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CongressoNews V Congresso Internacional de Fisiologia Humana da WOSAAM e do Grupo Longevidade Saudável   29 de outubro de 2016 V Workshop de Nutrição Bioquímica Fisiológica

Mais do que aparência, um sinal de saúde Pálpebras caídas, rugas, lábios finos, olheiras. Tradicionalmente percebidos como inimigos de uma boa aparência, esses sinais também podem ser um alerta de desequilíbrio hormonal. “A melhor maneira de saber se uma pessoa é saudável é olhar para ela. É algo semelhante a uma casa: se ela for malcuidada, vai se transformando em ruínas”, afirmou o presidente da International Hormone Society (IHS) e da WOSAAN, Dr. Thierry Hertoghe, na manhã de sexta-feira (28), durante o seminário “Estratégias terapêuticas no envelhecimento masculino e feminino”. Na primeira parte do encontro, o professor abordou diversos aspectos comuns ao envelhecimento da cabeça, pescoço e face, e suas relações com a necessidade de modulação hormonal em diferentes faixas etárias, apresentando alternativas de tratamento tópico e sistêmico para uma melhor qualidade de vida. Em um segundo momento, foram discutidos temas específicos do envelhecimento masculino e feminino. Confira alguns dos principais assuntos do seminário!

Soluções capilares ajudam a reverter a calvície Os diversos tipos de perda capilar e alopecia podem encontrar uma boa resposta com a modulação hormonal bioidêntica – tanto nos casos em que a queda dos fios está relacionada ao excesso de algum hormônio, como a prolactina, quanto naqueles em que o problema é a falta de substâncias, caso da testosterona, do estrogênio e dos hormônios tireoidianos, entre outros. “Há muitos receptores hormonais situados, sobretudo, na raiz do fio de cabelo. Durante a fase anágena, de crescimento dos pelos, por exemplo,


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os hormônios da tireoide são muito importantes. Se os níveis estiverem baixos, o crescimento será de duas a três vezes mais lento”, explicou o Professor Thierry Hertoghe. Para reverter o problema, as soluções capilares podem ser uma boa opção, pois apresentam melhor absorção do que outras formulações. “No caso da melatonina, a absorção é excelente. Utilizando 0,1% de melatonina em solução capilar (ou 0,05%, em caso de pacientes sensíveis), sempre antes de dormir, alcançamos um resultado muito bom no combate ao padrão feminino de calvície”, afirmou.

Hormônios sexuais: proteção para homens e mulheres O estresse da vida moderna tem impactos diretos na secreção dos hormônios femininos, como o estrogênio e a progesterona. A partir, em média, dos 30 anos, quando os níveis dessas substâncias começam a entrar em declínio, a modulação bioidêntica combate sintomas psicológicos, como irritação, cansaço e perda de libido, e físicos, como perda de massa óssea e flacidez das mamas. “A progesterona ainda previne o espasmo das artérias coronárias, que é a causa número um de infartos na mulher”, lembra o médico. Já para os homens, pesquisas apontam que aqueles que se mantêm nos 10% superiores dos valores de referência para a testosterona têm menos chances de desenvolver síndrome metabólica, câncer de próstata agressivo, doenças coronarianas e Alzheimer. “A deficiência da testosterona começa entre 25 e 30 anos. Se você começa a tratar seu paciente aos 45, você já está 15 anos atrasado. Não há por que esperar para iniciar o tratamento”, alerta Hertoghe.

Nutrição e Fisiologia

“Somos patrocinados pelas doenças. Existe pouco interesse em manter pessoas saudáveis”, afirmou o médico Ítalo Rachid, onde fez uma crítica à excessiva “medicalização” das doenças. Segundo ele, tomar mais remédios não significa diminuir a incidência de doenças. “O indivíduo não vai resolver o problema da depressão tomando antidepressivos”, disse, citando também como exemplo o fato de um terço dos norte-americanos tomarem remédio contra o colesterol e isso não diminuir a incidência de infartos, principal causa de mortes nos EUA. “A causa do infarto é o endotélio lesado, pelo processo inflamatório subclínico, o que não tem nada a ver com o colesterol”. Rachid falou da necessidade de se estabelecer um ponto de conexão entre a nutrição e a fisiologia hormonal, e da importância de um tratamento baseado no reordenamento hormonal. “A modulação hormonal funciona melhor do que remédios”, afirmou o médico, mostrando como, na “hierarquia dos hormônios”, a glândula pineal (modulador metabólico universal importante no ritmo do envelhecimento), a vitamina D, a tríade DHEA-cortisol-tireoide, e o GH estão interligados. “Não adianta repor o GH sem corrigir as deficiências dos hormônios anteriores. Porém, não se pode repor esses hormônios de uma só vez”, advertiu. E concluiu, metaforicamente: “Devemos nos preocupar com o estado de conservação, e não com o tempo de fabricação. Hormônios são feitos para promover vida. Os bons resultados clínicos são um fato, e contra fatos não há argumentos”.


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Fitoterápicos e longevidade* Adaptógenos são substâncias que aumentam a resistência orgânica. Entre seus mecanismos de ação estão a regulação dos mediadores do estresse, o aumento da síntese proteica e dos ácidos nucleicos. Os adaptógenos também se expressam nos processos depressivos. Mas o que as plantas adaptógenas têm a ver com a longevidade? Entre as espécies já validadas está o Panax ginseng, que já provou benefícios na diminuição do estresse e do cansaço. Outra planta é o nó-de-cachorro (Heteropterysaphrodisiaca). Nativa do Cerrado brasileiro, ela apresenta forte atividade antioxidante, e estudos publicados mostram eficácia na melhoria da aprendizagem e da memória em testes feitos em roedores. “É uma planta que evidencialmente mostra um potencial para ser aplicada na nossa prática clínica”, apontou o farmacêutico Luis Marques. Ao realizar estudos com outra planta adaptógena – o Ginseng brasileiro (Pfafia glomerata) – em ratos jovens e idosos, Marques observou um efeito no sono similar ao do Diazepam. Nos estudos de toxicidade, o produto mostrou-se seguro. A partir daí, seguiu para o estudo clínico. “Os testes clínicos, aliados aos estudos em animais, nos permitem reforçar os efeitos benéficos do fitoterápico no envelhecimento, ao apresentar melhoria na memória dos voluntários da pesquisa clínica”.

Atualização de exames* A importância de exames que avaliem o controle glicêmico ou o nível de ferro no corpo foi o foco da palestra proferida pelo médico Artur Lemos. “O ferro é um metal vital, mas pode ser extremamente perigoso para o corpo. É controlado por bloqueio de absorção pela hepcidina, um hormônio encontrado naturalmente na corrente sanguínea, que é o principal regulador da homeostase do ferro. Com a baixa expressão da hepcidina, o ferro aumenta no plasma. Por isso, é importante medir no sangue a saturação da transferrina, principal transportador do ferro, porque isso vai nos dar uma ideia de como está a concentração deste elemento no corpo. Proteína rica em ferro, presente no fígado e no baço, a ferritina está ligada à inflamação crônica. É a maior proteína de estocagem de ferro. A ferritina elevada leva à redução do desempenho cardíaco e ao aumento da incidência da arteriosclerose. A elevação da ferritina e do ácido úrico são fatores para adolescentes obesos. Tanto uma quantidade baixa como um valor muito alto de ferro podem ser fatores de câncer. Daí a imporância da preocupação com relação à quantidade de ferro no corpo. O melhor exame é a ressonância magnética com T2*”, alertou o médico. A Hemoglobina Glicada é um exame para diagnóstico do diabetes. Mas como reduzir a resistência à insulina? Segundo o médico, tratamentos à base de carotenoides, vitamina A e magnésio podem dar boas respostas ao problema.

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O perigo da inflamação* O bioquímico Marcelo Soares, professor de pós-graduação do Grupo Longevidade, apresentou em sua palestra dados do The Lancet, mostrando que, em apenas 30 anos (1980 a 2008), a prevalência da obesidade quase duplicou, atingindo cerca de 500 milhões de adultos. EUA, Argentina, Austrália e Oriente Médio figuram como campeões do sobrepeso. Nos EUA, a pandemia do sobrepeso se deu por conta da inserção da farinha branca, na década de 1950. De acordo com ele, a OMS recomenda que o consumo de carboidratos seja de 5 a 7 gramas/kilo de peso corporal e a proteína animal seja evitada após às 18h, devido ao longo tempo que esta leva até que seja transformada em energia. Segundo o professor, o INCA sustenta que a dieta é um dos fatores modificáveis mais importantes para o risco de doenças não transmissíveis. Dados da OMS dão conta de que 80% dos casos de doenças coronarianas e 90% dos casos de diabetes poderiam ser evitados. Alimentação inadequada, uso do tabaco e a inatividade física são os principais fatores de risco. Bem como a obesidade e a diabetes estão associadas à “inflamação” crônica. Em sua conclusão, Marcelo Soares reforçou que focar nas causas envolvidas no processo da doença é um procedimento necessário para atuar com eficácia na questão inflamatória.

Nutrição e ansiedade*

Nutrição e as dietas da moda*

A nutricionista Priscila Machado falou sobre os aspectos gerais a serem equilibrados no organismo com o objetivo de melhorar a produção de neurotransmissores, como a serotonina, e hormônios importantes para a prevenção de doenças. A serotonina é um neurotransmissor ligado aos transtornos do humor, como a ansiedade e a depressão. Cerca de 70% de sua produção ocorre no intestino e os baixos níveis dessas substâncias químicas afetam a digestão.

Dietas da moda podem ser utilizadas de forma pró-ativa. “Quando recebemos um paciente com uma dieta ‘pronta’, por que não melhorar essa dieta e dar oportunidade para ele iniciar um processo de descoberta nutricional?”, questionou a nutricionista Sandra Matta.

Como exemplo de uma boa abordagem, Priscila relatou um protocolo de 4 semanas administrado em pacientes, em que recomendava evitar substâncias como o glúten, grãos e vegetais ricos em amido. Na última semana, esses alimentos foram reintroduzidos. Ao final da quarta semana, a nutricionista observou, como resultado, um padrão de equilíbrio do paciente ansioso.

Segundo ela, se o indivíduo tem uma nutrição equilibrada, ele passa a responder de uma forma melhor a tudo, seja a um medicamento, a uma atividade física ou a uma cirurgia. E alguns fatores devem ser levados em conta – o que levou o paciente ao consultório? Ele já tem alguma patologia? “Em geral, dependendo do tipo de tumor de um paciente com câncer, por exemplo, eu faço alguma restrição para determinados alimentos. Temos que estudar o tipo do tumor, a genética do tumor e do paciente. Existe uma dieta ideal para cada indivíduo”, concluiu. * As informações transmitidas são de responsabilidade dos palestrantes.


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Sobraf tem nova Diretoria Um desafio de mais quatro anos na missão de promover e fomentar o conhecimento relativo à Fisiologia Humana se apresenta agora para a nova Diretoria da Sobraf, eleita nesta quinta-feira, 27 de outubro. O médico Marcelo de Matos é um dos Diretores que renovou sua participação na Comissão Científica. Ele defendeu que a Sobraf é uma instituição “necessária” para que todos os que trabalham com a Medicina Integrativa tenham representatividade e encontrem suporte científico e referências afinadas com os protocolos que a entidade oficializa. “Nestes primeiros quatro anos, houve um início de trabalho e é importante identificarmos as lacunas que não foram adequadamente preenchidas para que possamos completá-las e seguir em frente, melhorando sempre a abordagem da Ciência em relação à nossa conduta no dia a dia da Medicina. Ampliamos os integrantes da Comissão Científica e todos os colegas estão engajados e motivados. Isso nos dá mais força para prosseguir”, explica Matos. Um dos novos integrantes, que chega com fôlego elevado para a realização de ações dentro da Comissão Científica, é o médico Ellysson O. Abinader. “Recebi o convite para compor a chapa e a minha primeira ideia foi fortalecer o embasamento científico dentro da Sobraf. A Medicina Integrativa é construída somente sobre alicerces sólidos, bem fundamentados e com base na Ciência; e a nossa perspectiva é tornar a Sobraf independente, autônoma e totalmente científica. Para isso, uma das metas é a revisão dos guidelines da Sobraf que, obrigatoriamente, estarão em sintonia com a abordagem mundial de Medicina Integrativa”, defende Abinader.

Conheça a Chapa Eleita Diretoria

´Italo Emmanuel Valeriano Rachid – Diretor Presidente Francisco Ronald Sampaio Canejo Junior – Diretor Vice Presidente José Luiz Verde dos Santos – Primeiro Secretário Ellysson Oliveira Abinader – Segundo Secretário Idílio Miragaia Dias – Primeiro Tesoureiro Carlos Jorge Correia Lopes – Segundo Tesoureiro

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Para cumprir a meta de crescimento, o Vice-Presidente aposta na atuação dos coordenadores da

Sociedade, em vários estados brasileiros. “O presidente Ítalo Rachid é uma figura imprescindível, extremamente agregadora, e o resultado do trabalho feito pelos coordenadores regionais tem sido muito positivo. Lá em Pernambuco, por exemplo, temos reuniões da Sobraf todos os meses para discutir os casos clínicos e tentar trazer os ex-alunos para uma atualização constante. É fundamental falarmos a mesma língua. Só assim conseguiremos coesão e representatividade junto à medicina cartesiana”, conclui.

Conselho Fiscal

Comissão Científica

Eleito como vice-presidente, o médico Francisco Ronald Sampaio Canejo Junior renovou seu compromisso de fortalecer a Sobraf e ampliar a integração entre as lideranças na busca por novos associados. “Temos um potencial enorme para crescer. Somente dentro do Grupo Longevidade, mais de 5 mil médicos que trabalham com a Medicina Integrativa foram formados”, calcula.

Darci Penteado Junior Claudio Ferrarezi Fernando Cesar dos Santos Pequeno Rosa Viana Dias da Silva Brim Margarita Augusta Baggio e Ubaldo Renato Nakad Gouvea

Comissão de Divulgação Victor Sorrentino José Luiz Verde dos Santos Carlos Jorge Correia Lopes

Marcelo Alexandre de Matos Andreia Brochado Antoniolli Ellysson Oliveira Abinader Fernando Cesar dos Santos Pequeno Carlos Jorge Correia Lopes

Comissão Jurídica

Laerte Meyer de Castro Alves Francisco Alexandre dos Santos Linhares Marcio Victor Fernandes Moraes

Publicação oficial do Grupo Longevidade Saudável • www.longevidadesaudavel.com.br Produção gráfica e editorial: SB Comunicação • www.sbcomunicacao.com.br Fotos: Gazeta • Textos: Simone Beja, Thamyres Dias e Washington Castilhos


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