Perturbações do Neurodesenvolvimento

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Prefácio

O livro As Perturbações do Neurodesenvolvimento: Manual de Orientações Diagnósticas e Estratégias de Intervenção, da autoria de Cláudia Bandeira de Lima, com coautoria de Rosa Gouveia, Catarina Nascimento, Maria João Ximenes, Manuela Baptista, Fernanda Torgal Garcia, Catarina Afonso, Artur Varela de Sousa, Susana Martins e Pilar de Quinho‑ nes Levy, é um livro especial, quiçá original. Sem ser um tratado, configura, porém, uma compilação de textos associados em capí‑ tulos devotados a uma efetiva Pediatria do Desenvolvimento. Penso ser oportuna esta “reconceptualização” da Pediatria do Desenvolvimento bem conotada neste livro através de sete textos originais realizados por Pediatras do Desenvol‑ vimento (a exceção cumpre, mais uma vez, a regra no que respeita a Cláudia Bandeira de Lima, Maria João Ximenes e Catarina Afonso). É expectável que um livro escrito, maioritariamente, por Pediatras assuma uma con‑ figuração clínica, dedicada a profissionais cada vez mais confrontados com evidências mutantes de uma patologia que envolve, prioritariamente, a Pediatria. Assim é que “Atraso Global do Desenvolvimento Psicomotor”, “Perturbações do Espectro do Autismo”, “Défice de Atenção e Hiperatividade”, “Perturbações do Espectro da Aprendizagem” e “Síndromes genéticas associadas” são motivações centrais para a Pedia‑ tria do Desenvolvimento e não só. O primeiro capítulo é representado por generalidades, que Manuela Baptista e Cláudia Bandeira de Lima associam às Perturbações do Neurodesenvolvimento. As Autoras descre‑ vem os três níveis de acompanhamento de bebés, crianças e jovens até ao limite da idade pediátrica (18 anos). Vigilância, rastreio e avaliação diagnóstica representam as três fases, particularmente indicadoras de perturbação ou desvio face às expectativas de uma “normalidade”. As idades-chave para a monotorização da vigilância correspondem aos touchpoints de Brazelton e representam uma mudança crucial para se entender o neurodesenvolvimento, de que destaco o conceito de “crise”. Manuela Baptista e Cláudia Bandeira de Lima dão destaque à clarificação nosológica que veio trazer, com os DSM, um meio de conjeturar de forma sistémica cada diagnóstico associado ao prognóstico, fundamentado por uma genética e por uma epigenética associa‑ das a cada entidade clínica. As Autoras descrevem, depois, as principais Perturbações do Neurodesenvolvimento (PND), sublinhando o facto de representarem uma incidência de 16% da população em


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