PROJETO DE GRADUAÇÃO - LUISA CASSA CARDOZO

Universidade Federal do Espírito Santo Luisa Cassa Cardozo

arquitetura social emergencial:

habitação transitória para situações emergenciais

Vitória - 2021

Universidade Federal do Espírito Santo Luisa Cassa Cardozo

arquitetura social emergencial: habitação transitória para situações emergenciais

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Espírito Santo como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Prof. Dr. Rogério Almenara Ribeiro

Vitória - 2021

resumo

abstract

Os desastres naturais representam uma realidade constante na sociedade e, todos os anos, o Brasil sofre com tragédias relacionadas ao excesso de chuvas, agravados por um controle urbanístico ineficiente e desordenado, péssimo planejamento governamental e ocupação humana inadequada às margens de córregos e rios ou em encostas desprotegidas.

Sendo assim, a finalidade deste projeto de graduação será estudar o que vem sendo produzido em termos de habitações emergenciais no mundo a fim de obter referências e, assim, desenvolver o anteprojeto de um abrigo de caráter emergencial, para aplicação na Região Sudeste, oferecendo refúgio e auxílio às pessoas que foram atingidas e ficaram desabrigadas por desastres.

Natural disasters represent a constant reality in society and every year Brazil suffers from tragedies related to excessive rainfall, aggravated by an inefficient and disordered urban control, poor government planning and inadequate human occupation on the banks of streams and rivers or in unprotected slopes.

Therefore, the purpose of this graduation project will be to study what has been produced in terms of emergency housing in the world in order to obtain references and, thus, develop the draft of an emergency shelter, for use in the Southeast Region, offering refuge and assistance to the people who have been affected and have been made homeless by disasters.

Palavras-chaves: Abrigo, habitação emergencial, arquitetura efêmera, arquitetura social, desastres, Brasil.

Keywords: Shelter, emergency housing, ephemeral architecture, social architecture, disasters, Brazil.

1. INTRODUÇÃO

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2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral

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2.2 Objetivos Específicos

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3. DESASTRES NATURAIS

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4. HABITAÇÕES TEMPORÁRIAS - EVOLUÇÃO

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4.1 Povos nômades - referências vernaculares

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4.1.1 Tendas Tipi - Índios Norte-Americanos 4.1.2 Tendas Nômades - Norte da África 4.1.3 Tendas Yurt - Povos Asiáticos 4.2 Abrigos militares 4.3 Abrigos no pós-guerra

sumário

5. SOLUÇÕES DE HABITAÇÕES EM CARÁTER EMERGENCIAL 5.1 Construções in loco 5.2 Kits 5.2.1 Module

8 8

9 9

10 11 11 11 11

5.2.2 Flat-pack

12

5.2.3 Tensile

12

5.2.4 Pneumatic

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6. ESTUDOS DE CASO E REFERENCIAL PROJETUAL

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6.1 Paper Log House - Shigeru Ban

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6.2 Just a Minute - Barberio Collela ARC 6.3 Abrigo em Mariana - GP3D+RVA 6.4 Protótipo Puertas - Cubo Arquitectos

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7. PROJETO

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7.1 Diretrizes projetuais

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7.2 Programa de necessidades

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7.3 Croquis e proposta inicial

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7.4 Materiais

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7.4.1 Estrutura 7.4.2 Fundação 7.4.3 Vedação e aberturas 7.4.4 Cobertura 7.5 Módulo base 7.6 Ampliações do módulo base 7.6.1 Dormitórios ampliados

sumário

7.6.2 Refeitório

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24 24 24

25 34 34 36

7.6.3 Sanitários

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7.6.4 Depósito

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7.7 Instalações sanitárias

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7.8 Trasporte

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7.9 Implantação

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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9. BIBLIOGRAFIA

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10. LISTA DE FIGURAS

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1. introdução Segundo o IBGE, mais de 8 milhões de pessoas estão em áreas de risco em potencial de enchentes e deslizamentos de terra no Brasil. Logo, são necessários estudos sobre arquitetura de caráter emergencial e urgente, para atender com rapidez e eficiência as famílias afetadas e desabrigadas. Por meio de soluções econômicas, de fácil montagem, com recursos de fácil acesso e de modo sustentável.

Este trabalho irá apresentar estudos e registros de desastres no território brasileiro, referências sobre habitações transitórias e emergenciais já existentes, diretrizes e recomendações para a criação de abrigos e, por fim, o desenvolvimento de uma moradia de caráter emergencial, com foco na Região Sudeste.

2. objetivos 2.1 OBJETIVO GERAL Desenvolver o anteprojeto de uma habitação de caráter emergencial e temporária e suas unidades de apoio para refúgio e auxílio às pessoas que foram atingidas e ficaram desabrigadas ou desalojadas por desastres. Com soluções economicamente acessíveis, sustentáveis e de fácil montagem.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Analisar os registros de desastres naturais no território brasileiro; Entender a definição de habitação temporária; Buscar referências teóricas para habitações de caráter emergencial; Estudar propostas existentes de habitações temporárias emergenciais; Estudar sistemas construtivos e materiais adequados para a execução deste tipo de habitação; Adotar soluções construtivas sustentáveis; Elaborar uma proposta para habitações temporárias e unidades de apoio (banheiros comunitários, refeitório); Estabelecer um conceito e desenvolver o partido geral do projeto; Desenvolver o anteprojeto de uma habitação temporária de caráter emergencial.

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3. desastres naturais De acordo com o Decreto nº 7.257/2010, do Sistema Nacional de Defesa Civil, desastres podem ser definidos como “resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais ou ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais”.

Para que um evento se constitua em um desastre, é necessário que combine ameaças (naturais e/ou tecnológicas), exposição, condições de vulnerabilidade, insuficiente capacidade ou medidas para reduzir as consequências negativas e potenciais do risco (NARVÁEZ e col., 2009, apud OMS. Ministério da Saúde, 2015, p.9).

Segundo a Defesa Civil, é possível identificar em cada região do país percentuais dos desastres mais recorrentes: Região Norte: inundações graduais e incêndios florestais;

O estudo “População em Área de Risco no Brasil” divulgado pelo IBGE (2019) mostra que mais de 8 milhões de pessoas viviam em áreas com risco potencial de enchentes e deslizamentos de terra, em 2010, em 872 municípios no país.

Esses dados mostram a vulnerabilidade em que o Brasil se encontra frente às mudanças climáticas causadas por ações humanas, como degradação ambiental, urbanização desenfreada e não planejada, entre outros.

Os abrigos emergenciais temporários no Brasil são de responsabilidade do órgão Municipal de Defesa Civil, podendo receber a colaboração de entidades humanitárias e privadas. (GODOY 2016, p.10) Infelizmente, as soluções em abrigos são ineficientes, pois não são feitas de forma ideal, com falhas em infraestrutura, higiene, alimentação, assistência médica e psicológica, etc. (GODOY 2016, p.10)

Região Nordeste: secas e inundações; Municípios

Região Centro-Oeste: incêndios florestais; Região Sudeste: deslizamentos e inundações; Região Sul: inundações, vendavais e granizo.

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Salvador (BA)

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Rio de Janeiro (RJ)

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Norte: inundações e incêndios florestais Nordeste: secas e inundações Centro-oeste: incêndios florestais Sudeste: deslizamentos e inundações Sul: inundações, vendavais e granizo Figura 1: Distribuição por região dos desastres atendidos pela Defesa Civil Nacional Fonte: elaborado pela autora

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São Paulo (SP)

Belo Horizonte (MG) Recife (PE)

Pessoas em área de risco 1.217.527

674.329

444.893

389.218 206.761

Jaboatão dos Guararapes (PE)

188.026

Serra (ES)

132.433

Ribeirão das Neves (MG)

179.314

Juiz de Fora (MG)

128.946

Natal (RN)

104.433

São Bernardo do Campo (SP) Fortaleza (CE)

Santo André (SP) Guarulhos (SP) Vitória (ES)

São João de Meriti (RJ) Blumenau (SC) Petrópolis (RJ) Maceió (AL)

Igarassu (PE)

127.648

102.836 96.062

94.720

87.084 86.185 78.371

72.070

70.343 69.801

Figura 2: Ranking de municípios com população em áreas de risco Fonte disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-denoticias/noticias/21566-estudo-inedito-mostra-moradores-sujeitos-a-enchentes-e-deslizamentos>

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4. habitações temporárias - evolução 4.1 POVOS NÔMADES - REFERÊNCIAS VERNACULARES

4.1.2 TENDAS NÔMADES - NORTE DA ÁFRICA

Há milhares de anos, os homens primitivos viviam em clima tropical e não tinham necessidade de abrigos elaborados, além do uso das cavernas. As mudanças no clima, no período glacial, levaram à busca por mais alimentos e, consequentemente, a estabelecimento e criação de abrigos. (ANDERS, 2007, p. 42) Sendo assim, apenas a partir de 30.000 e 10.000 anos atrás surgiram os primeiros abrigos mais elaborados, com tendas e cabanas, formando, provavelmente, os primeiros assentamentos permanentes. (ANDERS, 2007, p. 42) Anders (2007) aponta que entre as formas vernaculares de habitações desmontáveis e portáteis destacam-se as tendas Tipi, dos índios Norte-Americanos; as tendas dos nômades do deserto, localizados principalmente na região Norte da África; e o Yurt na Ásia.

Como essas regiões possuem clima e topografia extremos, seus habitantes precisavam corresponder ao meio ambiente para sobreviver. Sua característica nômade ocorria devido às suas atividades pastoris. Os Beduínos acreditavam que apenas uma existência nômade é verdadeiramente “livre”. (ANDERS, 2007, p. 45) A tenda era construída por um tecido composto por tiras de 60cm a 70cm de largura, que são costuradas, formando a cobertura resistente à tração dos tirantes e prendedores. A cobertura é erguida por varas com uma espécie de sapata na extremidade, para distribuir o carregamento exercido pelo tecido. (ANDERS, 2007, p. 45 e 46) A tenda era tensionada através de pinos cravados no chão e, quando o terreno não era resistente, pedras ou arbustos enterrados eram utilizados como âncoras. As paredes são suspensas e suas bases cobertas com areia ou pedras, podendo ser erguidas para ventilação ou fechadas, no caso de tempestades de areia. As divisões internas eram feitas por cortinas, possibilitando grande flexibilidade de funções. (ANDERS, 2007, p. 46)

4.1.1 TENDAS TIPI - ÍNDIOS NORTE-AMERICANOS As tendas Tipi, desenvolvidas pelos índios norte-americanos, eram tendas cônicas feitas de pele. Variavam em tamanho e complexidade, de acordo com características das tribos. No geral, sua estrutura era feita por varas (3 ou 4 varas principais) e complementada por varas secundárias, e a cobertura era feita em forma cônica com pele de búfalo. (ANDERS, 2007, p.43)

3

8

4 Figura 3: Tenda Tipi Fonte disponível em: <http://www.redbeardsranch.com/tipi_(3.jpg> (apud ANDERS, 2007) Figura 4: Processo esquemático de construção de uma tenda Tipi.

Fonte: KRONENBURG (1995 apud ANDERS, 2007)

Figura 5:Tenda nômade em um encontro tribal em Marrocos.

Fonte: SHELTER PUBLICATIONS (1973 apud ANDERS, 2007)

4. habitações temporárias - evolução 4.1.3 TENDAS YURT - POVOS ASIÁTICOS

4.2 ABRIGOS MILITARES

Existentes há séculos na Ásia, são tradicionalmente usadas por tribos de pastores do Irã até a Mongólia. É uma habitação facilmente transportável e extremamente sólida quando erguida. (ANDERS, 2007, p. 46) São cabanas circulares com estrutura interna de madeira, com paredes com altura máxima de um homem. As paredes são constituídas de uma estrutura treliçada de madeira e juntas articuladas, o que facilita seu transporte. A cobertura é composta por uma estrutura de varas presas a uma coroa circular e coberta por feltro ou lã. (ANDERS, 2007, p. 47)

Segundo Kronenburg (1995 apud ANDERS, 2007), “a construção de edificações militares influenciou diretamente a construção de edifícios desmontáveis. A produção de abrigos portáteis no séc. XIX melhorou muito a vida do soldado; em termos de condições de moradia em campo e também na provisão de instalações médicas mais adequadas.”

Os soldados, no início da Primeira Guerra Mundial, ainda eram acomodados em barracas, pois os abrigos já desenvolvidos na época tinham estrutura de madeira, mas pesados e de difícil montagem e transporte. (ANDERS, 2007 p.48) Com a criação do abrigo Nissen Hut, desenvolvido pelo canadense Capitão Nissen, as barracas, até então utilizadas, puderam ser substituídas. O abrigo se constituía de uma cobertura semicircular e dois fechamentos, feitos por peças de chapas de ferro corrugado, enquanto o piso era feito de painéis de madeira. Havia duas janelas e uma porta em uma dos lados do abrigo, possuía dimensões de 8.2m por 4.9 e podia ser montado em até 4 horas por 4 homens. (ANDERS, 2007 p.49)

6

8

7

Os abrigos de Nissen obtiveram grande sucesso, pelo fato de sua estrutura utilizar componentes fáceis de fabricar, intercambiáveis e obedeceram uma coordenação, facilitando sua montagem.

Mas, durante a Segunda Guerra Mundial, houve escassez de aço, o que impulsionou novas pesquisas para desenvolvimento de novos abrigos com materiais alternativos. (ANDERS, 2007 p.49)

9 Figura 6: Esquema estrutural e de montagem de uma tenda Yurt.

Fonte disponível em: <http://www.motherearthnews.com/library/2002_December_January/Tipis___Yurts)> (apud ANDERS, 2007) Figura 7: Tendas Yurt.

Fonte disponível em: <http://www.trekearth.com/gallery/Asia/Kyrgyzstan/photo105872.htm> (apud ANDERS, 2007)

Figura 8: Abrigo Nissen Hut, muito utilizados nas duas grandes guerras Fonte disponível em: <http://www.ibiblio.org/hyperwar/USA/USA-E-Logistics1/img/USA-E-Logistics1-p25.jpg> (apud ANDERS, 2007) Figura 9: Elevação e seção de um abrigo Nissen Hut. Fonte: KRONENBURG (1995 apud ANDERS, 2007)

9

4. habitações temporárias - evolução 4.3 ABRIGOS NO PÓS GUERRA Os princípios que nortearam os projetos desenvolvidos no pós-guerra foram: Adaptabilidade ao terreno Flexibilidade (layout e forma) Facilidade de transporte e montagem Baixo custo A destruição consequente da Segunda Guerra Mundial forçou o início de vários estudos em soluções para os desabrigados. Durante as Grandes Guerras, foram desenvolvidos muitos edifícios portáteis e desmontáveis, devido ao avanço tecnológico deste período. Logo, muitos arquitetos inovadores foram influenciados pelas técnicas de pré-fabricação, surgidas nesse período, e passaram a criar diversos projetos de abrigos portáteis. (ANDERS, 2007 p.51) Buckminster Fuller, arquiteto alemão, desenvolveu, durante a Segunda Guerra Mundial, uma série de abrigos temporários transportáveis de uso militar. Mas “um de seus objetivos era utilizar a tecnologia de produção em massa em tempos de paz, produzindo habitações”. (CROWTHER, 1999 apud ANDERS, 2007) O primeiro projeto de Fuller foi a Dymaxion House e mesmo que nunca tenha saído do papel, influenciou o arquiteto a desenvolver outros projetos. No final da década de 40, desenvolveu a Wichita House, que era produzida em massa com componentes industrializados. A montagem poderia ser feita por seis pessoas, em apenas um dia.

Em 1961, o arquiteto Cedric Price, desenvolve o Fun Palace, que consistia em uma estrutura espacial em aço, com auditórios suspensos, onde os pisos, paredes, coberturas e passarelas eram móveis. O edifício possuía gruas capazes de manipular os componentes e reposicioná-los para atividades diversas. Foi projetado para ser um espaço que pudesse ser modificado e adaptado para diferentes usos. (ANDERS, 2007 p.53)

Figura 11: Corte esquemático do Fun Palace Fonte disponível em: <http://www.archinet.com/forum/threads.php?id=7779_0_42_9_C>) (apud ANDERS, 2007)

Outro arquiteto, Frei Otto, desenvolvia projetos fundamentados na busca da eficiência, leveza e flexibilidade. Ficou conhecido por mostrar o potencial das tensoestruturas, devido a sua portabilidade, leveza e flexibilidade (KRONENBURG, 1995 apud ANDERS, 2007)

(ANDERS, 2007 p.52)

10 Figura 10: Protótipo da Wichita House, montado em 1946, na cidade de Wichita, Kansas, EUA. Fonte: KRONENBURG (1995 apud ANDERS, 2007)

Figura 12: Cobertura projetada por Frei Otto, para arena olímpica de Munique, em 1972 Fonte disponível em: <https://urban.csuohio.edu/~sanda/pic/travel/germany/munchen/>) (apud ANDERS, 2007)

5. soluções de habitações em caráter emergencial Não existe ainda uma lei específica sobre direito ao abrigo emergencial, mas ele está implícito na Declaração Universal dos Direitos Humanos (UDHR 1948 - Universal Declaration of Human Rights). O Artigo XXV da Declaração, trata tal questão: Parágrafo 1º: Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.

Em 1996, na primeira conferência para abrigos emergenciais realizada, em Wisconsin, no Estados Unidos, ficou estabelecido que: “O acesso a abrigo básico e contextualmente apropriado é uma necessidade humana essencial. Os padrões para este abrigo podem variar dependendo do contexto cultural, da situação, do clima e de outros fatores.”

Kronenburg (1998) aponta algumas variáveis a ser consideradas na provisão de abrigos:

tenha controle da permeabilidade do abrigo; orientação e identidade, onde o indivíduo consiga ver o abrigo como um lar, mesmo que temporário.

Anders (2007) divide as soluções de acampamentos para desabrigados em duas linhas: a primeira sugere intervenção mínima e somente suporte à vida, e a segunda, sugere uma intervenção maior e melhor planejada. Sendo assim, os acampamentos são divididos em dois grupos principais: construções in loco e fornecimento de kits.

5.1 CONSTRUÇÕES IN LOCO São abrigos que podem ser construídos com materiais locais. Normalmente são de baixo custo e existe a possibilidade de reutilização dos materiais ao fim do período de emergência.

5.2 KITS São unidades disponibilizadas com características práticas e básicas, e devem ser duráveis, pequenas e leves, com aparência de temporário e aceitabilidade cultural. Podem ser subdivididas em: Module (módulos), Flat-Pack (encaixes), Tensile (tensionadas) e Pneumatic (infláveis).

Idade do usuários do abrigo Níveis de roupas quentes que as pessoas possuem Se há cobertores pesados e camas adequadas

5.2.1 MODULE

A base alimentar dos usuários do abrigo O nível de exposição do local a intempérie Se existem fontes de calor e energia

ser montadas. São independentes, sendo necessário apenas a conexão à rede de água, esgoto e eletricidade. Podem ser módulos individuais ou conectar-se com outros, permitindo variação de tamanho e utilidade.

Consiste em unidades habitacionais entregues praticamente prontas ao uso, não precisam

Segundo Anders (2007, p. 58), existem alguns critérios que um abrigo emergencial precisa preencher, que são: Rápido fornecimento Baixo custo Exequível Adaptável De acordo com Babister (2002), um abrigo precisa atender à necessidades básicas, como proteção de elementos externos; preservação da dignidade, de forma que o usuário

13

14

Figura 13: Exemplo de sistema Module - unidade MSS (Mobile Shelter Systems) Fonte disponível em: <http://www.army-technology.com/contractors/field/mobile/> (apud ANDERS, 2007) Figura 14: Abrigo formado por várias unidades MSS (Mobile Shelter Systems) Fonte disponível em: <http://www.army-technology.com/contractors/field/mobile/> (apud ANDERS, 2007)

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5. soluções de habitações em caráter emergencial 5.2.2 FLAT-PACK

5.2.3 TENSILE

São semelhantes às unidades Module, mas seus componentes são entregues desmontados, facilitando o transporte. Geralmente é utilizado em locais onde o acesso é limitado, tendo em vista que o volume de material transportado é compactado. A qualidade e eficiência dependem dos procedimentos de montagem.

É o sistema mais indicado para situações onde há necessidade de espaços flexíveis. Comumente, consistem em uma montagem baseada numa armação rígida e a uma fina membrana, geralmente feita de lona ou um composto de poliéster coberto com PVC. São leves, práticas e geralmente de rápida montagem.

Figura 17: Sistema Tensile Fonte disponível em: <http://www.worldshelters.org/photo.asp> (apud ANDERS, 2007)

5.2.4 PNEUMATIC

Figura 15: Abrigo COGIN, do exército americano Fonte disponível em: <http://www.army-technology.com/contractors/field/cogim/> (apud ANDERS, 2007)

Figura 16: Abrigo COGIN, do exército americano Fonte disponível em: <http://www.army-technology.com/contractors/field/cogim/> (apud ANDERS, 2007)

Funcionam de forma semelhante às estruturas tensionadas, são configuradas por uma membrana que é erguida pela pressão do ar. Permite a construção de estruturas de grande porte, leves e fáceis de transportar e de montagem rápida. Porém, existem problemas causados pelo seu esvaziamento acidental, causado por furos ou falhas no fornecimento de ar.

12 Figura 18: Abrigo inflável, desenvolvido pela empresa americana ITEK Fonte disponível em: <http://itek-usa.com/emergency/> (apud ANDERS, 2007)

6. estudos de caso e referencial projetual Foram analisados alguns projetos de abrigos emergenciais a fim de orientar a proposta geral e embasar as diretrizes gerais do projeto a ser desenvolvido.

6.1 PAPER LOG HOUSE FICHA TÉCNICA

Em 1995, Shigeru Ban projetou a Paper Log House em resposta ao terremoto que abalou Kobe. Quatro anos depois, após outro terremoto catastrófico, ele renovou a Paper Log House para atender às necessidades do povo turco. Em 2001, Ban usou a Paper Log House na Índia depois que o país sofreu o pior terremoto já registrado.

O arquiteto criou um projeto de baixo custo que qualquer pessoa poderia montar e pode ser construído rapidamente. O tempo de construção de cada residência é de 6 a 10 horas, e o espaço interno é de 16 metros quadrados.

Tipo: Emergencial e temporário Autor: Shigeru Ban Local: Kobe, Japão Área: aproximadamente 16m² Capacidade: 4-6 pessoas Custo: U$2000 Tempo útil: não estimado Montagem: 6 horas, por até 20 pessoas Materiais: tubos de papel, engradados plásticos e lona Construção in loco

Figura 20: Paper Log House, Kobe, Japão Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-185116/projetos-humanitarios-de-shigeru-ban>

Figura 19: Protótipo Paper Log House Fonte disponível em: <http://www.shigerubanarchitects.com/works/1995_paper_log_house_kobe/index.html>

13 Figura 21: Paper Log House, Kobe, Japão Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-185116/projetos-humanitarios-de-shigeru-ban>

6. estudos de caso e referencial projetual Bornes (2014) descreve o seguinte passo a passo da montagem da Paper Log House: 1 - Engradados de cerveja são preenchidos com areia para dar estabilidade ao conjunto; 2 - As caixas são colocadas diretamente sobre o solo constituindo a base da unidade; 3 - Um primeiro painel contraplacado é colocado sobre as caixas de cervejas e depois 32 tubos de papelão são dispostos horizontalmente sobre o painel reforçando a estrutura do suporte; 4 - Um segundo painel de madeira cobre o piso; 5 - Um sistema de fixação em papelão é disposto de forma contínua sobre a base da estrutura; 6 - Cada fixador recebe um tubo de papelão o qual garante a estabilidade da parede; 7 - Um sistema de perfil U de madeira cobre as paredes e serve para apoiar a cobertura; 8 - A cobertura é realizada através de amarrações de peças de madeira; 9 - O abrigo é coberto por uma lona plástica. Em seguida, é esticado usando hastes metálicas para fazer o travamento da cobertura.

Figura 22: Passo a passo construção Paper Log House Fonte disponível em: <https://www.behance.net/gallery/47456181/Study-of-the-Paper-Log-House-byShigeru-Ban-2015>

Feres (2014, p. 132), faz a seguinte análise sobre o projeto de Shigeru Ban: Adequa-se ao clima local Há controle da exposição solar, da capacidade térmica, dos ventos e da exposição visual Há previsão de drenagem na cobertura Prevê adaptações conforme estações e contextos diversos Coerência aparente da durabilidade ao tempo de intervenção estimado O custo final é considerado baixo ou elevado conforme contexto da inserção Apresenta previsão para reaproveitamento das peças e materiais Apresenta materiais utilizados na construção típica local, e condizentes com o conforto climático, podendo ser adaptados caso a caso Mão-de-obra simples, como de voluntários e dos próprios moradores Material de fácil obtenção e transporte Apresenta aspectos formais, funcionais e estéticos familiares, com uso de mão-deobra não especializada Possibilita a flexibilidade, a ocorrência das atividades corriqueiras, a acessibilidade e a minimização de riscos Constitui solução formal simples.

Soluções construtivas locais atreladas à incorporação de soluções tecnológicas

14 Figura 23: Paper Log House, maquete ilustrativa Fonte disponível em: <https://www.behance.net/gallery/47456181/Study-of-the-Paper-Log-House-byShigeru-Ban-2015>

6. estudos de caso e referencial projetual 6.2 JUST A MINUTE FICHA TÉCNICA Tipo: Abrigo temporário Autor: ARC

Barberio

Collela

Local: Nepal Ano: 2015 Status: Inscrição competição

em

Capacidade: pessoas

10

4

a

Materiais: painéis OSB, bambu, bambu laminado, juta branca, lã reciclada e uma membrana à prova d'água.

Figura 24: Implantação ilustrativa do abrigo Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/776295/barberio-colellaarc-projeta-casas-pop-up-no-nepal> Figura 26: Sistema de instalação do abrigo Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/776295/barberio-colella-arc-projeta-casas-pop-up-no-nepal>

Foi projetado para uma competição iniciada pelo site chinês Ikuku e foi construído com seis materiais: painéis OSB, bambu, laminado de bambu, cânhamo branco, lã reciclada e membrana impermeável.

A

Suas estruturas são projetadas para serem produzidas em massa e transportadas para as áreas necessárias. Para facilitar o transporte do abrigo, o projeto possui um ponto de articulação entre os elementos verticais e horizontais de bambu, que podem dobrar a casa.

A instalação no local requer poucos voluntários, pois a estrutura é transportada já construída.

Após a abertura da estrutura, as camadas duplas de juta podem ser preenchidas com lã, para isolamento térmico.

As casas modulares podem ser arranjadas e combinadas para criar espaços maiores dependendo das necessidades dos moradores e formar pequenas vilas.

variedade limitada de materiais torna o projeto mais acessível e fácil de construir.

Figura 25: Componentes do abrigo Just A Minute Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/776295/barberio-colella-arc-projeta-casas-pop-up-nonepal>

15 Figura 27: Planta baixa do abrigo Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/776295/barberio-colella-arc-projeta-casas-pop-up-nonepal>

6. estudos de caso e referencial projetual 6.3 ABRIGO EM MARIANA - GP3D+RVA FICHA TÉCNICA Tipo: Abrigo de emergência Autor: GP3D+RVA Local: Mariana, MG Ano: 2015 Status: inscrição em concurso Materiais: madeira de reflorestamento, placa OSB para a vedação, coberta com telha termo acústica e o tijolo feito com a própria lama do desastre Construção in loco

Figura 29:Espaços de socialização do abrigo Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>

Sua cobertura é levemente inclinada, visando a captação de águas para reutilização. O abrigo também possui ventilação cruzada, possibilitada através de placas móveis nas laterais da edificação.

Figura 28: Abrigo em Mariana Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>

O abrigo, participante de um concurso, foi projetado para lidar com o impacto do pior acidente de mineração do Brasil em 2015, na cidade de Mariana, em Minas Gerais. O rompimento da barragem de uma mineradora, provocou uma enxurrada de lama por todo o curso do Rio Doce, causando destruição e deixando milhares de desabrigados. É composto por quatro materiais, selecionados de acordo com duas diretrizes: serem sustentáveis e leves. São eles: madeira de reflorestamento, placas de OSB, cobertura de telha termoacústica e tijolos feitos com a lama do desastre.

O projeto possui módulos base de 3x3 metros, que podem ser conectados possibilitando uma expansão dos dormitórios e a criação de áreas de convívio e espaços de contemplação.

Figura 30: Implantação abrigo emergencial e sua flexibilidade de conexões Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>

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6. estudos de caso e referencial projetual

Figura 31: Linha de montagem do abrigo Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>

As peças do módulo são cortadas, separadas e enviadas para que os próprios usuários possam montar facilmente através dos encaixes engastados das peças de madeira.

Figura 32: Estrutura e transporte do abrigo Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>

Figura 33: As variações do módulo Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>

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6. estudos de caso e referencial projetual 6.4 PROTÓTIPO PUERTAS

O objetivo inicial deste projeto era idealizar uma casa que pudesse ser construída rapidamente utilizando recursos materiais de distribuidores locais de materiais de construção.

FICHA TÉCNICA

O ambiente é dividido em duas áreas (área de dormir e área de estar) por um pátio central. A cobertura é independente, o que possibilita ventilação natural cruzada constante. De acordo com a necessidade dos usuários, também podem ser adicionados dois anexos à estrutura para

Tipo: Emergencial e temporário Autor: Escritório Chileno “Cubo Arquitectos” Local: Chile Área: aproximadamente 14m² Capacidade: 4-6 pessoas

formar um banheiro completo e outra área de dormir.

Embora não tenha sido aplicado em nenhum ambiente pós-desastre, o protótipo possui recursos que podem ser usados como referência para o desenvolvimento de modelos eficazes para essas situações.

Custo: $ 305.496,00 pesos chilenos (aproximadamente R$2.394,24) Tempo útil: 3 meses Montagem: 8 horas, por até 7 pessoas Materiais: placas modulares de OSB, pallets de madeira, madeira pinus, plástico bolha, lona com perfil de aço

Figura 34: Protótipo Puertas Fonte disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertas-vivienda-deemergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos>

Figura 35 e36: Protótipo Puertas Fonte disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertas-vivienda-deemergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos>

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6. estudos de caso e referencial projetual Feres (2014, p. 149), faz a seguinte análise sobre o projeto do Protótipo Puertas: Agrega e possibilita valores culturais, sociais, funcionais e estéticos na solução do modelo; Adequa-se ao clima local, e apresenta possibilidade de reuso das águas pluviais; O fluxo de ar interno, entretanto, é comprometido já que as aberturas para iluminação possuem fechamento fixo; Tempo de vida útil e infraestrutura coerentes com o tempo de permanência; Montagem e desmontagem otimizadas; Alto custo final para implantação, não condizente com o tempo de permanência estimado; Apresenta materiais e mão-de-obra utilizados na construção típica local, com facilidade na obtenção e transporte; Solução formal mais complexa que permite flexibilidade de arranjos externos, mas não internos; A subdivisão interna pode prover maior conforto e privacidade aos membros familiares; Aspecto inovador que se utiliza de materiais locais e equipamentos condizentes com o tempo de permanência; É viável ao contexto original da concepção; Possui solução construtiva local com incorporação de soluções tecnológicas na estrutura; Há previsão de segunda vida dos materiais.

Figura 37: Isométrica explodida Protótipo Puertas Fonte disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertas-vivienda-deemergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos>

Figura 38: Planta baixa Protótipo Puertas Fonte disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertas-vivienda-deemergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos>

Figura 39: Elevação norte Protótipo Puertas Fonte disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertas-vivienda-deemergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos>

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7. projeto 7.1 DIRETRIZES PROJETUAIS

7.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES

A pesquisa realizada e apresentada mostrou que desastres são uma realidade iminente no país, que impactam a vida de milhares de pessoas.

Sendo assim, após o estudo de referências e a compreensão de princípios importantes no projeto de abrigos emergenciais temporários, foram definidas as seguinte diretrizes projetuais:

De acordo com Anders (2007, p. 65), é desejável que um abrigo tenha as seguintes dependências: dormitórios, sanitários femininos e masculinos, cozinha, refeitório, almoxarifado, administração, lavanderia, área para recreação e instalações hidráulicas e elétricas.

Para minimizar a disseminação de doenças e promover conforto para os abrigados, adotaremos as seguintes recomendações de Clardy (2004 apud ANDERS, 2007, p. 69) em relação aos dormitórios:

Baixo impacto ambiental: priorizar a escolha de materiais de baixo impacto ambiental (não poluentes, não tóxicos, de produção sustentável, reciclados); Sustentabilidade: soluções que possibilitem a captação de água, ventilação natural cruzada e eficiência energética; Baixo custo: construir com matéria prima barata e local; Processo construtivo simples e fácil de executar: sem a necessidade de mão de obra especializada; Flexibilidade: um projeto adaptável e renovável; Modularidade: a modularidade favorece a praticidade de execução e manutenção do abrigo; Transportabilidade: utilização de materiais leves e fáceis de transportar.

Preferencialmente cada beliche, cama ou colchão deve ocupar um espaço de 5,5m² (no mínimo 3,7m²); As camas devem estar espaçadas 1,50 m uma da outra (no mínimo 70cm); Colchões não devem ser postos em contato direto com o piso, mas a pelo menos 30cm de distância.

Além disso, para o dimensionamento dos sanitários e instalações sanitárias, utilizaremos os números mínimos definidos por Clardy (2004 apud ANDERS, 2007, p. 70): 1 vaso sanitário para 10 residentes (mictórios podem substituir até a metade dos vasos sanitários para os banheiros destinados aos homens); 1 lavatório para 10 residentes; 1 chuveiro para cada 30 residentes (locais de clima quente), 1 chuveiro para cada 50 residentes (locais de climas temperados); 1 bebedor e 1 pia de serviço para 100 residentes; O volume total de água requerido pode ser estimado com uma dotação de 40 litros/pessoa/dia.

Sendo assim, foi definido um módulo base de 12,5m² (2,50x5,00m), equivalente a uma unidade habitacional com capacidade para dois leitos. De acordo com a demanda, dormitórios maiores podem ser formados a partir da união desses módulos, e as demais edificações de apoio (refeitório com cozinha, sanitários, lavanderia) também derivam desta modulação.

Além disso, serão previstas torres de água para abastecimento, fossas ecológicas e geradores de energia elétrica para o projeto.

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7. projeto 7.3 CROQUIS E PROPOSTA INICIAL O desenvolvimento da proposta foi realizado com o auxílio de croquis e modelos físicos. Inicialmente foram pensadas formas utilizando triângulos e retângulos como base.

As formas triangulares e hexagonais formam muitas “quinas” no ambiente, tornando o espaço interno pouco prático. Sendo assim, optou-se pelas formas retangulares.

Figura 40: Croquis iniciais Fonte: elaborado pela autora

Figura 41: Experimentos com formas retangulares Fonte: elaborado pela autora

Figura 42: Experimentos com formas hexagonais, derivadas da união de triângulos equiláteros Fonte: elaborado pela autora

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7. projeto 7.3 CROQUIS E PROPOSTA INICIAL A fim de dinamizar a forma do abrigo, foi pensada uma cobertura independente, o que também favorece a ventilação natural cruzada do mesmo.

Figura 43: Croquis cobertura Fonte: elaborado pela autora

Figura 44: Croquis abrigo Fonte: elaborado pela autora

Figura 45, 46, 47 e 48: Maquete do abrigo Fonte: elaborado pela autora

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7. projeto 7.4 MATERIAIS Como dito anteriormente, a escolha dos materiais priorizou a utilização de elementos de baixo impacto ambiental (não poluentes, não tóxicos, de produção sustentável, reciclados) e materiais leves e fáceis de transportar.

7.4.1 ESTRUTURA O material escolhido para formar a estrutura do abrigo foi o bambu. As propriedades estruturais do bambu superam muito as demais madeiras, sendo considerado o “aço verde”. Possui um ótimo isolamento térmico e acústico, além de leveza e flexibilidade.

Agumas vantagens do bambu: Leva apenas 3 anos para chegar à fase madura e se regenera sem a necessidade de replantio; É um material de baixo custo e encontrado em grande escala nas florestas tropicais; Possui resistência física e mecânica semelhante ao aço; Facilidade de manuseio e tratamento; É um excelente sequestrador de carbono e gera 30% mais oxigênio que as árvores; Se o projeto for bem desenhado e construído, é possível construir moradias de baixo custo e de grande qualidade estética.

Como o bambu é composto basicamente por fibras paralelas muito longas, o material não resiste à utilização de pregos. Sendo assim, o tipo de ligação utilizada será o parafusamento, por ser a mais indicada e proporcionar maior estabilidade. É ideal que a união dos bambus seja feita com varas rosqueadas de 3/8" ou 5/16” de diâmetro, dependendo da espessura da parede do bambu.

Nas ligações, é necessário evitar o contato direto entre bambu e os parafusos, podendo ser utilizados segmentos de borracha e silicone, para evitar fissuras e esmagamentos.

Para a execução de um módulo base serão necessárias: 3 varas de 7m de comprimento e 10cm de diâmetro; 2 varas de 6,2m de comprimento e 10cm de diâmetro; 4 varas de 5,45m de comprimento e 10cm de diâmetro; 4 varas de 3,95m de comprimento e 15cm de diâmetro; 4 varas de 3,50m de comprimento e 15cm de diâmetro; 10 varas de 2,9m de comprimento e 10cm de diâmetro; e 4 varas de 0,7m de comprimento e 15cm de diâmetro.

A espécie de bambu utilizada será a Bambusa Vulgaris, por ser cultivada em todo o Brasil e crescer em condições variadas com grande facilidade de adaptação a terrenos, aguentando altitudes superiores a 1500 metros e temperaturas de até -3°C. Podem atingir de 8 a 20 metros de altura, com diâmetro entre 5 e 15 cm e espessura entre 0,7 cm e 1,5 cm.

Figura 49: Bambusa Vulgaris Fonte disponível em: <https://www.guaduabamboo.com/blog/bambusa-vulgaris>

Figura 50: União de bambus por aparafusamento Fonte: Marquez, 2007

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7. projeto 7.4.2 FUNDAÇÃO

7.4.3 VEDAÇÃO E ABERTURAS

Como o bambu não deve estar em contato direto com a terra, para evitar que as ascensões capilares apodreçam os pilares, o projeto contará com sapatas de concreto na base dos pilares. A dimensão das sapatas será de 60x60x60cm, que é a dimensão mínima segundo a NBR 6122, referente ao projeto e execução de fundação.

A ligação das varas com a fundação pode ser feita de várias maneiras, a mais usada é o preenchimento do colmo com concreto, feito através de uma abertura circular acima do nível de massa a ser usado. Para uma interação ideal entre vara e fundação deve-se usar uma barra de ferro chumbada pelo menos a 30 cm na fundação e 30 cm dentro da vara. (MARÇAL, 2008, p. 25)

Para as paredes e piso do abrigo serão utilizados painéis compensados de lâminas de bambu, também conhecidos como Plyboo. Os painéis de compensado de bambu são fabricados com a disposição das lâminas similar à dos painéis de madeira. São feitos 100% de matéria-prima renovável e os adesivos utilizados são fortes, mas com emissões livres de gases contaminantes. Podem ser cortados e lixados utilizando equipamentos convencionais.

Possui características como boa elasticidade, longa durabilidade e reciclagem rápida, abrasão, peso leve e resistência de choque e ainda caráter impermeável, com medidas aproximadas de 2500 mm no comprimento, 1250 mm na largura e 6-30 mm na espessura (MOIZÉS, 2007, p. 51).

As janelas e portas do abrigo também serão confeccionados com painéis de Plyboo, conectados às paredes por meio de dobradiças.

Para a execução de um módulo base serão utilizados 6 painéis de 1,0 x 2,50m para o piso; 12 painéis de 1,25 x 2,50m para as paredes; 1 painel de 0,8 x 2,1m para a porta e uma painel de 0,8 x 1,0m para a janela. Todos com 30 mm de espessura.

Para a impedir a entrada de insetos sem prejudicar a ventilação do abrigo, serão colocadas telas de nylon, conhecidas como “telas mosquiteiras”, nas aberturas e sob a cobertura.

7.4.4 COBERTURA Para a cobertura será utilizada lona tensionada. A cobertura em lona tensionada é eficiente na proteção contra raios UV e possui grande resistência, por ser construída com tração, sendo útil inclusive para construções permanentes.

51 Figura 51: Abertura para preenchimento da vara de bambu com concreto Fonte: Marçal, 2008 Figura 52: Ligação concreto bambu Fonte: Marçal, 2008

52

53

54

Figura 53: Plyboo Fonte disponível em: <https://www.intectural.com/plyboo> Figura 54: Lona tensionada Fonte disponível em: <https://www.solflexbrasil.com.br/coberturas-lonas-tensionadas.html>

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7. projeto 7.5 MÓDULO BASE

PLANTA BAIXA ESTRUTURA ESC.: 1/25

51

25

7. projeto 7.5 MÓDULO BASE

PLANTA BAIXA ESC.: 1/25

51

26

7. projeto 7.5 MÓDULO BASE

CORTE AA ESC.: 1/25

51

27

7. projeto 7.5 MÓDULO BASE

DET. 02

DETALHE 01 - FIXAÇÃO DOS PAINÉIS ESC.: 1/10

DET. 01

CORTE BB ESC.: 1/25

51

DETALHE 02 - FIXAÇÃO DOS PAINÉIS ESC.: 1/10

28

7. projeto 7.5 MÓDULO BASE

ELEVAÇÕES ESC.: 1/50

51

29

7. projeto 7.5 MÓDULO BASE

Comprimento: 7m / Diâmetro: 10cm (1/2 barra) Comprimento: 7m / Diâmetro: 10cm Comprimento: 6,2m / Diâmetro: 10cm Comprimento: 5,45m / Diâmetro: 10cm Comprimento: 3,95m / Diâmetro: 15cm Comprimento: 3,5m / Diâmetro: 15cm ISOMETRIA ESTRUTURA ESC.: 1/25

Comprimento: 2,9m / Diâmetro: 10cm Comprimento: 0,7m / Diâmetro: 15cm

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7. projeto 7.5 MÓDULO BASE

01

02

03

04

05

06

07

08 Qtd. 3

Varas de bambu (15cm)

3,50m

Varas de bambu (10cm)

Varas de bambu (15cm)

6,20m

3,95m

2,90m

0,70m

6

Painéis Plyboo (3mm)

1,00x2,50m

1

Porta de Plyboo (3mm) - P01

0,80x2,10m

12

PASSO A PASSO CONSTRUÇÃO

5,45m

Varas de bambu (15cm)

4

11

Varas de bambu (10cm)

4

10

10

7,00m

Varas de bambu (10cm)

4

Dimensões

Varas de bambu (10cm)

2

4

09

Descrição

1

Painéis Plyboo (3mm)

Janela de Plyboo (3mm) - J01

1,25x2,50m

0,80x1,00m

31

7. projeto 7.5 MÓDULO BASE

ISOMETRIA EXPLODIDA

DETALHES NÓS

32

MÓDULO BASE

33

7. projeto 7.6 AMPLIAÇÕES MÓDULO BASE

7.6.1 DORMITÓRIOS AMPLIADOS

CORTE CC ESC.: 1/50

ISOMETRIA ESTRUTURA SEM ESCALA PLANTA BAIXA ESC.: 1/50

CORTE CC ESC.: 1/50 Comprimento: 7m / Diâmetro: 10cm (1/2 barra) Comprimento: 7m / Diâmetro: 10cm Comprimento: 6,2m / Diâmetro: 10cm Comprimento: 5,45m / Diâmetro: 10cm Comprimento: 3,95m / Diâmetro: 15cm Comprimento: 3,5m / Diâmetro: 15cm Comprimento: 2,9m / Diâmetro: 10cm Comprimento: 0,7m / Diâmetro: 15cm

34

7. projeto 7.6 AMPLIAÇÕES MÓDULO BASE

ELEVAÇÕES ESC.: 1/50

7.6.1 DORMITÓRIOS AMPLIADOS

35

7. projeto 7.6 AMPLIAÇÕES MÓDULO BASE 7.6.2 SANITÁRIOS

B

PLANTA BAIXA ESC.: 1/50

B

36

7. projeto 7.6 AMPLIAÇÕES MÓDULO BASE

7.6.2 SANITÁRIOS

CORTE AA ESC.: 1/50

CORTE BB ESC.: 1/50

37

7. projeto 7.6 AMPLIAÇÕES MÓDULO BASE 7.6.3 REFEITÓRIO

PLANTA BAIXA ESC.: 1/50

38

7. projeto 7.6 AMPLIAÇÕES MÓDULO BASE

7.6.3 REFEITÓRIO

CORTE AA ESC.: 1/50

CORTE BB ESC.: 1/50

39

7. projeto 7.6 AMPLIAÇÕES MÓDULO BASE 7.6.4 DEPÓSITO Os depósitos foram pensados como uma forma de guardar os pertences remanescentes das antigas casas dos desabrigados, enquanto estes não conseguem uma nova moradia ou alguma finalidade para seus bens.

PLANTA BAIXA ESC.: 1/50

40

7. projeto 7.6 AMPLIAÇÕES MÓDULO BASE

7.6.4 DEPÓSITO

CORTE AA ESC.: 1/50

CORTE BB ESC.: 1/50

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7. projeto 7.6 AMPLIAÇÕES MÓDULO BASE (REFEITÓRIO, SANITÁRIOS E DEPÓSITO)

ELEVAÇÕES ESC.: 1/50

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7. projeto 7.6 AMPLIAÇÕES MÓDULO BASE (REFEITÓRIO, SANITÁRIOS E DEPÓSITO) ISOMETRIA ESTRUTURA ESC.: 1/50

Comprimento: 7m / Diâmetro: 10cm (1/2 barra)

Comprimento: 3,95m / Diâmetro: 15cm

Comprimento: 7m / Diâmetro: 10cm

Comprimento: 3,5m / Diâmetro: 15cm

Comprimento: 6,2m / Diâmetro: 10cm

Comprimento: 2,9m / Diâmetro: 10cm

Comprimento: 5,45m / Diâmetro: 10cm

Comprimento: 0,7m / Diâmetro: 15cm

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7. projeto 7.7 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS O abastecimento de água do abrigo será feito através de torres d’água construídas no local de implantação dos abrigos. O cálculo dos reservatórios deverá respeitar a razão de 40 litros/pessoa/dia.

Como solução para o saneamento básico dos abrigos, serão construídas fossas sépticas econômicas. É uma solução fácil de ser instalada e de custo acessível, que trata o esgoto do vaso sanitário de forma eficiente e produz um efluente que pode ser utilizado no solo como fertilizante. Não gera odores desagradáveis, não procria ratos, moscas, baratas e evita a contaminação do lençol freático.

A seguir, temos o Manual de Instalação da Fossa de bombonas, disponibilizado no site da organização Iniciativa Verde (2019).

A fossa séptica econômica é formada por um conjunto de, no mínimo, quatro bombonas de 200 litros conectadas por tubulações e conexões que promovem o tratamento do esgoto do vaso sanitário de uma residência com até cinco pessoas. A cada morador adicional acrescenta-se uma bombona até o máximo de sete bombonas.

Dessa forma, o dimensionamento seria: Até 5 pessoas - 4 bombonas 6 pessoas - 5 bombonas 7 pessoas - 6 bombonas 8 pessoas - 7 bombonas A primeira caixa é ligada à tubulação do vaso sanitário, recebendo o efluente proveniente das descargas (fezes e urina). A fossa não deve receber os outros efluentes do banheiro (pia e chuveiro), tanque ou pia da cozinha (“água cinza”), pois estes possuem componentes, como sabões e detergentes, que podem prejudicar o processo de tratamento.

O local deve receber bastante sol, ser seco, distante (pelo menos 1 metro) do lençol freático e mais baixo que o nível do vaso sanitário (para facilitar o envio da descarga para as bombonas).

No local escolhido para a instalação da fossa deve ser cavado um buraco com 1,5 metros de largura, 4 metros de comprimento (se forem usadas mais de 4 bombonas o comprimento deve ser maior) e cerca de 1,10 metros de profundidade,

Figura 55: Esquema de fossa séptica econômica Fonte disponível em: <https://www.iniciativaverde.org.br/noticias/manual-de-instalacao-da-fossa-de-bombonas>

Para a construção de uma fossa para 5 pessoas, são necessárias 4 bombonas de 200 litros cada; 6 metros de cano PVC de 100mm de diâmetro; 1 válvula de retenção de PVC de 100mm de diâmetro; 3 luvas de PVC de 100mm de diâmetro; 4 joelhos de PVC de 100mm de diâmetro; 10 anéis de borracha para vedação de 100mm de diâmetro; meio metro de cano PVC soldável de 25mm de diâmetro; 2 ‘caps’ de PVC soldável de 25mm de diâmetro; 2 flanges de PVC soldável de 25mm de diâmetro; um tubo de cola de silicone de 300g; um tubo de pasta lubrificante para juntas elásticas em PVC de 400g; um tubo de adesivo para PVC de 100g; 3 carriolas de brita nº3.

A cada nova bombona adicionada, são acrescentados mais 1,5m de cano PVC de 100mm de diâmetro; 1 luva de PVC de 100mm de diâmetro; 1 joelho de PVC de 100mm de diâmetro e 2 anéis de borracha para vedação de 100mm de diâmetro.

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7. projeto 7.7 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS As bombonas são conectadas através das peças de PVC, todas são montadas da mesma forma, com os furos na mesma altura. A única diferença é que na última bombona, a água que sai deve ser direcionada para uma vala de infiltração ou para um círculo de bananeiras.

As tampas das duas primeiras bombonas devem ser furadas para a colocação das tubulações de escape dos gases formados durante o processo de biodigestão.

Figura 58: Esquema de montagem com caída das bombonas Fonte disponível em: <https://www.iniciativaverde.org.br/noticias/manual-de-instalacao-da-fossa-de-bombonas>

56 O cano de saída da última bombona deve terminar em uma vala, onde é colocado um tubo perfurado deitado sobre pedras, entulhos, areia, para escoar para dentro do solo.

Depois de concluída a montagem da fossa, com as bombonas cheias de água, deve-se colocar esterco bovino ou de outro animal ruminante fresco diluído em água, na válvula de retenção. Na primeira vez deve-se colocar 10 litros de esterco fresco diluído em 10 litros de água. Todo mês devem ser adicionados 5 litros de esterco, diluídos em 5 litros de água. O esterco tem a função de adicionar bactérias que irão decompor as fezes e urina presente no nosso esgoto.

57 Figura 56: Esquema de furação das bombonas Fonte disponível em: <https://www.iniciativaverde.org.br/noticias/manual-de-instalacao-da-fossa-debombonas> Figura 57: Esquema do respiro das duas primeiras bombonas Fonte disponível em: <https://www.iniciativaverde.org.br/noticias/manual-de-instalacao-da-fossa-debombonas>

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7. projeto 7.8 TRANSPORTE

7.9 IMPLANTAÇÃO

Todos os elementos (varas de bambu, sacos de cimento, painéis compensados de bambu, porta, janela, barras rosqueadas, porcas, telas e lona de polietileno) necessários para a montagem de um módulo base são enviados por meio de kits compactados em uma caixa de 7x1,45x0,55m, podendo ser transportados em caminhões, containers, etc.

A escolha do local para a implantação do abrigo deverá ser estabelecida de forma a possibilitar aos desabrigados o acesso a um conjunto de serviços, como distribuição de água, atendimento médico, entre outros.

Para a determinação do local, devemos seguir algumas recomendações, definidas por Castro (1999 - vol.2 apud ANDERS, 2007, p. 78): O terreno deve ter uma topografia que permita drenagem adequada; Os abrigos devem ser instalados em áreas seguras, distanciados das áreas críticas e de áreas de riscos de desastres; Evitar áreas adjacentes a zonas comerciais e industriais, por serem expostas à poluição sonora e ambiental, odores, entre outros; O local deve estar longe de focos de moscas, mosquitos e depósitos de lixos; O local deve ter acesso adequado às estradas, para facilitar o transporte; O conjunto deve ser separado em duas áreas: uma residencial e outra comunitária, onde estarão o refeitório, sanitários, etc; Os abrigos devem estar erguidos ao longo de arruamentos de 10m de largura e devem estar distanciados, no mínimo, a 3m; O local para depósito de resíduos ou lixo deve ser isolado e posicionado de tal maneira que os ventos predominantes da região não tragam odores; Para um gerenciamento adequado e controle de doenças infecciosas ou transmissíveis, deverão ser evitados acampamentos muito populosos, chegando ao máximo de 1000 pessoas por acampamento.

Figura 59: Caixa com módulo base do abrigo Fonte: elaborado pela autora

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7. projeto 7.9 IMPLANTAÇÃO

47

Para explorar o lado lúdico e cada abrigo ter sua individualidade, as lonas de cobertura poderão ter cores diferentes.

7. projeto 7.9 IMPLANTAÇÃO

47 48

8. considerações finais O trabalho apresentado analisou os desastres que atingem o território brasileiro e a partir de estudos sobre habitações emergenciais já existentes e diferentes soluções construtivas, possibilitou o desenvolvimento do projeto de uma moradia de caráter emergencial para atender famílias desabrigadas.

Esse assunto é de grande relevância, tendo em vista que não há as soluções em abrigos eficientes e não existe ainda uma lei específica sobre direito ao abrigo emergencial.

O projeto final atende seus objetivos principais de utilizar materiais leves e de baixo impacto ambiental, com soluções práticas e de baixo custo, com mão de obra local e flexibilidade através de sua modularidade. É importante também pensar na adaptabilidade das famílias e sua qualidade de vida, para que os indivíduos consigam se sentir seguros e pertencentes a um lar.

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9. bibliografia BABISTER, Elizabeth. The Emergency Shelter Process with Application to Case Studies in Macedonia and Afghanistan. Journal of Humanitarian Assistance, 2002.

ANDERS, Gustavo Caminati. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

FERES, Giovana Savietto. Habitação emergencial e temporária, estudo de determinantes para o projeto de abrigos. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura, Tecnologia e Cidade - Faculdade Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP, Campinas, 2014.

CAEIRO, João Gabriel. Construção em bambu. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura - Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2010.

CARDOSO JUNIOR, Rubens. Arquitetura com bambu. Dissertação apresentada no convênio UNIDERP - UFRGS/ PROPAR, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura, 2000.

MARÇAL, Vitor Hugo Silva. Uso de bambu na construção civil. Monografia de Projeto Final 1 em Engenharia Civil e Ambiental - Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

MOIZÉS, Fábio Alexandre. Painéis de Bambu, uso e aplicações: uma experiência didática nos cursos de Design em Bauru, São Paulo. Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Desenho Industrial - Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP, Bauru, 2007.

OMS. Desastres Naturais e Saúde no Brasil. Série Desenvolvimento Sustentável e Saúde 2. Brasília, 2015, 2ª edição.

EM-DAT: The International Disaster Database BRASIL: Decreto Nº 7.257, DE 4 DE AGOSTO DE 2010. Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec)

Shigeru Ban Architects.

Paper Log House Kobe.

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Shigeru Ban Architects America. Paper Log House, 2005, Nem York. Disponível em: <http://www.dma-ny.com/site_sba/?page_id=331>. Acesso em: 02 de novembro de 2020.

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GARCÍA, G. H. Prototipo Puertas – Vivienda de Emergencia / Cubo Arquitectos. Disponível em: <http://www.plataformaarquitectura.cl/2010/03/05/prototipo-puertas-vivienda-de-emergenciapara-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/>. Acesso em: 12 de março de 2021.

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10. lista de figuras Figura 1: Distribuição por região dos desastres atendidos pela Defesa Civil Nacional Fonte: elaborado pela autora Figura 2: Ranking de municípios com população em áreas de risco Fonte disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012agencia-de-noticias/noticias/21566-estudo-inedito-mostra-moradores-sujeitos-aenchentes-e-deslizamentos> Acesso em: 26 de novembro de 2020.

Figura 3: Tenda Tipi Fonte disponível em: <http://www.redbeardsranch.com/tipi_(3.jpg> Apud ANDERS, 2007.

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Figura 4: Processo esquemático de construção de uma tenda Tipi.

Fonte: KRONENBURG, 1995 apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 5: Tenda nômade em um encontro tribal em Marrocos.

Fonte: SHELTER PUBLICATIONS,1973 apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 6: Esquema estrutural e de montagem de uma tenda Yurt.

Fonte disponível em: <http://www.motherearthnews.com/library/2002_December_January/Tipis___Yurts)> Apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 7: Tendas Yurt.

Fonte disponível em: <http://www.trekearth.com/gallery/Asia/Kyrgyzstan/photo105872.htm> Apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 8: Abrigo Nissen Hut, muito utilizados nas duas grandes guerras Fonte disponível em: <http://www.ibiblio.org/hyperwar/USA/USA-E-Logistics1/img/USA-ELogistics1-p25.jpg> Apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial.

Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 9: Elevação e seção de um abrigo Nissen Hut. Fonte: KRONENBURG, 1995 apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial.

Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 10: Protótipo da Wichita House, montado em 1946, na cidade de Wichita, Kansas, EUA. Fonte: KRONENBURG, 1995 apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial.

Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 11: Corte esquemático do Fun Palace Fonte disponível em: <http://www.archinet.com/forum/threads.php?id=7779_0_42_9_C>) Apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 12: Cobertura projetada por Frei Otto, para arena olímpica de Munique, em 1972 Fonte disponível em: <https://urban.csuohio.edu/~sanda/pic/travel/germany/munchen/>) Apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 13: Exemplo de sistema Module - unidade MSS (Mobile Shelter Systems) Fonte disponível em: <http://www.army-technology.com/contractors/field/mobile/> Apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 14: Abrigo formado por várias unidades MSS (Mobile Shelter Systems)

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Fonte disponível em: <http://www.army-technology.com/contractors/field/mobile/> Apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

10. lista de figuras Figura 15: Abrigo COGIN, do exército americano Fonte disponível em: <http://www.army-technology.com/contractors/field/cogim/> Apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 16: Abrigo COGIN, do exército americano Fonte disponível em: <http://www.army-technology.com/contractors/field/cogim/> Apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 17: Sistema Tensile Fonte disponível em: <http://www.worldshelters.org/photo.asp> Apud ANDERS, 2007.

Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 18: Abrigo inflável, desenvolvido pela empresa americana ITEK Fonte disponível em: <http://itek-usa.com/emergency/> Apud ANDERS, 2007. Abrigos temporários de caráter emergencial. Dissertação para obtenção do Título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2007.

Figura 19: Protótipo Paper Log House Fonte disponível em: <http://www.shigerubanarchitects.com/works/1995_paper_log_house_kobe/index.html> Acesso em: 02 de novembro de 2020.

Figura 22: Passo a passo construção Paper Log House Fonte disponível em: <https://www.behance.net/gallery/47456181/Study-of-the-Paper-Log-Houseby-Shigeru-Ban-2015>. Acesso em: 02 de novembro de 2020.

Figura 23: Paper Log House, maquete ilustrativa Fonte disponível em: <https://www.behance.net/gallery/47456181/Study-of-the-Paper-Log-Houseby-Shigeru-Ban-2015>. Acesso em: 02 de novembro de 2020.

Figura 24: Implantação ilustrativa do abrigo Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/776295/barberio-colella-arc-projeta-casaspop-up-no-nepal>. Acesso em:15 de outubro de 2020.

Figura 25: Componentes do abrigo Just A Minute Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/776295/barberio-colella-arc-projeta-casaspop-up-no-nepal>. Acesso em:15 de outubro de 2020.

Figura 26: Sistema de instalação do abrigo Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/776295/barberio-colella-arc-projeta-casaspop-up-no-nepal>. Acesso em:15 de outubro de 2020.

Figura 27: Planta baixa do abrigo Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/776295/barberio-colella-arc-projeta-casaspop-up-no-nepal>. Acesso em:15 de outubro de 2020.

Figura 28: Abrigo em Mariana Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>. Acesso em: 15 de outubro de 2020.

Figura 29: Espaços de socialização do abrigo

Figura 20: Paper Log House, Kobe, Japão Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-185116/projetos-humanitariosde-shigeru-ban> Acesso em: 02 de novembro de 2020.

Figura 21: Paper Log House, Kobe, Japão Fonte disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-185116/projetos-humanitariosde-shigeru-ban> Acesso em: 02 de novembro de 2020.

Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>. Acesso em: 15 de outubro de 2020.

Figura 30: Implantação abrigo emergencial e sua flexibilidade de conexões Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>. Acesso em: 15 de outubro de 2020.

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10. lista de figuras Figura 31: Linha de montagem do abrigo Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>.

Acesso em: 15 de outubro de 2020.

Figura 32: Estrutura e transporte do abrigo Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>.

Acesso em: 15 de outubro de 2020.

Figura 33: As variações do módulo Fonte disponível em: <https://projetar.org/vencedores/36/abrigo-de-emergencia-018>.

Acesso em: 15 de outubro de 2020.

Figura 34: Protótipo Puertas Fonte disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipopuertas-vivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos>.

Acesso em: 12 de março de 2021.

Figura 35 e 36: Protótipo Puertas Fonte disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipopuertas-vivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos>.

Acesso em: 12 de março de 2021.

Figura 37: Isométrica explodida Protótipo Puertas Fonte disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipopuertas-vivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos>.

Acesso

Figura 41: Experimento com formas retangulares.

Fonte: elaborado pela autora.

Figura 42: Experimentos com formas hexagonais, derivadas da união de triângulos equiláteros.

Fonte: elaborado pela autora.

Figura 43: Croquis cobertura.

Fonte: elaborado pela autora.

Figura 44: Croquis abrigo.

Fonte: elaborado pela autora.

Figura 45, 46, 47 e 48: Maquete do abrigo.

Fonte: elaborado pela autora.

Figura 49: Bambusa Vulgaris Fonte disponível em: <https://www.guaduabamboo.com/blog/bambusa-vulgaris>. Acesso em: 07 de abril de 2021.

Figura 50: União de bambus por aparafusamento Fonte: Marquez, 2007. Arquitetura em Bambu: Técnicas construtivas na utilização do bambu como material arquitetônico. Iniciação Científica - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. PIBIC Mackenzie - 2006.

em: 12 de março de 2021.

Figura 51: Abertura para preenchimento da vara de bambu com concreto Fonte: Marçal, 2008. Uso de bambu na construção civil. Monografia de Projeto Final 1 em Engenharia Civil e Ambiental - Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

Figura 38: Planta baixa Protótipo Puertas Fonte disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipopuertas-vivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos>.

Acesso em: 12 de março de 2021.

Figura 52: Ligação concreto bambu Fonte: Marçal, 2008. Uso de bambu na construção civil. Monografia de Projeto Final 1 em

Figura 39: Elevação norte Protótipo Puertas Fonte disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipopuertas-vivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos>.

Acesso em: 12 de março de 2021.

Figura 40: Croquis iniciais.

Fonte: elaborado pela autora.

Engenharia Civil e Ambiental - Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

Figura 53: Plyboo Fonte disponível em: <https://www.intectural.com/plyboo>. Acesso em: 07 de abril de 2021.

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Figura 54: Lona tensionada Fonte disponível em: <https://www.solflexbrasil.com.br/coberturas-lonas-tensionadas.html>.

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10. lista de figuras Figura 55: Esquema de fossa séptica econômica Fonte disponível em: <https://www.iniciativaverde.org.br/noticias/manual-de-instalacao-dafossa-de-bombonas>. Acesso em: 07 de abril de 2021.

Figura 56: Esquema de furação das bombonas Fonte disponível em: <https://www.iniciativaverde.org.br/noticias/manual-de-instalacao-dafossa-de-bombonas>. Acesso em: 07 de abril de 2021.

Figura 57: Esquema do respiro das duas primeiras bombonas Fonte disponível em: <https://www.iniciativaverde.org.br/noticias/manual-de-instalacao-dafossa-de-bombonas>. Acesso em: 07 de abril de 2021.

Figura 58: Esquema de montagem com caída das bombonas Fonte disponível em: <https://www.iniciativaverde.org.br/noticias/manual-de-instalacao-dafossa-de-bombonas>. Acesso em: 07 de abril de 2021.

Figura 59: Caixa com módulo base do abrigo Fonte: elaborado pela autora

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