LONA - Inovação - Edição 1015

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Lona Reitor Acadêmico Roberto Di Benedetto

Professores-orientadores Felipe Harmata Katia Brembatti

Coordenadoria de Integração da Escola de Comunicação e Design Marcelo Catto Gallina

Editores-Chefes LuanFernandes Victória Gobbo

Coordenadoria do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira

Equipe de Reportagem Beatriz Portz, Vanessa Nogueira, Guilherme Maneira, Maria Cassilhas, Valeska Macedo, Brenda Niewiorowski, Jonathas Bertaze, Leandro Bernardi, Eloíza Marques e Natália Frutuoso

O LONA é o jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Positivo. O veículo integra a Rede Teia de Jornalismo. Acompanhe o curso de jornalismo pelas redes sociais. Caso tenha dúvidas sobre o curso, entre em contato.

EDITORIAL Inovações acontecem diariamente, em todos os âmbitos da sociedade. Mas você sabe quais estão sendo as principais novidades que estão surgindo? Pensando nisso, esse Lona é dedicado a mostrar tudo que há de novo neste mundo das inovações.


Como se relacionar amorosamente numa época de pandemia? Os aplicativos de relacinamento auxiliam as pessoas a se conhecerem em época de pandemia Por Beatriz Portz e Vanessa Nogueira

Aplicativos de relacionamentos e redes sociais saltaram drasticamente em milhares de acessos durante 2020 e 2021. O motivo é que na pandemia, as pessoas em quarentena não tem outro meio para se socializar a não ser via online. Andressa de Oliveira do Santos, de 23 anos, utilizou o aplicativo Tinder por 3 meses e conta não ter se adaptado ao app. A falta de segurança ao encontrar pessoas conhecidas no aplicativo foi o principal motivo para o desuso da ferramenta. Antigamente a forma mais comum de se conversar a distância era por cartas. Depois de alguns anos se tornou o telegrama, passou pelo computador, apareceu o fax e enfim surgiu o celular. Quando surgiram os aplica-

(Reprodução/Pexels)

tivos para celulares, já existiam portais no computador para conversar com pessoas desconhecidas. Podemos citar o Omeagle, chat Uol, e outros que ainda existem. Já aplicativos, muitos conhecem a Tinder por ser uma das primeiras nesse ramo, temos atualmente o Happn, Grindr, Badoo, entre outros. Na pandemia de 2020, o Happn notou um aumento de 18% nas mensagens trocadas pelo aplicativo; o The Inner Circle teve

um aumento de 15% nos matches e 10% nas mensagens enviadas; e o Par Perfeito registrou crescimento de 70% de novos usuários, um ganho de 20% no tempo médio gasto no aplicativo e site 15% de volume de mensagens trocadas desde o início de março. Isso significa o quanto esses “apps” tem ajudado os solteiros nessa pandemia. Em entrevista, Silvana Silvestrew, psicóloga e especialista em relacionamentos, comenta que não vê muita

diferença em relação às pessoas que se conheceram online ou da maneira tradicional. Ela ainda fala sobre o maior uso desses aplicativos durante a pandemia: “Eu acredito que esses aplicativos ajudam bastante, principalmente nesse momento que as pessoas estão mais dentro de casa, estão mais solitárias, e é uma forma de não ficar com uma solidão intensa. Nós somos seres relacionáveis, a gente tem essa necessidade fisiológica do ser humano.” Um dos exemplos que podemos dar sobre aplicativos de relacionamento também é a série “Black Mirror” (“Vidro Preto” em português, referenciando a televisão, celular, entre outros). No episódio “Hang the DJ” na quarta temporada do


programa, um casal tem até um certo período de tempo para se conhecer amorosamente. Após esse tempo, o aplicativo au t o m at i c a m e nt e pede para você se relacionar com uma nova pessoa. Esse episódio bombou nas redes sociais e pessoas acabaram criando um aplicativo parecido para ver quanto seu relacionamento vai durar com outra pessoa. Até a Alexa, assistente virtual da empresa Amazon, tem habilidade para fazer isso. Durante a pandemia muitas pessoas começaram a namorar, outros terminaram relacionamentos e muitos solteiros começaram a usar os

aplicativos. Porque sem festas, pessoas com máscaras e trabalho em home office complicou a vida atualmente. Isso acabou gerando “furos” de quarentena e disseminação de vírus. Outros acabaram traindo seus relacionamentos pelos aplicativos. Em pesquisa, o grupo Match, dono de oito marcas como Tinder, Hinge e Meetic, somou mais de um milhão de assinaturas pagas no último trimestre de 2020, em relação ao período anterior (+12%), chegando a 11 milhões de usuários no mundo. Além disso, um dos problemas mais comuns nesse tipo de

(Reprodução/Pexels)

aplicativo são as contas utilizadas por menores de idade. Kleber José Gonçalves, de 19 anos, utiliza o aplicativo Tinder desde 2019 e conta sobre conter perfis de crianças nesses aplicativos: “Tentei usar o Badoo, mas não gostei muito. Vi muitos perfis de crianças na faixa dos 13 anos de idade. No Tinder também tem, mas é menos frequente.” Um outro problema também deixa usuários de aplicativos receosos. Em abril de 2021 na cidade de Curitiba, capital do Paraná, um serial killer se encontrava pelo aplicativo Grindr (um app para pessoas relacionamento para pessoas homossexuais) e sufocava

além de matar suas vítimas e assaltá-las após os atos. Atualmente está preso, mas suas vítimas foram homossexuais e da área da saúde. Dois deles eram de Curitiba e um de Santa Catarina. Silvana Silvestrew ainda comenta sobre a facilidade de assassinos conseguirem chegar a suas vítimas a partir desses aplicativos: “Eu acredito que esse tipo de aplicativo facilita bastante para quem tem uma patologia, como um psicopata ou serial killer. Eles conseguem iludir muito mais facilmente, com as redes sociais é possível encobrir muitas coisas da real personalidade real dele”.


Brasil é destaque no segmento de delivery na América Latina Quase metade das compras no país são por entrega, só o Brasil soma 48,77% de todas as compras neste meio. Por Guilherme Maneira e Maria Cassilhas

O delivery se tornou fundamental nos tempos de pandemia, não existe mais a opção de viver sem este modelo de negócio. Segundo o site Statista, o Brasil é destaque absoluto no consumo de delivery na América Latina, se somado a Argentina e o México que estão logo abaixo do Brasil, ainda assim não irão se igualar. Segundo pesquisas da Mobilis, os pedidos para entrega tiveram um aumento de 149%, com tendência a crescer em 2021. Existem 3 principais empresas de delivery atuando no momento, Ifood, Uber Eats e Rappi, com foco nas capitais e regiões metropolitanas, e também existe o Delivery Much que tem como prioridade as cidades do interior, onde só 7% do mercado é

(Reprodução/Google Trends)

atendido por delivery online. A empresa Motoboy.com começou a atuar no ano de 2013 em algumas cidades do Brasil e Portugal. O CEO da empresa Jonathan Willian Pirovano, constatou que havia um problema com a logística no Brasil, e com auxílio da tecnologia procuraram uma forma de tentar resolver. “Para a gente era muito claro o problema de logística no Brasil e a tecnologia tinha evoluído de for-

ma a trazer meios de resolver esse problema com os smartphones e GPS, vimos isso acontecendo com o Uber no transporte de passageiros.” A empresa começou fazendo o atendimento pelo whatsapp e hoje já tem seu próprio aplicativo, que simula e faz entrega de todos os tipos de mercadorias, com monitoramento 24 horas por dia. “Para prestar serviços como motoboy pela nossa plataforma, o motoboy

precisa ser MEI e ter toda a documentação necessária exigida pela sua cidade, aí ele envia isso pelo APP e avaliamos, a partir daí ele já está apto a começar”. No começo do aplicativo, a empresa passou por dificuldades, “Nós recebíamos muito feedback negativo a respeito do nosso APP (android/ iOS), aí refizemos ele do zero e investimos uma energia alta nisso. Na época pensei: hoje isso é o nosso maior defeito, eu sei


que é ruim, vamos investir e fazer virar nosso ponto forte.” “A maior demanda da empresa é relacionada ao delivery de comida, isso se dá muito pelo momento em que vivemos, mas isso acaba não gerando muita renda, tanto para nós, quanto aos entregadores”. Se o motoboy quer aumentar sua renda mensal, ele precisa fazer mais corridas, mas isso pode ser perigoso. “As vezes acontece, o motoboy sofre um acidente ou a moto quebra no caminho, aí mandamos outro profissional para dar sequência no serviço. Nosso trabalho é fazer essa intermediação e contornar qualquer situ-

ação que surja com o motoboy ou com a pessoa que solicitou o serviço”. O novo coronavírus é o principal fator para que o delivery tenha crescido de forma tão repentina, segundo o Instituto FoodService Brasil (IFB), só no último ano teve um aumento de 60% no serviço de entrega, mas não se pode pensar que é simples de manter um negócio neste modelo. Novas estratégias tiveram que ser criadas para continuar chamando público novo, como posts em redes sociais e sites com boa diagramação, o investimento na área de marketing é essencial. Segundo o blog

(Reprodução/Pixabay)

Delivery Much, em 2020 a pizza foi o terceiro alimento mais pedido no Brasil, ficando atrás apenas dos hambúrgueres e dos lanches, que vem dominando o topo do ranking. O blog ainda completa dizendo que é uma velha conhecida nesta lista e que isso se dá pela grande versatilidade. No Brasil, segundo o Google Trends, o Paraná está em décimo quarto lugar do ranking com mais pedidos de pizza por aplicativo. O restaurante Família da Pizza começou a funcionar logo no início da pandemia de Covid-19, em Abril de 2020. A dona da pizzaria, Isabelle Oli-

veira disse, “meu namorado sempre foi pizzaiolo, daí resolvemos abrir a pizzaria, que fica em Almirante Tamandaré”. A pizzaria trabalha com apenas dois motoboys e pedidos via WhatsApp. Desde a data de inauguração do restaurante, até os dias de hoje, segundo o Google Trends, Almirante Tamandaré está em 3º lugar do Paraná em pesquisas relacionadas à pizza. Mesmo com a empresa sendo criada logo no início da pandemia do novo coronavírus, Isabelle disse que foi notório um aumento de quase 50% do seu público.


Conheça 5 inovações tecnológicas na área da saúde e os benefícios que elas trazem Mãos robóticas, ossos impressos, ventilação mecânica e pulmão artificial estão facilitando a vida de diversas pessoas.

Por Valeska Macedo e Brenda Niewiorowski

Dados da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS) mostram que atualmente mais de 500 mil aparelhos estão em uso pelos profissionais de saúde, desde exames laboratoriais até impressão 3D. Segundo Bertoldo Schneider, professor de Eletrônica e Eng. Biomédica e integrante do Conselho da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB), não é possível calcular quantas tecnologias médicas existem atualmente. Daniele Almonde com sua mão robótica. Gif: Arquivo Pessoal MÃOS ROBÓTICAS Existem dois tipos de mãos robóticas, a que necessita que o usuário veja o objeto e estimule os músculos para executar o movimento, e a que permite que o utili-

Reprodução/Pixabay)

zador pegue objetos automaticamente, sem precisar pensar. Para Danielle Almondes essas novas engenharias são fundamentais, mas deveriam ser mais acessíveis. Ela nasceu com agenesia de membros (sem a mão e o pulso esquerdos), mas não sentia a necessidade de usar próteses até começar as aulas práticas da sua faculdade de medicina. A estudante decidiu fazer uma vaquinha online para pagar a prótese de 110 mil reais, conseguiu parte do di-

nheiro com doações e pagou o resto. Hoje, adaptada com sua nova mão, Danielle comenta: “Nunca iria imaginar que viveria essas experiências que a prótese me proporciona. Eu consigo ter autonomia e independência até para pegar um simples pedaço de pizza, coisa que antes não conseguia”. A prótese da estudante está conectada a um aplicativo em seu celular pelo qual ela consegue criar uma memória de até 12 movimentos, fa-

zendo que com apenas um clique a prótese se mova, sem precisar de contrações do músculo. O aplicativo também mostra gráficos de relatórios do uso da prótese e dos movimentos realizados. O outro modelo de mão robótica — a que o usuário consegue abrir e fechar a mão com comandos do cérebro — pode ser encontrado no mercado por um preço inferior ao das outras próteses. Por ser mais barato, ele é esteticamente di-


ferente de uma mão O aparelho, que normal e têm os seus busca revolucionar metais aparentes. a medicina, proporciona desde cópias IMPRESSÃO 3D reais até a garantia de um diagnóstico mais Aos poucos, a im- adequado. O profespressão 3D na medi- sor acredita que as cina está ganhando impressões, assim espaço no Brasil. O como outras inovamétodo é uma das ções, não são uma mais recentes inova- tecnologia terminações na área da saúde da. “Muitas outras e conta com várias tecnologias surprefunções: transplante endentes ainda vão de órgãos, substitui- aparecer no futuro”, ção de tecidos cardícomplementa. acos, identificação de tumor em visão 3D, EXOESQUELETO reaplicação de pequenos órgãos como Se você tem mema orelha, entre ou- bros inferiores mas tros. O método ainda não consegue usá-los, encontra dificulda- o exoesqueleto pode des: “Nós consegui- ser uma opção. Esses mos imprimir célu- dispositivos, quando las, mas imprimir um vestidos, podem aufígado, por exemplo, xiliar com uma força ainda não. Nossos externa dos motores órgãos são máquinas facilitando o movicomplicadas”, explica mento das pernas, Schneider. por exemplo.

O aparelho permite que o indivíduo tenha independência e consiga realizar as tarefas diárias — além de diminuir o esforço do paciente em até 30%, segundo a empresa curitibana que desenvolve exoesqueletos industriais, Exy Innovation Company. Um robô faz com que usuários de cadeiras de rodas levantem, caminhem e sentem. VENTILAÇÃO MECÂNICA Entre os indivíduos que se contaminam com o coronavírus, cerca de 5% deles precisam utilizar a UTI — e, na maioria das vezes, a ventilação mecânica, segundo dados da Universidade de Paris. O aparelho ficou

(Reprodução/Agência nacional de notícias)

mais conhecido após o início da pandemia da Covid-19, dando suporte para o paciente na respiração, bombeando oxigênio para os pulmões e removendo o gás carbônico. Nos casos em que a pessoa não consegue respirar sozinha por ter alguma insuficiência respiratória ou outra doença mais grave no pulmão, o ventilador pulmonar entra como um “salva-vidas” para quem precisa. É o caso da Marlene de Souza, de 71 anos, que apresentou melhoras após o uso do equipamento. “Eu não senti mais falta de ar depois que usei a ventilação. Funcionou tão bem que parecia que eu nunca tinha ficado com alguma dificuldade para respirar”,


conta a aposentada, que convive com fibrose pulmonar. Em 2020, o Brasil criou um capacete de ventilação para auxiliar na recuperação de pacientes internados por causa da Covid-19 em estado grave. Após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o aparelho ficou disponível em mais de 45 hospitais em todo o país. Entre as funções do equipamento, a principal é a redução da inflamação pulmonar. Conforme pesquisa da Universidade de Chicago, a utilização do capacete evita a intubação em 54% de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars). PULMÃO ARTIFICIAL Quando o paciente apresenta um quadro onde o uso da ventilação não dá conta, a terapia por ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), mais conhecida como pulmão artificial, é sugerida. Dados de um hospital canadense mos-

tram que, em geral, 55% dos pacientes que usam o aparelho recebem alta do hospital, já os 45% não reagem. A fisioterapeuta Viviane do Rocio tem 52 anos e já conviveu com o método durante o atendimento de seus pacientes: “O equipamento realiza a função de um pulmão. Ele funciona com o sangue saindo do corpo e sendo bombeado para fora através das veias. Esse processo de bombear faz o sangue passar por uma membrana de oxigenação que tira o gás carbônico e ganha o ar que precisa”, explica. O tempo médio de uso da ECMO é de cinco a sete dias, e o aparelho traz mais benefícios que a ventilação — levando em conta o fornecimento de oxigênio. Por ser de alto custo, a técnica é limitada, sendo utilizada apenas para quem tem mais condições.

(Arquivo Pessoal/Brenda Niewiorowski)

“O suporte necessário para isso no Brasil é um problema, pois isso significa dinheiro e infraestrutura e nós temos pouco isso aqui. Mas se formos falar sobre o pessoal técnico, estamos numa condição privilegiada. O nosso pessoal tem uma grande capacidade, talvez até bastante superior à média mundial de inovação.” A engenharia biomédica desenvolve equipamentos necessários para diagnósE N G E N H A R I A ticos e terapia. Um BIOMÉDICA levantamento feito pela Accenture aponBertoldo afirma tou que cerca de 61% sobre a criação de dos profissionais de novas tecnologias.

medicina no país já utilizam algum tipo de ferramenta de TI para realizarem acompanhamentos de pacientes e otimizar o tempo na consulta. Além dessas tecnologias que mostramos, existem outras milhares. Como por exemplo um equipamento para pessoas com Parkinson, no qual o motor sente o tremor involuntário do indivíduo e auxilia fazendo uma força contrária, para que o cidadão consiga fazer suas coisas do dia a dia.


Bancos digitais deixam físicos para trás em números de clientes no Brasil Com projetos inovadores e atrativos, cerca de 40 milhões de pessoas utilizam bancos virtuais no país. Por Jonathas Bertaze e Leandro Bernardi

Segundo a Fiserv, 20% dos brasileiros têm conta em banco digital, tendo destaque entre os jovens entre 18 a 34 anos, equivalente a 21% dos respondentes nessa faixa etária. Atualmente os bancos digitais dominam os bancos físicos, no momento detém 52% dos clientes, um crescimento que teve um grande destaque nes- (Reprodução/Bancoin) se período de pandemia, pois no ano cialista em Admi- rocratizar, aumentar de 2019, os bancos nistração de Finan- a oportunidade de virtuais apresenta- ças e Banking pela escolha, com isso a vam apenas 48% des- Unip, atualmente economia como um sa porcentagem. No mestrando em Eco- todo ganha”, conta. Brasil, os principais nomia Monetária, Quando se fala bancos digitais são: Bancária e Financei- em bancos digitais, Nubank, Neon, Ban- ra pela Universidade pode-se destacar a co Inter, PicPay, Mer- do Minho em Portu- proposta de ter um cado Pago, Pagsegu- gal. Para ele, o cresci- serviço financeiro na ro, Banco Original e mento dos bancos di- palma da sua mão, o C6 Bank. gitais, deve-se ao fato celular - que em pouDanilo Jordanus do aumento da com- cos segundos conSousa Pereira, de 26 petitividade e ofertas segue-se fazer uma anos - formado em mais atraentes como transação ou algum economia pela Uni- de juros, créditos e pagamento de maversidade do Estado novos serviços fi- neira prática e rápida. do Amazonas, espe- nanceiros. “DesbuPara Danilo, boa

parte dessas mudanças vem justamente devido aos bancos digitais - qu e são empresas que já nasceram com esse processo de trazer inovação a esse mercado. “Buscam ofertar produtos e serviços mais acessíveis e menos burocráticos, então existem vários fatores que impulsionam para essa mudança”, diz o economista que destaca as vantagens e as desvantagens dessas empresas: “As vantagens são as taxas mais acessíveis, praticidade, pouca burocracia e melhores opções de investimentos, pois eles trazem novos produtos. Já as desvantagens vão mais ao perfil do cliente, principalmente a população mais velha que não tem afinidade com a tecnologia. Falta de suporte


presencial também pode causar uma insegurança ao consumidor, que pode ficar com um receio de não conseguir resolver seus problemas e não ter aquele contato maior”, disse. Após destacar esses pontos, Danilo destacou a qualidade dos bancos digitais e físicos, formando uma ideia de um banco completo e ideal em sua opinião: “Nos bancos digitais temos a facilidade, maior oferta de produtos direcionados para clientes específicos, conseguir fazer tudo com apenas seu celular ou outro meio eletrônico, atendimento 24 horas, como a maioria propõe. Nos físicos, acho importante a possibilidade do cliente ter uma agência, ter um contato mais humanístico”, conta o economista, dizendo que o banco ideal seria formado com a praticidade e o atendimento 24 horas do digital, mas também com o contato presencial, igual ao de Agências Bancárias. Altevir Padilha, de 37 anos, coloca em prática o que

Danilo aponta, ele é proprietário da gráfica e copiadora ACB Marketing, é formado em administração na Uninter. Ele fala sobre a praticidade dos processos dos bancos digitais e não precisar ir à agência bancária, também comenta que não vai a uma agência há mais de um ano, pois faz tudo pelo celular e complementa falando: “Dá uma boa agilizada na vida das pessoas. O tempo que perdíamos em agências bancárias, hoje podemos passar com a família ou atender e angariar novos clientes”. O empresário explica a mudança nas formas de recebimento durante seus quase 9 anos de empresa. “Há 3 anos atrás era só cartão de débito, crédito e dinheiro em espécie, hoje recebo também via PicPay e PIX, principalmente”, mas também diz que a maioria de seus clientes que pagam via bancos digitais, são jovens. Vinicius Barros Caetano Pinto, de 22 anos, é Trainee no Banco Digital Ban-

(Reprodução/ACB Marketing)

coin, que foi criado no ano de 2018 com o propósito de ser um banco da inclusão social, seu objetivo é fomentar o crescimento, ofertar contas bancárias, opções de créditos e investimentos a quem não tem acesso a instituições tradicionais. Ele conta que durante o período de pandemia, pelo motivo das pessoas estarem passando por crises financeiras e estarem buscando menos gastos, o número de clientes cresceu em 50%. Em defesa do banco digital, Vinicius diz que a Bancoin tem tudo o que os bancos físicos possuem, o PIX era o único serviço que estava em falta na empresa, mas que já está em processo de homologação. Ele conta que pelo

fato da empresa não oferecer apenas serviços de contas digitais, como empréstimos e investimentos - isso se torna um diferencial para chamar a atenção de clientes. “Nós vimos muitas pessoas que tomaram créditos conosco, viram potencial e hoje são micro investidores. Atualmente nós vemos uma grande sede e procura por investimentos, claro que para fazer um, precisa-se de muito estudo e ter muita segurança, mas isso tem sido um grande diferencial nas nossas operações”, diz o Trainee, afirmando que grande parte de seus clientes são jovens e profissionais autônomos.


Tudo o que você precisa saber sobre o futuro da educação no pós-pandemia Escolas contam com a ajuda de projetos para trabalhar temas sociais importantes. Por Eloíza Marques e Natália Frutuoso

Mais de um ano transcorreu desde o início da pandemia e do isolamento social no Brasil. Crianças, adolescentes e adultos passaram a estudar em casa pela internet “não por escolha, mas, sim, por necessidade”, conforme explica Silviane Avila, doutora em educação. Mas dessa parte todo mundo sabe. Assim como sabemos que estudantes e professores enfrentaram inúmeras dificuldades nessa adaptação forçada ao ensino remoto. A partir disso, perguntamos a especialistas, professores e, inclusive, à mãe de uma aluna quais inovações podem ser implementadas nas escolas com o objetivo melhorar a educação que conhecemos hoje. Para Marcella Stelle, jornalista, mãe da Sophia e autora do blog Mamãe de Salto,

“a vida estudantil pós pandemia será diferente. Será impossível não manter o sistema remoto”. Ela comenta a utilidade do sistema para evitar prejuízos pedagógicos caso as crianças precisem faltar às aulas presenciais. Silviane Avila concorda, não apenas sobre o ensino básico, mas, também, sobre o ensino superior. “Estou vendo muitas faculdades e universidades, principalmente privadas, desenhando currículos colocando disciplinas 100% que estão chamando de remoto híbrido”, comenta. Ela pontua, ainda, que a inovação na educação vai além do uso dos aparelhos eletrônicos, ora, “sem intencionalidade pedagógica o computador ou o tablet é só mais um objeto que, sozinho, não promove a educação”. Vale lembrar que,

(Reprodução/Pixabay)

conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria, o tempo máximo de uso de tela recomendado para crianças acima de seis anos e adolescentes é de duas horas por dia. Visto que a carga horária de aulas nessa fase costuma ser, em média, de

cinco horas diárias, os limites têm sido extrapolados durante o isolamento social. Desenvolvida pelo patrono da educação brasileira, Paulo Freire, a proposta faz parte do movimento chamado pedagogia crítica e adota como premissa a lingua-


gem e o diálogo dinâmicos entre alunos e professores. Para Maurício Fagundes, doutor em educação, enquanto “na perspectiva tradicional [de educação] o único conhecimento válido é o produzido pela academia, pela universidade, pela escola, o Freire não nega o conhecimento sistematizado, porém o ponto de partida para Freire é a realidade desses sujeitos [estudantes], e o livro é o instrumento de apoio”. As ideias de Paulo Freire, apesar de já terem sido objeto de críticas, são defendidas por muitos pedagogos, principalmente para a Educação

de Jovens e Adultos (EJA), público-alvo de Freire na década de 1960. Fagundes completa que, mais do que inovadora, a proposta é revolucionária, uma vez que coloca o ser humano em primeiro plano. O estudioso relembra, ainda, durante o governo de João Goulart, Paulo Freire foi convidado a fazer um processo de alfabetização. O processo “iria alcançar em torno de 5 milhões de pessoas, e foi aí que a elite se apavorou. [Porque] significava 5 milhões de pessoas pensando, perguntando”. Além do estímulo ao pensamento crítico, para os estudiosos da

(Reprodução/Pixabay)

área, uma escola que incentive, também, a autonomia dos alunos é sinônimo de inovação. De acordo com Daniel Medeiros, professor de história e doutor em educação histórica, não há “método que seja mais inovador para o ensino de História do que uma narrativa bem fundamentada em fontes e dados”. O professor destaca, ainda, a necessidade de estimular o pensamento crítico nos alunos, ou seja, substituir a figura do aluno como “espectador” pela de protagonista, e sugere uma solução: é essencial ensinar crianças e jovens a manusea-

rem fontes históricas, lerem documentos e dados, inclusive “para que possam construir por si mesmos, com a mediação dos adultos, uma visão do mundo mais plural e democrática.” Silviane Ávila completa, “se conseguíssemos, de fato, trabalhar em sala de aula com as múltiplas linguagens, [isto é], desenvolver junto aos alunos as artes, expressão artística, dança, movimento, (...), diferentes formas de estimular o cognitivo (...) e dar essas opções para o aluno aprender, possibilitaríamos que diferentes alunos se desenvolvessem.” A


estudiosa relembra sobre os estilos e ritmo de aprendizagem de cada aluno que são seres com suas particularidades. Com isso, ressalta, também, que em escolas inovadoras até mesmo a disposição de salas de aula é diferente, sendo, assim, separadas por temas de estudo, e não por faixa etária. Além do estímulo ao pensamento crítico, para os estudiosos da área, uma escola que incentive, também, a autonomia dos alunos é sinônimo de inovação.

(Reprodução/Pixabay)

De acordo com Daniel Medeiros, professor de história e doutor em educação histórica, não há “método que seja mais inovador para o ensino de História do que uma narrativa bem fundamentada em fontes e dados”. O professor destaca, ainda, a necessidade de estimular o pensamento crítico nos alunos, ou seja, substituir a figura do aluno como “espectador” pela de protagonista, e sugere uma solução: é essencial ensinar crianças e jovens a manusea-

rem fontes históricas, lerem documentos e dados, inclusive “para que possam construir por si mesmos, com a mediação dos adultos, uma visão do mundo mais plural e democrática.” Silviane Ávila completa, “se conseguíssemos, de fato, trabalhar em sala de aula com as múltiplas linguagens, [isto é], desenvolver junto aos alunos as artes, expressão artística, dança, movimento, (...), diferentes formas de estimular o cognitivo (...) e dar

essas opções para o aluno aprender, possibilitaríamos que diferentes alunos se desenvolvessem.” A estudiosa relembra sobre os estilos e ritmo de aprendizagem de cada aluno que são seres com suas particularidades. Com isso, ressalta, também, que em escolas inovadoras até mesmo a disposição de salas de aula é diferente, sendo, assim, separadas por temas de estudo, e não por faixa etária.


TV paga fecha fevereiro de 2021 com cerca de 14,5 milhões de contratos ativos Segundo a Anatel, o número teve uma queda de mais de 2.600.000 em comparação a dois anos antes. Por Guilherme Maneira e Maria Cassilhas

A TV por assinatura no Brasil teve uma queda de mais de 2.600.000 segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), resultando o mesmo número de assinantes que o ano de 2012, quando este modelo de assinaturas ainda estava em ascensão. Segundo o IBOPE (Instituto brasileiro de opinião pública e estatística), os brasileiros ainda consomem mais a TV do que a internet, chegando ao número de 207 milhões de pessoas, segundo o Terra o que se vê em novelas, reality shows e entre outros, ainda ajuda a aumentar o público da internet, devido a rápida repercussão nas redes sociais. A internet, mesmo estando cada dia mais presente na vida da população, ainda não passou o número

de pessoas que estão ligadas nas telinhas. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem mais de 82% de sua população com acesso à internet. Com todo esse aumento de usuários ativos nas redes, surgem algumas teorias de que a TV pode acabar, tanto pelo desinteresse do público mais jovem, ou pelo crescimento das plataformas de streamings. Segundo o ator, produtor, diretor e roteirista Guto Pasko, é impossível a TV acabar, “não, de jeito nenhum, os canais de TV não vão acabar no futuro, por causa das mídias digitais da internet. Muito pelo contrário, elas vão se beneficiar disso, já está acontecendo”, completou dizendo que por exemplo o BBB só é um sucesso devido à internet,

(Arquivo pessoal/Guto Pasko)

e que a TV do futuro já chegou, e trabalha lado a lado com as redes sociais. Guto Também falou que os sites como Globo Play e Play Plus são o futuro, eles ajudam as pessoas que não conseguem assistir um programa ao vivo, mas que pode abrir a internet na hora que quiser e lá vai estar o

programa completo. Guto também é fundador da GP7 Cinema, a empresa foi fundada em 2001, e funciona como uma produtora de cinema e TV, “foi uma forma que eu vi de evoluir profissionalmente, foi com este propósito que eu fundei, sabendo das dificuldades do mercado”. A


empresa já tem vários trabalhos transmitidos tanto no cinema, quanto na TV. O Jornalista Jasson Goulart, que atuou durante 25 anos na RPC, já trabalhou como editor, radialista, narrador esportivo, e hoje comanda o programa Balanço Geral PR, conta que largou mão de ser repórter na RPC, para ter o seu próprio programa em outra emissora. “Antes eu fazia um telejornal, hoje eu apresento um programa de 3h30 todo dia. O BG tem informação, serviço, histórias, emoção e entretenimento, {...}, ambas as emissoras têm o compromisso e a responsabilidade de levar conteúdo relevante ao seu público. O que mudou para mim foi o Formato”. Jasson completou dizendo que no futuro pretende investir na internet, buscando sempre aumentar o público, “hoje a TV depende da internet, e vice-versa, a ideia é sempre trazer mais telespectadores, o jovem foi e sempre será alvo. Toda ferramenta é bem vin-

da. Daqui para frente internet e TV andam juntas”. Nos últimos tempos, as emissoras em geral estavam um pouco estagnadas na sua programação diária, com quatro jornais diários, um programa de esporte, filmes e novelas, esse tipo de programação, pode não chamar atenção de um público mais jovem, que prefere ficar nas redes sociais e plataformas de streamings. Atualmente as emissoras estão buscando trazer novamente este público para a TV, e encontram-se utilizando os assuntos do momento e a participação dos telespectadores via redes sociais. A jornalista, publicitária, produtora e apresentadora Cecilia Comel apresenta “A Hora da Venenosa”, um quadro dentro do Balanço Geral Curitiba, transmitido pela Record, o quadro conta com a participação dos telespectadores e comentários sobre o mundo dos famosos, “o quadro tem uma proposta diferente, a

(Arquivo Pessoal/João Castelo)

ideia é trazer assuntos relacionados a celebridades, e tem em todo o Brasil, {...}, o principal diferencial de Curitiba, é que além de fazer fofoca, levamos alegria para nosso público, esta foi a minha ideia desde quando entrei no programa”, Cecilia complementa dizendo que quando está ao vivo quer levar alegria e otimismo aos telespectadores, sendo assim recompensada com boas mensagens em suas mídias sociais. Cecília sempre teve vontade de trabalhar na televisão, tem um pai jornalista como espelho, mas não co-

meçou sua carreira no Jornalismo, “na hora de escolher a faculdade acabei optando por Publicidade e Propaganda, {...}, mas por acaso acabei arrumando estágio na CNT, não parei mais e dez anos depois eu estava fazendo Jornalismo. Hoje tenho certeza que não poderia estar fazendo outra coisa”. A TV não importa o formato, o programa, a emissora, sempre vai existir pessoas que estão acompanhando, e sempre terão produtores tentando se reinventar.


4 possíveis impactos dos carros autônomos no Brasil e os obstáculos para isso acontecer

Legislação, ataques cibernéticos, dilemas morais e recursos tecnológicos são as principais barreiras para a utilização de veículos que se desloquem sem a interferência do condutor. Por Brenda Niewiorowski e Valeska Macedo

(Reprodução/Pixabay)

No Brasil ainda não existe um carro totalmente autônomo (que se movimente sem precisar de condutor). Segundo pesquisa da Statista, empresa alemã especializada em dados de mercado e consumidores, 61% dos brasileiros estão em dúvida se apoiam essa inovação. Com ela, muitas mudanças aconteceriam, como a diminuição de acidentes e poluição, o trânsito melhoraria e teríamos outros métodos de entrega. Mas para que essa revolução aconteça, algumas

barreiras precisam ser ultrapassadas. Dados da analista Canalys mostram que foram vendidos cerca de 3.5 milhões de carros autônomos de nível 2 no Brasil. Ao todo existem 6 níveis de automação, mas no país só existem veículos até o segundo nível — o que ainda requer atenção do motorista. Segundo Naiallen Rodrigues, doutora em computação aplicada, os níveis 1 e 2 são mais mecânicos e os níveis 3, 4 e 5 são mais voltados para a inteligência do automóvel.

“O veículo precisa ter essa capacidade de entender os movimentos das pessoas ao redor dele, e esse ponto mais alto de automação é muito mais complexo. Alguns cientistas acreditam que não vamos alcançar este nível”, destaca. Com a chegada de carros inteligentes é provável que os acidentes diminuam consideravelmente, em razão dos dados levantados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que comprovam que no Brasil 90% dos acidentes de trânsito são

causados por fator humano. Exemplos disso são a desatenção dos condutores, a previsão e execução de manobra errada e o desrespeito à legislação — que varia entre excesso de velocidade, uso do celular, embriaguez, falta de cinto ou capacete e outros. Tendo em vista o uso de veículos autônomos e o surgimento de ruas e rodovias inteligentes, o relatório Mobilidade do futuro de 2020 da Allianz Partners prevê que até 2040 o número de acidentes fatais nas estradas será próximo de zero.


Com a redução das mortes no trânsito, a qualidade de vida aumenta e os gastos com saúde pública diminuem. O delivery de comida com o uso de carros autônomos já é realidade em alguns países. A Nuro, empresa americana de robótica, iniciou as entregas na Califórnia neste ano sem precisar de funcionários. A startup pretende avançar nos projetos para que os automóveis realizem encomendas gerais, com foco no transporte urbano. A Nuro foi a primeira instituição no mundo que conseguiu autorização no Departamento de Veículos Automotores (DMV) da Califórnia para o

uso comercial do carro autônomo. Assim, cenas como máquinas entregando pizza e vans andando sozinhas para fazer o delivery de pedidos serão comuns nos próximos anos. A Starship, empresa anunciada por Elon Musk, divulgou que foram realizadas mais de 1 milhão de entregas com mini robôs em ruas controladas em fevereiro deste ano. Caminhões da Volvo e da Mercedes-Benz rodam em operações de colheita de cana-de-açúcar no Brasil. Segundo dados divulgados pela Mercedes, o uso do aparelho no campo aumentou a produtividade dos clientes

(Reprodução/Freepik)

em 10%, e a Volvo anunciou que a automação gerou economia de até R$ 25 milhões nas plantações. Carros autônomos são veículos automotores que podem ser elétricos, à combustão ou por hidrogênio. O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) realizou uma pesquisa onde revela que os veículos são responsáveis pela emissão de 72% dos gases do efeito estufa. Seguindo o formato híbrido, os carros podem emitir menos gases poluentes se utilizada a energia elétrica, já que exige grande poder de processamento para lidar com câmeras, sensores e radares.

Além da diminuição da “Ilha de Calor” — expressão utilizada para citar as altas temperaturas—, os motores não vão produzir ruídos, aliviando a poluição sonora nas ruas. O assunto foi tão discutido que, em 1996, foi criado o Dia Internacional da Conscientização Sobre o Ruído pela Center for Hearing and Communication (Centro de Audição e Comunicação) nos Estados Unidos. Com carros autônomos operando juntos, os congestionamentos poderiam diminuir em 35% segundo uma pesquisa da Universidade de Cambridge de 2019. Além do uso dos carros em si, para que


isso ocorra é necessário uma comunicação efetiva entre essas tecnologias, como por exemplo sensores e sistemas inteligentes em cada carro e nos sinalizadores das vias (semáforos, faixas de pedestres, e radares). Para o guarda municipal Gilney Camargo, com esses novos carros o trânsito reduziria e fluiria mais rápido nos horários de pico e reduziria o número de acidentes também. A diminuição dos engarrafamentos deve acontecer no futuro quando os carros autônomos se tornarem populares, e quando as ruas e rodovias das cidades forem transformadas

para se adaptarem a essa inovação. A longo prazo é provável que seja possível se locomover entre as rotas mais rapidamente e de forma mais tranquila. A presença de carros autônomos muda não só na rotina do tráfego de veículos, mas sim nas leis de trânsito. Em Portugal, a legislação já foi alterada em 2020 devido à circulação dos automóveis sem condutores, e no Brasil não deve ser diferente. “Quando a gente fala em automação veicular não é apenas o carro e a tecnologia. Também envolve leis e mudanças em toda a legislação brasileira”, explica Naiallen.

Reprodução/Pixabay)

Conforme o Artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é considerada infração média “Dirigir o veículo com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos e acessórios do veículo”. Gilney acredita que, com a vinda de carros autônomos no Brasil, seria necessário um estudo para revisar as leis de trânsito de maneira que não afete a segurança do tráfego de automóveis. “Essa mudança deve acontecer sem que comprometa o bem estar das pessoas. Vai ter que reformular toda a le-

gislação com foco na direção do carro sem as mãos ou até mesmo sem ninguém estar no banco da frente também”, conta. Além das alterações nas leis, os veículos também podem afetar nas sinalizações e nas vias de trânsito no Brasil. “As sinalizações teriam que ser reduzidas e, além disso, o tráfego ia acelerar bastante, de maneira que os engarrafamentos diminuíssem”, destaca Gilney. Para que os carros robóticos virem realidade, é necessário que sistemas mais evoluídos sejam criados. Em novembro de 2020 pesquisadores da Universi KU Leuven, na Bélgica,


encontraram um problema na chave eletrônica de um Tesla Model X e conseguiram hackear o veículo. Antes de publicada, a falha descoberta foi comunicada à Tesla e a empresa reforçou seus sistemas de software. Com base em dados da Statista, mais de 70% dos consumidores acreditam que os sistemas não estarão a salvo de hackers. Futuramente os veículos além de se comunicarem com os sensores, serão interligados e se comunicarão entre si. Para isso, os sistemas precisam de proteção, para que durante a co-

municação não exista um ataque virtual. Segundo Naiallen, a segurança cibernética é algo importante e que está crescendo bastante nas empresas. Uma das principais barreiras para que os carros autônomos virem realidade são os dilemas que isso envolve. As leis da robótica estabelecem que um robô não pode ferir ou permitir que um ser humano sofra algum mal, e que um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos (exceto nos casos em que as ordens fossem ferir algum humano).

(Reprodução/Freepik)

Mas transferir a responsabilidade de vidas para que os carros escolham o rumo de situações importantes é um assunto que divide opiniões. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) criaram a máquina moral, uma plataforma que simula diferentes cenários com o uso de carros autônomos, onde o usuário pode fazer suas escolhas de acordo com suas escolhas pessoais. O simulador foi criado para coletar a perspectiva humana em relação às decisões

morais feitas pela inteligência das máquinas e poder usar esses dados depois na criação de inovações. Para Naiallen, “o dilema mais forte é que todo mundo concorda que um veículo tem que ser justo e fazer o que é necessário para reduzir as perdas de vidas. Mas se essa redução e perda significasse que você vai morrer, você seria justo e daria preferência para comprar esse carro? Ou daria preferência para um carro que tem um peso maior para sua segurança?”.


Fontes de energia totalmente renováveis ocupam apenas 7,1% da matriz brasileira Atualmente, o Brasil está inovando e investindo cada vez mais em energias ecológicas.

Por Beatriz Portz e Vanessa Nogueira

Ocupando apenas 7,1% do mercado brasileiro de energia, as usinas de energia eólica e solar são totalmente limpas e renováveis. Atualmente, o governo brasileiro está investindo e inovando cada vez mais na criação de parques eólicos e na instalação de placas solares em diversas regiões do país. O grande problema desse tipo de energia é o seu alto custo de instalação e, no caso da energia eólica, a necessidade de ter vento para seu funcionamento. Carolina Pulido Arce, de 18 anos, conta que instalou as placas solares em sua residência há 7 meses e que, mesmo com o alto custo de instalação, compensou em relação à queda no valor pago para a rede distribuidora. Ela fala que a diferença no valor da conta de luz foi, em média,

de R$390,00 no mês. “ A instalação só vai compensar em longo prazo. Ainda estamos pagando, e vão ser 4 anos pra terminar de pagar tudo.” conta Carolina. Ao contrário das usinas Termoelétricas, que geram energia a partir do aquecimento de carvão ou gás natural, e das usinas Nucleares, que utilizam elementos radioativos, para gerar energia, a energia retirada da força do vento e dos raios solares quase não poluem o meio ambiente. Além disso, diferentemente das usinas hidrelétricas, que constroem barreiras nos rios para utilizar a força da água para a criação de energia, não interferem negativamente no local onde estão situadas. A usina hidrelétrica é a mais comum, e usa a força da água para produzir a energia. Para utilizar essa

(Reprodução/Pixabay)

forma, deve-se construir a barragem nos rios para formar um grande reservatório. Essa água é conduzida por tubulações até chegar numa turbina. Pela pressão e velocidade da água, a turbina gira gerando a energia elétrica. Esse método, mesmo não poluindo como as usinas nucleares e as termelétricas, não é totalmente ecológico. Isso porque muda

a estrutura do rio e pode alagar lugares perto do reservatório além do desmatamento para poder construir a barragem. A energia eólica, que vem crescendo muito no Brasil, também necessita de um espaço grande, que pode ser chamado de parque eólico, para um lugar específico onde haja potencial de ventos. Ele é bem parecido com um ca-


ta-vento, que quando é girado pelo vento se transforma em energia elétrica. O contra dessa forma de energia é porque nem sempre há ventos em abundância. Em entrevista com Edilson Eron Canofre, diretor executivo da empresa CNF Solar de Curitiba, comenta que se usa mais a solução fotovoltaica, também chamada de painéis ou módulos solares. Já a energia eólica é de uma geração de energia baixa. Por isso tem mais saída os módulos solares. A empresa tem quase 10 anos de mercado e eles já viajaram para a China em 2019, para analisar tecnologias novas como a mini hidrelétrica que pode ser usada den-

tro de rios. A principal vantagem do uso da energia solar, também conhecida como energia fotovoltaica, é o fato dela ser totalmente renovável, já que o sol é um recurso que nunca se esgota. O sistema fotovoltaico funciona utilizando painéis solares, e por meio deles a irradiação solar é convertida diretamente em energia elétrica. De modo geral, a fonte é utilizada em residências, onde a utilização é menor. Nesse caso, é consumida a energia gerada e quando há excesso o produto é inserido na rede da distribuidora e gera-se crédito de energia para consumo. O maior problema desse tipo de ins-

(Reprodução/Pixabay)

talação é o seu alto custo. O valor do investimento inicial é de, aproximadamente, R$15.818,78. Isso considerando a utilização de um gerador de 2,03 kWp instalado em uma residência com o consumo médio mensal de 186,3 kWh. Por esse motivo, esse tipo de energia representa apenas 0,1% do gerado no Brasil. O foco da empresa CNF Solar é para empresas de médio e grande porte e tem pouca busca de residências. Nas usinas e empresas de grande porte, podem ser usados mais de mil painéis solares e podem economizar até quase 9 mil reais de energia. “Sempre compensa em todos os casos.

A única coisa que muda é que para residência, por ser um consumo menor, o payback (que é o retorno de investimento) demora às vezes até perto de 10 anos.” diz Edison Canofre. Isso acontece por conta da compra das placas, que exige sua manutenção depois de 6 meses de uso. O kit fotovoltaico se compõe de: módulo, perfis metálicos para colocar no telhado, encadeamento dos módulos utilizando o cabo CC e o inversor que transforma a corrente contínua do módulo à corrente alternada. Isso porque a Copel usa corrente alternada e a própria casa sua também utiliza a mesma corrente.


Brasil sobe 10 posições no ranking mundial na procura por dispositivos de casa inteligente Segundo o Portal Statista, existem 221,7 milhões de casas inteligentes no mundo. Por Jonathas Bertaze e Leandro Bernardi

De acordo com o Google Trends, nos últimos três meses o Brasil está presente na 8° colocação entre os países que mais demonstram interesses de compra em assistentes virtuais (há um ano atrás, o país estava localizado na 18° posição do ranking), sendo liderado por Filipinas, seguido por África do Sul e Marrocos. Essas inteligências artificiais têm atraído cada vez mais as pessoas, pelo fato de buscarem segurança, comodidade e praticidade, sendo comandadas por aplicativos ou comando de voz. O Grupo Positivo entrou no mercado de casas inteligentes em Julho de 2019. José Ricardo Tobias, de 32 anos, é Gerente de Negócios na empresa. Ele disse

(Arquivo Pessoal/Harry Goes)

que o projeto já existia na instituição desde 2018: “A gente entendeu como uma tendência de mercado que já estava amadurecendo, tanto no americano, como no europeu, e que nós como uma companhia que é focada a desenvolver estado da arte e da tecnologia, trazer isso de uma maneira muito democrática, acessível e simples, era uma grande oportunidade de também fazer esse movimento pro mercado de casa inteligente”, dizendo que o objetivo da empresa é tornar os lares e as vidas das pessoas mais simples, con-

fortáveis, eficientes, seguras e inteligentes com as tecnologias. O gerente conta que os principais desafios foram inerentes a inovação, pioneirismo e protagonismo: “Esse meio ainda não existia de uma maneira estruturada no Brasil, estamos criando ainda esse mercado, então os principais desafios são mostrar e educar o consumidor brasileiro, com relação aos benefícios de ter uma residência inteligente” diz. Ricardo afirma que a procura pelos dispositivos e o número de vendas tem crescido nos

últimos anos, não podendo detalhar os números, dizendo que esses registros não são abertos para o público, mas que valem a pena economicamente e justificam a unidade de negócios Positivo Casa Inteligente. Ele diz que a missão da empresa é democratizar e tornar os dispositivos cada vez mais acessíveis: “Antes de entrarmos nesse meio, uma lâmpada inteligente custava mais de 300 reais, nós nos propusemos a lançar a primeira produzida no Brasil abaixo de 100 reais”, conta. Para o gerente, a inteligência artificial não tem limite, são os profissionais envolvidos na comunidade científica e indústria que limitam até onde querem que a tecnologia chegue ao má-


ximo de sua capacidade. Ele diz que essa inovação, também causa um grande impacto na vida das pessoas: “Trabalhamos com produtos sub-categorizados em segurança, iluminação inteligente, conforto e automação. Tem pessoas que buscam soluções em monitoramento de câmera para cuidar de suas casas ou de uma outra pessoa com limitações, existem outros clientes que buscam soluções de iluminações, para que seus ambientes sejam mais adaptáveis e de maneira simples, também tem as pessoas que estão focadas em eficiência energética”, diz o funcionário destacando a facilidade de utilizar e controlar esses dispositivos por meio de aplicativo ou comando de voz. O produtor de conteúdo digital, Harry Goes que tem um vasto conhecimento na área de inovações tecnológicas, até por também prestar suporte e gerenciar a área de informática

de uma empresa de São Paulo, acredita que apesar do Brasil, segundo o Google Trends, não estar nem entre os 20 primeiros países que mais tem interesse no assunto “casa inteligente”, podemos evoluir se houver mais informações. “As pessoas acham que precisam de dispositivos da Amazon para ter uma casa inteligente, mas não precisam (...) Tem lâmpada inteligente que você só controla com a voz”, e de certa forma ligou a vinda da Positivo com a inovação para o Brasil, dizendo: “Se a tecnologia for uma que as pessoas abraçam, outras empresas começam a fabricar e acaba ficando acessível a todos. (...) É um mundo que veio pra ficar, como os smartphones”, conta. O criador de conteúdo continuou defendendo a democratização da tecnologia e citou uma economia de muito valor para as pessoas, o tempo. Ele dá o exemplo de cafeteiras, que são facilmente programáveis junto a tomadas inteligentes: “Talvez você acordava 30 minutos antes para fazer o café, mas com isso você está ganhan-

(Arquivo Pessoal/José Ricardo)

do meia hora a mais de sono”. Harry diz que, quem tem um maior poder aquisitivo pode sim fazer uma verdadeira automação residencial, mas que também é possível começar o projeto de uma casa inteligente com cerca de 100 reais. Apesar de sua vida girar em torno da tecnologia, Harry Goes começou a usar estes aparelhos por curiosidade. Hoje ele tem lâmpadas, tomadas e sensores de presença de uma casa inteligente, além de 3 aparelhos Echo espalhados pela casa, que são assistentes vir-

tuais. Ele ainda cita outros aparelhos que pretende adquirir, como fechaduras e câmeras inteligentes. O especialista em Sociologia Política, doutorando e pesquisador de História Social, Alexandre Freitas Campos, é também pesquisador de tecnologias da informação, comunicações audiovisuais e digitais para divulgação científica, história pública e educação. Com propriedade para falar sobre o assunto, o pesquisador diz que o brasileiro gosta de tecnologia,


é aberto e empolgado com ela, e concorda com Harry Goes, quanto a popularidade da tecnologia no Brasil: “Pode ser por questões ligadas a poder aquisitivo ou porquê as empresas responsáveis pela comercialização desse produto ainda não investiram o suficiente em marketing para popularizá-los junto ao mercado”, disse. A tecnologia em si não são apenas computadores ou lançamentos de grandes marcas, podemos falar de tecnologias do

(Reprodução/Pixabay)

passado, usando o conceito apresentado por Alexandre: “Tecnologia é tudo aquilo que criamos para atender às nossas necessidades. Criamos artefatos, ferramentas que vão facilitar o nosso trabalho ou nos trazer algum tipo de vantagem”, relata o especialista, dizendo que precisamos pensar de uma forma mais crítica, sabendo separar o que é necessidade do que é consumismo e fetiche tecnológico, diz. (Arquivo Pessoal/Alexandre Freitas)


Saiba o que especialistas pensam sobre o futuro dos procedimentos estéticos Mais importante do que novas tecnologias, é o alinhamento das expectativas dos pacientes ao seu próprio padrão estético, afirma cirurgiã plástica. Por Eloiza Marques e Natália Frutuoso

(Reprodução/AdobeStock)

Mais do que novas tecnologias: a disponibilização de informação para que as pessoas passem a buscar procedimentos mais seguros a partir de expectativas realistas é, para a cirurgiã plástica Giovana Romano, o futuro da estética. A médica salienta que “muitos têm se decepcionado com as promessas de muitos tratamentos

e poucos resultados” e, para que isso não ocorra, “as pessoas precisam aprender a se conhecer, a se gostar mais, respeitar sua anatomia, seu próprio padrão estético, e buscar melhorar, e, não buscar um modelo de outra pessoa”. Romano lembra que nenhum procedimento é isento de riscos e acredita que não existe um padrão

de beleza ideal. “Cada pessoa deve buscar a sua beleza natural, principalmente quando ligada à beleza étnica. Eu acredito que buscar uma beleza com um padrão que não é seu, e muitas vezes um padrão que você não irá atingir, ou que correrá muito risco para atingir, é uma falta de maturidade, de personalidade, de

amor próprio.” O Brasil foi o segundo colocado dentre os países onde mais se realizaram procedimentos estéticos cirúrgicos ou não cirúrgicos em 2019, de acordo com dados da International Society of Aestethic Plastic Surgery (ISAPS). Atrás apenas dos Estados Unidos, o estudo indica que, em 2019, mais


de 2 milhões e 565 mil procedimentos – incluindo Botox, rinoplastias e injeções de ácido hialurônico – foram realizados em solo brasileiro. O Biomédico Júnior Veiga, especialista em harmonização orofacial, justifica a procura crescente por procedimentos não cirúrgicos no cenário atual “do ano passado para esse ano, a pandemia tem, também, feito que a pessoa se olhe mais e veja que é válido fazer um investimento em si mesma. Elas têm tido uma percepção que é melhor investir nelas mesmas, na própria saúde e, também, no visual, para aumentar a autoconfiança”. Giovana Romano concorda que “as pessoas estão se cuidando mais, mesmo os jovens já sabem dos recursos disponíveis e procuram a cirurgia plástica, dermatologia, para uma melhora da autoestima”. Maria Eduarda Ribeiro, estudante de medicina, conta que fez duas rinoplastias e que as cirurgias ajudaram com sua baixa autoestima “meu nariz era a única coisa

que eu não gostava no meu rosto. Ele era grande, não ficava legal de perfil. Como as pessoas faziam brincadeiras e comentários sobre meu nariz, foi tudo somando, minha autoestima era bem baixa. Quando fiz a rinoplastia consegui arrumar a única questão que não gostava em mim, passou tudo, comecei a me sentir muito bem”. Na clínica onde Júnior Veiga trabalha, há uma maior procura quando se trata de Botox e harmonização ou preenchimento facial, ao passo que a principal faixa etária de quem busca fazer os procedimentos é dos 18 aos 35 anos de idade. Inclusive, o próprio biomédico é adepto das intervenções estéticas, tendo como favorito o Botox, para tratar e prevenir rugas. Veiga afirma, também, ter realizado procedimentos no corpo, como a criolipólise, técnica em que a gordura do corpo é congelada e, posteriormente, eliminada em um processo autoimune. Sobre a inovação nos procedimentos, o

(Reprodução/AdobeStock)

biomédico aposta no sucesso dos bioestimuladores de colágeno, substâncias injetáveis que prometem combater a flacidez facial, bem como de outras partes do corpo. Outra técnica que tem sido bastante procurada é o procedimento foxy eyes que “deixa os olhos ‘mais puxados’”, conforme Veiga, por meio de aplicação de Botox em terço-superior completo e fios de sustentação espiculados. Em 2020, a jornalista Sophie Wang afirmou em um artigo publicado no The Stanford Daily, que o procedimento é parte de uma cultura de apropriação de traços asiáticos, que por muito tempo foram

motivo de “piadas” contra essas etnias. No mesmo ano, quando as blogueiras Flavia Pavanelli e Gabi Prado divulgaram que teriam feito a técnica foxy eyes, as pesquisas no Google sobre o procedimento aumentaram em 1.250%, segundo reportou o G1. A médica Giovana Romano faz uma ressalva quanto à popularidade de procedimentos não cirúrgicos, “a propaganda é muito grande, muitas vezes as pessoas procuram uma facilidade, e um método não-cirúrgico para ‘resolverem seus problemas’, mesmo que dure menos e custe mais do que uma cirurgia”.


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