Jennifer Echols - Love Story

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bolsa de couro que eu quase não usava em casa e ela teriaque durar todo o período da faculdade e mais tempo, porque eu nunca mais ia poder comprar uma como aquela. E eu a joguei no chão, sem conseguir aguentar o peso dos livros e de 'Quase uma Dama' por um momento. Jordis pegou uma terceira tesoura e passou para mim. A quantidade de instrumentos afiados que ela tinha era ilimitada. ― Enquanto conversamos, me ajuda a cortar isso, vai acalmar sua agressividade. Jordis era dinamarquesa e bem direta, suavizada apenas pelos lenços de seda que ela mesma pintava e amarrava no cabelo. Ela parecia ser uma pessoa boa e ainda não tinha reclamado de eu entrar e sair do quarto dela em horários estranhos para chegar até meu quarto quando eu voltava tarde do trabalho. Ela só parecia distante por causa daquele sotaque escandinavo e do fato de que normalmente ou ela estava fora, e sua cama sempre ordenada, ou estava sentada na cama com cuidado para não desarrumá-la, segurando uma tesoura. Quando ela, Summer e eu nos conhecemos, ela nos disse logo de cara como se soletrava seu nome, que a letra o no meio tinha uma barra. Summer e eu a chamamos de 'Jordis com uma barra' por vários dias quando ela não estava até decidirmos que ela não era tão ruim assim. Na verdade ela era muito boa em fazer amigos e já tinha escolhido seu projeto para a mostra na galeria da faculdade no fim do semestre. Seria uma série de grandes colagens compostas de pequenos rostos cortados, o que significava que, sempre que Summer e eu tínhamos um minuto livre, Jordis colocava uma tesoura na nossa mão e jogava uma pilha de revistas velhas ou fotos antigas no nosso colo. Ela também recrutava pessoas que conhecia no saguão ou no corredor para vir ao quarto ajudar a cortar rostos com ela.

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