Livro Capim Branco: Minha Cidade, Meu Patrimônio.

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Este caso aconteceu com Geraldo de Laurinda, morador do Camim Fundo e Antônio Praia (ambos falecidos). Os dois estavam trabalhando e Geraldo descobriu que não tinha colher para almoçar. Pediu a Antônio a colher emprestada, mas perdeu essa colher também e levou outra colher para pagar a colher de Antônio. Entre os dois travou-se o seguinte diálogo: − Sô Antônio, aqui está sua cuié. − Mas essa cuié num é a minha cuié, Geraldo! − Uma cuié paga outra cuié, Sô Antônio. − Mas eu quero é a minha cuié, porque a minha cuié... Os dois tanto falaram na “cuié” sem chegar a um acordo que o fato ficou conhecido como “o caso da cuié” Festa de Borna = festa ruim Oh madrugada d´água! = noite bonita, cheia de estrelas Chorou maritaca véia! = João-de-barro cantando As três expressões se originam no mesmo caso. Elvécio, morador do Camim Fundo, que tem o apelido de “Tiborna” ou “Borna”, gostava de umas pingas avultadas. Nessa época não havia luz elétrica em Capim Branco e Jorge, marido de Águida, havia falecido. À noite, durante o velório, Borna vendo a casa toda iluminada animou-se pensando que era uma festa e foi para lá. Não ouvindo música, nem vendo comida ou bebida saiu-se com esta: − Oh qualidade de festa ruim, sô! Dirigiu-se cambaleando para uma moita de bananeira e por ali mesmo dormiu. A noite estava bonita, céu limpo, estrelado. Borna acorda desnorteado e diz bem alto: 31


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