INTERVENÇÕES DE URBANISMO TÁTICO COMO INCENTIVO AO USO DE ESPAÇOS PÚBLICOS EM ITAJUBÁ - MG



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Este caderno é resultado da disciplina de ARQ 398- Trabalho de Conclusão de Curso I, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa (DAU - UFV). Produzido por Lourdes Caroline Ribeiro Sanches da Silva e orientado por Marília Solfa, este estudo propõe investigar o urbanismo tático como solução para requalificar espaços públicos, além de utilizar dos conceitos de sistemas modulares como forma de participação do usuário. A partir disso, propõe-se um catálogo de módulos urbanos que solidificam o uso de espaços públicos em Itajubá - MG.
A LIBERDADE DE FAZER E REFAZER a nós mesmos e AS NOSSAS CIDADES, como pretendo argumentar, É UM DOS NOSSOS DIREITOS HUMANOS MAIS PRECIOSOS, ainda que um dos mais menosprezados.
HARVEY, 2014, p.28
Agradeço aos meus pais, Elizabete e Carlos Eduardo, que sempre apoiaram meus sonhos e aventuras, e a todos da minha família que me incentivaram nessa jornada.
Leonardo, agradeço pelo apoio e carinho nos momentos difíceis, e por me acompanhar desde o início dessa saga.
Agradeço aos amigos da universidade que me acompanharam e dividiram comigo os obstáculos e conquistas, em especial Márcio, Ana Luísa, Stéfany e Luiza Gino.
Agradeço também aos amigos de Itajubá que me auxiliaram no TCC, em especial Kellen e Ana Beatriz.
Dedico minha gratidão à UFV, em especial às professoras Vanessa e Marília, orientadoras que tive o privilégio de ter; e aos projetos de extensão Coletivo Lupa, Coletivo Formigas e Engenharia Pública, que me ajudaram a crescer tanto no âmbito profissional quanto pessoal.
Obrigada, Itajubá por me criar e Viçosa por me acolher.
Agradeço a todos que apoiaram e inspiraram minha caminhada até aqui!
O presente trabalho visa se aprofundar sobre um projeto de intervenção urbana baseada nos preceitos do “urbanismo tático”, que sirva como meio de estimular a apropriação do espaço público em Itajubá, Minas Gerais.
O urbanismo tático tem sido utilizado em cenários de diversas cidades no país, e já se mostrou como um meio eficiente de ressignificar e qualificar espaços públicos. Segundo Lydon e Garcia (2015), o Urbanismo Tático propõe soluções intencionais e respostas flexíveis, aceitando que a cidade é dinâmica e não podemos controlar todas as variáveis que a moldam. A partir da participação da comunidade e medidas de baixo custo e fácil execução, o conceito permite subverter a burocracia dos projetos urbanos, e garante autonomia aos usuários do local.
Sua aplicação em Itajubá visará fomentar o uso de espaços subutilizados, além de garantir infraestrutura em locais em que já existam usos, apropriações ou demandas, porém sem a qualificação do espaço com equipamentos ou mobiliário urbano adequado. Portanto, partindo de um diagnóstico local, foi concebida uma “família” de equipamentos e mobiliários urbanos modulares que permitam diversas combinações para atender às diferentes necessidades encontradas na cidade. Buscando analisar os diferentes usos da cidade, foram selecionadas duas áreas: o Centro de Itajubá, no qual se encontram grande parte dos serviços e comércios da cidade; e a Avenida BPS, que conecta o Centro ao novo polo administrativo e de lazer, além de abrigar a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e outras instituições de ensino.
A materialização do mesmo também busca ser simples, sustentável, barata e eficiente, de forma a viabilizar sua reprodução nos diversos locais tanto pela iniciativa municipal quanto pelos próprios usuários. Também busca-se uma solução recombinável, permitindo que a comunidade modifique sua configuração de acordo com as necessidades observadas.
O Urbanismo Tático e Direito à cidade são as principais bases teóricas do projeto, sendo pesquisadas através da leitura de livros e artigos sobre o tema. Os conceitos de materiais sustentáveis, assim como de aplicação de sistemas modulares no âmbito de equipamentos urbanos, foram investigados a partir de estudos de caso, a fim de embasar a elaboração de um projeto com fundamentações sólidas.
O objetivo final é elaborar um projeto e implantação dos módulos urbanos que possa suprir as necessidades levantadas de forma rápida e eficiente, e que também possa ser realizado e reconfigurado através de mutirões junto da população, estimulando o uso e a manutenção desses espaços através do sentimento de pertencimento.
O uso do urbanismo tático já beneficiou muitas cidades dentro e fora do Brasil, e transformou espaços antes subutilizados. Em São Paulo, o conceito já foi utilizado para remodelar calçadas e cruzamentos em Santana e na Rua Galvão Bueno, além de ser fundamental para intervenções como “A batata precisa de você”, que desde 2014 transformou o Largo da Batata, antes um espaço apenas de passagem, em um local utilizado por diversas iniciativas culturais. Com o crescimento de intervenções na cidade, São Paulo criou em 2016 uma política de incentivo aos parklets municipais, facilitando a criação e regularização de projetos.
Cidades de pequeno e médio porte do Brasil estão sendo introduzidas agora a esses conceitos, que podem ser de grande benefício por seu caráter experimental e participativo, criando novos caminhos para intervenções urbanas com a participação dos moradores, para além das grandes obras e burocracias. Essas iniciativas têm o poder de fomentar cultura, trazer segurança, gerar trabalhos e até mesmo turismo, e não necessitam de grandes investimentos financeiros iniciais. Por conta de seus benefícios, o urbanismo tático está se popularizando e ganhando maior visibilidade no cenário nacional.
No caso de Itajubá, além de criar laços entre comunidade e o órgão municipal, projetos como esse podem criar oportunidades de extensão para a universidade federal presente na cidade. A extensão é um dos pilares da universidade federal brasileira, junto de ensino e pesquisa, segundo o artigo 207 da Constituição de 1988 (BRASIL, 1998). Além de sua importância em gerar a interação entre universidade e sociedade, a resolução CNE/CES no 7, de 18 de dezembro de 2018, tornou obrigatória a carga horária curricular de extensão, uma medida que as universidades ainda estão se adequando para implementar. No caso da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), ainda há pouca interação entre universidade e população, e a criação de mutirões, projetos ou coletivos urbanos beneficiam tanto a universidade quanto a cidade.
Por fim, a proposta e materialização de um projeto de urbanismo tático em Itajubá também levará em conta outros conceitos relevantes de arquitetura e urbanismo, como a arquitetura participativa e colaborativa, sistemas modulares, sustentabilidade e uso de tecnologias low tech. Apesar de atuais e muito discutidos no meio acadêmico, suas aplicações em cidades de pequeno e médio porte ainda estão se desenvolvendo no Brasil.
Fundada em 1819 e emancipada em 1848, Itajubá está situada no sul de Minas Gerais, aos pés da Serra da Mantiqueira, e tem o município dividido ao meio pelo Rio Sapucaí, que marca tanto sua paisagem rural quanto urbana. A cidade possui uma altitude média de 842m na área urbana e uma temperatura média de 18 °C, além de uma topografia ondulada-montanhosa.
Sua localização também a beneficia, tanto pela presença da BR459, quanto pelo posicionamento até as maiores capitais da região, estando a 261Km de São Paulo, 318Km do Rio de Janeiro e 445Km de Belo Horizonte.
Sua economia é diversificada, possuindo um dos maiores distritos industriais do sul de Minas, com indústrias como a Helibrás, Mahle e IMBEL, além de ser um município referência em educação, uma vez que conta com diversas faculdades particulares e a UNIFEI, Universidade Federal de Itajubá. Consequentemente, a cidade se encontra em crescimento populacional.
Grande parte da população de encontra na zona urbana, sendo que Itajubá possui uma densidade demográfica alta quando comparada a outras cidades mineiras, e se encontra entre as 25 mais adensadas do estado (IBGE, 2022). Essa característica, junto de seu crescimento populacional, faz com que demandas por transporte, lazer e áreas verdes também cresçam cada vez mais.
A prefeitura já tem o lazer como prioridade, tendo reformado e criado diversos pontos de lazer na cidade nos últimos anos (ver mapa 3):
2015 - Reforma da praça central (Praça Theodomiro Santiago)
2016 - Criação do Teatro Municipal Christiane Riêra
2017 - Criação do Parque da Cidade
2019 - Inauguração do cinema e criação da Vila Olímpica
2020 - Inauguração da Praça de Esportes
Porém, a grande parte destes locais estão no centro ou em bairros nobres, além de não terem sidos pensados juntos dos usuários, o que acabou gerando espaços, que apesar de públicos, não são apropriados pela população geral.
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Buscando entender os diversos usos dos espaços públicos, e comparar suas semelhanças e diferenças, foram escolhidas duas áreas da cidade de Itajubá. A partir da análise desses locais, foram escolhidos espaços em cada uma das áreas, e uma única família de mobiliário foi proposta, com diferentes combinações e implantações, particulares a cada região.
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Centro - área majoritariamente de comércio e serviços, faz limite com antiga malha ferroviária e com o Rio Sapucaí, além de abrigar a maior parte dos bens tombados da cidade. Possui grande fluxo de carros e pedestres, tanto em dias úteis quanto em finais de semana.
Avenida BPS - área residencial, comercial e de serviços, dá acesso a UNIFEI e ao novo pólo administrativo e de lazer, tendo grande fluxo de pedestres e carros em dias úteis e finais de semana. Acompanha o curso do Ribeirão Benedito Pereira dos Santos, e é muito utilizado para caminhar pelos moradores.
Situa-se acima do Ribeirão BPS, no único trajeto que ele é subterrâneo. Portanto, a travessa também conecta a Avenida BPS e as demais ruas do centro que ela corta (Rua Dr. João de Azevedo, Av. Cel. Carneiro Júnior e Rua Maj. Belo Lisboa) até o Rio Sapucaí. A passarela tem acesso apenas para pedestres e é dividida em 4 partes. Por ser um ponto estratégico no centro das principais ruas comerciais da cidade, que não possuem espaço de permanência para pedestres e espaço suficiente para ciclistas, a passarela pode funcionar como alternativa para amenizar a disputa de espaço carros x pedestres, além de evidenciar o Rio Sapucaí e o ribeirão subterrâneo que por ali passa.
Apesar do número de moradores no entorno ser baixo, a região é frequentada por grande parte da população itajubense, devido ao grande número de comércios e serviços presentes no Centro. Uma intervenção no local teria, consequentemente, um grande impacto na cidade.
O potencial da passarela já vem sendo descoberto e utilizado nos últimos anos, principalmente pelos comerciantes que passaram a abrir lojas voltadas para ela. Com isso, a manutenção do espaço e o interesse pelo seu aprimoramento é cada vez maior.
Entre a Rua Cel. Carneiro Júnior e a Rua Maj. Belo Lisboa é onde podemos perceber o maior desenvolvimento, passando de um local com apenas muros laterais para um ponto movimentado de comércio.
1ª pa e: do BPS à Rua Dr. João de Azevedo
2ª pa e: da Rua Dr. João de Azevedo à Rua Cel. Carneiro Júnior
área mais treita e comprida, e com maior quantidade de r idências pa e com mais fachadas cegas e pior conservação e iluminação se inicia em frente a um tacionamento
possui pequenos comércios e ac so a Av Cel. Carneiro Júnior por trutura metálica
3ª pa e: da Rua Cel. Carneiro Júnior a Rua Maj. Belo Lisboa
4ª pa e: da Rua Maj. Belo Lisboa a Rua Aurílio Lop
compo o apenas de uma cada e rampa possui entrada de diversas lojas pa e melhor conservada, iluminada e plana
termina em frente ao Rio Sapucaí
O local não possui infraestrutura para os alunos e clientes dos trailers, que funcionam durante o dia e a noite. Bancos e lixeiras são levados pelos trailers, e uma intervenção com mobiliários já aconteceu no interior da universidade, que foi bem recebida, apesar de efêmera. Apesar do pouco mobiliário, a área é utilizada diariamente, principalmente nos intervalos de aula, pelos alunos da universidade.
Atualmente a grade, apesar de fazer uma divisão física e simbólica entre universidade e cidade, é apropriada de uma forma diferente pelos alunos e vendedores: os espaços entre as barras servem para passagem dos alimentos e pagamento, e as barras como apoio para cardápios e cestas de molhos. A partir da intervenção, é possível potencializar a relação entre o dentro e fora, amenizando ainda mais a presença do obstáculo. Ademais, o espaço tem potencial para atender o grande fluxo de pedestres que ali passam, como um espaço de descanso próximo do ribeirão.
A praça, que possui apenas duas áreas gramadas e um caminho ao centro
Construída recentemente, junto da CMEI Professora Nair Prado, a praça não possui nenhum mobiliário urbano além de um bicicletário e duas pedras, que raramente são utilizadas como banco. Já foram plantadas algumas árvores, porém ainda não há sombra ou abrigo no local. Apesar de um local marcado pela presença dos estudantes, o BPS também é casa para muitas famílias, atendidas pela creche e pela escola estadual. Utilizada principalmente pelos pais de alunos, a praça da creche costuma ter seu horário mais movimentado pouco antes dos horários de início e fim das aulas (antes das 07 pela manhã e antes das 16h pela tarde). A praça também tem grande fluxo das crianças que ali estudam e de alunos da UNIFEI que moram em prédios próximos, além de uma boa iluminação durante a noite.
Planta baixa - Praça creche Escala: 1:200
Físicas e espaciais Espaços planos Interação com o curso d´água Próximo a comécios Mobiliário que incentiva permanência Lixeiras suficientes Iluminação pública suficiente Vegetação suficiente Bicicletários sucicientes Piso cimentício Área gramada Especificidades
Transversal às principais ruas de comércio da cidade Pode funcionar como ligação até o rio Espaço linear de largura variável Exclusiva para pedestres
Barreira física da grade Avenida larga e pouco utilizada para estacionamento Abriga comércio de surgimento expontâneo
Características de uso Grande fluxo de pedrestes Grande fluxo de bicicletas
Já existe apropriação ou busca por permanência
Grande uso durante semana Grande uso em fins de semana Uso durante o dia Uso durante a noite Público alvo das instalações
Espaço triangular em frente a creche Maior uso nos horários de entrada e saída da creche
Moradores, trabalhadores, clientes e pessoas em passeio
Moradores, trabalhadores, estudantes universitários e pessoas em passeio
Moradores, trabalhadores, clientes, estudantes da creche, pais e famílias
PassarelaO projeto do catálogo de equipamentos urbanos, bem como sua implantação nos terrenos escolhidos, tem como conceito central a permanência, buscando criar espaços na cidade que favorecem o uso de espaços públicos e a apropriação dos mesmos pela população. O trabalho também busca sugerir novas formas de vivenciar a cidade, através do lúdico e do experimental
A forma do módulo consiste em um paralelepípedo cortado em ângulo, o que garante maior número de combinações entre si, permitindo mais dinamicidade e melhor adaptação aos diferentes terrenos.
Forma inicial
Buscando atingir o objetivo de criar espaços de permanência que a população efetivamente se aproprie, o projeto utiliza de um sistema modular e recombinável de mobiliário urbano, permitindo uma configuração diferente para cada local, que pode ser modificada ao surgir novas demandas. Esse mecanismo permite não só mais possibilidades plásticas, como também a participação efetiva e constante da comunidade, garantindo maior identificação com o projeto e autonomia para fazer dele o que desejar.
Forma atual
120°
O ângulo de 120° e as dimensõ do polígono também permitem que três lados tenham o m mo tamanho (50cm), e o lado r tante tenha o dobro d sa medida (100cm). Essa configuração favorece uma commbinação harmoniosa entre os módulos.
Usuários do comércio (trabalhadores e clientes) Moradores
Usuários do comércio (trabalhadores e clientes) Estudantes universitários Pessoas caminhando
PRAÇA DA CRECHE
Usuários do comércio (trabalhadores e clientes) Crianças Pais Moradores
Para contemplar todas as necessidades do local, e garantir o espaço adequado para a implantação do mobiliário, as intervenções foram divididas em duas partes:
Mobiliário modular - que consiste no mobiliário em si, que pretende solucionar os problemas em comum das áreas analisadas através de módulos em diferentes planos para atender seus diferentes usos
Intervenções específicas - que permitem a criação de um espaço harmônico em relação ao mobiliário e também a solução de problemas específicos de cada local
Descansar Conviver Brincar Estacionar bicicletas Armazenar lixo Expressar ÁREA DE TRAILERS Comer Descansar Conviver
PRAÇA DA CRECHE
Esperar Descansar Conviver Brincar Armazenar lixo Expressar Estacionar bicicletas Armazenar lixo Expressar
Os módulos tipo funcionam em diferentes alturas, para atender diferentes usos, que também são combinados com uma intervenção mais alta, para abrigo, e uma intervenção no piso.
O uso pode sofrer alteraçõ conforme as combinaçõ de módulos e seus materiais
sombra e proteção
210cm módulos tipo em tinta ou fita
piso 25cm 45cm 75cm 95cm
módulo para abrigo delimitação simbólica assento/palco/canteiro assento/apoio apoio (p soa sentada)/canteiro apoio (p soa de pé)
Os módulos serão feitos em madeira pinus reaproveitada de pallets e estrutura de tubos de aço. Alguns módulos possuem outras peças como as rodinhas nos canteiros, para facilitar transporte; o guarda sol e saco de areia, para sustentação, nos módulos de sombra; as agarras de escalada; e as cordas do guarda corpo.
Os materiais utilizados permitem diferentes usos: descanso, lazer, convívio, expressão e muitos outros, ao mesmo tempo que garantem um baixo custo e fácil reprodução. Isso se dá pela priorização de materiais reutilizados e reutilizáveis, e de fácil acesso.
Esquema do plano de 45cm, sendo alterada apenas a altura das barras verticais de para 23, 73 e 93cm nos módulos planos de 25, 75 e 95cm, respectivamente. O menor módulo também não possui tubo intermediário.
Tábuas de pinus reaproveitadas de pallet e = 2 cm largura = 10cm
As junções são feitas através de solda
Foram utilizados tubo de aço retangular de 2x4cm, com chapa de 1,5mm. Para estabilização foi colocado um tubo horizontal intermediário a 15cm de distância do superior.
Esquema do canteiro 45cm, sendo alterada apenas a altura das barras verticais de 40cm para 20cm no canteiro menor
Fechamento em tábuas de pinus abaixo e nas laterais Recorte das tábuas para encaixe ao redor dos tubos da estrutura
Rodinhas para fácil movimentação
Sua estrutura externa é identica ao canteiro sem as rodinhas. Já no seu interior, uma estrutura metálica com placas de pinus divide a forma em três triângulos iguais
A estrutura da “tampa” é semelhante ao módulo plano, e é soldada acima do restante da estrutura da lixeira
Um tubo retangular vertical em cada extremidade de cada face lateral, para estruturação e fixação das tábuas
A estrutura inferior é igual ao contenedor, porém com 75cm de altura
É formada pela estrutura metálica e um plano de tábuas de pinus na superfície inclinada
Possui uma tábua de 10cm em cada lateral para maior segurança
Sendo a forma mais complexa, possui uma estrutura inclinada na metade posterior e uma estrutura idêntica ao plano de 45cm na parte frontal
Seu ponto mais alto possui 95cm, facilitando assim o encaixe com outros módulos
Uma estrutura metálica triangular com fechamento em todas as faces por madeira
Um recipiente ou saco com areia é posicionado no interior, para garantir a sustentação do guarda sol
Uma estrutura metálica com cordas posicionadas de 10 em 10cm, para servir como segurança no uso dos módulos como parquinho infantil
Os módulos permitem muitas combinações, cada uma com sua função e estética diferente. Pensando nisso, para as presentes intervenções foram pensadas algumas associações de mobiliário que pudessem ser utilizadas mais de uma vez, quando o espaço e uso possibilitassem.
Algumas pequenas alterações foram feitas a depender da aplicação, mantendo a forma definida, como a troca de módulos planos por canteiros ou hexágonos; e subtração/adição de módulos planos ou de sombra.
Combinação base:
Quatro planos de 45cm e um canteiro de 25cm
Função:
Descansar, esperar e conviver
Combinação base: Cinco planos de 45cm e dois canteiros de 45cm Função: Descansar, esperar e conviver
Combinação base:
Cinco planos de 45cm, um canteiro 45cm e uma lixeira Função:
Descansar, esperar, conviver e armazenar lixo
Combinação base:
Cinco planos de 45cm, um plano de 75cm e um módulo de sombra Função: Conviver e comer
Combinação base:
Dois planos de 45cm, dois hexágonos, um canteiro 45cm, uma lixeira e um módulo de sombra Função: Descansar, esperar, conviver e armazenar lixo
Combinação base:
Seis planos de 45cm, seis planos de 75cm e um módulo de sombra Função: Conviver e comer
Combinação base: Dois planos de 95cm, uma rampa com agarras, uma rampa simples e quatro guarda corpos Função: Conviver e brincar
A intervenção na passarela teve como objetivos principais:
- Criar espaços de permanência próximos das ruas comerciais mais movimentadas da cidade;
- Qualificar a passarela que muitas vezes é esquecida pela população;
- E voltar o olhar da comunidade ao ribeirão BPS, que passa abaixo dela, e ao Rio Sapucaí, em seu ponto final.
Para atingir esses objetivos, a setorização procurou ocupar as margens da passarela com as combinações de mobiliário, criando “meandros” na circulação central, remetendo ao rio e também desacelerando a passagem dos pedestres.
Também foram feitas mudanças específicas no local para assegurar a solução da maior parte dos problemas identificados, discriminadas na tabela de semelhanças e diferenças.
1:400
Nessa área buscou-se conectar a passarela à Avenida BPS, através da criação de uma pequena praça em frente ao início da passarela, onde hoje existe um estacionamento para motos.
Já na passarela em si, o espaço, além de receber o novo piso e iluminação, também contou com combinações maiores de mobiliário. Isso se deve ao espaço ser o menos estreito em comparação aos demais, e também por se localizar atrás de uma escola estadual.
O piso colméia foi colorido em hexágonos por toda a extensão da passarela, delimitando os paços onde os mobiliários podem ocupá-la sem ob ruir a passagem dos ped tr
Os po de iluminação retirados da passarela foram reaproveitados na pracinha inicial (pa e 1) e também no deck de madeira (pa e 4)
Sendo essa a parte mais estreita, o foco principal se deu em garantir a uniformização do piso e boa iluminação, com apenas um arranjo de móveis no início e um no fim desse percurso.
A estratégia de iluminação por arandelas nas paredes e a retirada de desníveis no chão permitiram que o espaço para passagem dos pedestres também ficasse mais amplo, uma vez que foram retirados os obstáculos.
Os móveis que foram utilizados, se aproveitaram do d enho irregular da passarela, aproveitando reentrâncias dos muros e o alargamento da rua
Essa área foi a que mais passou por transformações nos últimos anos, devido a abertura de lojas com acesso pela passarela. Com isso, os comerciantes passaram a zelar pela limpeza e manutenção do local, sendo responsáveis inclusive pela instalação de bancos na passarela.
Apesar de amplo, o espaço de circulação era dividido ao meio pelos postes de iluminação, que foram substituídos pelas arandelas. Isso possibilitou a utilização da mesma lógica de posicionamento dos móveis da parte 1 da passarela, criando curvas na circulação e instigando os pedestres a explorarem e permanecerem mais tempo no local.
Essa área também segue a ideia de fluxo em zigue zague
Todas as lojas foram mantidas com a entrada d ob ruída, com a di ribuição dos móveis r peitando se posicionamento
Bicicletários foram in alados para atender os consumidor e trabalhador
Os canteiros permitem plantar diversas péci de forma móvel, devido as rodinhas. Os canteiros de 45cm supo am arbu os e plantas de po e um pouco maior, fornecendo abrigo do sol para os usuários
A parte 4 tinha como maior desafio seu comprimento pequeno em relação ao desnível a ser vencido. Levando em conta que a escada e rampa do local eram inacessíveis, a proposta foi reformulá-las para seguir a NBR9050.
Ao fim da passarela, nas margens do rio, existia apenas uma pequena calçada com um metro de largura. Esse espaço, que era insuficiente até mesmo para circulação, não favorecia a contemplação e inserção do Rio Sapucaí como um elemento mais ativo no dia a dia urbano. Para incorporá-lo a continuidade da passarela, foi construído um deck de madeira com mesas, a fim de servir também como apoio ao restaurante popular existente logo ao lado.
2 . 2 0
1 2 5 1.20
i = 8, 3 3 % s o b e
8.72 2 . 9 6
2.41 2.42 2.42 0.30
1 2 3
sobe sobe
1.44 1 . 5 3
2.18 2.55 2.92 3.10 2.73 2.37 2.00
0.60 2 0 6 1 . 7 3 1 0 0
Detalhamento de rampa e escada para Passarela Samuel Moura Escala: 1:100
A intervenção nos trailers teve como objetivos principais:
- Criar espaços de que servissem como apoio aos trailers de alimentação;
- Diminuir a interferência e simbologia de separação da grade, unindo o espaço interno da UNIFEI ao ponto dos trailers;
- Gerar espaços de convivência e descanso para os alunos da UNIFEI e outros usuários
Como forma de atingir esses objetivos, o mobiliário foi posicionado tanto no interior quanto no exterior da universidade. Também foram criados espaços de permanência através do prolongamento do passeio em dois pontos e a criação de áreas cimentadas no interior da UNIFEI.
Já sobre a separação física da grade, foi proposta a instalação de um portão semelhante ao já existente em outros pontos da universidade, permitindo sua abertura durante o funcionamento da universidade. Ainda assim, as estruturas internas e externas à UNIFEI foram feitas de forma a também conseguirem manter sua função quando separadas, para fins de semana e outros momentos em que o portão esteja fechado.
Vi a externa do po ão de ac so
Vi a do interior da universidade
A intervenção na passarela teve como objetivos principais:
- Criar espaços lúdicos e de lazer para as crianças;
- Assegurar um local de descanso e convívio para os pais e responsáveis aguardarem o início e término das aulas.
Tendo em mente esses objetivos, foram priorizadas combinações com espaços de banco maiores e com abrigo de sol, além de associações de módulos lúdicas, que sirvam como parquinho e instiguem brincadeiras e convivência entre os pequenos.
Também foi criado um módulo para a troca de mudas de plantas, uma vez que esse local é utilizado principalmente pelas famílias que moram próximas a região.
Parquinho com corregador, torre e calada
Área de módulos baixos (25cm) com contenedor para brinquedos, funcionanando como um piso em colméia para brincadeiras e convivência
A ideia dos módulos recombináveis é poder atender os mais diversos usos e locais. Portanto, a proposta é que outras intervenções sejam feitas espalhadas pela cidade de Itajubá, em diversos bairros e espaços em que se percebam a necessidade de infraestrutura para a permanência e uso do espaço público.
Também é importante lembrar que os módulos foram feitos para serem mudados de lugar e possibilitarem outras vivências também nas propostas presentes neste caderno. Eles foram feitos em escala pequena e de forma leve para que os próprios usuários, a medida que foram ocupando o espaço, os rearrangem para atender suas necessidades.
Dessa forma, o estudo apresentado é apenas uma primeira versão dessa instalação, e muitas outras combinações ainda existem para ser exploradas: Este trabalho foi feito para instigar não só o uso dos espaços, mas também a participação ativa da população.