Luana Godin - sOLa

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Novos humanos

Negrito

(Luana Godin)

(Luana Godin)

Abreviatura está passando Deixando as palavras pequenas e densas Desfazendo o signo, raio de lápis Na tecla pesada da luz violenta De uma lente de tela computador, computa a dor Transmito os meus sonhos em um segundo Pra que todos me ouçam me saibam, me leiam Que eu seja então, cidadã do mundo Em um contato direto via fictícia Verdade virtual Neste espaço não abraço, não toco, não durmo Não sigilo minha vida para todo mundo Sendo sensata me pareço tela, sendo sensata me pareço tela Qual é a dimensão Dessa janela sem cortinas, sem ventilação? Onde construo minha persona com fotos e mais imagens desfazendo meu presente no formato dessas mensagens Abreviatura está passando Abrevia caracteres, rasga as transparências E inventa os novos humanos dessa geração

Os teus olhos rasgados e sinto no tempo dos bravos Nego, negrito no movimento Negrito no movimento Vem de banda pras bandas do mundo, vamos na broa A boa na mesa, franqueza Sem cessar te chamo, sem cessar te ouço Vem, vem Vem com calma, me acalma Me inspira a alma, este teu olhar, este teu olhar Agora acordo todas as manhãs sem medo de errar Distante de casa não dá Vem, quero voltar, vem, quero voltar zen Agora acordo todas as manhãs sem medo de errar Distante da alma não dá Vem, quero voltar, vem, quero voltar zen Sem cessar te chamo, sem cessar te amo Nego, negrito no movimento, negrito no movimento Nego, neguinho, neguinho, negrito, neguinho Nego, negrito no movimento, negrito no movimento Nego, neguinho, negrito, neguinho, negrito Nego, negrito no movimento, negrito no movimento


Antropofagia cultural (Luana Godin) Netos da antropofagia cultural Filhos do tropicalismo Filhos do trópico Já misturamos pandeiro, guitarrada, gonzaga E sampleamos o toque do berimbau Jazz mixturamo panderê, guitarra, oxalá Sou o encontro de todas as cores, amores ancentrais A minha maior lembrança, a minha maior herança É poder me misturar A minha melhor lembrança, a minha melhor herança É poder te deglutir Porque eu sou preta e branca Eu sou índio também Vou misturar

Arranjos: Novos humanos Luana Godin, Anderson de Lima, Mauricio Escher, Paula Back e Thales Lemos

Negrito Luana Godin, Anderson de Lima, Alonso Figueroa, Mauricio Escher, Paula Back e Thales Lemos / Arranjo de sopros: Luana Godin, Alonso Figueroa, Henrique Dvulhatik e Raule Alves

Antropofagia cultural Alonso Figueroa


Cruzeiro do Sul

Maçã do amor

(Luana Godin)

(Luana Godin)

Se eu desvendei em um olhar tua alma Não te vás pra longe O cruzeiro te guiará aqui ou nos ventos da nova terra Calado sorri e tua sombra Desaparece na risada e canção sincera Engraçado no espontâneo O teu soma, em mar me soma Teus pensamentos preservam o sensato Por ver a vida de forma simples Encontra o equilíbrio e desvelarás teu espírito

Quando não te olho assim Quando não te olho nos olhos Incomoda no peito um choro guardado Um grito escondido no fundo do ouvido

Sendo um ser sem será, apenas será ser Tu és um presente no meu presente eterno E como disses que ao passar a porta Vive algo antes não vivido Passaste agora por mim e me fazes alegre mais um tanto Tanto quanto não era antes És um coração novo que pulsa ao raio do meu E se desvendaste minha alma em um olhar Não te vás pra longe Se em nudez ficar mnha mente E meu coração ao teu encontro Então abraço-te contente Nua minha alma está, nua minha alma está

Quando do circo eu era o palhaço Quando do olho eu era a cor Quando do vento, o sopro do lobo Na minha bochecha palpita o amor quase rosa Maçã verde, maçã do amor inventada na memória É, pois, quando te olho assim Sim, quando te olho nos olhos Acomoda na boca teu sorriso guardado Sussurro piano no fundo do ouvido Quando o palhaço morava no circo Quando a cor pintou o olho Quando o lobo soprou o vento Na minha bochecha palpita o amor quase rosa Maçã verde, maçã do amor inventada na memória Na maçã do rosto seu amor quase rosa Maçã verde, maçã do amor


Meu bem é da lua (Luana Godin) Tola, te espero no travesseiro Mas você não vem Descubro a alma pelo telefone Ora essa, ‘Agora mesmo que eu ia te ligar meu bem’ Eu choro baixinho, fingindo não ser antiquada ao te esperar depois da madrugada Mas você não vem O banho quentinho a dois, ficou pra depois Os risos da madrugada viraram lágrimas na alvorada Meu bem é da lua Mas a Lua sou eu E agora estou minguando O seu passado não morreu Tola, te espero no travesseiro

Arranjos: Cruzeiro do Sul Luana Godin, Anderson de Lima, Alonso Figueroa, Mauricio Escher, Paulo Back e Thales Lemos / Trombone: Luana Godin e Fernanda Cordeiro

Maçã do amor Luana Godin, Anderson de Lima, Alonso Figueroa, Mauricio Escher e Thales Lemos

Meu bem é da lua Alonso Figueroa


Luz

A despedida

(Luana Godin e Luigi Castel)

(Luana Godin)

Amanhã eu volto pra nossa casinha Que é tão pequenina, igual meu violão Nela vivemos histórias tão lindas Que até parecem uma canção De dia ruas tão frias À noite um abraço E então de manhã um beijo com café e pão De manhã um beijo com café e pão Afinando nossos desejos Afinando nossos desejos Afinando nossos desejos Nossos desejos, nossos desejos, desejos Os sonhos no mesmo tom

Achou, valei e se fez no encontro das águas Matou o rei, que lhe cortava a garganta Que lhe deixava imunda Que lhe vestia de dores e nada Partiu, correu e fingiu ser a bela donzela No trem das seis, vestida de dor e saudade Na terra deixou sua memória O mundo sedento aguarda sua estreia Parou de cidade em vagão Do circo às vielas sem patrão Da renda de suas pernas fez a profissão Levava no traço a fuga e o não Esta morena não tem pra onde ir Em brasa, calada, seu corpo há de parir Calou, sentiu que suas rezas não cumprem promessas Matou, sorriu Seu corpo entregue ao mundo Seu sangue perdoa sua vida Seus olhos se inundam do adeus da despedida Da despedida, da despedida, da despedida, da despedida


Me falta (Luana Godin) Sua música me faz falta Seu verbo, seu cheiro, seu silêncio. Sua música me acalma Seu verbo, seu cheiro, seu silêncio. Na melodia do seu jardim de apartamento, me sinto risonha Um verso sentado me espera Como quem espera por um milagre Como quem espera um olhar, um afeto Minha música, pequena abandonada, pede, reza pra eu dormir Dormir pra acordar do sono da vida A vida é o sono da morte E a morte, o despertar pra outra vida E assim vagueia minha sina de buscar a música no meu trato Cicatriz de la tête vivida Tudo se parece ou nada No tempo de fins de verão nós estamos em casa Arranjos: Luz Luigi Castel

Agradecimentos: Agradeço ao mistério da vida e a oportunidade de vivê-la; aos meus pais Solange e Fábio pelo amor e apoio incondicionais para eu ser uma artista e produzir este álbum; às minhas irmãs, amigas que sempre me apoiam e me incentivam, à Ana Letícia e Luiz Guilherme que são uma inspiração e a todos os meus amigos e familiares; à minha enteada Sara Helena que canta comigo as canções; aos meus bebês, que apesar de não terem vindo à vida me fizeram olhar intensamente para a minha missão nesta existência e realizá-la; aos meus amigos e parceiros músicos, muitíssimo obrigada, por acreditarem nas minhas canções e abraçarem este projeto, Alonso Figueroa, Anderson de Lima, Mauricio Escher, Thales Lemos e Paula Back e aos queridos convidados Filipe Castro, Fernanda Cordeiro, Raule Alves e Henrique Dvulhatik que somaram a sua musicalidade às canções; Agradeço também aos envolvidos no projeto por seu profissionalismo e alto astral, Virgilio Milleo, Daniela Carvalho, Lucas Morita, Adriane Perin, Arthur Vilhena, Ana L. Molleta e à Tiça da Flor de Vedete. Agradeço a todos os professores, técnicos, diretores e artistas que já compartilhei o fazer artístico, sou um pouco de cada um de vocês. E claro, agradeço ao meu companheiro de vida e de trabalho, Luigi Castel, pelos aprendizados diários de amor e evolução, pelo seu apoio e envolvimento cruciais para eu dar início à minha carreira solo e para realizar este álbum.

A despedida Luana Godin, Anderson de Lima, Alonso Figueroa, Mauricio Escher e Thales Lemos

Me falta Luana Godin, Anderson de Lima, Mauricio Escher, Thales Lemos e Alonso Figueroa / Sopros: Alonso Figueroa


Ficha técnica: LUANA GODIN: Voz em todas as faixas; pandeiro e berimbau de boca na faixa 1, tamborim e efeitos percussivos na faixa 2; ALONSO FIGUEROA – Sintetizadores nas faixas 3,6 e 9, Piano elétrico nas faixas 2,5, 6 e 8, Órgão nas faixas 4 e 5, Clavinet nas faixas 2 e 9, Sound design nas faixas 6 e 8; ANDERSON DE LIMA - Guitarra em todas as faixas, exceto faixa 7; FERNANDA RIBEIRO - Trombone na faixa 1 e 4; MAURICIO ESCHER - Baixo em todas as faixas, exceto faixa 7; FILIPE CASTRO - Congas na faixa 8, efeitos percussivos na faixa 2 e 3; LUIGI CASTEL – Guitarra e baixo na faixa 7; PAULA BACK - Zabumba, conga e triângulo na faixa 1, congas na faixa 2 e 4, efeitos percussivos na faixa 9; RAULE ALVES - Trombone nas faixas 2 e 9; HENRIQUE DVULHATIK - Trompete na faixa 2 e 9; THALES LEMOS - Bateria em todas as faixas, exceto faixa 7. Técnico de gravação: Virgilio Milléo Mixagem e masterização: Luigi Castel Fotos por Daniela Carvalho, exceto nas páginas 4 e 7 por Luigi Castel Designer gráfico: Lucas Morita Produção musical: Alonso Figueroa e Luigi Castel Gravado, mixado e masterizado no Estúdio Áudio Stamp entre 2015 e 2016 - Curitiba, Brasil.


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