Revista guetto

ED. 001 - MAIO DE 2018

EDITORA GUETTO®

SENHOR RAP A HISTÓRIA DO RITMO MUSICAL DAS PERIFERIAS PAULISTANAS

NASCIDA PRA CANTAR

GALERIA

DO RAP

KAREN ZACKAR’S:

COMBINAÇÃO DE TALENTO E CARISMA

A FAMOSA GALERIA DO ROCK APRESENTA SEU

LADO HIP-HOP

MUROS DA

CAPITAL

O PREFEITO DOS MUROS CINZA VS GRAFITES MUITO LOUCOS

BC ONE 2018 SAMPA RECEBERÁ

FINAL NACIONAL DO MUNDIAL DE BREAKDANCE

A HISTÓRIA E AS GRANDES OBRAS DE UM GRAFITEIRO ESPETACULAR

OUTONO/INVERNO

COLEÇÃO

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LOJA KINGS

EDITORIAL Os Reis da Capital Você pode se perguntar o porquê da coroa, certo? Mas essa é uma questão que não devia ser uma dúvida, mas sim uma certeza!

Vivemos em uma cidade que representa o Brasil em sua essência, pois ela é composta por pessoas de diversos lugares, origens, raças, estilos, gostos e objetivos, mas quem domina as ruas dessa cidade é nossa galera da periferia, pessoas batalhadores que fazem sua correria diaria e são os mesmos que fazem essa cidade ser grande como ela é.

Se você mora nessa cidade e faz parte desse povo que, vem da Zona Leste ou da Zona Sul, percorre a Zonal Norte ou vem da Zona Oeste, você é um dos Reis da Capital, pois quem define o destino daqui é você!

E são com essas palavras que inauguramos a revista Guetto, que traz um conteúdo de qualidade pra galera da periferia paulistana que inclusive se identifica com o Hip-hop, sendo este grande parte da alma da nossa querida Sampa.

EXPEDIENTE REVISTA GUETTO S/A Editor-chefe: Lucas Gonçalves Editores: Adriel Lacerda, Leandro Xavier, Nycollas Veronez, Roandro Rodrigues, Silvia Matias MATÉRIAS: Entrevista: Silvia Matias Dança: Lucas Gonçalves Arte: Leandro Xavier / Nycollas Veronez Música: Adriel Lacerda Moda/História: Roandro Rodrigues

Lucas Gonçalves

Roandro Rodrigues

lucas94design

roandro.rodrigues@gmail.com

lucas94gs@live.com .

Silvia Matias

sylviamathias SmartDrawOficial

sylviamathias@hotmail.com i

Nycollas Veronez i_glen@hotmail.com

Leandro Xavier

Leandro Xavier

smurfmonster23@gmail.com

Adriel Lacerda

adrielvelani Adriel Lacerda Velani

adriel.velani@gmail.com

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SUMÁRIO 06 - ERA UMA VEZ...

Um resumão sobre o Hip-hop

11 - GALERIA DO RAP O lado Hip-hop da Galeria do Rock 12 - ROLÊS EM SAMPA Conheça alguns dos principais points da capital 14 - RED BULL BC ONE Conheça o maior campeonato de breakdance e os mitos brasileiros

22 KOBRA A história e as grandes obras de um brasileiro com tinta nas veias

42 - SAMPA DOS GRAFITES Prefeitura dos muros cinza vs A arte do grafitti 47 - KAREN ZACKAR’S Conheça essa carismática cantora que está conquistando a cidade 50 - SENHOR RAP A história do ritmo que bate no coração da periferia paulistana 5

HISTÓRIA

A história do Hip-hop É ritmo, é dança, cultura... é vida!

T

odo mundo aqui curte um som, não é verdade? Balançar o esqueleto é sempre bom e, para quem curte altas batidas, com um som maneiro com rimas absurdas e danças para lá de exuberantes, temos aí o ritmo Hip-Hop. E agora antes de tudo que tal contar um pouco da história do hop para vocês?

O hip hop é um gênero musical, com uma subcultura nascida durante a década de 1970, nas comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque.

E o gênio reconhecido como criador deste movimento é o Afrika Bambaataa, considerado até os dias de hoje como padrinho da cultura hip hop. Foi ele que estabeleceu os quatros pilares essenciais que formam a cultura do hip hop que são: Rap / DJing (DJs) / Breakdance / Grafite.

E também alguns outros elementos como os MCs, Beat Box e a moda hip hops.

Agora vamos falar um pouquinho mais de cada um deles.

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Os Pilares

DJ (disc-jockey) O DJ (disc-jockey) é um artista profissional que cria, seleciona e reproduz as mais diferentes e mais variadas composições, feitas na hora ou gravadas previamente, dependendo do público alvo. Um bom DJ sempre está preparado para qualquer situação e até viradas de ritmo para animar a galera.

O DJ foi considerado músico após uma introdução dos scratches de GradMixer VST na canção Rock it de Herbie Hancock.

Scratch, é uma técnica musical utilizada por um turntablist para produzir sons ao “arranhar” o disco de vinil para frente e para trás repetidas vezes. Atualmente, o scratch é feito por programas de computadores que simulam o vinil.

Beat Box (Caixa de Batida) O Beat box é a arte de reproduzir efeitos sonoros com a voz, boca e a cavidade nasal.

Vários autores consideram o Rapper norte-americado Doug E. Fresh como o grande criador desta arte, mas, recentes pesquisas nos mostram que o musico brasileiro Marcos Valle é o criador do beatbox.

A pesquisa diz que em 1973 Marcos gravou seu LP Previsão do tempo e neste LP tem a faixa chamada Mentira” na qual ele emula o sol de uma bateria com sua voz.

Mas quem nunca tentou imitar alguma batida de alguma música ou algum toque que ficou na mente?

Confesso que eu já, várias vezes, até nos dias de hoje. *LP = Disco de vinil muito usado antigamente..

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P RA O Rap é um ritmo de música que engloba principalmente as rimas. A tradução literal do Rap é ritmo e poesia, então caros leitores, estamos falando nada mais nada menos de poesia feita através de rimas feitas em uma alta velocidade.

O Rap, na maioria das vezes, é feito sem qualquer tipo de acompanhamento de instrumentos musicais, mas geralmente estão acompanhados de um DJ para criar um som base para as rimas.

Hoje em dia também temos as batalhas de Rap feitas com uma batida base, e com cada rapper soltando a voz com suas rimas improvisadas na hora.

Mestre

de Cerimonia Agora quero ver quem sabia dessa hein?! O significado de MC é mestre de cerimônia.

Se você sabia, está de parabéns! Eu mesmo só fui descobrir depois de muito tempo.

Mestre de cerimônia é o porta-voz do povão, ou pelo menos deveria ser. Ele relata, através de rimas, os problemas, carências e experiências em geral dos guetos. Mas essa não é a principal função do MC. Sua principal função é animar a festa, botar todo mundo para cima e fazer geral se divertir.

Mas, e no Brasil vocês sabem quem foram os primeiros MCs? Os primeiros rimadores brasileiros foram o grande, Jair Rodrigues e o famoso Gabriel o pensador.

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Break Dance Falando em sacodir o esqueleto, agora vamos falar de break dance. O break dance inclui uma grande variedade de estilos como o Breaking, B-boying, Popping e Locking, enfim, apesar de terem a mesma origem são de lugares diferentes, e por conta disso, tem influencias variadas.

Por volta de 1960, quando o Estados Unidos se rendeu à música negra, as grandes cidades receberam com mais proximidades os artistas de break dance, principalmente pelo seu estilo de dança e uma maneira verdadeira de mostrar a alma em suas canções.

Grafi

E agora para os desenhistas de plantão, a parte que todos estavam esperando, o Grafite.

O grafite representa os desenhos, nomes, apelidos, caricaturas, ou mensagem sobre qualquer assunto, feitas com o rolinho e pincel ou o famoso spray nas paredes ou muros. Sendo considerado por muitos uma forma de arte das ruas, ele também é muito usado como uma forma de denúncia e/ou expressão.

No nosso querido Brasil, onde temos vários artistas grafiteiros, o ato de pichar é diferente de grafitar. No nosso país, pichar é considerado crime ambiental.

Então galera bora grafitar mais e pichar menos deixando assim nossa cidade mais bela e logicamente cheia de artes.

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MODA

Moda A moda ao estilo Hip Hop tem origem afro-americana, caribenha e latina, iniciada em um bairro chamado The 5 Boroughs, em Nova Iorque que mais tarde influenciou outras cidades com Los Angeles, Chicago, Brooklys entre outros.

E em cada cidade adicionou elementos a essa moda, assim variando o estilo geral visto até hoje no mundo.

A moda do hip hop complementa a sua cultura auxiliando nas expressões e atitudes, que com passar dos anos mudou totalmente sua história em questão da moda, e nos dias de hoje é uma proeminente a moda popular em todo o mundo, para todas a etnias.

Geralmente, as roupas usadas nesta moda são roupas largas para dar a sensação de movimentos maiores, dando maior efeito visual para a dança e também temos os bonés na maioria das vezes sendo usados para trás ou de lado. É costumeiro usar shorts e na maioria das vezes são roupas vistosas e chamativas.

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Galeria do Rock E para ajudar na moda, fui para rua atrás de um lugar para vocês fãs do Hip-Hop, encontrarem suas roupas, calçados e acessórios em geral.

Um bom lugar é a Galeria do Rock, porque lá encontramos uma vasta variedades de estilos, passando pelo anime, geek, rock, pop até chegar ao hip-hop.

Além de você poder escolher aonde comprar, nas varias loja lá localizadas dentro da propria galeria, a Galeria do Rock esta localizada bem no centro da grande São Paulo, aonde você pode aproveitar para fazer vários passeios divertidos ou ate mesmo levar a namorada para encontros fantásticos.

Voltando para a galeria la encontramos como dito acima várias lojas algumas especializadas em roupas, calçados e acessórios.

Mas não é só isso para quem gosta tambem de mu-

dar o visual lá também encontramos diversos salões para quem quer aquele corte no maior estilo, tatuadores para fazerem aquela tatto irada que vocês estão loucos para fazer.

Logicamente que eu adorei passar um bom tempo lá na galeria, para poder trazer este conteúdo exclusivo para vocês e recomendo passarem também na tão famosa Galeria do Rock de São Paulo.

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beco do batman

OESTE

Entre as vielas do bairro da Vila Madalena na zona oeste de São Paulo, mais precisamente nas ruas Gonçalo Afonso e Medeiros de Albuquerque, fica localizada uma galeria de grafite a céu aberto conhecida como Beco do Batman.

O Beco tornou-se um ponto turístico obrigatório para os amantes das artes urbanas. A cada visita, uma nova pintura é encontrada no local, o que faz que o visitante retorne mais de uma vez para apreciar as obras.

ROLÊS EM SAMPA CENTRO

20 mil visitantes por dia Galeria do Rock

Localizada entre a Rua 24 de Maio e o Largo do Paissandu, possui uma moderna arquitetura, facilmente reconhecível por ser um edifício ondulado de quatro andares: no quarto andar localizam-se, principalmente, lojas de serigrafia e arte; no terceiro e primeiro, muitas opções de lojas de roupas e acessórios (como mochilas, bottons e bijuterias) no segundo, predominam as lojas de discos; no térreo, há muitas opções de tênis e diversas skate shops e, no subsolo, salões de cabeleireiro e lojas voltadas para o público do hip hop ganham espaço.

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NORTE

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Fábricas de Cultura, espaços com oportunidades de acesso gratuito a diversas atividades artísticas. Criadas com o objetivo de ampliar o conhecimento cultural por meio da interação com a comunidade, as Fábricas oferecem cursos e uma programação cultural diversificada.

+9 espaços em sampa

Jaçanã, Parque Belém, Vila Curuçá, Itaim Paulista, Cidade Tiradentes, Sapopemba, Brasilândia, Capão Redondo e Jd. São Luis

Intervenção cultural urbana que ocorre mensalmente em Guaianases, zona leste de SP. Recebe em torno de 5.000 mil pessoas. O evento ainda conta com a já famosa batalha de MC’s, pocket shows com os (as) rappers mais pesados (as) da cena underground e grandes shows dos maiores nomes do Rap Nacional, trazendo sempre edições com alto nível de atrações e estrutura de som, mostrando que a quebrada produz o melhor de qualidade.

5.000 pessoas

LESTE 7 obras

Com mais de Kobra é destaque na zona Sul Com seus grandes murais que são realizados em prédios e muros de São Paulo. <<< A Arte do Gol – Av. Hélio Pellegrino com av. Santo Amaro, São Paulo.

“A Arte do Gol” é um grafite que retrata o gol antológico de Falcão na Copa do Mundo de 1982 na derrota brasileira por 3 a 2 para a seleção da Itália. A obra foi feita em 2013.

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Copa do mundo de DANÃ&#x2021;A

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o... e Breakdance!

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Todos os anos são selecionados 16 participantes em vários países para disputarem as finais.

E

m 2018, a capital paulista será palco da final nacional do campeonato de b-boys mais importante do mundo, o Red Bull BC One, no dia 10 de junho, no Red Bull Station.

Desde que foi criado, em 2004, o Red Bull BC One estabeleceu-se como uma das mais importantes competições da cena b-boying do mundo, sendo palco para grandes dançarinos como o brasileiro Pelezinho, que já disputou quatro edições do Mundial, e Neguin, único latino-americano a conquistar o cinturão de campeão. A cada ano, milhares de b-boys competem nas finais nacionais e os

vencedores vão para o Red Bull BC One World Final, em que 16 participam, mas só um é coroado campeão.

Este ano a final mundial acontecerá na Suíça, dia 28 de setembro, A etapa brasileira da competição terá cinco seletivas pelo país. As primeiras fases aconteceram nos dias 31 de março em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul e 07 de abril em Brasília. Ainda em maio teremos duas fases, uma em Belém, no dia 26 e outra em Fortaleza, dia 27. E por último, mas não menos importante, a grande final nacional será aqui na nossa querida São Paulo, no dia 09 de junho.

O campeão desta etapa estará automaticamente classificado para a final mundial, que acontece dia 29 de setembro, na Suíça.

Até o momento estão classificados como finalistas o b-boy Rato, que venceu a seletiva do Centro-Oeste em Brasília (DF), e Allef, b-boy maranhense campeão da eliminatória da região Sul, disputada em Bento Gonçalves (RS). Nos dias 26 e 27 de maio, ocorrem as batalhas que escolhem os b-boys representantes do Norte e do Nordeste, nas cidades de Belém do Pará e Fortaleza, Ceará.

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Allef

Os outros 12 dançarinos finalistas serão conhecidos na eliminatória do Sudeste, a Red Bull BC One Cypher São Paulo. Os competidores serão julgados por três nomes veteranos na cena: os brasileiros Pelezinho (membro do time estrelado Red Bull BC One All Stars) e Fab.Girl (um dos maiores nomes femininos do estilo no país), além do mexicano naturalizado norte-americano Roxrite, que, entre outras grandes conquistas, já foi campeão mundial do Red Bull BC One em 2011. Os critérios avaliados por eles serão musicalidade, originalidade, performance e presença de palco de cada b-boy.

Os atletas e dançarinos que quiserem participar da Cypher SP, no dia 9 de junho, deverão comparecer com duas horas de antecedência ao Red Bull Station para garantir sua participação, lembrando que as vagas são limitadas a 30 e será respeitada a ordem de chegada para o preenchimento.

O Red Bull Station fica na Praça da Bandeira, 137, no Centro. Além da cypher, o Red Bull Station também ontará com um calendário de atividades e batalhas voltadas à cultura do street dance durante os dias 8, 9 e 10 de junho. Não perca esse mega evento!

Rato 17

2017 deu BR no BC One Conheça Neguin: campeão mundial e dançarino das estrelas!

Neguin nasceu e foi criado no Paraná. Durante sua infância, foi influenciado pela capoeira, música e artes, e acabou apaixonado pela dança. “Meu envolvimento com as danças urbanas começou nos anos 2000, nos tempos de colégio.

Eu pesquisava muito na internet sobre a cultura hip hop, e isso foi um background importante pra mim. Certo dia eu consegui uma fita VHS com imagens de B-Boys batalhando num evento nos Estados Unidos. Fiquei fascinado com aquilo e comecei a praticar junto com meus amigos.

Peguei minhas influências do hip hop e fui mesclando com meu conhecimento com a Capoeira.”

Atualmente, além de fazer parte do time do Red Bull BC

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One All-Stars, ele é o único latino americano com o título de campeão mundial e o dançarino que mais carrega títulos em competições internacionais como Red Bull BC One, UBC Championship, Unbreakable, Freestyle Session, Outbreak Europe e outros. “O maior segredo é se relacionar com a música, tipo marido e mulher! Se for bem cultivado, dará bons frutos.”

Se não bastasse tudo isso, Neguin também é dançarino de artistas como Madonna, Gwen Stefani e Justin Timberlake. “Em 2008 eu resolvi ir morar em

Nova York. Fora das competições eu sempre fiz questão de fazer meu próprio network em outros meios de entretenimento. Então acredito que minha personalidade, carisma brasileiro e profissionalismo fez com que eu pudesse me conectar com esses artistas e celebridades. Conheci a Madonna em 2009.

Ela já tinha assistido alguns vídeos meus e pediu para que o dançarino Shay Norman nos conectasse. Ficamos amigos e eu comecei a fazer turnês e desenvolver direção artística junto com a rainha do pop. Eu a chamo de Camomila, pois é seu chá preferido, haha.”

Além de ser dançarino, ele também produz músicas e toca como DJ, o que nos mostra o quanto ele é envolvido com esse mundo dos ritmos! “Como DJ e produtor, procuro sempre compartilhar a minha essência as pessoas. Eu gosto de tocar música eletrônica, Deep/Afro House, que são minhas grandes influências vivenciadas em Nova York. Já toquei em grandes festivais, como Burning Man e Symbiosis Gathering, nos Estados Unidos e também vários clubes espalhados pelo mundo todo, como Cape Town, Zurich, Paris, Chicago, Stockholmo, Cancun, Berlim e Amsterdam… Agora só falta eu ser contratado em meu próprio país de origem.

Please take me to Brasil! (hahaha)” Confira uma performance de Neguin em slow motion através do QR Code abaixo:

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Pelezinho!

Integrante do júri e membro do Red Bull BC One All Stars, Pelezinho é um dos principais dançarinos do mundo Indiscutivelmente Pelezinho é um dos melhores dançarinos do mundo. Ele saiu de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, enquanto ainda era muito jovem e foi brilhar no mundo. Hoje, já são mais de 20 anos de carreira, centenas de viagens pelo mundo, 40 competições e mais de 15 prêmios levados pra casa.

Sua influência com a dança e a música veio desde cedo - sua família é composta por sambistas e capoeiristas. O apelido Pelezinho veio também durante sua infância, por mandar tão bem no futebol, que chegou a ser comparado com o craque. Já o break entrou na sua vida um tempo depois, durante sua adolescência. “O meu primeiro contato com o break foi quando eu vi um pessoal dançando no centro da minha cidade. Eu achei aquilo incrível. Tempos depois, o irmão de um amigo que dançava num grupo

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me convidou pra ir num ensaio. Como eu já tinha afinidade com a dança e a capoeira, eu fui. Depois desse dia comecei a praticar e nunca mais parei. Já sao mais de 20 anos dançando”.

Durante sua vida, Pelezinho teve alguns colegas e mentores que o apoiaram e ajudaram a crescer, mas sua maior inspiração profissional é o B-Boy Remind.

“Para mim, ele é o melhor dançarino do mundo. Ele tem um estilo próprio de dançar. Foi observando ele que comecei a pensar que eu também poderia ter meu estilo, e assim comecei a incorporar a capoeira dentro do break. Eu já viajei pra diversos lugares do mundo, mas nunca consegui encontrá-lo pessoalmente. Espero que esse sonho possa ser realizado em breve”, conta.

Sua ginga ficou conhecida pelo mundo em 2005, quando ele participou pela primeira vez da final mundial do Red Bull BC One. Atualmente ele faz parte da crew Red Bull BC One All Stars e será júri da etapa final nacional da competição. “O break mudou minha vida. Sou do interior de São Paulo, sai de casa cedo e lutei para conseguir tudo que tenho hoje. Só tenho a agradecer”.

Pros jovens que estão começando na área, ele dá uma dica para ser um grande dançarino: “Hoje em dia tá tudo mais fácil pra nova geração. Com a internet, você pode ver muitos vídeos de dançarinos e aprender com isso. Minha dica é: aproveite o que você tem, siga seus objetivos e tenha foco”.

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CAPA

DA

PERIFERIA

DE

S Ã&#x192; O P A U L O PARA O 22

MUNDO

N

ascido em 1975 no Jardim Martinica, bairro pobre da zona sul paulistana, o artista Eduardo Kobra tornou-se um dos mais reconhecidos muralistas da atualidade, com mais de 500 obras realizadas em ruas do Brasil e de outros 17 paĂ­ses.

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Kobra começou a desenhar em muros na clandestinidade, como pichador, ainda durante a adolescência. O gosto pela espontânea arte de rua já era visível no garoto, que colecionava advertências por intervenções não autorizadas na escola e chegou a ser detido três vezes por crime ambiental – justamente por conta do uso irregular de sprays em muros das redondezas.

Nos anos 1990, trabalhou fazendo cartazes, pintando cenários de brinquedos e criando imagens decorativas para eventos naquele que era o maior parque de diversões do Brasil. Era a primeira vez que ele, filho de um tapeceiro e de uma dona de casa, ganhava dinheiro com suas imagens. O trabalho foi bem-sucedido, tanto que lhe rendeu convites para atuar também em outras empresas e junto a agências de publicidade.

Kobra se tornou um obstinado pesquisador de imagens históri24

"O MAIOR

MUSEU ÉA

RUA,,

cas e não foram poucas as vezes em que tal predileção, estampada em muros gigantescos, acabou servindo para resgatar a importância de lugares e fortalecer a sensação de pertencimento de seus habitantes.

Autodidata, o muralista admite que aprendeu e desenvolveu sua arte ao observar a obra de artistas que admira – do misterioso expoente da street art Banksy, britânico cuja identidade jamais foi revelada, a nomes como o norte-americano Eric Grohe (1944- ), o também norte-americano Keith Haring (1958-1990) e o mexicano Diego Rivera (1886) Os projetos passaram a se somar.

Em Greenpincel, Kobra demonstra uma eloquente preocupação com causas ambientais. Esses painéis, compostos por uma ima gem e uma frase de protesto, são fortes panfletos em prol de causas ecológicas. Nesse sentido, seus genuínos temas vão desde o combate à pesca predatória até o veto 25

A R T E

à exploração de animais em eventos como o rodeio. Aquecimento global, poluições da água e do ar e desmatamento também aparecem em seus murais.

Em 2009, Kobra se deparou com pinturas de street art tridimensionais. Decidiu que também poderia fazê-las. Mergulhou em seu ateliê, realizou testes diversos e, em seguida, colocou sua arte na rua. Primeiro na Avenida Paulista, coração simbólico e financeiro de São Paulo.

Depois, em exposições ao redor do 26

mundo, de festivais em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a eventos nos Estados Unidos.

Sua sensibilidade para as mazelas sociais resultou no projeto Realidade Aumentada, em que pintou dez painéis em dez dias em 2015, sempre chamando a atenção para uma questão importante – de uma menina desaparecida a um morador de rua que escreve poemas, passando pela história de uma bailarina de origem pobre da periferia paulistana.

A herança de seu passado no hip-hop é revivida no estilo mais mar-

“ Quero o perigo cor rendo comigo, sem nunca poder me alcançar ,,

cante de sua arte: imagens hiper-realistas, muitas vezes baseadas em fotografias de personalidades, como o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer (1907-2012), o artista espanhol Salvador Dalí (1904-1989) e o músico brasileiro Chico Buarque (1944), cobertas com cores fortes e contrastantes. Essas cores acabaram se tornando seu principal cartão de visitas ao redor do mundo, o estilo marcante de sua obra. E, em maior ou menor grau, passaram a aparecer em obras das mais diversas fases de sua carreira. Seu primeiro mural fora do Brasil foi em Lyon, na França, em 2011. Na época, havia sido convidado para ilustrar um paredão de um bairro que passava por processo de revitalização – ou seja, lançou mão de sua vertente Muros da Memória para ajudar na valorização histórica da região. De lá para cá, já pintou em países como Espanha, Itália, Noruega, Inglaterra, Malaui, Índia, Japão, 27

Emirados Árabes Unidos, além de diversas cidades norte-americanas.

Mora em São Paulo, onde também fica seu ateliê.

Kobra, inquieto, estudioso e autodidata, também faz pesquisas em novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos. A técnica anamórfica consiste em “enganar os olhos”. A pintura é distorcida ou mesmo incompreensível na maioria dos ângulos de visão, mas ao ver do ângulo correto, estipulado pelo artista, se torna um 3D com incrível variação de profundidade e realismo.

Da ideia ao mural, passando pelas opções de layout, cores e formas, são várias as etapas de uma obra de Eduardo Kobra. Uma delas são as telas – estudos em escala menor que o artista realiza antes de levar a criação aos muros e prédios da cidade. E, mesmo menores do que suas gigantescas e mais conhecidas versões finais, essas pinturas nos

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revelam valores artísticos e detalhes originais que muitas vezes não conseguimos perceber nos grandes murais.

C R I A T I V I D A D E

â&#x20AC;&#x153;Deus ĂŠ a chave para transformar os seus sonhos em realidade ,,

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melhores obr O BEIJO

as

Uma de suas obras mais famosas é ‘O Beijo’, executada em 2012 no High Line, em Nova York – apagada quatro anos mais tarde. Trata-se de uma releitura cheia de cores da imagem feita pelo fotojornalista norte-americano Alfred Eisenstaedt (1898-1995) em 13 de agosto de 1945, quando o povo saiu às ruas para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial.

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ras do

KOBRA

I HAVE A DREAM Mais recentemente, em uma revisita atualizada às imagens antigas, Kobra criou a série Recortes da História.

Em vez de partir de velhas fotografias que retratem a memória de um lugar, o artista volta-se para momentos marcantes da história da humanidade. Assim, cenas como a do ativista norte-americano Martin Luther King (1929-1968) proferindo um discurso contra o racismo ganham os muros pelos traços do artista brasileiro.

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A

LENDA BRA

“OVencer é o que importa. resto é a consequência ,,

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Idolo que jamais será esquecido

Em 2015, às vésperas do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, Kobra viu um sonho se tornar realidade quando recebeu, da família do piloto, autorização para realizar oficialmente

DO

SIL uma pintura do herói. Foi recebido no Instituto Ayrton Senna e pôde pesquisar o rico acervo fotográfico da instituição.

Ele já havia retratado Senna de rosto ou de corpo inteiro, no carro ou celebrando vitórias no pódio. Dessa vez, porém, escolheu como base para seu grande painel, na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação, uma imagem em que o foco está apenas nos olhos de Senna.

“Não era preciso nada mais do que isso.

O olhar resume e demonstra tudo o que ele é diz o artista.

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MUROS DA 34

MEMÓRIA O trabalho de Eduardo Kobra começou a ganhar mais visibilidade a partir do projeto Muros da Memória, em que são retratadas cenas da cidade de São Paulo na primeira metade do século XX. Para o artista, a série, além de

abrir uma espécie de portal para o passado, funciona também como um protesto contra a falta de preservação do patrimônio histórico. Passou a reproduzi-las nas ruas em tons de sépia ou em preto e branco, apresentando um estilo de grafite diverso daquele que se espalhava pela cidade. Esse projeto acabou se tornando uma marca, embrião de muito do que viria a seguir.

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CLUB Os perigos causados pelo uso de entorpecentes

Janis Joplin

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Amy Winehouse

DOS

Janis Joplin. Jimi Hendrix. Jean-Michel Basquiat.

Jim Morrison. Amy Winehouse. Kurt Cobain. Não são apenas o talento incontestável, o irresistível carisma e o sucesso de público as características que unem esses astros. Eles também compartilham um f inal trágico: todos morreram aos 27 anos de idade, depois de anos de uso de entorpecentes. Nesse muro do Largo da Batata, no bairro de Pinheiros, região da cidade de São Paulo em que os trabalhos de Ko-

Jimi Hendrix

Jean Basquiat

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bra começaram a despontar no final dos anos 1990, o artista criou uma obra que serve tanto como celebração da imortalidade desses mitos quanto um alerta urgente para a questão das drogas na sociedade, arma letal que ceifa jovens e adultos, ricos ou pobres, famosos ou anônimos.

Jim Morrison

Kurt Cobain

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RETRATANDO AS ORIGENS DO CHOCOLATE Para oferecer ao público a oportunidade de vislumbrar uma das maiores intervenções artísticas do mundo, a Cacau Show convidou o muralista Eduardo Kobra para desenvolver um projeto especial e inovador: retratar, na fachada do novo complexo fabril da marca, o maior mural do mundo, com 5.742,11 m².

No km 35 da Rodovia Castelo Branco, na cidade

de Itapevi, SP, e foi inspirada em uma fotografia de Lailson Santos utilizada no livro O Cacau É Show, escrito pelo presidente e fundador da Cacau Show, Alexandre Costa.

Retrata as verdadeiras origens do cacau brasileiro, com a história de uma das expedições do executivo pela Rota do Cacau, que passa por Espírito Santo, Bahia e Pará. A foto que inspirou a obra de Kobra

MAIORES 38

mostra, com riqueza de detalhes, a beleza que envolve o processo produtivo do cacau. Dessa forma, o mural é uma forma de homenagear os trabalhadores que manuseiam o fruto, matéria-prima de um dos alimentos mais amados do mundo, o chocolate.

MURAIS ETNIAS

DO

MUNDO

Inspirado na união transmitida pelos aros olímpicos (o mural foi feito para as Olimpíadas que aconteceram na cidade do Rio de Janeiro em 2016), que representam os cinco continentes. Kobra decidiu juntar os representantes de cinco tribos, uma de cada continente: Huli (Oceania), Mursi (África), Kayin (Ásia), Supi (Europa) e os Tapajós (América), em um mural de 3 mil metros quadrados nas paredes de um antigo armazém. Para isso, foram utilizados mais de 3 mil latas de spray, 700 litros de tinta colorida e 1800 litros de tinta branca (utilizada para fazer o fundo). Para o mural ficar pronto foram necessários dois meses de trabalho, com 12 horas diárias.

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OSCAR

W

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N I E M E Y E R

maior

O arquiteto do Brasil

Oscar Niemeyer não era paulistano, mas, em janeiro de 2013, no aniversário de São Paulo, Eduardo Kobra presenteou a cidade com esse impressionante painel inspirado no mais famoso arquiteto brasileiro. Para Kobra, tratava-se de uma forma de retribuir as homenagens que o artista modernista fez à capital paulista, ao criar obras-primas como o Parque do Ibirapuera, o edifício Copan e o Memorial da América Latina. No ano anterior, Kobra havia pintado em uma usina termelétrica do Rio de Janeiro uma série com os principais monumentos brasileiros, vários deles de autoria do arquiteto, e até preparado uma tela com o rosto de Niemeyer. O layout deste gigantesco mural estava em andamento quando, em dezembro de 2012, veio a notícia de sua morte, aos 104 anos. No caleidoscópico painel estão detalhes de algumas das principais obras de Niemeyer, como o Palácio do Planalto, em Brasília, e a Pampulha, em Belo Horizonte. O contraste das cores com a paisagem da avenida Paulista faz desta uma das obras preferidas de seu criador.

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GRAFITE

sao paulo e o

A caminhada da arte urbana.

Salve! Hoje a matéria é sobre um dos mais importantes meios da periferia expressar sua arte no mundo moderno: o Grafite, e nada mais adequado do que falar de São Paulo, chamada pelo jornal El país de a capital mundial do grafite.

Gr

Gustavo e Otavio Pandolfo, Os Gêmeos.

A história do grafite é antiga, muito antiga. Desde os tempos das cavernas o homem já pintava as paredes para representar sua vida, na Roma Antiga o homem escrevia nas paredes da cidade e no século XX, o Muro de Berlim deu luz ao grafite como conhecemos, depois vieram Bansky e Basquiat que pregaram a arte nos muros limpos das cidades e no mesmo século chegou a metrópole paulistana, mas a caminhada foi dura. Durante a ditadura militar, o grafite e o pixe eram completamente proibidos e considerados a mesma coisa. A Guarda Civil estava sempre tentando reprimir a expressão nos muros e, mesmo com todo seu esforço, não conseguiu impedir que tanto desenhos pessoais como formas de protesto ao governo se espalhassem pelos muros cinzas de São Paulo e do resto do país, pois, como dizem os premiados irmãos Gustavo e Otavio Pandolfo, mais conhecidos como Os Gêmeos: “O grafite é uma manifestação artística que faz parte do cotidiano de todos, quer você goste ou não. Ele se impõe”. A Arte urbana não pede permissão pra existir, é contestadora e tem suas raízes no dia a dia da cidade e isso incomoda o poder até hoje.

Rui Amaral foi o autor do primeiro grafite pintado

Eu Penso MiL FitaS vou ENlouquecer

SORRY ABOut YOUR WALL correndo de si mesMo n completa o percurso ONDE EStA O AMOR CAVIAR e uma ova! uma flor nasceu na rua apaguem a miseria nao meu grafite dinheiro n compra raca

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rafite João Dória e Haddad

à mão da capital paulista, em 1982, mas antes dele vieram outros, principalmente Alex Vallauri, cuja a data da morte, dia 27 de março de 1987 virou o Dia do Grafite. Vallauri foi inovador ao trazer da Europa e de suas experiências brasileiras de arte de rua os desenhos populares nas cidades, deu identidade ao grafite nacional e foi pioneiro nas telas, nem sempre autorizadas, que são os muros das metrópoles.

No final da década de 80 o grafite já tinha virado forma de arte, protesto, enfim, expressão urbana no Brasil. A monocromática Avenida 23 de Maio foi reivindicada pelos artistas desde o final da década de 80, mas só entre 2015 e 2016, final da gestão Haddad (PT), foi autorizada (o que não impediu alguns grafiteiros mais ousados anteriormente) a intervenção artística no logradouro, o que seria revertido meses depois pelo sucessor de Haddad, João Dória, do PSDB. O grafite ganhou respeito com o passar do tempo mesmo entre os poderosos, e atualmente enfeitam a parte leste da Linha vermelha do metrô, em especial as estações Artur Alvim e Corinthians-Itaquera; seus arredores tiveram artes encomendadas pelo prefeito Haddad e o governo federal para recepcionar a Copa de 2014

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Tretas e repressões.

Uma grande elitização das artes sempre existiu no Brasil. Devemos lembrar que até mesmo na década de 30 a arte modernista, ainda que confinada a um museu de propriedade do Estado, foi atacada pela elite política e econômica por não adequar-se às regras do que deve ser aceito pelo público segundo o poder. Já é de se esperar que o grafite, de natureza rebelde e que se infiltra em toda a imensidão dos grandes centros urbanos, ia sempre incomodar. Na gestão Kassab foi aprovada a Lei Cidade Limpa, que se valendo do argumento de “higienizar a cidade de outdoors e pixações” ata cou também os grafites, muitos painéis em que diversas partes do mundo eram considerados obras de arte inestimáveis foram alvo de tinta cinza, afinal, o cinza é uma cor monocromática, padronizada e conformada, o oposto do

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que a arte urbana busca e expressa.

No final da gestão do prefeito foi criado o MAAU, Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo, na Zona Norte da cidade, mas, apesar da bela iniciativa, é correto restringir uma arte que ousa ser livre a um espaço só? E pior, um espaço numa área desenvolvida da cidade, longe da periferia e perto do controle? Anos depois haveria um dos maiores ataques ao Grafite na chamada capital mundial desta arte: a Gestão Dória. Logo nos primeiros meses de

Grafite entre as estações Itaquera e Arthur Alvim

seu mandato, o prefeito João Dória do PSDB começou o projeto Cidade Linda, que entre muitas medidas tão contraditórias quanto espalhados pela cidade, inclusive murais premiados de nomes como Kobra e Os Gêmeos, que custariam fortunas no exterior. A revolta da população foi quase instantânea, Dória foi chamado de autoritário e ignorante, pichações e grafites contra o prefeito e sua política higienista surgiram em todos os muros pintados e, apesar de ter tentado comprar a briga com o pouco apoio que teve nessa decisão, Dória deu um passo para trás e acabou pedindo desculpas pela política depois de até mesmo o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp) ameaçou multar o prefeito se continuasse a apagar murais. Dória fala que ainda se arrepende da decisão e como alguém que sabe que vacilou feio, tentou paparicar e remediar os grafiteiros com espaços reservados. Coitado, não entendeu nada no final, a arte urbana não existe pra você sempre gostar dela confinada a um espaço, mas é ousada, livre e rebelde como o próprio espírito urbano, em São Paulo e no mundo.

Muros do Metrô em frente ao Itaquerão

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Eduardo Kobra

os Manos e Minas do Grafite paulistano.

Prédios e muros de Itaquera tomados pela arte das ruas

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Muitos nomes importantes do grafite mundial estão concentrados na capital paulista.Os já citados Gêmeos são autores de murais no Brasil e no mundo a fora, e destacam-se também Eduardo Kobra, cujo um dos grafites mais famosos é um painel multicolorido e ainda assim realista do falecido arquiteto e intelectual brasileiro Oscar Niemeyer na lateral do Edifício Ragi, na Praça Oswaldo Cruz; Mari Pavanelli que sempre traz o feminino e as flores em seus painéis espalhados pela cidade, em especial na região do Cambuci; Mauro Neri, vulgo Veracidade, que retrata a dura realidade paulistana e em painéis encomendados até mesmo na Itália; e muitos outros artistas, já consagrados, iniciantes ou anônimos, que levariam horas para serem citados com justiça, com obras maravilhosas que se encontram em todas as parte da metrópole.

Karen Zachar's ENTREVISTA

K

aren Zachar’s é uma garota de 22 anos, nascida na zona leste de São Paulo com o objetivo de mostrar ao mundo seu talento e seus pensamentos.

Conheço Karen Caroline Silva desde a infância, mas procurei ser o mais profissional possível para que vocês possam conhecer um pouco sobre essa garota incrível e da sua jornada em busca do sucesso.

Conversei com Karen antes da entrevista e ela aparentava estar bem alegre e empolgada, ela foi divertida, simpática, inteligente e mostrou que é muito mais do que uma garota em busca da fama e do sucesso. Confira a entrevista completa a seguir:

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ENTREVISTA

Quando foi que você se motivou a cantar?

R: Sempre gostei de cantar, brincava e cantava escutando as músicas do Michael Jackson e da Whitney Houston.

(Karen parou em torno de 30 segundos e deu um suspiro, acredito que ela se lembrou de sua infância naquele momento).

Mas minha real motivação para seguir profissionalmente veio aos 13 anos, quando comecei a amar a música de verdade.

tamente os de idade jun Karen com 4 an menhor Leticia, e sua com seu prima oderia ser eu. amiga, que só p

Qual foi seu maior incentivo?

R: Após a morte do Michael Jackson, conhecer mais sobre ele e sobre a música em si, foi o que me fez amar mais ainda a música e me motivou a querer seguir este caminho, além do apoio que minha familia me deu para poder continuar a caminhada em direção aos meus sonhos. Agradeço principalmente a minha mãe que foi e é uma das pessoas que mais me incentiva.

Qual é o seu maior sonho para sua carreira?

R: O meu maior sonho é ser bem-sucedida e reconhecida pela minha música tanto no Brasil como no mundo, e também fazer da música uma mensagem de incentivo, mudança, fé e realidade.

Qual foram suas dificuldades no início da carreira?

R: Minha maior dificuldade era eu mesma (Ela deu uma risada curta, baixinha e suave). Por um período eu não acreditava em mim mesma e no meu potencial, o que me deixava desanimada, impedindo o meu crescimento.

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Qual são as dificuldades atuais?

Karen faz sh sua adolescêows desde ncia;

R: As dificuldades atuais acredito que além de ser uma cantora negra, a falta de valorização da música Black e da cultura em geral dificultam muito, tanto para mim quanto para outros músicos.

Conte um pouco de suas inspirações em composições suas?

Faz bal desde criança

R: Minhas inspirações vêm tanto de cantores e compositores da música brasileira como da internacional e, também de poesias.

Qual foi sua inspiração para criação do seu nome artístico?

ceu Conheresh Tiu F

R: A inspiração para meu nome artístico veio do sobrenome da minha família por parte de mãe. Zacharias é o sobrenome do meu bisavô e da minha bisavó, com muito carinho eu resolvi homenageá-los, porém abreviei para ficar um pouco diferente e agradável aos olhos, assim eu me tornei Karen Zachar’s.

Quando você se motivou a cantar rap?

e ta Dj Ambém lpiste

R: Acredito que durante minha infância ouvindo muito rap juntamente com meu pai, também em minha adolescência vendo problemas sociais e a vontade de abrir os olhos das pessoas para realidade.

Tento encaixar meu estilo americanizado com o rap nacional.

O quê ou quem te incentivou a cantar rap?

Entre outros artistas.

Não deixe de conferir o vídeo do grupo Nóis Por Nóis Família onde Karen Zachar’s participou.

R: Meu incentivo veio através da minha inspiração na cantora Lauryn Hill uma mulher poderosa que consegue mostrar a realidade e suas mensagens através do rap, mostrando sua voz maravilhosa em melodias incríveis, observando ela notei que eu também poderia fazer o mesmo.

Karen terminou a entrevista alegre e sorridente, seus olhos até brilhavam, ela agradeceu à GUETTO pela entrevista, disse que as perguntas foram muito boas e elogiou nosso trabalho.

Texto: Sylvia Mathias Entrevista realizada em São Paulo, dia 24 de maio de2018.

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MÚSICA

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SENHOR

RAP

Nessa matĂŠria a gente explica a origem do nosso querido RAP!

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Roupa

O começo do Hip Hop Salve leitores da guetto! Sabemos que o Rap e o Hip hop tem muitos fãs pelo Brasil e muita gente que foi influenciada por esse movimento, mas muita gente ainda não manja nada sobre a origem e a história dele no país, então bora explicar direitinho desde o começo! A primeira vez que a gente brasileira ouviu falar o nome do movimento aqui no Brasil foi por volta dos anos 80, onde o povo não sabia muito bem como que funcionava, e nem tinha nada que retratava muito bem como temos hoje em dia, mas o que tinha bastante era o Break Dance, que virou uma febre na época e se tornou algo que ficou fixado na identidade do Hip Hop até hoje em dia! Para a mídia, em 1984 que realmente começou o movimento, já que eles começaram a propagar em massa as danças de rua B.Boyings, Poppings e Lockings.

Roupa:

Logo depois surgiu o estilo de roupa, as pessoas começaram a usar roupas mais coloridas, óculos escuros, tênis de botinha bonés e aqueles rádios gigantes que eles carregavam nos ombros, mas isso era só o começo de um movimento que ia repercurtir ainda mais!

Nomes de Destaque Alguns grupos de música que se destacaram nessa época foram o Chic Show, Black Mad e Zimbabwe, com um estilo mais black music. Mais um grupo que teve destaque foi o “Funk Cia” que era o grupo do conhecido Nelsão Black Soul, que até fizeram uma abertura pra novela “Partido Alto” na Globo.

Uma revista que patrocinou o começo do movimento foi a “Dance o Break” onde entrevistaram o considerado primeiro B.Boy no Brasil Ricardo dos Electric Boggies, já que ele trouxe do exterior vários passos de dança que deram início ao movimento.

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Desde então surgiram vários nomes que todo mundo que se preza no hip hop deve conhecer já que esses são a velha guarda, são eles: Dj Hum, MC Jack, Racionais Mc’s (esse em específico marcou a infância e adolescencia de muita gente e inclusive foi porta de entrada pra muitos no movimento), MC Mattar, General G, Irmãos Metralha, entre outros que foram a vanguarda do Hip Hop aqui no Brasil, gravando os primeiros discos de vinil no cenário!

Nessa época surgiu também um concurso que foi essencial pra consolidar o movimento, que foi o “concurso Nacional de Break”, um programa de Barros de Alencar que vários artistas faziam suas performances num auditório, e isso apresentou outros nomes como: Os Cobras, Os Dragon Breakers, Gang de Rua, as Buffalo Girls.

Depois dessa grande exaltação que teve no movimento em 85, foram surgindo mais e mais nomes importantes que mantiveram o legado do B.Boy vivo até hoje ( Jabaquaras Breakers, Red Crazy Crew, Nação Zulu, entre outros).

Finalizando...

Toda essa rapazeada se via sempre na 24 de Maio em SP, mas com muita implicancia das lojas tiveram que mudar de local, e com isso o grupo acabou se dividindo, uns indo pra Estação São Bento e outros aparecendo pela Praça Roosevelt. Um pouco depois, em Agosto de 1989 surgiu o Milton Salles que é o cabeça do “Movimento Hip Hop Organizado” (MH20) que foi como uma espinha dorsal pro Hip Hop, já que esse movimento patrocinava vários show gratuitos, algumas oficinas, e isso ajudou a divulgar ainda mais o Rap para a grande massa ja que esses eventos eram feitos nos guetos e periferias.

Hoje em dia esse mesmo Milton trabalha liderando a Companhia Paulista de Hip Hop, que ainda tem esse mesmo objetivo de divulgar e espalhar o movimento pelo país. E depois de tudo isso com muitos mais grupos surgindo e muito mais pessoas aderindo ao movimento, ele se tornou como nós conhecemos hoje!

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COLEÇÃO

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