Henri Cartier Bresson

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HENRI CARTIERBRESSON




HENRI CARTIER-BRESSON/FORMALISMO DESIGN E TEXTO DE LÚCIA ROCHA ORIENTAÇÃO DE MÁRIO MOURA FACULDADE DE BELAS ARTES DO PORTO 2011


HENRI CARTIERBRESSON


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HENRI CARTIERBRESSON “For me the camera is a sketch book, an instrument of intuition and spontaneity, the master of the instant which, in visual terms, questions and decides simultaneously. It is by economy of means that one arrives at simplicity of expression.” Henri Cartier-Bresson Henri Cartier-Bresson foi um fotógrafo francês que nasceu a 22 de agosto de 1908, Chanteloup-en-Brie, Seine-etMarne e faleceu a 2 de agosto de 2004, Cereste, Vaucluse, França. ¶ A sua admiração pela fotografia surgiu em criança quando recebera a sua primeira máquina fotográfica, Box Brounie, contudo só descobriu realmente esta vocação aos 22 anos (1931), inspirado por uma fotografia de Martin Munkacsi.

¶ Em 1932 descobre a sua máquina fotográfica de eleição LEICA, que acompanhou toda a sua carreira e que segundo o próprio se tornou a extensão do seu olho. Para Henri CartierBresson este modelo, que ele deu a conhecer por todo o mundo, reunia as condições necessárias para alcançar a precisão e rapidez do espontâneo desejados nas suas imagens. ¶ Em parceria com outros fotógrafos, Robert Capa, George Rodger e David Seymor, Bresson fundou a Magnun Photos em 1947. Este foi um momento que marcou o período de maior evolução do seu trabalho, tendo sido convidado por algumas revistas para viajar pelo mundo e registar segundo o seu ponto de vista. ¶ Henri ficou conhecido como o progenitor do fotojornalismo do século XX.


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FIGURA 1 HYÈRES, 1932


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“There is a great physical joy, an immense physical pleasure, in being there, in being present!” Henri Cartier-Bresson

Para Cartier-Bresson a fotografia passou de uma forma de ver a uma forma de pensar, sentir (a uma certa distância) e a um modo de vida. Ele não acredita na existência de um acto intelectual que não implique sensibilidade, experiência espiritual, porque estar presente não é apenas estar presente espiritualmente, mas sim uma tomada de consciência dessa presença que permite estar sempre receptivo a todas as oportunidades, de outra forma não seria possível capturar no momento certo.


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“The photograph’s essence is to ratify what it represents.” Roland Barthes

“The painter gets an intuition, but he can correct it. For us, there is no retouching, no second chance. You have to be lively! It is life that is thrilling: it requires sensivity, intellectual discipline, that´s all. It’s a question of curiosity for life and plastic rigor.” A fotografia é uma invenção de cientistas que inicialmente era pensada como uma espécie de milagre que permitia reproduzir a realidade, não como uma rprodução pictórica, mas uma reprodução literal. ¶ O fotógrafo guarda a imagem exacta do que vê e no mesmo espaço de tempo em que a visualiza e a câmara não a altera, mas sim subtrai aquele momento do real. Existe portanto uma relação de tempo e espaço materializada, enquanto o objecto fotografado é desmaterializado da realidade em que está contextualizado. “(…) Before the photographer makes decisions about the subject, any technical options and the ‘decisive moment’; after when the photo has been printed, further choices of a ‘cultural’ nature come into play. ‘This instant in which codes are set aside is literally surrounded, enclosed and moulded by the forms of representation inherent in our culture, whose work will, in the end, to varying degrees always have an effect on the photographic message’.”


FIGURA 2 SIPHNOS, 1961



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“The photo is a concentration of what is seen by the eye. It is the eye that lies in wait, tirelessly on the alert, always ready. The photo is an instant drawing, both question and answer.” Henri Cartier-Bresson Sob o ponto de vista do Formalismo, a influência que a cultura exerce sobre a obra de arte, neste caso a fotografia, não deve existir, pois acredita-se que é possível apreciar um artefacto “apenas pelas suas características formais, independentemente do seu significado ou contexto”. ¶ No caso da fotografia de Henri Cartier-Bresson a apreciação pode ser feita dos dois modos, tendo em conta que existem pelos menos duas fases na carreira deste autor que se destacam e conduzem a um tipo de análise diferente. Por exemplo as fotografias das FIGURAS 1, 2 E 3 são o espelho do que parece ser uma composição propositada para satisfazer o

FIGURA 3 BEHIND THE GARE SAINT-LAZARE, PONT DE L’EUROPE, PARIS, 1932

objectivo principal do autor: captar o instante decisivo. Já na FIGURA 4, esse aspecto não é tão visível, pois o que ressalta é o contexto em que a imagem foi capturada. Enquanto que as três primeiras fotos remetem para situações limpas e que parecem planeadas, mas que em termo de composição e enquadramento apelam à perfeição, na última foto existe um maior ruído e mais informação, toda ela subentendida, tendo em conta que só é possível avaliar a expressão de um único figurante e é a esse que o espectador fica preso, na tentativa de perceber o porquê de ele se encontrar daquela forma, naquele momento. O que não quer dizer que, nas fotos anteriores não exista a mesma curiosidade, apenas o cenário em que a acção é fotografada remete mais para uma linguagem fictícia em que a composição, enquadramento e movimento são mais valorizados em relação à ultima foto.




FIGURA 4 DESSAU, GERMANY APRIL 1945


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Bibliografia Livros: Henri Cartier-Bresson and The Artless Art, Montier, JeanPierre – Thames and Hudson; Internet: http://www.americansuburbx.com/2009/09/theory-henricartier-bressons-last.html;

http://www.magnumphotos.com/.





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