prefácio
ao seu sem temer a morte, era a primeira vez que experimentávamos. Naquela época, a sensação era a de liberdade. Aos poucos percebemos que sempre há regras arbitrariamente construídas para regular, policiar e normatizar as formas públicas e íntimas de expressão do amor, seja com quem for. Resumindo, foi lindo ver todo aquele mar de gente confraternizando no dia em que podiam sair às ruas para dizerem em alto e bom som: “Eu existo, eu sou diferente, mas quem não é? E daí que sou diferente? Diferente de quem? Quem instituiu qual deveria ser a maioria que deveria ser privilegiada? Minoria? Aos olhos de quem?”. Naquele dia, já no final da Parada, caminhando em direção ao metrô para voltarmos para casa, nos deparamos com um vendedor de bijuterias muito simpático que, em um gesto acolhedor, nos abraçou e perguntou: “O casal já tem aliança?”. Só tiramos aquelas alianças das mãos dez anos depois para a trocarmos por outras, mais compatíveis com os nossos corpos que, delicadamente, foram modificados pelo tempo. Amadurecemos nosso amor, nossas vidas, nossas esperanças e frustrações no ritmo das e graças às Paradas LGBT, especialmente aquelas daqui do Brasil. Por isso, é muito prazeroso acompanhar o tra-
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