Linha Popular 578 - Camboriú 138 anos

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O time de todas as Camboriús O favorito ao rebaixamento, além do vice-campeonato, conquistou vagas em disputas nacionais Página 8 e 9

Taxa de abertura de empresas em Camboriú acompanha recordes estaduais e nacionais

Hospital Regional: R$ 70 milhões garantidos para a construção

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Ações de responsabilidade social da Águas de Camboriú deixam legado positivo para a região Página 7


Expediente

editorial

Editorial

Redação Editor e Jornalista Responsável Luiz Antonio da Silva (Tecau) MTB - 0005490/SC - (47) 99678-4983

Comercial linhapopularcomercial@gmail.com (47) 99961-3648

Diagramação Marina Silva Rocha Damasceno (47) 98469-6015 Tiragem: 1.500 exemplares Cidades: Camboriú e Balneário Camboriú Impressão: Gráfica Rio Sul

Por Luiz Antonio Tecau e Laura Testoni Estamos de volta, no formato mais consagrado de todos os tempos, em se tratando de jornal: em papel, impresso, preto no branco. Voltamos, excepcionalmente nesse formato, para celebrar o aniversário de Camboriú. Ao longo de 138 anos da criação desta cidade, que já foi chamada de Capital do Mármore, o Linha Popular foi testemunha ocular da história durante 13 anos. Acompanhamos o crescimento da cidade, seu desenvolvimento, mostramos os problemas que ainda preocupam os camboriuenses, como o abastecimento d’água, a poluição no rio Camboriú, os problemas com enchentes e enxurradas. O saneamento básico, que ainda não saiu do papel. O baixo contingente policial. As escassas ofertas de emprego. Os problemas, que não são poucos, também não são de agora. Vão se arrastando de gestão em gestão. E os gestores, por inúmeros motivos, vão resolvendo as demandas

de maneira paliativa (um modo polido de chamar a prática da gambiarra: se não dá pra resolver, que se dê um jeitinho, uma solução provisória). Antes de apontar culpados para a atual situação do município, é preciso olhar o macro: recessão, crise econômica, pandemia, inflação, inúmeros fatores que acabam impactando na realidade local. O mundo sofre os impactos de uma guerra na Rússia. O que acontece lá, reflete cá. É compreensível. Mas não é o suficiente e nem motivo para que os gestores se acomodem, usando inúmeras crises para justificar fracassos e insucessos. A administração pública é amadora. Não falamos da gestão atual, mas de todas que ocuparam o paço municipal ao longo do século. Muitas pessoas ocupam cargos de confiança sem a mínima formação necessária para a função. Na maioria das secretarias, vemos um amontoado de pessoas

sem perfil para ocupar suas funções. E a culpa disso são os acordos formados nas campanhas eleitorais, onde empregos são prometidos em troca de votos. Essa prática não é exclusividade camboriuense, embora aqui isso ocorra também. Mas esse mal que devasta o progresso dos municípios é uma prática comum no Brasil, e não é de hoje. É até irônico quando falam de “nova política” com costumes que remontam a época dos coronéis. E falo somente da incompetência de servidores que não estão aptos para suas funções. Nem vou falar de nepotismo, ou de funcionários fantasmas, favorecimentos e tantas outras práticas que por anos (e por debaixo dos panos) ainda são a tônica de inúmeras administrações municipais. Infelizmente, essa é a realidade da política, no todo. No mais, parabéns, Camboriú!

CNPJ 10.630.322/0001-78 Filiado a Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina - ADJORI/SC

Agenda aniversário da cidade

Comemore o aniversário de Camboriú A Prefeitura de Camboriú iniciou na quintafeira (31) as comemorações dos 138 anos da cidade. Apresentações culturais e artísticas, eventos esportivos e religiosos fizeram parte das festividades.

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Hoje, 5 de abril, dia do aniversário, as comemorações continuam. Confira a programação:

09h

Abertura das atividades culturais no Ginásio de Esportes Irineu Bornhausen (durante todo o dia);

09h

Exposição dos artistas locais no Ginásio Irineu Bornhausen;

13h30

Torneio de dominó na Praça das Figueiras;

14h

Apresentação da Apae no Ginásio Irineu Bornhausen;

15h

Ações sociais do Creas no Ginásio Irineu Bornhausen;

15h40

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Camboriú, 5 de abril de 2022

Apresentação musical com Hortência e Alberto Damian no Ginásio Irineu Bornhausen;

16h

Corte do bolo no Ginásio Irineu Bornhausen;

19h

Missa com a igreja católica no Ginásio Irineu Bornhausen;

19h

Casamento comunitário de sete casais no cartório.


Camboriú, 5 de abril de 2022

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Miss camboriú

Miss Camboriú Mundo: beleza com muito propósito Muito além da beleza, Sarah carrega com si a mensagem de doar tempo e amor ao outro Camboriú é escolhido para ser o foco das distribuições. Sarah avisa a comunidade que a ação acontecerá e combina locais para fazer a entrega das marmitas. No começo, o projeto distribuía 60 marmitas. Até que ultrapassou a marca de 130 marmitas por dia de ação. E a tendência é aumentar cada vez mais o número de distribuições. Mãos de anjos

Por Laura Testoni Com as doações, veio a certeza de que muitas crianças começaram o ano letivo com o pé direito. Esse desejo de Sarah em ajudar o próximo vem da literatura: “Todo contato que tenho com ações sociais se devem aos livros que li. Jorge Amado fala muito sobre as questões sociais”, revela. Alimentar continua

Miss Camboriú ganhou o prêmio de Melhor Projeto Social e o título de Popularidade. Foto de arquivo pessoal.

Uma jovem de 18 anos representou Camboriú no concurso Miss Santa Catarina Mundo 2022. Sarah Lemonie, apesar de nova, carrega com si muito mais do que a beleza camboriuense. Ela ficou em 4º lugar no top 5 para escolha da Miss Santa Catarina e garantiu o título Popularidade. Entretanto, seu projeto Alimentar ganhou o prêmio (talvez, o mais importante dentre todos) de Melhor Projeto Social do concurso. Entre diversas atividades que atua – professora particular, apresentadora e modelo –, Sarah administra um projeto social que mudou a vida (e a fome) de pessoas em situação de vulnerabilidade em Camboriú. Um dos lemas do Concurso Estadual de Beleza (CEB) é beleza com propósito. Todas as misses e misters que fazem parte do concurso precisam se dedicar

a algum projeto social. Quando eleita Miss Camboriú Mundo 2021, Sarah deu vida ao projeto Alimentar. Há cerca de oito meses, Sarah distribui marmitas pelas ruas de Camboriú. Contudo, muito mais do que apenas distribuí-las, Sarah e sua equipe, com cerca de 30 voluntários, selecionam cada alimento que será utilizado e preparam as refeições na cozinha da associação beneficente Vila Social. É neste espaço, no bairro dos Municípios, que Sarah guarda os alimentos e os transforma em refeições nutritivas para aqueles que precisam. Os alimentos utilizados para montar as marmitas vêm de doações. Aos sábados, a equipe os seleciona, cozinha e embala as marmitas. A cada semana, um bairro de

As arrecadações para o projeto Alimentar continuam. Sarah e o grupo Mãos de Anjos distribuíram kits de materiais escolares. Foto de aequivo pessoal.

Contudo, Sarah não começou nos projetos sociais quando se tornou Miss. A moça sempre esteve envolvida em ações no município. Quando eleita representante do município, aproveitou o destaque para expandir seu propósito. E no meio desta caminhada, outros projetos surgiram, além do Alimentar. Em fevereiro, pouco antes do início do ano letivo, Sarah coordenou junto ao grupo social Mãos de Anjos, do bairro Conde Vila Verde, a arrecadação de 40 kits de materiais escolares que foram doados para crianças de baixa renda.

O reinado de Sarah como Miss Camboriú Mundo chega ao fim. “Espero deixar o meu reinado com um legado de responsabilidade a ser seguido pela próxima miss e a mensagem de que doar tempo é doar vida e devemos contribuir com o bem-estar e desenvolvimento das pessoas”, declara. Contudo, garante que o projeto Alimentar está longe do fim. Pelo contrário, está prestes a alcançar mais vidas. As ações de distribuições de marmitas continuam. E o projeto continua aberto a receber doações. Quem quiser contribuir, pode fazer um pix pela chave: 1dc86cb2-d2fb-4151-b5cc-06859b891b40.

Economia

Taxa de abertura de empresas em Camboriú acompanha Por Rômulo Castro recordes estaduais e nacionais Os Microempreendedores Individuais (MEIs) cresceram 68,25% desde 2019 com as alterações na economia devido a covid-19 Em 2021, o Brasil alcançou o recorde de empresas abertas em um só ano: foram quase quatro milhões abertas ao longo dos 12 meses. Um crescimento de quase 20% em relação ao registrado em 2020. Os números, divulgados no Boletim do Mapa de Empresas, elaborado pelo Ministério da Economia, são acompanhados de perto por Camboriú, que tem crescido exponencialmente desde o início da pandemia do covid-19. Entre as diversas modalidades de negócio, os Microempreendedores Individuais (MEIs) ganham destaque em Camboriú. Até a data de publicação desta matéria, Camboriú contava com 10.538 Microempreendedores Individuais, número 68,25% maior do que no encerramento de 2019, antes da pandemia – onde havia o registro de 6.263 MEIs apenas.

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Quando o cadastro é realizado, o empreendedor passa a ter CNPJ, ou seja, adquire facilidades com a abertura de conta bancária, no pedido de empréstimos e na emissão de notas fiscais, além de ter obrigações e direitos de uma pessoa jurídica. O aumento da procura por este segmento é um retrato positivo das reduções de burocracias, em especial por conta do universo digital. Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Camboriú, o aumento no número de MEIs têm dois motivos: o primeiro é o aumento na taxa de desemprego com o início da pandemia, onde os munícipes foram obrigados a empreender devido a perda dos empregos formais; por segundo, pela facilidade e isenção de taxas e outros tributos dos microempreendedores individuais, muitos

Camboriú, 5 de abril de 2022

empreendedores saíram da informalidade e hoje estão assegurados pela previdência social. Camboriú conta com uma média de 12 mil cidadãos com empregos formais, ou seja, com carteira assinada. A diferença nunca foi tão pequena em relação aos MEIs. O município trabalha o desenvolvimento econômico com foco regional, enfoque que acaba suprindo as demandas de empregos de outros municípios, principalmente Balneário e Itajaí. De modo geral, todas as unidades federativas tiveram crescimento nos dados referentes a novos negócios. Atualmente, em Santa Catarina, os processos de abertura levam menos de dois dias para serem feitos. Outro fator que influencia diretamente no crescimento dos microempreendedores individuais é a forte cultura catarinense para

pequenos negócios. Assim como Camboriú, o estado abre muito espaço para empresas locais, que são responsáveis por 41% do PIB e 54% dos empregos formais em SC. Somente em 2022, nos dois primeiros meses do ano, 23.118 empresas foram abertas, aumento de 64% em relação ao número de novos negócios em 2019, pré pandemia. Deste montante, os MEIs compõem 78,56%. Seja qual for o modo, os pontos destacados pelos números demonstram incentivo à renda tanto pelo empreendedorismo, quanto pelos empregos formais. Com processos digitalizados e o “normal” sendo restabelecido, a previsão é de novo recorde na taxa de aberturas, com diminuição no número de fechamentos – encerrando com o saldo cada vez mais positivo na formalização do trabalho como um todo.


Ata histórica

A histórica ata da eleição dos vereadores e do executivo da primeira legislatura do município de Camboriú

Por José Angelo Rebelo

O arquivo com dinheiro e documentos relativos à primeira eleição e gestão de Camboriú foram furtados da sala da Câmara de Vereadores, no dia 20 para 21 de maio de 1887, durante a vigência da segunda legislatura camboriuense, em que Joaquim José Rebello era o executivo de Camboriú. Por isso, sabiase muito pouco da eleição e outras informações relativas à primeira gestão municipal, quando o mandatário foi Manoel Anastácio Pereira. A sede das duas primeiras legislaturas (1885 a 1890), ainda no período imperial brasileiro, funcionaram na atual localidade da Barra, hoje pertencente ao Balneário Camboriú. Após a proclamação da república, a sede do município foi transferida (10/2/1890) para a “Vila do Garcia”, onde hoje ainda funciona. Como era obrigatório, uma das cópias de atas de eleições deveria ser registrada em cartório, outra enviada ao governador, ou presidente da província, além do registro em livro de atas da Câmara. Em função daquele furto, pouco se sabia da história daquela gestão de Manoel Anastácio Pereira. Depois de muita busca, eu descobri aquela cópia no Livro de Notas nº. 8, depositada

no “Cartório Waltrick”, 1º Tabelião de Notas e Protesto em Balneário Camboriú. Encontrei em 30 de setembro de 2004, escrita que fora em um livro de 50 páginas rubricadas pelo primeiro Juiz de Paz de Camboriú, Jesuíno Anastácio Pereira, que era irmão daquele primeiro prefeito, para servir de notas do Escrivão do Juiz de Paz, segundo o próprio Jesuíno: “Este livro tem que servir de livro de notas do Escrivão do Juiz de paz, da Freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Camboriú, Camboriú, 22 de setembro de 1883”. A ata da primeira eleição se encontrava nas páginas 15, 16 e 16 verso do referido livro de notas. Registro da acta da Eleição de Vereadores da Câmara Municipal da Villa de Camboriú Aos cinco dias do mês de Outubro de mil oito sentos e oitenta e quatro, nesta Vila de Canboriú e corpo da Igreja Matriz as nove horas da manhãm, reunidos os membros da junta Eletoral, sob a prezidencia do primeiro Juiz de Paz Jesuíno Anastácio Pereira e os Mezarios Joaquim da Silva Santos, José Francisco Bernardes, José Florêncio da Silva e Manoel Felício da Silva, o prezidente dezegnou o mezario José Florêncio da Silva para servir de Secretário, e encanbio (INCUBIU) ao mezario Joaquim da Silva Santos, para fazer a chamada dos Sns Eleitores pela Lista remetida pelo Meretíssimo Sr Juiz De Dereito da Comarca e a proporção que cada eleitor era chamado depozitavam na Urna uma sedula fechada da ambos os lados, depois do que assignava o seu nome em um livro para isso preparado, ao meio dia finda a chamada se lavrou o termo do que trata o § 2 do Art. 15 da lei n . 3029 de 9 de Janeiro de 1881, no qual foi declarado que tinhão Comparecido e votado vinte e oito eletores, e dexando de votar por não terem comparecido os Eleitores Ernesto Augusto de Bustamonte, Francisco Pereira

Rodrigues de Assis, José Vicente Coelho, Lourenço José Coelho, Antônio José Garcia, Antonio Macario Vieira, Caetano Pereira Rodrigues, Domingos Joaquim de Azevedo, Florentino Pereira Rodrigues, Felippe Francisco Ramos, José Maria e Silva, Antonio Maxado da Silva, Candido Francisco Chaves, Idalino Feliz Garcia, Olegario José Rebello, Tomás Francisco Garcia (filho do fundador), Manoel Coelho da Rosa, João Antonio Galdino, João Luiz Pereira Airozo, João Ignácio Linhares, Bernardino Chaves Antão, Ignacio José de Avila, Victor Thomaz da Costa, Anastacio José Bernardes, Francisco Rodrigues Pereira, Fermiano Raimundo Vieira, José Moreira da Silva, José Raimundo Vieira, João Antonio de Souza Medeiros, Jeremias José Bernardes, Joaquim José Gomes, Bernardino Francisco Pacheco, José Serafim Cabral, Marcos Rodrigues Pereira, João Floriano da Costa, Leon Eugenio Lepagesse, José Antonio Chaves, Marcos José da Costa, José Francisco Garcia, José Martins Coelho, concluído os recebimentos das sedulas, foi aberta a urna, contados e numerados, em numero de Vinte Oito sedulas sendo tirada da Urna cada uma por sua vez, sendo lidas cada digo lidas e assinalado o seguinte resultado: Joaquim da Silva Santos, negociante= quatro votos, Francisco Antonio da Silva Simas, negociante= quatro votos; Florentino Pereira Rodrigues, negociante= quatro votos; Augusto Carlos Feijó e Silva negociante= quatro votos, Donato Gonçalves da Luz negociante= quatro votos, Manoel Anastácio Pereira, lavrador= quatro votos; Marcelino José Bernardes lavrador= quatro votos; finda a apuração eu secretario a publiquei em voz alta o numero de votos que cada cidadão obteve, e o Snr Prezidente declarou que

em vista do Art. 202 se extrahisse sete copias desta acta para servir de diploma, aos vereadores assima eleitos, visto todos reunirem o cociente marcado pela lei, alem das cópias de que trata ao artg 151, tudo de Regulamento de 13 de Agosto de 1881. Do que para constar, se lavrou esta acta as quatro horas da tarde e ficando dissolvida a meza da assembleia eleitoral. Eu José Florêncio da Silva, Secretário que escrevy e assignão todos os membros e os eleitores que quizerem.” Jesuino Anastácio Pereira – Presidente da mesa José Florencio da Silva – Secretário da mesa Joaquim da Silva Santos - Membros José Francisco Bernardes - Membros Manoel Felício da Silva- Membros” Manoel Anastácio Pereira, que era agricultor, foi eleito presidente da Câmara, o que significava assumir o papel de executivo do município. Marcelino José Bernardes, outro agricultor, foi eleito vice-presidente, ou vice-prefeito. A confirmação deste fato foi encontrada no Livro de Registro da Província sobre “Correspondência com as Câmaras Municipais” no período de janeiro a maio de 1885. Em atenção ao ofício de Manoel Anastácio Pereira ao Presidente da Província relatando a instalação do município de Camboriú, ele respondeu assim: “Acuso recebimento de Off da CaMal (Ofício da Câmara Municipal) de Camboriú, datado de 15 de janeiro findo, do qual acompanhava copia do auto da instalacção da mesma Câmara, declarolhe que fui sciente de ter no dia 17, procedido a eleição do Presidente e VicePresidente, sendo eleito Mel Anastácio e Marcelino José Bernardes”.

Camboriú, 5 de abril de 2022

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Hospital regional

Hospital Regional: R$ 70 milhões garantidos para a construção

Por Laura Testoni

Governo do Estado deliberou a verba para a obra em Camboriú A informação mais recente sobre o hospital regional que deve ser construído em Camboriú saiu perto do aniversário da cidade. Na quarta-feira (30), o Governo do Estado deliberou a quantia de R$ 70 milhões para a construção do hospital. Mas, afinal, o que isso quer dizer? Com o documento oficial pedindo a deliberação do dinheiro, a quantia fica reservada para esta construção. Ou seja, mesmo que ainda precise acontecer a tramitação de aprovações, licitação e demais etapas, R$ 70 milhões estão garantidos. O prefeito de Camboriú, Elcio Rogério Kuhnen (MDB), explicou que é como se o governo do estado tivesse várias gavetas. O que o governador fez foi ordenar que este valor seja guardado na gaveta destinada para a construção do hospital regional. Hospital e maternidade Imagens do projeto, ao menos a parte externa, têm sido divulgadas pela prefeitura. Segundo o município, o hospital, que atenderá alta e média complexidade, de também será maternidade, com objetivo de contribuir com a demanda dos hospitais Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, e Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, que atendem pacientes de toda região Amfri e de outros locais também.

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Camboriú, 5 de abril de 2022

UTI e centro cirúrgicos também compõem o projeto. O terreno O hospital será construído de forma vertical, em um terreno na rua Licurana, no bairro Tabuleiro. A parte mais delicada, até então, para o andamento do projeto tem sido a questão do terreno. A área está em fase de desapropriação. O local pertence a uma loteadora do município e todo o terreno é dividido em sete lotes. Há um processo judicial em andamento, onde a prefeitura pede a desapropriação da área com urgência por interesse público. Ponto este que foi contestado pela defesa da loteadora. Eles alegam que não há urgência porque não há prevista, para 2022, nenhuma construção de hospital em Santa Catarina, conforme a Lei Estadual n° 18329/2022. Outro ponto do processo é o valor pago pelo terreno. A prefeitura, no momento, tem a posse provisória do terreno, porque fez o pagamento de R$ 1.970.000,00, que seria a avaliação dos sete lotes. A posse é provisória porque a loteadora contesta que o valor está 165% abaixo do valor que deveria ser pago. Ela pede R$ 5.287.544,11.

A necessidade de um novo hospital maternidade para a região é comprovada através de números. O painel de leitos, atualizado constantemente pela Secretaria do Estado da Saúde, mostra que, no dia 1º de abril, 100% dos 15 leitos neonatais da região da Foz do Rio Itajaí estão ocupados. Em toda Santa Catarina, há 195 leitos neonatais ativos, com 96,41% de lotação.

A loteadora ilustra a chegada a este total pelo valor cobrado no m². Para chegar a estes mais de R$ 5 milhões, a loteadora calcula R$ 1.476,11 o m². Ao longo da contestação, a loteadora ainda ilustra que o valor calculado pelo município (em torno de R$ 500) está abaixo, inclusive, do valor venal cobrado no Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) de 2022 (que foi R$ 706).

O novo hospital também terá potencial para se tornar referência em traumatologia. Esse ramo atende casos que envolvem traumatismo. Como fraturas de braço, perna, torções e ruptura de ligamentos. Demandas que surgem, principalmente, devido aos acidentes de trânsito. Leitos de

O processo está em tramitação e ambos os lados aguardam a sentença. Se o juiz acatar as contestações e entender que o valor pago pelo município está abaixo do que realmente vale o terreno, para ter a posse definitiva, o município terá que pagar a diferença.


ÁGUAS DE CAMBORIÚ

COLUNA CACINHO

Ações de responsabilidade social da Águas de Camboriú deixam legado positivo para a região

Camboriú é a minha cidade, orgulho de ser filho desta terra

Incentivar a participação popular em campanhas que promovem a cidadania e o desenvolvimento da cidade está no topo das prioridades da concessionária Águas de Camboriú quando o assunto é responsabilidade social. Ações e programas que colaboram com a população vulnerável e que ajudam a preservar o meio ambiente fazem parte de um legado deixado à região. O programa mais recente lançado pela concessionária, em parceria com a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fucam) e a Secretaria de Saneamento Básico (SESB), é o De Olho do Óleo, que tem o objetivo de fazer a destinação correta do óleo de cozinha utilizado pela população e ainda ajudar uma entidade local. O programa lançou, neste primeiro momento, quatro ecopontos de descarte do óleo: Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Sesb, Fucam e escritório da Águas de Camboriú. Nesta primeira fase do De Olho no Óleo, a Apae de Camboriú será a beneficiada com os recursos resultantes da venda deste óleo. “Este é um recurso que chega em ótima hora para a entidade, visto que temos uma estrutura grande que acolhe

muitas crianças e jovens de Camboriú que precisam de um atendimento especializado. Sem contar que é uma ação que envolve toda a comunidade a colaborar com o meio ambiente”, aponta a presidente da Apae, Leda Vendrossolo. DNA Solidário Em 2021, a Águas de Camboriú participou e ajudou a fundar o Núcleo Solidário, um grupo de entidades da cidade que passou a desenvolver apoio recíproco em ações em prol da comunidade local. A primeira ação do Núcleo foi a Campanha do Agasalho, que arrecadou quase 11 mil peças de roupas que foram doadas a pessoas em situação de vulnerabilidade. De acordo com a presidente da Águas de Camboriú, Reginalva Mureb, estimular o desenvolvimento social está no DNA da empresa. “Instituições de mãos dadas trabalhando para fazer a diferença na vida das pessoas e no meio ambiente tem sido o lema do Núcleo. Acredito que, com esse envolvimento e amor à cidade, será possível mobilizar todos para que participem de novas ações que beneficiem a comunidade”, pontuou. A presidente destacou ainda a importância de levar para dentro das empresas os exemplos de solidariedade, fazendo com que os colaboradores também se envolvam no movimento como voluntários. Uma série de outras ações continuadas compõem o programa de responsabilidade social da concessionária, incluindo o Saúde Nota 10, a Tarifa Social, Portas Abertas, entre outros.

Me orgulho de ser camboriuense e de ser filho desta terra tão querida. Descendente de várias gerações camboriuenses, sou neto de Genésio Cardoso e Isabel Cardoso, (in memorian) meus avós paternos. Meu avô, cortador de pedra e comerciante desta riqueza mineral por longos anos. Sou neto também de Alfredo José Cristino e Adelaide do Carmo Cristino (in memorian), seu Dodoca, como era conhecido, cortador de pedra que posteriormente trabalhou por longos anos na pedreira de cimento, lá nos Macacos, ambos avós maternos. Passei minha infância sempre ao lado de meu pai. Estudei no Colégio José Arantes, da primeira série até me formar no ensino médio, no curso de auxiliar de escritório. Com 16 anos, trabalhei por aqui e depois aos 18 fui servir o exército em Blumenau. Hoje sou advogado, casado com Francine Dalago Demétrio, também filha desta terra, onde exerce a nobre profissão de supervisora escolar. Sou pai da mais rara joia, que é meu filho Lorenzo, por quem dou minha vida! Tenho descendência das famílias nativas quando Camboriú ainda era distrito e são elas: Cardoso, Constantino, Garcia, Bernardes, Do Carmo, Benevenutti, tantos dos avós paternos como maternos. Meu avô, seu Genésio Cardoso, (in memorian) teve vários caminhões, em especial um F8, em 1957, com motor a gasolina de 8 cilindros, onde transportava pedras em carroceria de madeira, retirada das pedreiras do bairro dos Macacos aqui na nossa cidade, sendo levadas aos mais diferentes municípios, para o feitio de pavimentação das ruas de calçamento. Lá em meados de 1967, meu pai era proprietário de um Ford F600 e, depois, de um Chevrolet Brasil. Ambos também transportavam pedras. Obviamente que a maioria das famílias nativas camboriuenses tinham como renda

principal para o sustento a extração da pedra e/ou seu transporte. Eram os conhecidos “arigós” ou “broqueiros”, nomes que levavam os cortadores de pedra, homens bravos e esforçados na labuta diária, pois o trabalho era pesado e arriscado. Meu avô paterno foi um dos precursores sendo um dos primeiros comerciantes de extração e transporte de pedra na cidade e região, juntamente com seus filhos, como meu pai Cacildo e meu tio Ademar Cardoso (in memorian). Já meu avô materno, seu Alfredo (Dodóca), era outro cortador de pedra que por longos anos usou desta habilidade para sustentar sua família, pai da minha mãe Maria de Lourdes Cardoso. Trabalhei junto ao meu pai e meu tio transportando pedra e dirigindo caminhão, participando das grandes empreitadas nas conhecidas pedreiras no interior da cidade, nos morros, como chamávamos. De longe se avistava diversas “lonas amarelas” que protegiam do sol e da chuva os cortadores de pedra, chamadas de “praça”, que nada mais eram que pedreiras, onde os humildes e esforçados cortadores lá trabalhavam com sua marreta e seu escopo. Aqui apenas resumi algumas das passagens de nobres camboriuenses que tanto trabalharam duro, dando o seu suor em troca de um sonho, o de vencer na vida e de ver o progresso da cidade avançar e crescer. Por tudo isso é que somos conhecidos como a “capital do mármore”, onde me orgulho muito disso, não deixando nossa história se apagar no tempo. Como diria Olavo Bilac: ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Parabéns Camboriú pelos seus 138 anos. Por Cacildo Cardoso Filho, Advogado inscrito na OAB/SC 40.885, atuante nas áreas de Direito Penal e Direito de Trânsito.

Camboriú, 5 de abril de 2022

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Camboriú fc

O time de todas as Camboriús O favorito ao rebaixamento, além do vice-campeonato, conquistou vagas em disputas nacionais Por Rômulo Castro

Camboriú disputou os jogos no estádio das Nações, em BC. (Foto: Tiago Winter)

Uma história que iniciou com amigos jogando futebol nas noites de Camboriú e chegou até a final da elite estadual. A ideia partiu de criar um clube semi profissional, com pouca verba e treinamentos noturnos, geralmente após o expediente dos atletas em seus respectivos empregos convencionais. De dois a três treinamentos por semana, sem verba para pagamento de salários e prestes a encarar a primeira disputa da divisão de acesso em sua recente história. Desde a fundação, em 2003, ainda como Sociedade Desportiva Camboriuense, o clube carregava as cores do município em seu uniforme: branco, laranja e verde. Assim, o tricolor criou raízes na região e buscou o comandante ideal para a equipe. Altamir Montibeller, Gilvan Meireles, José Henrique Bolda “Montanha” e José Henrique Coppi, fundadores do clube, decidiram o nome para marcar a história do time na grande estreia do campeonato.

realizada. O elenco inicial foi formado por jogadores de Itajaí, onde Zilda tinha grande influência, da própria Camboriú e também de Balneário, na primeira evidência da forte regionalidade que o clube teria.

Camboriú conquista o título inédito de vice-campeão da Série A do Campeonato Catarinense (Foto: Camboriú FC)

No primeiro ano, um empate na estreia e nove derrotas nos jogos seguintes. Diante da torcida, o até então Camboriuense conquistou sua primeira vitória apenas no segundo ano de competições, 3 a 0 sobre o Real. Ano após ano, o clube se mostrou estar em busca da elite e, com resiliência, o objetivo foi alcançado.

A realidade da Série A

Três presidentes da história do Camboriú Futebol Clube: Henrique Coppi, Renato Cruz e Altair Montibeller.

Zilda Dalmolin, ou somente “Tia Zilda”, aceitou o desafio de treinar o Camboriuense no torneio estadual. Para isso, ela precisava de jogadores dispostos a fazer muito, mesmo tendo pouco. “Leva tudo e mói pra dar 11 jogadores.”, esse é o resumo da treinadora para a primeira peneira

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vitorioso em 15 oportunidades. Com 46 pontos conquistados em 54 disputados, a sensação do campeonato conquistou o acesso com três rodadas de antecedência. Na final do torneio, após empate fora de

casa, uma derrota para o Barra Futebol Clube, maior rival da Cambura, dentro do Robertão, impediu o bicampeonato da série B estadual. “A forma com que foi construída a derrota, machucou. O objetivo já havia sido alcançado, mas um título sempre é um título”, disse Renato Cruz, presidente do clube desde 2017.

Gerir, reformular e competir A derrota apontou os erros, então restou para a gestão do clube entender o que funcionou na histórica campanha de acesso, para permanecer na elite de Santa Catarina. E o primeiro ponto pode ter sido exatamente a derrocada contra o maior rival, pois o impacto do resultado permitiu mudanças imprescindíveis. Entre os jogadores, apenas cinco permaneceram. A procura por jogadores com funções e personalidades singulares foi fundamental para o resultado, mas a maior força foi o vestiário do clube. O início deste elo foi construído em Ibirama, durante a pré-temporada de jogos. O trabalho iniciado de forma correta possibilitou um grande desempenho já nos primeiros jogos do campeonato, porém não apenas por proficiência técnica. O início de temporada foi descrito pelos integrantes do grupo como “momento de união”, desde já sentindo que era possível marcar a história. Graças ao planejamento anterior, o objetivo de permanência na série A foi praticamente assegurado na sexta rodada,

A primeira vez que a Cambura flertou com a elite estadual foi em 2006. Liderados pelo treinador Eduardo Clara, o tricolor conquistou a taça da divisão de acesso, o primeiro título da história do clube. A tão sonhada vaga para a Série A não veio naquele ano, mas já era inevitável. Em 2011, já sob a alcunha de Camboriú Futebol Clube, o primeiro acesso veio. Curiosamente, exatamente dez anos antes do acesso que consagrou a campanha deste ano. Em 18 rodadas disputadas na série B do catarinense 2021, o Camboriú saiu

Camboriú, 5 de abril de 2022

Com objetivo alcançado, foco da Cambura é nas competições nacionais (Foto: Beno Küster)


camboriú fc quando o time visitou o Barra e venceu por 1 a 0, somando 13 pontos na competição e afastando a possibilidade de rebaixamento.

não deixando que o sucesso momentâneo desvie do foco que trouxe esse resultado positivo.

Dentre os protagonistas da campanha, Jorge Henrique demonstrou ser mais do que apenas experiência para o vestiário da Cambura. Aos 49 anos, o campeão do mundo pelo Corinthians não queria apenas uma passagem para encerrar a carreira.

Camboriú(s) Esta reta final de Campeonato Catarinense mostrou que a Cambura tem duas casas. Com o Robertão inapto a receber jogos da série A, o Estádio das Nações, em Balneário Camboriú, foi reformado às pressas para atender as necessidades da Federação Catarinense de Futebol (FCF). Em 45 dias, o último jogo da primeira fase do estadual foi disputado na cidade vizinha, que acabou trazendo boas lembranças para a torcida.

Amigo pessoal do treinador Luan Carlos, o jogador topou a missão de modernizar o futebol de Camboriú. “Se ele chegasse aqui, fardasse o manto e auxiliasse no vestiário, já estaria ótimo, mas ele foi além”, conta Lucas Coppi, filho de um dos fundadores do tricolor.

Campanha histórica Dentro de campo, com o objetivo primário alcançado, a direção e os jogadores permitiram elevar as expectativas para a temporada, mas sem tirar o pé do chão. Para Renato Cruz, “os objetivos foram sendo estabelecidos e atingidos naturalmente durante toda a campanha, não houve ação forçada ou a ilusão de um cenário, mantivemos o pé no chão”. Além da sonhada permanência na série A, o clube garantiu presença no Campeonato Brasileiro Série D e Copa do Brasil 2023, ampliando o calendário escasso e facilitando o trabalho com os jogadores. “Ter um número maior de jogos nos possibilita ter mais poder dentro do mercado. Hoje, emprestamos muitos jogadores para o ano e estamos renovando os contratos para 2023. Vamos reforçar, vamos manter a estrutura do time e agora teremos um investimento em categoria de base, para produzirmos nossos craques”. Lado a lado com as conquistas, o Camboriú avançou na competição até chegar na final inédita, contra o Brusque. Nas quartas de final despachou o Marcílio Dias com um empate fora de casa e a vitória por 3 a 2, no Estádio das Nações - segunda casa do clube, em Balneário Camboriú. Na semifinal, novamente um empate fora de casa, desta vez contra o Figueirense, e outra vitória em BC, 2 a 0 com direito a superioridade em ambos os jogos. Na final, o Brusque tinha a vantagem de dois empates para conquistar o título, e foi assim que aconteceu. Com dois jogos

de superação, com direito a pressão dentro do estádio do adversário durante os 45 minutos finais da partida, o Camboriú encerrou sua melhor campanha na história da competição com o vice-campeonato catarinense, sem perder nenhum jogo na fase final do torneio.

consolidação no cenário estadual. Com a permanência na série A, o clube pretende manter as boas apresentações do ano, além de tentar surpreender a nível nacional. “Temos que pensar bem nas mudanças, trazer jogadores com uma mentalidade

Em quatro jogos disputados, o Camboriú venceu três partidas, duas contra o Marcílio Dias e uma diante do Figueirense, e empatou uma, justamente na final contra o Brusque. Essa parceria iniciou-se em 2015, com a utilização do futebol para unir a região como um todo. Através do esporte, os dois municípios puderam vibrar com a campanha histórica e atingiram novos patamares em termos de estrutura esportiva. Balneário Camboriú voltou a sediar

Olhos em 2023 Com o saldo mais do que positivo em 2022, a Cambura já projeta os próximos passos dentro e fora de campo. “Nosso planejamento não muda devido ao resultado da final, o título iria coroar um trabalho fantástico, mas o mais importante foi conquistado”, lembra o presidente Renato, referindo-se a conquista das vagas nas competições nacionais. “Estamos fazendo renovações, empréstimos e parcerias com times até mesmo de outros estados. O clube é gerido como uma empresa, mas nunca perde a essência, e por isso apresenta resultados”, finaliza o presidente. Do lado torcedor, a visão é semelhante. “A ficha ainda não caiu e acho que vai demorar algum tempo para cair. Título é título, mas a campanha como um todo foi surreal. Pensar que sonhávamos com os 12 pontos para permanência e o time chegou na grande final, não é algo que acontece sempre”, disse Lucas Coppi. Ainda colhendo os frutos da campanha inédita, o próximo ano marca a busca pela

Treinador Luan Carlos no meio da torcida (Foto: Camboriú FC)

vencedora. Hoje, se jogássemos a primeira fase da Copa do Brasil, seria muito difícil eliminar o Camboriú. Todos estão na mesma página, as coisas estão caminhando bem, perdemos muito pouco durante a campanha”, alerta Renato. A Copa do Brasil 2022 pagou R$ 620 mil reais para os times que disputaram a primeira fase do torneio, sendo que a classificação para a segunda fase equivale a R$ 750 mil reais nos cofres do clube. Em termos financeiros, a copa adiciona muito mais do que a série D, que adicionará cerca de R$ 120 mil aos cofres do clube. O orçamento, que girou em torno de 2 milhões neste ano, será ampliado, podendo entrar na casa dos 4 milhões em 2023. Apesar da evolução visível, o presidente alerta para que todos dentro do clube, sem exceções, permaneçam com os pés no chão,

um jogo oficial após 31 anos, enquanto o tricolor investirá na reforma do Robertão para atender as medidas da FCF. Com isso, a Cambura terá duas casas em definitivo. As obras no Robertão incluem a ampliação do campo, a troca do gramado, implantação de sistema de irrigação, novo espaço para a torcida e revitalização da iluminação. “Nossa casa sempre será o Robertão. Treinamos aqui sempre e, assim que possível, jogaremos ao lado da nossa torcida de também por aqui. Mas nada nos impede de visitar Balneário em algumas oportunidades, até porque hoje sentimos que temos duas casas”, finalizou Renato. A aproximação do clube com outras cidades da região, devido a ótima campanha, também torna a busca por patrocinadores mais fácil, aumentando o patrimônio e capacidade de gestão.

Camboriú, 5 de abril de 2022

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coluna segurança

Camboriú e o direito à cidade: Uma análise a partir da segurança pública Ao chegar aos seus 138 anos, Camboriú, sob a perspectiva da segurança pública, tem muito o que comemorar. Assim como o estado de Santa Catarina, que registrou uma queda de 8,6% no número de homicídios em comparação de 2020 com 2021, a cidade acompanha a baixa desta natureza de crime. Segundo dados do Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial, o município caiu de 26 para 10 homicídios entre 2018 e 2019 e vem mantendo esses números desde então. Ao consultar o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, Camboriú aparece na 99ª colocação na aferição do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) comparado a outros municípios do país. Ainda de acordo com o Atlas, já esteve na 161ª colocação em 2000. A confirmação de que tais números são positivos pode ser constatada ao se observar que em 2012 a cidade chegou a registrar 41 ocorrências cadastradas como homicídios e ainda 29 ocorrências como de tentativa de homicídio, números que lhe renderam o título de cidade mais violenta do estado naquele ano, proporcionalmente. Por óbvio que há muito o que melhorar em aspectos relevantes para a segurança pública, por isso o envolvimento social acerca do tema é necessário e deve ser respeitado e acolhido, já que é um tema político e não requer formação ou conhecimento específicos. O cidadão deve participar dos diversos fóruns de debates criados para discutir segurança pública, como os conselhos municipais. Porém, culturalmente, há uma baixa adesão em reuniões que debatem os propósitos de segurança pública para serem aplicados nas comunidades. A identificação de problemas e o exercício efetivo da governança através da participação da comunidade não são só “coisa de polícia” e sim interesse dos mais diversos atores que integram a teia social. Essa participação deve ser entendida como um direito, não genérico, mas um Direito Fundamental, que encontra

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apoio na Constituição Federal de 1988 e conhecido como Direito à Cidade. Este conceito alcança todos os aspectos que envolvem as atividades desenvolvidas pelo poder público municipal. Todas elas requerem que os cidadãos colaborem na construção das mais variadas dimensões que compõem o complexo papel de prestação de serviços e de utilização individual da cidade. Isso quer dizer que não só a segurança importa para que haja equilíbrio e uma melhoria na qualidade de vida, mas sim, todas as áreas que influenciam na vida das pessoas: economia, lazer, cultura, educação, saúde são algumas delas. Para que Camboriú trilhe um caminho de prosperidade e não ingresse nos porões do ostracismo, faz-se necessário que a colaboração individual do cidadão também seja exercida. Reciclar seu lixo; ter boa convivência com seu vizinho (uma das maiores demandas da PM são ocorrências de perturbação do sossego, parte delas oriundas da falta de diálogo entre vizinhos); participar da vida pública de forma positiva, sem críticas rasas e sem fundamento, e sim com críticas positivas e assertivas, são alguns dos exemplos que podem impulsionar o crescimento equilibrado. Portanto, participe! Se cada um decidir agir de alguma forma, todos serão beneficiados por uma onda espontânea. Camboriú não se define só por ruas, prédios e natureza; ela é as pessoas. Gente guerreira, honesta e que quer o melhor para a cidade. Que cada munícipe seja um suporte na constante construção de uma Camboriú cada vez melhor através de valores sólidos que ajudem a preparar as crianças e jovens para o futuro. É necessário semear ações para colher conquistas, buscando no presente o futuro de uma Camboriú cada vez mais justa e cidadã. Pessoalmente, posso dizer que é um orgulho ser um cidadão camboriuense e que quero contribuir cada dia mais para a melhoria constante desse lugar que carrega tanta história, tradição e encantos. Parabéns, Camboriú!

Camboriú, 5 de abril de 2022

Coluna joyce

Como você está? É sabido que bons hábitos podem produzir boa saúde e os maus hábitos podem adoecer facilmente, e nesse caso não estamos falando apenas da saúde física, mas também da saúde mental. Já estamos em Abril de 2022, a pandemia parece controlada, o uso de máscaras praticamente liberados, e aos poucos vamos retornando aos comportamentos “normais”, como: estar mais próximos das pessoas, abraçar, beijar, ir a eventos sociais com muitas pessoas, e sair mais de casa para tudo. Nesta coluna quero destacar os bons hábitos que introduzimos em nossas vidas desde o surgimento da pandemia, sendo assim tem coisa que não deve ser substituída pelos comportamentos destrutivos do passado. Infelizmente tenho observado muita gente retornando a velhos hábitos que negligenciam diretamente a saúde, é importante destacar aqui o quanto nós somos finitos e sensíveis, relembre o caos e vidas ceifadas que a COVID19 causou. A maioria das mudanças saudáveis que vieram para as nossas vidas nessa pandemia foram compulsórias, mas essenciais para garantir nossa sobrevivência e a dos nossos entes queridos, e essas não devem cair no esquecimento, seguem alguns exemplos: cuidados importantes com a higiene, melhoramos muito os hábitos de higiene das mãos, dos alimentos, uso de álcool em gel, cuidados ao tossir e espirrar cobrindo boca e nariz com o antebraço ou lenço; já usávamos os recursos tecnológicos para facilitar a vida, e nessa jornada de pandemia descobrimos o quanto a tecnologia pode ser utilizada para o bem, seja para estudar, fazer compras, trabalhar, manter contato com as pessoas que amamos e para cuidar da saúde. A pandemia também nos aflorou nosso lado mais humano em termos de solidariedade com as pessoas que mais precisaram, desde a ajudar nossos idosos com compras até ao

apoio com alimentos e suprimentos as pessoas que perderam seus empregos e passaram necessidades. Foi notório o interesse demonstrado por muitos para o consumo de alimentos que pudessem fortalecer o sistema imunológico e a busca por atividades físicas também com esse fim; o fortalecimento dos laços familiares também ganhou destaque e aproximou quem estava “brigado”. Fico preocupada, pois tenho visto muita gente retornando aos velhos hábitos (maus hábitos) dia após dia. Então fica aqui o alerta para que tudo isso não seja perdido, e que os bons hábitos sejam mantidos e aperfeiçoados. Quem acompanha a coluna sabe que SEMPRE trago a temática do quanto o estilo de vida interfere diretamente em nossa saúde mental, ou seja, cuidados com alimentação, atividades físicas, sono, consumo de água, lazer, contato social e etc. Se você tem um péssimo hábito alimentar, não toma água direito, não dorme bem, não tem vínculos sociais, não tem lazer, além do sofrimento do corpo provavelmente o adoecimento mental já deve estar presente. Reflita em como anda seu estilo de vida. Existem casos que a busca por ajuda profissional será necessária, tanto para a regulação física (médico, nutricionista, fisioterapeuta, exames) quanto mental (psicóloga e/ou psiquiatra). Se precisar não hesite e se permita ser ajudado. Aceito sugestões para os próximos textos, enviem whatsapp ou informem direto no jornal Linha Popular. **Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Linha Popular. Joyce de Almeida Cruz Psicóloga Clínica CRP 12/11350 (47) 99905 2536 – whatsapp Joyce.cruz.5473 - instagram


Coluna karina ANIVERSARIANTE Querida amiga ELIANE ROSA MINIKOSKI celebrou mais um ano de vida no dia 30/3. Parabéns e muitas felicidades, com saúde, paz e amor. Vivaaaaa! ANIVERSARIANTE FELIPINHO, um menino de ouro, literalmente. Atleta exemplar, nos dá muito orgulho na parceria com o Laboratório Camboriú e é o treinador “queridinho” da galera do futevôlei. Parabéns e obrigada pela sua contribuição ao esporte de Camboriú e de todo o Brasil. Esse fera soprou velinhas também no dia 30/03. MISS CAMBORIÚ Nossa bela Miss Camboriú, SARAH STEFANI LEMONIE, representante de Camboriú no Miss CEB 2022, não trouxe a coroa de Miss SC, mas trouxe muitos presentes pra city. Ela ficou em quarto lugar no Miss Mundo SC, o primeiro lugar em Popularidade e o primeiro lugar também no Melhor Projeto Social. Ela arrasou e nos orgulhou com sua trajetória. Parabéns e siga em frente, pois isso é só o começo. Sucesso!!! BELEZA INTERNACIONAL JONNIELIS ISLANDA, esta venezuelana linda, soprou velinhas no último dia 1º de abril. Moradora de Camboriú, é uma promessa no mundo das passarelas e da moda. Parabéns pela maioridade e muito sucesso, querida Joni!!!

CASAL CAMPEÃO No mês de março, aconteceu na Província de Entre Rios, Argentina, o Pan Americano de Basquete Master e esse casal maravilhoso, os amigos ARLETE TECHIO e ALEX SEGÁLAS, trouxe medalhas no pescoço. Muito orgulho para o Brasil, SC e BC e a prova da determinação e o amor pelo esporte. Alex foi ouro e Arlete foi bronze. Aos nossos campeões queridos, parabéns mais uma vez!

O AMOR ESTÁ NO AR Esse casal maravilhoso de veterinários da city, ALICE e MARCELO, que compõem o quadro da também pioneira em Camboriú, Clínica Guapeka, esteve curtindo outro pedaço do paraíso no Brasil, Japaratinga, também em Alagoas. Arrasaram nas fotos e curtiram a eterna lua de mel nas férias merecidas. Muito amor!! FÉRIAS NO PARAÍSO CHAMADO MARAGOGI Emoldurada pela praia Ponta do Mangue, a querida PRISCILA PIEPER curtiu as férias com a família em Maragogi, no Alagoas. Com certeza é um pedaço do paraíso!

Camboriú, 5 de abril de 2022

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esgoto

Camboriú: 138 anos; esgoto: zero A história de emancipação política do município caminha ao lado de um capítulo sombrio da cidade: a falta de tratamento de esgoto Por Laura Testoni e Luiz Antonio Tecau de vida dos moradores, como auxiliaria na despoluição do Rio Camboriú, responsável por abastecer as vizinhas Camboriú e Balneário Camboriú. A falta de esgotamento sanitário em Camboriú é um problema que se arrasta há anos e parece não avançar. O passo mais recente que foi dado para a implantação de Camboriú não tem um metro de esgoto tratado (Foto: arquivo LP) uma estação de tratamento Camboriú completa neste 5 de abril de de esgoto na cidade foi em 2019. Neste 2022 138 anos de emancipação política. ano, foi acordado em audiência pública que Completa também 138 anos sem sistema de a concessionária Águas de Camboriú, que esgoto sanitário. A realidade desta cidade atualmente é responsável pelos serviços de do litoral catarinense é a mesma de 39,7% água na cidade, seria também responsável dos municípios brasileiros, conforme dados por construir uma Estação de Tratamento de da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico Esgoto (ETE) e toda a estrutura para coleta (PNSB) feita em 2020 pelo Instituto Brasileiro dos dejetos. de Geografia e Estatística (IBGE). Para que a concessionária assuma a O sistema de esgoto faz parte do conjunto de serviços que compõem o saneamento básico de uma cidade. Serviços estes essenciais para o desenvolvimento de uma região e que afeta, diretamente, as condições de saúde da população. Conforme sugere o próprio nome, é básico. Entretanto, saneamento básico vai além do tratamento do esgoto, inclui limpeza urbana, drenagem, manejos de resíduos sólidos, etc. Em Camboriú, a implantação de um sistema de tratamento de esgoto não só contribuiria para a qualidade

implantação do sistema de esgoto, é necessário que o município repactue o contrato vigente junto à agência reguladora. A Secretaria de Saneamento Básico de Camboriú (Sesb) diz que tem sido conversado entre os setores do poder executivo para que o problema seja solucionado. A ideia é fazer a concessão do esgoto, além da Águas de Camboriú.

de uma ETE, mais de 300 quilômetros de rede e dezenas de estações elevatórias, e atenta à histórica demanda em ter uma cidade saneada, oferecemos nossos esforços e capacidade de investimento para que Camboriú avance nesta questão”, explica a presidente da Águas de Camboriú, Reginalva Mureb.

reais. Esta estação, inclusive, é uma das mais problemáticas. Há um vazamento correndo por dois lugares: um desemboca num buraco do lado esquerdo da unidade. O outro vaza por uma tubulação, que corre para um córrego. O mesmo córrego onde recentemente houve o flagrante de despejo de esgoto por parte da prefeitura municipal.

Como não há uma rede de esgoto que contemple o município inteiro, uma lei foi criada em 2017. Ela obriga que os loteamentos a serem construídos em Camboriú tenham pequenas estações de tratamento de esgoto. A lei complementar 86/2017, que dispõe sobre a revisão das Diretrizes, Normas e Procedimentos de Parcelamento do Solo Urbano no Município de Camboriú, ou seja, que regula os loteamentos no município, é bem clara a respeito do esgoto sanitário. Em seu artigo 28, inciso IV, o texto diz que “para os efeitos desta Lei Complementar, a infraestrutura básica será composta por: rede de esgotamento sanitário, incluindo a estação compacta de tratamento de esgoto”.

O secretário da Sesb, José Pedro Costa, reconhece o problema relacionado ao esgoto em Camboriú. “Nós sabemos que todas as estações de tratamento de esgoto estão inoperantes e algumas funcionando mal e porcamente. Precisa de investimento, precisa de condição de trabalho e isso tudo está sendo buscado”, diz.

Estações abandonadas Distribuição de água aumentou junto ao número de habitantes na cidade (Foto: Prefeitura de Camboriú)

O serviço de distribuição de água tratada em Camboriú atingiu, em 2022, a marca de 99,9% das residências da zona urbana do município – área que faz parte da concessão da Águas de Camboriú. A concessionária assumiu o serviço em 2014, quando a área urbana tinha 97% de cobertura de distribuição de água com 72.261 habitantes, segundo dados do (IBGE).

A Águas de Camboriú diz que está à disposição para implantação da obra. “Diante do alto valor necessário para a construção

Mau cheiro e esgoto transbordando na estação de tratamento do Rio Pequeno (Foto: Luiz Antonio Tecau)

O Linha Popular visitou estações de tratamento em alguns loteamentos de Camboriú. Dos seis loteamentos visitados, a situação das estações é a mesma: abandono. Há mato nas instalações, os equipamentos estão aparentemente desligados e inoperantes. Em algumas instalações, não há água e nem energia elétrica. As faturas da Celesc, em algumas unidades, estão dobradas no relógio, com um valor que sinaliza que não há consumo (algo em torno de R$93,00). Apenas na unidade do Rio Pequeno há registro de um consumo de mais de mil

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Camboriú, 5 de abril de 2022

Distribuição de água chega a 99,9% das residências

Prestes a completar oito anos de concessão, e após, aproximadamente, R$ 40 milhões de investimentos, a Águas de Camboriú atingiu o marco de 99,9% de distribuição de água tratada com 87.179 habitantes (dados da última estimativa). Os investimentos serviram também para garantir água durante a alta temporada. Segundo o coordenador operacional da Águas de Camboriú, Gabriel Fasola, houve aumento de 22% na oferta de água distribuída para a população entre o Natal de 2021 e o Réveillon de 2022 – na comparação com o mesmo período do ano anterior (Natal de 2020 e Réveillon de 2021).


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