CATÁLOGO-DESCULPE ATRAPALHAR O SILÊNCIO DE SUA VIAGEM

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Rio de Janeiro, julho - agosto de 2023

DESCULPE ATRAPALHAR O SILÊNCIO DE SUA VIAGEM, de Lia Letícia, com curadoria de Clarissa Diniz, apresenta singularidades do percurso da artista que busca redimensionar e representar corpos invisibilizados ou excluídos da história oficial da arte. Nesta exposição, que abarca quase três décadas de produção, a artista traz obras, práticas, intervenções e documentos que, conectando Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro, potencializam cruzamentos geopolíticos em contínua transformação e expressar um desejo vivo pela criação em coletividade.

por Clarissa Diniz

Quem circula nos ônibus, trens e metrôs de grandes cidades provavelmente foi algum dia interpelado por um “desculpe atrapalhar o silêncio de sua viagem”, tradicional bordão que é um abre-alas para a presença de pessoas que fazem, do transporte público, o seu local de trabalho.

Ainda que, no Brasil, desde 1940 um decreto tenha oficialmente vedado o exercício do comércio ambulante nos veículos em movimento, a atividade remonta ao século XIX e tem sido fundamental para a sobrevivência de milhões de pessoas diante das acintosas desigualdades do país, possibilitando a constituição de uma clientela por entre os usuários do transporte coletivo e suas vias.

O trabalho foi central em momentos históricos como o da escravidão (dos rendimentos da venda de produtos diversos nos espaços públicos brasileiros veio a possibilidade da compra da alforria para milhares de pessoas negras escravizadas) ou, mais recentemente, o da pandemia do Covid-19. Por isso, apesar de algumas vezes utilizado por aqueles que pedem socorro por meio de colaborações financeiras diretas, habitualmente são trabalhadores que, depois do pedido de licença, anunciam seus serviços nos apertados e apinhados corredores sacolejantes de ônibus e vagões.

Vender balas, fones de ouvido, picolés, cafezinhos, sanduíches, brigadeiros, meias, pendrives ou biscoitos convive com atividades artísticas igualmente performadas para os transeuntes, que se tornam públicos de artistas da poesia, dos malabares, do canto, da música, do cordel, da mímica, da dança, da capoeira, dentre tantas artes. Desse modo, neste Brasil que é uma das nações mais desiguais do mundo e, ao mesmo tempo, território da mais radical diversidade cultural e pujança criadora, “desculpe atrapalhar o silêncio de sua viagem” tornou-se também uma versão popular e itinerante do famoso “Senhoras e Senhores, respeitável público, o show já vai começar!”.

É nessa complexidade política, social e estética das formas de trabalho que se inscreve a obra de Lia Letícia, uma trabalhadora da cultura nascida no Rio Grande do Sul, mas desde 1998 radicada em Pernambuco.

Originária de uma família trabalhadora, em seu trânsito entre o Sul e o Nordeste do país, tem sido na escala das rodovias, ferrovias e vias aéreas que a artista produz seu espaço de atuação e seus públicos – pessoas com as quais, como cidadã, compartilha não apenas experimentos artísticos, como também a cotidiana experiência da migração, do desemprego e da precarização, do sucateamento dos serviços públicos, do racismo, da gentrificação e da falta de acesso a direitos constitucionais,

dentre outras das mazelas brasileiras. Contexto diante do qual sua obra tem atuado não só como denúncia, mas fundamentalmente como uma provocativa, irônica, inventiva e bemhumorada terapêutica social.

A exposição reúne obras dessas quase três décadas de intensa criação de Lia Letícia, cuja atuação tem articulado linguagens como o cinema, a intervenção urbana, a escultura ou a performance a práticas como a educação, a atuação política e a comunicação social – exercidas, todas elas, desde uma ética da colaboração entre pessoas, comunidades, territórios e memórias diversas.

Com trabalhos de décadas distintas, inscritos em contextos tão específicos quanto uma estação de metrô, uma grande avenida, o ambiente doméstico, uma vernissage, um álbum de fotografias encontrado em Berlim ou uma associação de mulheres, DESCULPE ATRAPALHAR O SILÊNCIO DE SUA VIAGEM – primeira individual de Lia na capital carioca – é um convite à aproximação dos públicos deste lugar às práticas da artista que durante este período fará, da mostra, uma oportunidade de criação coletiva junto a doceiras do Saara.

Feito o pedido de licença, aqui esperamos poder atrapalhar, com ternura e imaginação, o silêncio de sua visita a esta exposição.

Em 2015, Lia Letícia fez uma viagem à Europa. Num mercado de pulgas da Alemanha, encontrou álbuns de fotografia de uma mulher chamada Inge. Produzidas entre 1960 e 1990, as imagens documentavam festas, viagens, paisagens e outras situações vividas desde o chamado Velho Mundo. Interessada em friccionar aquele imaginário de felicidade que tem se sustentado em séculos de violência colonial praticada contra pessoas e territórios do Sul Global, a artista torceu as narrativas dos antigos álbuns ao cruzar suas fotografias a escritos de cronistas alemães que estiveram no Brasil entre os séculos

XVI e XVIII, cujas palavras foram lidas em yathee – a língua Fulni-ô – por Maria Pastora Thinya, mulher pertencente a esta etnia.

THINYA reinventa o arquivo colonial com ironia e delicadeza. Sem negar a existência das imagens que guardam memórias de dor, de racismo e de outras violências, as esgarça por dentro, hackeando seus sentidos e intencionalidades. Assim, a obra nos provoca a uma reflexão sobre as imagens e os modos como elas não só disputam a produção de significados, bem como são por eles disputadas.

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Thinya [2019] filme digital, 15’.

SINOPSE

Minha primeira viagem ao Velho Mundo Minha fantasia aventureira pós colonial. [Um discurso muda uma imagem?]

ROTEIRO E DIREÇÃO Lia Letícia

NARRAÇÃO

Thinya Fulni-ô (Maria Pastora)

PRODUÇÃO EXECUTIVA, CONSULTORIA DE ROTEIRO E DIREÇÃO DE PRODUÇÃO

Clarice Hoffmann

PRODUTOR ASSOCIADO Coletivo Fulni-ô de Cinema

DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

Francisco Baccaro

MONTAGEM

André Sampaio

DESIGN DE SOM E SOM DIRETO Thelmo Cristovam

TRILHA SONORA ORIGINAL

Claudio N

EDIÇÃO DE SOM E MIXAGEM

Nicolau Domingues

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Conta-se que, no século XVIII, quando os Guarani do sul do Brasil lutavam contra a opressão colonial, um de seus guerreiros – Sepé Tiaraju – teria dito aos invasores que “esta terra tem dono”.

A emblemática declaração de resistência foi retomada por Lia Letícia após o rompimento da barragem de rejeitos do Córrego do Feijão (Brumadinho, Minas Gerais), consequência da irresponsável gestão da Vale S.A.: um crime ambiental de incontornáveis sequelas, ainda hoje em processo de reparação.

Sob o traumático impacto de ver a lama tomar territórios e dizimar vidas, a artista produziu um enfrentamento visual entre o mapa do derramamento e o grito de guerra Guarani. Enquanto o alumínio fundido se derrama, performando os caminhos dos próprios rejeitos da mineração, o barro moldado pelas mãos da artista o contém, limitando seu esparramamento simbólico através das palavras de Tiaraju que nos lembram que, para além do extrativismo ecocida, existem horizontes éticos de pertencimento ao território.

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Esta Terra Tem Dono [2019] escultura de barro e alumínio. dimensões variáveis.

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Parafraseando o famoso trecho da carta de Pero Vaz de Caminha (“aqui nesta terra, em se plantando, tudo dá”), a instalação aborda a dimensão científica da colonialidade que se apoiou na botânica, na antropologia e na medicina – dentre outras ciências –para impor seus domínios e violências. Algo que ainda hoje se reflete no tráfico, no comércio e nas disputas pelas patentes de sementes e outras tecnologias vegetais. Aludindo ao imaginário tropical e à expropriação e extinção da biodiversidade deste território, Letícia propôs a Balbina, uma artista do biscuit, a criação de flores de paubrasil modeladas na popular massa de amido de milho e cola.

Exuberantes em sua forjada plasticidade, as flores estão plantadas em vasos de resina que reproduzem o mapa das capitanias hereditárias brasileiras.

Artesanalmente fabricadas, o pau-brasil considerado extinto e as capitanias que supostamente não mais existem provocam, nesta instalação, tanto a nossa imaginação histórica quanto excitam o nosso exercício visionário. Confrontam, assim, os traumas e certas “nostalgias” coloniais às urgências de reflorestamento e da realização de muitas retomadas.

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vasos de resina na forma do mapa das capitanias hereditárias do Brasil, terra e flores de Pau-Brasil em biscuit.

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Tudo Dá [2023]

A obra de Lia Letícia se interessa por objetos e práticas que funcionam como demarcadores de classe, produzindo distinções sociais entre corpos, lugares e costumes – do que são exemplos os conjuntos de chá, os castiçais e os lustres. Os que aqui vemos foram presenteados à mãe da artista por sua “patroa”.

Diante deles, a artista propõe quebras de etiqueta ao exacerbar seus próprios protocolos, multiplicando as velas que compõem sua dramaticidade, mantendo-as acesas como quem ignora o tempo de seus ritos e assim sabota seus significados. Ao fazê-lo, não só perturba, como também evoca rotas de fuga incendiárias diante das normatividades do mundo.

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Queda [2021]

filme digital, 5’.

SINOPSE

Memória inventada, futuro rompido, fogo!

CRIAÇÃO E PERFORMANCE

Lia Letícia

IMAGENS

Rennan Peixe

MONTAGEM

Leticia Barros

DESENHO SONORO

Nicolau Domingues

PRODUÇÃO Adah Lisboa

ONDE ASSISTIR

Ascensão [2022]

fotografias, 60x40cm

FOTOGRAFIAS Rennan Peixe

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Durante seis anos, Lia Letícia trabalhou como garçonete enquanto, em paralelo, criava e tentava encontrar formas de viver de sua arte – um desafio permanente.

Por isso, desde o princípio de sua trajetória, Lia tem estado muito atenta às assimetrias sociais da vida de artista e, em especial, à diversidade dos modos de sê-lo.

Esta obra configura um dos momentos nos quais Letícia colabora com outro artista justamente pelo interesse em sublinhar as tensões e desafios da profissão.

Com Jessé de Paula [in memorian], músico que tinha as ruas como palco, propõe uma intervenção na Estação Central do Recife, entroncamento das principais linhas ferroviárias da capital pernambucana.

Tomando a catraca como ícone e, em torno dela, propondo um rito tão fúnebre quanto incendiário, o direito ao trânsito e à liberdade está no cerne das provocações de Lia e Jessé. Desde suas práticas criadoras usualmente categorizadas como ‘artista plástica’ e ‘violinista’, performam suas “duplas jornadas e os lugares delegados a trabalhadores subalternizados e ao status de artista”, como denuncia Letícia.

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Desculpe Atrapalhar o Silêncio de Sua Viagem [2015]

filme digital, 6’.

Performance de Jesse de Paula (in memorian)

IMAGENS Adalberto Oliveira

MONTAGEM

Lia Letícia

ONDE ASSISTIR

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Lia Letícia caminha pela principal avenida do centro do Recife, lendo em voz alta todos os anúncios, placas e cartazes encontrados no percurso, cuja arbitrária sobreposição produz não só um texto, como também um poema sonoro e uma discursividade que flerta com o nonsense.

O vídeo é parte do conjunto de obras que Lia tem dedicado às ruas e suas formas de comunicação, a exemplo da série ARTE É COMÉRCIO, na qual, desde 2007, fotografa fachadas e placas de estabelecimentos comerciais cujos nomes possuem o termo “arte”.

Ao fazê-lo, tem produzido uma bem humorada coleção sobre a presença e as percepções da arte e suas múltiplas institucionalidades e sentidos públicos.

Nesta exposição, alguns dos layouts das fachadas colecionadas por Lia são recortados das imagens que documentam seus contextos originais e ampliados como pintura mural, formando um grande texto verbal e visual realizado com a colaboração de Adeilson Moreira. O gesto fricciona não só os cânones da arte, como também os da pintura.

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Shhh! [2006] intervenção e video, 3’.

IMAGENS E EDIÇÃO Fernando Peres

ONDE ASSISTIR

Arte é Comércio [2007 - 2023] fotografias e pintura mural. em processo.

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No começo deste ano, Lia Letícia propôs a um grupo de mulheres da Vila Vintém, comunidade que há décadas ocupa uma das áreas mais valorizadas do Recife, que pudessem conversar sobre o lugar do doce em suas vidas, compartilhando experiências e receitas. Juntas, Diana Fernandes, Maria José Félix, Maria Ceça de Souza e a artista fomentaram rodas de conversa e desenvolveram um bolo de goiabada e limão que recebeu o apelido de Doce Vintém, espalhando doçura por entre as memórias daquele território de luta contra a desigualdade, o racismo e a especulação imobiliária.

Agora, no Rio de Janeiro, Lia conheceu

Cláudia Topázio, empresária do ramo dos bolos, que vende seus quitutes no Saara. Ao longo da exposição, a dupla irá desenvolver receitas e fazer, do Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, um lugar para a partilha de saberes, afetos e reflexões sobre trabalho, comércio e direito à cidade.

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“Eu pensei que o povo ia só passar e levar um bolinho, mas, de uma forma ou de outra, eu passei a participar da mesa. Eu tô assim, surpresa, eu nunca pensei que o bolo fosse me fazer, por exemplo, conhecer tanta gente. Mas o bolo me trouxe muita coisa, eu saía e voltava todo dia de Bangu pro centro. Hoje já estou morando aqui. O bolo vai muito além.”

Claudia Topázio

“O que move uma rede de autorizações sobre a quem é dado o direito a ocupar a cidade? Fecho a exposição sem essa resposta (apesar de certas certezas) sobre a inexplicável perseguição aos trabalhadores informais do Saara.

Como artista, anotei mentalmente táticas para rotas possíveis através de afetos e contra-informações, há muito alimentadas, por Claudias, Lias, Ledys, Rosas, Clarissas e que são compartilhadas, muitas vezes, entre um gole de café e uma fatia de bolo.”

Lia Leticia

Doce Vintém [2023] ação educativa.

Com Diana Fernandes, Maria

José Félix e Maria “Ceça” Lopes

IMAGENS

Lia Leticia e Silvia Teresa

MONTAGEM

Lia Leticia

ONDE ASSISTIR

Doçura Carioca [2023] ação educativa. em processo.

IMAGENS

Cláudia Topázio e Lia Leticia

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LIVRO DE RECEITAS

Ao longo da primeira década do século XXI, com uma câmera digital ainda sem a função selfie, Lia Letícia fotografouse ao lado de pessoas que respondiam “sim” à pergunta “você é artista?”.

A coleção de imagens oriundas desse bem humorado gesto – quase sempre performado em noites de vernissage e outros encontros do circuito de arte de Recife e Olinda – revela a permanência de seu rosto ao lado de homens e mulheres que a artista intencionalmente mantém anônimos, ironicamente convertendo-os em “artistas desconhecidos” a despeito de serem publicamente validados como tal e até mesmo “famosos”.

Sua operação tensionava as dinâmicas de legitimação do status de artista justamente naquele momento de sua vida no qual trabalhava como garçonete e lutava para ter sua identidade artística socialmente reconhecida.

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Lia e Artistas Desconhecidos [2001 - 20023] fotografia. em processo.

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Lia Letícia pensa seu trabalho a partir de um campo ampliado de arte, na tensão entre práticas artísticas e a sua pretensa autonomia.

Artista visual, natural de Viamão/ RS, trabalhou em teatro, cenografia e escola de samba. Muda para Olinda/PE no final da década de 90 e, na época integrando o Molusco Lama, explora a pintura em diversos suportes, inclusive o audiovisual, nos anos 2000, seus trabalhos passam a transitar entre festivais de cinema e exposições de arte.

Desde 2010, multiplica esta experiência através de ações como o projeto Cinecão (2011 a 2019) ou em projetos de educação como a ‘Escola Engenho’ (2013 a 2018) e ‘Videoarte para Crianças’ (em atividade). Coordenou coletivamente, durante oito anos, ações da Galeria

Maumau, integrou o CARNI - Coletivo de Arte Negra e Indígena e atua no Negritude do Audiovisual-PE. Dentre as equipes curatoriais que fez parte estão o III Palco Preto//PE e a última edição do Abre Alas/Galeria A Gentil Carioca/RJ. Suas obras já estiveram em mostras do Centro Cultural Eufrásio Barbosa, Museu de Arte Moderna de Recife/Mamam e Museu de Arte Contemporânea/MAC, em Pernambuco, no Sesc/Santos, MIS/ SP, Centro Cultural São Paulo, no Paço Imperial/RJ, White Lab/ESP e Galeria Aviatrix/ALE.

Faz parte da curadoria da residência Artística Oficina Brennand e do projeto Nove Solos/Brasil-Suiça (2023). É coordenadora artística das exposições do Centro Cultural Estrela de Lia e curadora do Canto da Sereia/Embaixada da Ciranda - Ilha de Itamaracá.

Lia Letícia | Artista

em colaboração com os artistas

Arte É Comércio

Adeilson Moreira | Letrista

Desculpe Atrapalhar o Silêncio de sua Viagem

Jessé de Paula | Musicista

Doçura Carioca

Cláudia Topázio | Empresária de Doces

Essa Terra Tem Dono

Clelio Freitas | Fundição

Sr. Gilberto Dias | Fundição

Christina Machado | Cerâmica

Tudo Dá

Balbina Rangel | Biscuit

Gabriel Barros | Escultor

EQUIPE DA EXPOSIÇÃO

Clarissa Diniz | Curadoria

Rosa Melo | Produção Executiva

Giulia Ferrão | Produção

Experimento Produções I Adm Financeiro

Brenno de Castro e Victor Monteiro | Montagem

Victor Hugo Santiago | Assistente de Montagem

Boca do Trombone | Iluminação

S&R Obras em Geral | Cenotécnica

Pedro Paulo Rezende | Projeto Técnico

Thiago Barros | Impressões FineArt

Universe 3D | Impressão 3D

Enquadre | Molduras

Edmilson Freitas | Marcenaria

Lili Nascimento | Design Gráfico

Mari Bley | Imagens Publicação

Patrícia Diniz | Assessoria de Imprensa

Gabriela Werke | Clipping Service

Thaís Medeiros | Revisão de Texto

Jhon Narciso | Acessibilidade

CENTRO MUNICIPAL DE ARTES HÉLIO OITICICA

Caroline Vivas | Gestora

César Oiticica Filho | Diretor Artístico

Lucas Andrelino | Assistente Diretor Artístico

Carolina Kezen e William Ferreira | Produção

Ana Beatriz Acioli e Andrea Barroso | Educativo

Cristiano Ruiz | Cenotécnico

Lucas Ataide | Técnico de luz

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