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CUIDADOS COM O JARDIM NO INVERNO

DICAS PARA DEIXAR O VERDE EM DIA NA TEMPORADA DE BAIXAS TEMPERATURAS

POR ROBERTO BARRETTO DIAS FILHO, ENGENHEIRO AGRÔNOMO*

Você sabe como cuidar do seu jardim durante o inverno? O que acontece dentro das plantas neste período? Nesta seção vou apontar algumas das reações que as plantas têm neste período para que consigam sobreviver ao estresse que o clima impõe. Uma estação que se caracteriza por temperaturas mais baixas e seca em nossa região. Os dias vão ficando lentamente mais curtos, a umidade do ar cai muito e, com isso, a amplitude térmica aumenta muito (diferença entre a temperatura do dia e da noite).

As plantas sentem isto, reagindo energicamente a estes estímulos, se preparando para o que está por vir. Quanto maior a amplitude térmica, menores as temperaturas e umidade do ar, mais fortes tendem a ser a resposta da planta. Muitas delas perdem todas as folhas, como os Plátanos, Bombax e Liquidâmbar. Outras perdem parcialmente as folhas, como Ipês, Flamboyants e Sibipirunas. Sob certas condições mais severas, podem vir a perder todas as folhas.

E isso vai depender do que ocorrer com a temperatura, umidade do ar e umidade acumulada no solo. Quanto maior o estresse, maior tende a ser a perda de folhas, chegando a provocar a queda de todas elas. Por último existem as plantas que não exibem sintomas visíveis, como os gramados de Esmeralda, as Laranjas, Nêsperas e Jasmins. Tecnicamente estamos falando de plantas classificadas como decíduas (caem obrigatoriamente as folhas), semidecíduas (queda parcial das folhas) e perenes (as folhas não caem).

Em Constante Mudan A

É muito importante salientar que todas passam por alterações muito profundas, com uma descarga de hormônios intensa. Muitas se preparam para a próxima primavera, provocando alterações nos pontos de crescimento, as gemas, as quais começam a se preparar para produzir flores ao invés de folhas, ao passo que outras plantas que florescem nesta época do ano iniciam uma corrida para transloucar os carboidratos acumulados no verão para as gemas que estão produzindo flores.

Mesmo nas plantas com folhas perenes é possível identificar uma alteração no padrão de crescimento (vegetam menos) e alteração significativa da sua coloração, como é muito observado em gramados. As plantas perdem sua coloração e passam a consumir menor quantidade de água. É esse o motivo de ocorrerem tantas doenças nos gramados irrigados. Elas consomem menor quantidade de água que a fornecida. Com isso, o solo em profundidade fica a cada dia mais encharcado.

Nestas condições, as raízes já pouco ativas em resposta ao clima passam a fermentar e morrer. Quanto maior for a perda, mais sensível a planta fica em relação às alterações na quantidade de água no solo. E o excesso de água induz ao aparecimento de doenças, aquelas manchas secas e amareladas de vários formatos. A grama drena as folhas para acumular carboidratos nos talos e pontos de crescimento. Caso venham a passar por uma geada ou seca prolongada, voltam a emitir folhas com velocidade nestas condições.

De Olho Na Natureza

As plantas também reagem ao comprimento do dia. Elas “sentem” esta diferença que ocorre com o avanço do período do inverno e passam a reagir para se defender em relação ao que está por vir. Se antecipam ao problema da falta de água ou frio. Reparem que plantas como os Plátanos e Liquidâmbar muito próximos aos postes de luz perdem as folhas mais lentamente, se comportando quase como uma planta semidecídua. A origem da planta explica muito disso. Quanto mais severo for o clima de origem, maiores serão as respostas a estas alterações no clima. Explicado o que está ocorrendo com as plantas em sua intimidade, podemos passar a projetar quais seriam os cuidados neste período para melhorar a aparência do jardim.

O primeiro seria um bom controle da quantidade de água das irrigações, procurando monitorar o que está ocorrendo em profundidade. Basta fazer um pequeno buraco com 10 cm de profundidade e verificar como está a umidade do solo. As plantas estão plenas de carboidratos e demais fotoassimilados, acumulados para seu uso durante o florescimento ou frutificação dependendo do caso. Com isso são afetadas por pragas e doenças oportunistas, que veem nesta fase uma boa oportunidade para se estabelecer e utilizar as reservas. Portando, um bom plano para identificação e controle de pragas e doenças é fundamental.

A última atitude que devemos ter é a retirada de amostras do solo para envio ao laboratório. Assim, conseguimos planejar o que e quanto aplicar, corrigindo as deficiências e evitando excessos, os quais são tão ou até mais prejudiciais que as deficiências. Quando aplicamos em excesso algum elemento, podemos inibir a absorção de outros. As plantas passam a amarelar, exibindo sinais de que algo está errado e tem de ser corrigido. É nesta época que definimos o que será feito e quando na próxima estação.

Neste ano não estão previstas as ocorrências de geadas fortes que possam prejudicar o jardim de forma muito significativa. A seca tenderá também a ser breve, com o início das chuvas já em agosto, excepcionalmente. São os efeitos do “El Niño” que se inicia nestas próximas semanas. De qualquer forma, é sempre bom lembrar que as plantas começam a ser danificadas quando a temperatura ambiente atinge 5°C. Isso ocorre porque ao atingir esta temperatura no ar, a superfície das folhas já está chegando a 0°C, ou até menos, a depender das condições de umidade do ar e ventos. O que danifica não é o sol ao amanhecer, mas o congelamento da água dentro das folhas e é isso que devemos tentar evitar. agradando aos paladares mais exigentes carnes nobres e cortes especiais ampla variedade de produtos veganos, light e sem glúten fornadas de pão francês, pão de fibras, pão de queijO E DADINHO DE TAPIOCA

Se ao redor das duas horas da madrugada estes 5°C for atingido, é a partir deste momento que devemos ligar o sistema de irrigação para molhar a folha das plantas. A água se expande ao congelar. Os tecidos arrebentam dentro da planta. Com o avanço do sol da manhã é que passamos a ver os danos que ocorreram. A água da irrigação sempre estará com temperaturas acima de 0°C. Diante disso, aquecem as plantas e evitam que a água dos tecidos se congele.