPÇÃO PELO CONCRETO ARMADO A PARTIR DE DUAS OBRAS DO ARQUITETO VILANOVA ARTIGAS. Tópos, Presidente Prudente, v. 4, n. 2, p.117-130, jun. 2010. Semestral. Disponível em: <http://revista.fct.unesp.br/index.php/topos/article/view/2248/2057>. Acesso em: 27 maio 2017.

http://comover-arq.blogspot.com.br/2012/04/casa-olga-baeta-vilanova-artigas-e.html. Acesso em: 25 mai. 2017.

KÜHL, Beatriz Mugayar . Cesare brandi e a teoria da restauração. Apresentação em evento- Curso de Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

COMAS, Carlos Eduardo. Ruminações recentes: Reforma/Reciclagem/Restauro. Artigo de opinião. Patrimônio. Pg. 61.

FROTA, José Artur D’Aló. Re-arquiteturas. 2004. Artigo de opinião. ArqTexto. Pg 110-141.