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que afirmam avaliar a partir da prática do aluno em outros ambientes, consolida uma razoável parcela da amostra que utiliza a prática fora do ambiente de sala de aula como avaliação. Nesse aspecto, concorda Blythe (1998) quando discute a necessidade de adaptarmos os conhecimentos a novas situações, isto é, outros ambientes e contextos visando à real compreensão dos conhecimentos obtidos. Tal resultado corrobora com a concepção de um ensino da Dança de Salão pautado na teoria do EpC, uma vez que os bailes como ambientes diferentes das salas de aula, por si só, já representam uma grande situação-problema aos alunos. Nesses ambientes, além dos alunos serem expostos à observação de outras pessoas, devido à grande quantidade de casais dançando, há necessidade de várias adaptações, tais como espaço disponível, tamanho do movimento, deslocamento pelo salão, aspecto do piso, músicas diferentes das habituais, entre outros. Outras avaliações observacionais citadas referem-se: à reprodução do passo sem pensar muito; à análise dos aspectos técnicos durante uma dança; à percepção docente relacionada ao progresso do aluno; ao comportamento do aluno quando o professor ensina; à observação se o aluno consegue dançar com qualquer pessoa. Nesse último, apresentamos o relato do sujeito 78, que afirma avaliar a compreensão dos conhecimentos quando percebe que: “o aluno está conseguindo executar a dança dele com qualquer pessoa, independente se é um aluno da academia, se é uma pessoa que ele dança sempre ou se é uma pessoa que ele nunca viu na vida”. Concordamos com esse professor, uma vez que, quando trocamos de parceiros, já nos colocamos em uma situação-problema que para ser resolvida necessita de conhecimentos compreendidos. Uma categoria específica referente ao desempenho do aluno após a troca de casais, contou com 3 professores no total. Oliveira et al. (2002) afirmam a importância na troca constante de parceiros, visando ao aprimoramento da condução e à socialização entre os alunos. É importante lembrar, também, que dois professores dizem avaliar os alunos a partir da resolução dos desafios propostos. Essa estratégia de avaliação, extremamente enriquecedora para um ensino que visa à compreensão baseado na teoria do EpC, é retratada também na categoria referente à criatividade do aluno. Um exemplo nítido dessa discussão é o relato do sujeito 19: “quando em cima daquilo que eu passei pra eles, eles começam a construir coisas novas. É assim que eu percebo que eles estão realmente evoluindo na minha aula”. Uma estratégia de avaliação possível na Dança de Salão é a análise do desempenho do aluno ao dançar com o professor. Neste estudo, 8,97% do total da amostra afirmam avaliar


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