CapΓtulo 2β Iβ Procura da ExcelΓͺncia nas OrganizaΓ§Γ΅esβ 49
Neste contexto, vamos usar as designaΓ§Γ΅es βlado (ou dimensΓ£o) visΓvelβ e βlado (ou dimensΓ£o) menos visΓvelβ, sem nos preocuparmos muito com o rigor dessas expressΓ΅es. O lado mais visΓvel Γ© aquele que facilmente se observa no espaΓ§o/local onde as operaΓ§Γ΅es sΓ£o realizadas e o lado menos visΓvel diz respeito aos aspetos relacionados com o que estΓ‘ βdentroβ das pessoas, pelo que nΓ£o se vΓͺ. Mas a verdade Γ© que este segundo lado nΓ£o Γ© tΓ£o fΓ‘cil de perceber e interpretar quanto os aspetos mais visΓveis, como a existΓͺncia ou nΓ£o de stock intermΓ©dio, a existΓͺncia ou nΓ£o de gestΓ£o visual, o nΓvel de arrumaΓ§Γ£o dos locais, etc. Os princΓpios que, em nosso entender, se manifestam de forma mais visΓvel estΓ£o assinalados com fundo cinzento na Tabela 2.4, mas Γ© claro que outras interpretaΓ§Γ΅es tambΓ©m serΓ£o vΓ‘lidas.
Β©β LidelβββEdiΓ§Γ΅es TΓ©cnicas
2.8. FERRAMENTAS ASSOCIADAS Γ EXCELΓNCIA NAS ORGANIZAΓΓES Ao longo dos anos, foi ficando claro para os meus colegas e para mim que a maioria dos empresΓ‘rios e gestores estΓ£o mais abertos a comprar uma soluΓ§Γ£o ou uma ferramenta do que a gastar tempo a entender conceitos, princΓpios, modelos, filosofias e teorias. Isto Γ© perfeitamente compreensΓvel, e tambΓ©m nΓ£o Γ© esperado ou desejΓ‘vel que os empresΓ‘rios e gestores sejam teΓ³ricos. Por outro lado, no nosso papel de docentes, foi sempre mais fΓ‘cil obter a atenΓ§Γ£o dos alunos para a implementaΓ§Γ£o de ferramentas do que para a teoria subjacente a essas ferramentas. A verdade Γ© que nΓ£o temos de estar em nenhum dos extremos, e haverΓ‘ casos em que faz sentido saber mais teoria e haverΓ‘ outros em que faz mais sentido comprar a soluΓ§Γ£o. O mundo da excelΓͺncia nas organizaΓ§Γ΅es parece-nos ser aquele mundo onde Γ© mesmo muito importante conhecer os princΓpios e os conceitos, em vez simplesmente comprar uma ferramenta. HΓ‘ uma frase muito curiosa, atribuΓda a Booch, Bryan e Petersen, autores do livro Software Engineering with Ada, que afirma: βA fool wih a tool is still a foolβ (Booch, Bryan, & Petersen, 1993). Na nossa Γ‘rea de conhecimento, esta frase aplica-se bastante bem, uma vez que grande parte dos casos que se baseiam em aplicar ferramentas (soluΓ§Γ΅es) conhecidas sem que o seu princΓpio e conceito sejam bem entendidos resultam em fracasso. Seja como for, as ferramentas e os conceitos mais popularmente aplicados em ambientes que procuram a excelΓͺncia nas organizaΓ§Γ΅es de forma alinhada com a filosofia Lean, o modelo Shingo ou o Toyota Way sΓ£o, curiosamente, mais facilmente relacionΓ‘veis com apenas alguns dos seus princΓpios. A Tabela 2.5 apresenta algumas dessas ferramentas mais populares, bem como alguns conceitos. Existem casos em que nΓ£o Γ© fΓ‘cil distinguir se se trata de um conceito ou de uma ferramenta, como, por exemplo, a βNormalizaΓ§Γ£o do Trabalhoβ (Standard Work), que Γ©, ao mesmo tempo, um conceito e uma ferramenta. HΓ‘ tambΓ©m conceitos que nΓ£o se traduzem diretamente em ferramentas, como sΓ£o os casos de βir ao gembaβ, muda, mura e muri. Como podemos verificar na Tabela 2.5, grande parte dessas ferramentas e conceitos estΓ£o associadas aos princΓpios βFocar no processoβ, βFazer fluir e puxar o valorβ, βPerseguir a perfeiΓ§Γ£oβ e βAdotar o pensamento cientΓficoβ. Γ curioso que a maioria dos princΓpios do Toyota Way e do modelo Shingo estΓ£o mais ligados Γ dimensΓ£o menos visΓvel, sendo tambΓ©m aΓ que hΓ‘ menos ferramentas popularizadas.